O Senado dos Estados Unidos, de maioria democrata, rejeitou nesta
terça-feira uma proposta aprovada pela câmara baixa, controlada pelos
republicanos, para abrir uma negociação que permita financiar o governo
no meio da paralisação parcial da Administração que entrou em vigor
depois da meia-noite.
Com 54 votos contra e 46 a favor, o Senado rejeitou a medida
republicana que sugeria a formação de um comitê de conferência,
mecanismo que é reservado a situações extraordinárias para possibilitar a
congregação de vários membros de ambas as câmaras do Congresso. Neste
caso, a proposta é atenuar as diferenças em relação a uma lei em
particular.
Além disso, essa medida seguia condicionando o financiamento do
governo aos atrasos na aplicação da reforma da saúde promulgada em 2010,
algo que não agrada os democratas e nem o presidente Obama.
Após a votação, o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid,
reiterou que seu partido não negociará essa questão com os republicanos e
culpou os "radicais" do movimento conservador Tea Party pela
paralisação parcial da Administração federal iniciada pela falta de
fundos.
Por sua parte, o líder da minoria republicana no Senado, Mitch
McConnell, denunciou a "rejeição obstinada" dos democratas em alcançar
acordos na câmara baixa.
No dia em que se inicia o novo ano fiscal, o Congresso foi incapaz de
aprovar os fundos necessários para que o governo siga funcionando,
fundamentalmente pelo empenho do ala mais conservadora dos republicanos
em vincular esse financiamento ao desmantelamento da reforma da saúde,
uma das maiores conquistas de Obama.
Essa situação fez com que os EUA amanhecessem hoje com o governo
parcialmente paralisado pela primeira vez em 17 anos, uma situação que
deixará 800 mil funcionários em casa e que não será resolvida
rapidamente, principalmente por causa da polarização política vista no
Congresso.
Obama fará hoje uma declaração sobre a paralisação da atividade de
parte da Administração federal a partir das 12h25 locais (13h25 de
Brasília) na Casa Branca.
Nesse pronunciamento, o presidente americano também deverá abordar os
chamados "mercados de seguros médicos", uma disposição fundamental da
reforma da saúde que facilitará seguro de saúde para milhões de
cidadãos.
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