O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo suspendeu nesta
terça-feira (14) de manhã o depoimento do dono da construtora UTC,
Ricardo Pessoa. A audiência foi suspensa para aguardar autorização do
ministro Teori Zavascki, relator da ação da Operação Lava Jato no
Supremo Tribunal Federal (STF).
O depoimento do empreiteiro ao TRE
foi autorizado na quinta-feira (9) pelo ministro Celso de Mello, do
STF. Ricardo Pessoa seria ouvido na ação de investigação eleitoral
proposta pelo PSDB contra a coligação da presidenta Dilma Rousseff e do
vice-presidente Michel Temer, vencedora das eleições presidenciais de
2014.
A autorização para o depoimento foi solicitada pelo
vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar
Mendes. Ricardo Pessoa assinou acordo de delação premiada com o
Ministério Público Federal (MPF), órgão responsável pelas investigações
da Lava Jato.
Segundo o MPF, Pessoa é um dos líderes do cartel de
empreiteiras que pagava propina para fraudar licitações e obter
contratos superfaturados na Petrobras. Desde abril, ele cumpre prisão
domiciliar.
De acordo com reportagens divulgadas pela imprensa, o
empreiteiro citou 18 pessoas que receberam recursos de sua empresa. O
depoimento de Ricardo Pessoa foi autorizado em junho pelo ministro João
Otávio de Noronha, do TSE.
O empreiteiro chegou à sede do TRE
paulista por volta das 9h e deixou o prédio na Bela Vista, região
central da capital paulista, por volta das 11h50. O depoimento seria
acompanhado pelo juiz auxiliar do Tribunal Superior Eleitoral Nicolau
Lupianhes Neto, pelo procurador Luis Carlos dos Santos Gonçalves, que
representa a Procuradoria Geral da República, e por oito advogados, três
do PSDB, três do PT e dois do empresário.
De acordo com o
advogado do PSDB e da coligação Muda Brasil, José Eduardo Alckmin,
processo é assim mesmo. "O importante é que os atos sejam praticados de
acordo com a lei, de modo que se atinja o resultado que queremos. Haverá
o encaminhamento de um ofício para o relator e, tão logo seja possível,
certamente ele examinará".
Os advogados do PT saíram do prédio sem dar declarações. Segundo eles, o processo corre em segredo de Justiça.
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