Cresceu o apoio ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), segundo levantamento da Confederação Nacional de Transporte (CNT), em parceria com o instituto MDA,
divulgada na manhã desta terça-feira (21). A alta foi de três pontos
percentuais em relação a março deste ano, data da última pesquisa da
entidade.
Se há quatro meses eram 59,7% o número dos que defendiam o impeachment de Dilma, em julho este valor subiu para 62,8%
- ou seja, três em cada cinco brasileiros apoiam a queda da presidente.
As ‘pedaladas fiscais’ (26,8%), a corrupção na Petrobras (25%) e
irregularidades na campanha eleitoral (14,2%) seriam as principais
justificativas.
O valor é um reflexo da avaliação positiva do governo federal, que está em 7,7%, de acordo com a pesquisa CNT/MDA. Já avaliação negativa do governo está em 70,9%.
No
levantamento anterior realizado em março, 10,8% consideravam o governo
Dilma ótimo ou bom, enquanto 64,8% tinham avaliação ruim ou péssima. De
acordo com o levantamento divulgado nesta terça-feira, 20,5% consideram o
governo regular, contra 23,6% em março.
Com relação ao desempenho pessoal de Dilma, houve crescimento na rejeição à atuação da presidente. A desaprovação atingiu 79,9% e a aprovação está em 15,3%. A avaliação negativa também é a mais alta desde 2001.
Segundo
os responsáveis pela pesquisa, o índice de aprovação pessoal de Dilma é
o pior da série histórica dos levantamentos da CNT, que começaram em
julho de 1998, quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) tinha 8% de avaliação positiva.
“Na
avaliação da CNT, a conclusão final da pesquisa mostra uma elevação do
pessimismo do brasileiro em consequência da alta do custo de vida, do
aumento da inflação, do crescimento do desemprego e da forte percepção
sobre a corrupção e a incapacidade do governo em resolvê-la”, conclui a
pesquisa.
O levantamento ouviu 2.002 pessoas entre os dias 12 e 16
de julho, em 137 municípios de 25 Estados. A margem de erro da pesquisa
é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de
confiança é de 95%.
Preocupações com o futuro
A pesquisa ainda demonstrou que os brasileiros estão bastante pessimistas com o futuro.
Metade dos entrevistados (50%) teme perder o emprego, enquanto 69,9%
conhecem alguém que ficou desempregado nos últimos seis meses. Já para
84,6% a presidente não está sabendo lidar com a crise e 61,5% não veem o
ajuste fiscal como solução para a economia.
Falando na situação econômica, 75,9% acreditam que o custo de vida vai aumentar no País,
o que fez a redução de despesas se tornar uma prioridade para 86,9% dos
entrevistados. A pesquisa apontou ainda a expectativa de piora de
serviços essenciais, como saúde (47,5%) e segurança pública (46,2%). A
saúde deve ficar igual para 42,1%.
Dois em cada três enxergam culpa de Dilma na Lava Jato
Um total de 69,2% acredita na culpa de Dilma Rousseff quando o assunto é o escândalo da Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato. Outros 65% veem culpa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ainda em relação aos que acompanham ou já ouviram falar do tema, 40,4%
consideram que o maior culpado na operação Lava Jato é o governo,
seguido de partidos políticos (34,4%), diretores ou funcionários da
empresa (14,2%), construtoras (3,5%).
Os entrevistados que estão a
par da Lava Jato aprovam as prisões que estão sendo feitas (90,2%) e
apoiam as delações premiadas (52,8%). Todavia, 67,1% não acreditam que os envolvidos serão punidos. A descrença se mantém quando o assunto é a corrupção, tida como um dos principais problemas do País para 53,4%.
Nenhum comentário:
Postar um comentário