O grupo islamita Boko Haram já raptou civis no passado - geralmente mulheres - para trabalhar como escravas sexuais.
O destino de mais de cem adolescentes que foram
sequestradas de uma escola na noite de terça-feira no nordeste da
Nigéria ainda é incerto.
Militares disseram a jornalistas que a grande maioria
das 129 desaparecidas já teria conseguido escapar e voltado para casa -
apenas oito ainda não teriam sido encontradas.
Os pais das meninas, porém, ficaram chocados ao ouvir a
declaração e disseram que mais de cem ainda estariam desaparecidas,
relata o correspondente da BBC em Lagos, Will Ross.
Acredita-se que o grupo militante islâmico Boko Haram
tenha levado as meninas para uma floresta perto da fronteira com
Camarões. O grupo, cujo nome significa "a educação ocidental é proibida"
na língua local Hausa, ataca frequentemente instituições de ensino.
Os pais das estudantes dizem que estão preparados para
ir à floresta resgatar suas filhas. Eles contaram que pagaram um grupo
de vigilantes locais para procurar as adolescentes e que alguns se
preparavam para se juntar às buscas.
Estado islâmico
O grupo Boko Haram está travando uma campanha sangrenta por um Estado islâmico no norte da Nigéria. Na quarta-feira, 18 pessoas foram mortas em um ataque no distrito de Gwoza, também no nordeste da Nigéria, autoridades locais disseram à agência de notícias AP.
O grupo Boko Haram está travando uma campanha sangrenta por um Estado islâmico no norte da Nigéria. Na quarta-feira, 18 pessoas foram mortas em um ataque no distrito de Gwoza, também no nordeste da Nigéria, autoridades locais disseram à agência de notícias AP.
O ataque ao colégio na terça-feira é uma grande fonte de
constrangimento para as autoridades nigerianas, que dizem que sua
campanha militar contra os militantes está tendo sucesso, observa o
correspondente Will Ross.
Horas
antes de os militares emitirem sua declaração, o governador do estado
de Borno, Kashim Shettima, disse que a grande maioria das meninas ainda
estava desaparecida e ofereceu uma recompensa de 50 milhões de nairas
(US$ 308 mil ou cerca de R$ 690 mil) para quem fornecer informações.
Força Aérea, Exército, polícia e voluntários foram
envolvidos na busca pelas estudantes. O secretário-geral da ONU, Ban
Ki-moon, condenou o "chocante" rapto em massa e pediu a libertação
imediata das meninas.
"Tomar escolas e alunos como alvo é uma grave violação da lei humanitária internacional", disse ele em um comunicado.
"As escolas são, e devem permanecer lugares seguros onde as crianças podem aprender e crescer em paz", acrescentou.
O grupo Boko Haram já raptou civis no passado - geralmente mulheres - para trabalhar como escravas sexuais.
Fuga
Homens armados teriam chegado à escola em Chibok, uma área remota do estado de Borno e ordenado que as estudantes residentes subissem em caminhões.
Homens armados teriam chegado à escola em Chibok, uma área remota do estado de Borno e ordenado que as estudantes residentes subissem em caminhões.
Uma garota que conseguiu escapar e não quis ser
identificada disse à BBC que ela e outras estudantes estavam dormindo
quando homens armados invadiram seu dormitório.
A menina disse que ela e suas colegas foram levadas em
um comboio, que teve de reduzir a velocidade depois que alguns dos
veículos apresentaram falhas. Nesse momento, entre 10 e 15 meninas
conseguiram escapar.
"Nós corremos para o mato e esperamos até o amanhecer antes de ir para casa", contou ela.
Um político local disse que cerca de 50 soldados estavam posicionados perto da escola, mas aparentemente foram dominados. Moradores relataram ter ouvido explosões seguidas de disparos.
Um político local disse que cerca de 50 soldados estavam posicionados perto da escola, mas aparentemente foram dominados. Moradores relataram ter ouvido explosões seguidas de disparos.
A imprensa nigeriana informou que dois membros das
forças de segurança foram mortos, e moradores disseram que 170 casas
foram incendiadas durante o ataque.
Os militantes conhecem bem o terreno e os militares têm
tido sucesso limitado nos esforços para desalojá-los de seus
esconderijos nas florestas.
Este ano, os combatentes do grupo Boko Haram mataram
mais de 1.500 civis em três estados no nordeste da Nigéria, que estão
atualmente em situação de emergência.
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