segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Amazonas transfere presos de cadeia pública para presídio terceirizado

O grupo tinha sido remanejado para a cadeia pública ao longo da última semana.
A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM)  transferiu nesta segunda-feira (9) 20 presos da Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, em Manaus, para a Unidade Prisional de Itacoatiara (UPI), na região metropolitana da capital do estado.
O grupo tinha sido remanejado para a cadeia pública ao longo da última semana, com cerca de 260 detentos remanejados dos dois estabelecimentos prisionais em que pelos menos 60 presos foram mortos nos dois primeiros dias do ano: o Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e a Unidade Prisional do Puraquequara (UPP). Assim como o Compaj e a UPP, a unidade de Itacoatiara é administrada pela mesma empresa privada, a Umanizzare, à qual o governo estadual terceirizou a gestão prisional.
Na madrugada desse domingo (8), a cadeia pública também foi palco de mais uma chacina. Pelo menos quatro detentos foram assassinados. Das vítimas, três foram decapitadas e uma asfixiada.
Desativada desde o ano passado, por recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que apontou falta de estrutura apropriada, a unidade foi reativada às pressas para receber presos dos outros estabelecimentos prisionais. Em razão das condições do local, as visitas aos presos foram suspensas e o policiamento nas imediações reforçado.
Na sexta-feira (6), o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes, disse que os detentos deviam permanecer no local por cerca de três meses. No mesmo dia, poém, os detentos provocaram um tumulto, alegando falta de espaço e reivindicando melhores condições.
Integridade prisionalOntem, a Defensoria Pública da União (DPU) ajuizou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma reclamação com pedido liminar para que o governo estadual cumpra as decisões do próprio Supremo, garantindo os direitos dos presos, como a progressão das penas e aplicação do regime domiciliar quando houver falta de vagas em estabelecimentos adequados.
A reclamação requer o cumprimento de decisão liminar do STF na Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 347, que trata da correção de inconstitucionalidades no sistema prisional, e da autoridade da Súmula Vinculante 56, sobre o cumprimento da pena na falta de vagas adequadas para a progressão de regime. A súmula, aprovada pelo STF em 29 de junho passado, foi resultado de proposta apresentada pela DPU.
O defensor Público Federal João Thomas Luchsinger pediu que o STF determine aos juízes das varas de Execução Penal de Manaus que apliquem a imediata progressão de regime para homens e mulheres e impeçam a aplicação do regime fechado a pessoas condenadas aos regimes aberto e semiaberto, entre outras medidas.
Além dos assassinatos recentes, as mesmas condições e falta de segurança nas unidades que motivaram Luschsinger a recorrer ao STF, levaram o juiz plantonista Leoney Figlioulo Harraquian a ordenar a soltura de sete homens que estavam detidos em unidades prisionais de Manaus, por não pagarem pensão alimentícia.

EI explode principal fonte de gás na Síria

O grupo terrorista Estado Islâmico (EI, ex-Isis) explodiu e danificou o maior depósito de gás natural da Síria, localizado na região central do país.
Inicialmente a explosão foi anunciada pela agência de notícias dos jihadistas, a "Amaq", que publicou uma foto e um vídeo que mostravam alguns militantes do grupo na sede da Hayyan Gas Company, localizada na província de Homs, um pouco antes dos explosivos terem sido detonados na tarde do último domingo (8).
Segundo o site "Al-Masdar News", as imagens divulgadas pela "Amaq" realmente são de Hayyan. No entanto, ainda não é possível confirmar se o poço de gás natural, que antes de 2011 chegava a produzir cerca de 3 milhões de metros cúbicos de gás por dia, foi completamente destruído.
Por ser a principal fonte de gás do país, milhões de sírios sofrerão com a falta de um aquecimento adequado para os próximos meses de inverno. Negociações de paz - O presidente sírio, Bashar al-Assad, afirmou nesta segunda-feira, dia 9, que o seu governo está pronto para negociar com os rebeldes "sobre tudo", mas ressaltou que ainda não está claro quem representará a oposição nas discussões e que uma data para isso ainda não foi marcada.
As negociações de paz entre o governo sírio e os grupos rebeldes começarão no dia 23 de janeiro em Astana, no Cazaquistão, segundo o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu. A Turquia, ao lado da Rússia e do Irã, foi o principal negociador do acordo de cessar-fogo assinado pelos dois lados do conflito sírio que entrou em vigor em 30 de dezembro do ano passado.
No entanto, de acordo com a imprensa estatal síria SANA, Assad ainda não sabe se as negociações realmente terão início neste mês. O mandatário disse que "quando a data da conferência for marcada" a delegação do governo estará pronta para ir para Astana.
Segundo o presidente, "nós estamos prontos para negociar sobre tudo", mas afirmou que se os rebeldes quiserem abordar "o ponto de vista deles eles têm que discutir a constituição", que só pode ser mudada se for colocada sob um referendo e a população for favorável à mudança.
Além disso, o ditador sírio também perguntou quais seriam os representantes da oposição que estarão presentes nas negociações. "Quem estará lá para o outro lado? Nós não sabemos isso ainda. Será uma oposição realmente síria?". Sobre isso, Assad disse que "assuntos da Síria" devem ser tratados por grupos apenas de sírios.
No entanto, alguns dos principais grupos rebeldes sírios, que lutam sobre o lema "Free Syrian Army" ("Exército Livre da Síria", em tradução livre), congelaram todas as discussões sobre ir às negociações de Astana devido a violações do cessar-fogo que aconteceram em Wadi Barada, perto de Damasco.
Papa Francisco - O papa Francisco pediu nesta segunda, que a "comunidade internacional trabalhe com diligência para dar vida a uma negociação séria, que coloque para sempre a palavra fim no conflito na Síria".
De acordo com o Pontífice, os confrontos, que já duram mais de quatro anos, estão provocando "um verdadeiro desastre humanitário". "Cada uma das partes deve considerar prioritário o respeito ao direito humanitário internacional, garantindo a proteção dos civis e a necessária assistência humanitária à população", ressaltou Francisco que também desejou que "a trégua seja a esperança para todo o povo sírio". (ANSA)

domingo, 8 de janeiro de 2017

Atentados suicidas contra mercados em Bagdá deixam ao menos 18 mortos

Pelo menos 18 pessoas foram mortas neste domingo (8) em dois ataques suicidas em mercados da capital iraquiana Bagdá, enquanto o grupo extremista Estado Islâmico está na defensiva em Mossul, no Norte do país.
O primeiro ataque, reivindicado pelo Estado Islâmico, visou ao mercado de frutas e legumes de Jamila, localizado em Sadr City, um bairro habitado principalmente por muçulmanos xiitas, comunidade que é alvo frequente de ataques do grupo.
"Um soldado de guarda na entrada do mercado, abriu fogo contra um carro suspeito depois de ser alertado, mas o suicida detonou o veículo", explicou à Agência France Press (AFP) o porta-voz do Ministério do Interior, Saad Maan.
Doze pessoas foram mortas e 39 ficaram feridas no ataque, de acordo com um balanço fornecido à AFP por fontes médicas e um coronel da polícia. O soldado que fazia a guarda do mercado ficou ferido.
O ataque foi reivindicado em comunicado postado na internet pelo Estado Islâmico, que indicou que o suicida era um iraquiano.
Um hospital de Sadr City informou, em nota, que o corpo do homem-bomba foi levado para o necrotério e que uma carga que ele carregava explodiu quando um funcionário procurava documento de identidade em seu corpo.
Segundo o comunicado, a explosão não fez nenhuma vítima, mas uma foto enviada por um funcionário do hospital mostra que a força da explosão destruiu a porta do necrotério.
Um coronel da polícia confirmou que o corpo de uma pessoa retirada do local do ataque explodiu mais tarde no necrotério.
No mesmo dia, outro homem-bomba acionou dispositivo colocado em seu corpo, em um mercado no bairro de Baladiyat, no leste da capital, deixando pelo menos seis mortos e 16 feridos, segundo as autoridades. Este último ataque não foi reivindicado até o momento.
Após período de relativa calma, a capital do Iraque enfrenta um ressurgimento dos ataques do Estado Islâmico desde o lançamento, em 17 de outubro, da ofensiva para recuperar Mossul, a segunda maior cidade do país e o maior reduto do grupo extremista.
O último grande ataque foi cometido em 2 de janeiro em um bairro xiita da capital. No mesmo dia, o presidente francês François Hollande fazia visita a Bagdá. O ataque deixou 32 mortos e foi reivindicado pelo Estado Islâmico, que considera os xiitas, maioria no Iraque, como hereges.
O Estado Islâmico perdeu grande parte do território que havia conquistado em 2014 e defende sua fortaleza de Mossul, no Norte do Iraque.

Atirador de aeroporto da Flórida pode enfrentar a pena de morte

As autoridades dos Estados Unidos apresentaram acusações contra o veterano da guerra do Iraque que matou cinco pessoas e feriu outras seis pessoas no aeroporto de Fort Lauderdale, crimes que podem levá-lo à pena de morte.
O departamento de Justiça apresentou no sábado acusações contra Esteban Santiago, de 26 anos, pelo ataque a tiros na sexta-feira que forçou o fechamento desse aeroporto no estado da Flórida, um dos principais acessos de entrada aos Estados Unidos a partir da América Latina e do Caribe.
O detido será apresentado perante um tribunal na segunda-feira.
Santiago, que já havia apresentado sinais de "comportamento errático", chegou a Fort Lauderdale na mesma sexta-feira em um voo do Alasca, onde morava.
O ataque ocorreu na área de bagagens do Terminal 2. As autoridades disseram que Santiago carregou sua arma em um banheiro e, em seguida, abriu fogo contra aqueles que retiravam as suas malas.
Uma vez que as balas acabaram, Santiago se deitou no chão e se rendeu pacificamente quando a polícia se aproximou, segundo testemunhas.
A arma era uma pistola 9 mm semi-automática que ele havia declarado e guardado na mala despachada no porão do avião. Viajar com uma arma na mala não é ilegal nos Estados Unidos, porque o direito de portar armas é garantido pela Constituição.
O tiroteio fez com que milhares de viajantes fugissem para salvar as suas vidas e forçou o fechamento do aeroporto por 16 horas.
Santiago enfrenta acusações de crimes com arma de fogo e violência em um aeroporto, declarou o promotor especial Wilfredo Ferrer. Se condenado, pode enfrentar a pena de morte ou prisão perpétua.
"Santiago começou a atirar e apontava para as cabeças de suas vítimas, até que ficou sem munição", indicou Ferrer.
As autoridades estão investigando as razões para o ataque, sem excluir o "ângulo terrorista", de acordo com o FBI.
"Nós ainda estamos analisando todas as linhas de investigação e todas as razões para este terrível ataque", afirmou o agente do FBI George Piro.
"Nós ainda estamos examinando o ângulo terrorista como potencial motivação para o ataque", disse Piro.
"Conduta errática"
Ex-membro da Guarda Nacional em Porto Rico e Alasca, Santiago serviu no Iraque entre abril de 2010 e fevereiro de 2011. Ele terminou seus deveres militares em agosto.
Em 7 de novembro, Santiago foi ao escritório do FBI em Anchorage (Alasca), onde disse que o estavam forçando a lutar pelo grupo Estado Islâmico e que a CIA controlava sua mente, ao obrigá-lo a ver vídeos dessa organização extremista.
Este "comportamento errático" levou os agentes a entrar em contato com a polícia local, que o levou para um centro médico para um exame do estado mental, segundo Piro.
O chefe de polícia de Anchorage, Christopher Tolley, disse que Santiago foi ao escritório do FBI com uma arma carregada, mas que a deixou em seu carro com seu filho recém-nascido.
A polícia reteve a arma por razões de segurança, mas Santiago a recuperou em 8 de dezembro.
Tolley afirmou que não estava claro se era a mesma arma que usou no ataque fatal no aeroporto.
Uma tia do suspeito, Maria Luisa Ruiz, indicou ao site de notícias NorthJersey.com que Santiago, cujo filho nasceu em setembro, sofria de problemas mentais.
"Parece que um mês atrás, ele perdeu a cabeça", disse a tia. "Ele disse que viu coisas", acrescentou.
"Minha família e eu estamos em estado de choque", disse ela. "É triste, mas temos de enfrentar a situação", acrescentou.
As autoridades não identificaram as vítimas, mas segundo a imprensa local, pelo menos três tinham chegado a Fort Lauderdale para embarcar em navios de cruzeiro.
Entre eles Olga Woltering, uma avó de 84 anos nascida na Grã-Bretanha, que iria viajar em um cruzeiro com seu marido de 90 anos, declarou o jornal Sun Sentinel de Fort Lauderdale.
Também Terry Andres, de 62 anos, que sairia de férias com sua esposa de quase quatro décadas, Ann, de acordo com o Palm Beach Post.
Outras vítimas são Michael e Kari Oehme, um casal de 50 anos de idade. Ele foi morto, enquanto sua esposa foi ferida no ombro, indicou o jornal Miami Herald.

sábado, 7 de janeiro de 2017

Operador de Serra admite repasse da Odebrecht no exterior, diz jornal

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, volta a ser alvo de denúncias na operação Lava-Jato. O empresário e ex-deputado federal Ronaldo Cesar Coelho, tido como operador do tucano, admitiu que recebeu dinheiro da empreiteira Odebrecht relacionado à campanha de Serra para presidente em 2010.
As informações são de reportagem publicada na edição deste sábado do jornal “Folha de S. Paulo”. “Os repasses seriam ressarcimento a Coelho por ele ter adiantado o pagamento de despesas da campanha tucana”, afirma a reportagem. O criminalista Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, advogado de Coelho, afirmou que os recursos repassados pela Odebrecht foram incluídos na adesão do empresário ao programa de regularização de ativos no exterior. Em outubro, jornal havia informado que a Odebrecht, em negociação de delação premiada, teria apontado Coelho como um dos operadores que teriam recebido R$ 23 milhões em caixa dois para a campanha de Serra. Coelho teria acertado parte desse valor e recebido o dinheiro em uma conta na Suíça. Segundo Mariz, a adesão de Coelho ao projeto de repatriação envolveu tanto valores recebidos pela Odebrecht quanto dinheiro de investimentos do empresário. “A explicação de Coelho para os repasses da Odebrecht relativos à campanha de Serra de 2010 está alinhada a depoimentos de executivos da empreiteira de que as transferências não envolveram o pagamento de propina”, diz a reportagem, lembrando que a delação da empreiteira indica, contudo, crime de caixa dois. Em nota, a assessoria de Serra diz que ele não comenta supostos vazamentos de supostas delações” e “reitera que todas as suas campanhas eleitorais foram feitas nos termos da legislação vigente, com as finanças sob a responsabilidade do partido". Já a Odebrecht disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que "não se manifesta sobre o tema, mas reafirma seu compromisso de colaborar com a Justiça". (Valor)

Síria: 43 pessoas morrem em explosão de carro-bomba em mercado lotado

Na Síria, ao menos 43 pessoas morreram com a explosão de um carro-bomba em um mercado lotado na cidade de Azaz, na província de Alepo, próximo da fronteira com a Turquia. A explosão destruiu o mercado e atingiu ainda um prédio do governo. Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelo ataque.
Segundo o Observatório Sírio para Direitos Humanos, entre os mortos estão seis opositores.
Outros grupos de ativistas, inclusive o centro de imprensa de Azaz, informam 50 mortos. As buscas por feridos continuam e muitos corpos seguem sem identificação, em função da força da explosão. Imagens divulgadas na internet mostram uma extensa fumaça preta sobre os destroços do mercado e sons de tiros ao fundo.
Muitos rebeldes e civis que saíram de Alepo, durante a ofensiva do governo no ano passado, ficaram em Azaz. Ao oeste da cidade, as forças curdas da Síria têm o controle de uma faixa de terra e tentam frequentemente avançar para a cidade, causando confrontos com tropas turcas e aliados. Já ao leste, opositores lutam contra os extremistas do Estado Islâmico, ganhando território e avançando. Fonte: Dow Jones Newswires

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Detentos de cadeia reativada em Manaus realizam tumulto

Detentos da Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, em Manaus, realizam um motim no início da tarde desta sexta-feira. A polícia está em negociação com os presos, e não há registro de reféns. O motivo da rebelião é a divisão das celas: como há superlotação do presídio, os presos querem que as celas sejam melhores divididas entre eles e pedem a liberação de outras alas (chamadas de "raios"). Segundo informações preliminares do Coronel Fancluides Ribeiro, da Polícia Militar, neste momento o Comando de Policiamento Especializado (CPE) está em negociação com os detentos. — Eles estão negociando os raios, mas não há reféns. Querem as divisões dos integrantes, que atualmente ocupam as raias A e B — finalizou o coronel. A Cadeia Pública estava desativada deste ouutubro de 2016, mas foi reaberta após o massacra no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) para receber os presos facção paulista que estavam na unidade. A assessoria de imprensa da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) confirmou que houve uma "movimentação dentro da cela", mas também não deu mais detalhes. Por volta das 15h um ônibus Batalhão de Choque da Polícia Militar chegou ao local com cerca de 20 policiais. Ainda não há informações de transferência de detentos.

Trump anuncia esforço urgente para conter ciberataques

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (6) um esforço urgente para conter os ataques cibernéticos ao país, após uma reunião com a cúpula da Inteligência americana.
Trump também rejeitou - mais uma vez - que a pirataria e a divulgação de e-mails de lideranças políticas tenham tido algum efeito no resultado da eleição de 8 de novembro passado. Nessa mesma linha, descartou o envolvimento russo.
Já os representantes da Inteligência presentes no encontro advertiram que Moscou tentará influir no processo eleitoral de outros países.
"Ainda que Rússia, China, outros países, grupos e pessoas tentem, continuamente, invadir a estrutura cibernética das nossas instituições governamentais, empresas e organizações, incluindo o Comitê Nacional Democrata, não houve - absolutamente - qualquer efeito no resultado da eleição, incluindo o fato de que não ocorreu fraude nas máquinas de votação", afirmou o republicano.
Trump divulgou a nota ao fim de uma reunião com os chefes de várias agências de Inteligência, os quais lhe apresentaram detalhes sobre a suposta ingerência da Rússia no processo eleitoral, com a pirataria e a divulgação dos e-mails das lideranças democratas.
"Houve tentativas de piratear o Comitê Nacional do Partido Republicano, mas o RNC (sigla em inglês) tinha fortes defesas cibernéticas e a invasão não teve sucesso", declarou Trump.
Na nota, o presidente eleito disse que houve uma "reunião construtiva" com a cúpula de Inteligência e garantiu ter um "respeito enorme pelo trabalho e pelos serviços oferecidos por essa comunidade à nossa grande nação".
Trump antecipou que montará uma equipe que deverá apresentar em 90 dias um plano para enfrentar as ameaças cibernéticas por parte de governos, ou de grupos estrangeiros.
"Os métodos, ferramentas e táticas que usamos para manter os Estados Unidos protegidos não devem ser alvo de uma discussão pública que beneficiará os que querem nos prejudicar", acrescentou.
Participaram do encontro o diretor de Inteligência Nacional, James Clapper; o chefe da Agência de Segurança Nacional (NSA), Mike Rogers; o diretor do FBI (a Polícia Federal), James Comey; e o diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), John Brennan.
'Caça às bruxas'
A reunião aconteceu em um momento de alta tensão entre a comunidade de Inteligência e o futuro presidente, que questionou os relatórios de que Moscou inclinou as eleições a seu favor.
De acordo com Trump, a polêmica sobre a interferência russa nas eleições americanas não passa de uma "caça às bruxas", porque ignora a capacidade de outros atores - como a China - e tem motivações políticas.
"Há relativamente pouco tempo, a China pirateou os nomes de 20 milhões de funcionários do governo", invadindo servidores do Escritório de Administração de Pessoal em 2014 e 2015, lembrou o presidente eleito em entrevista ao New York Times.
"Como é que agora ninguém sequer fala disso? É uma caça às bruxas política", comentou.
Em uma aparente referência aos derrotados nas urnas em novembro, Trump disse ao jornal que "estão muito envergonhados".
"De certa forma, é uma caça às bruxas. Se concentram apenas nisso", alfinetou.
O republicano ressaltou, porém, que não quer "que haja países pirateando o nosso país. Piratearam a Casa Branca. Piratearam o Congresso. Somos a capital mundial da ciberpirataria".
'Muita confiança'
Na quinta-feira (5), perante o Comitê de Serviços Armados do Senado, Clapper disse ter "muita" confiança nas provas coletadas.
"Os russos têm uma longa história de interferência nas eleições, nas suas e nas de outros povos, mas nunca havíamos encontrado uma campanha tão direta para interferir com o processo eleitoral como vimos neste caso", acrescentou.
"Tratou-se de uma campanha multifacetada", na qual os ciberataques foram "apenas uma parte, já que também incluía propaganda clássica, desinformação e notícias falsas", completou Clapper.
Em testemunho apresentado por escrito, Clapper e Rogers, assim como o subsecretário de Defesa para Assuntos de Inteligência, Marcel Lettre, afirmaram que "apenas os mais altos dirigentes russos poderiam ter autorizado" essa operação, durante a qual os hackers roubaram arquivos e e-mails do Partido Democrata.
Estes arquivos foram publicados pelo WikiLeaks, prejudicando a imagem do partido e minando os esforços de campanha de Hillary Clinton.
"A Rússia assumiu claramente uma postura mais agressiva, ao aumentar as operações de ciberespionagem, vazaram os dados roubados nessas operações e atacaram sistemas críticos de infraestrutura", completou Clapper.
Dúvidas de Trump
Trump, que prometeu uma aproximação com o governo do presidente Vladimir Putin depois de sua posse, rejeitou repetidamente essas afirmações.
No Twitter, o magnata republicano zombou dos erros anteriores de Inteligência da CIA, do FBI e de outras agências, e desafiou seus chefes a provar que os ciberataques e os vazamentos são provenientes do governo de Putin.
Na noite de ontem, Trump voltou a perguntar "como e por que eles estão tão certos sobre o ciberataque", afirmando que o Comitê Nacional Democrata impediu o FBI de ter acesso aos seus servidores.
O site BuzzFeed News afirmou que, de fato, o FBI nunca pediu para examiná-los.
Um funcionário familiarizado com o relatório confirmou à rede CNN que os intermediários que entregaram os e-mails roubados pela Rússia ao WikiLeaks foram identificados.
Além disso, as agências de Inteligência americanas interceptaram comunicações de funcionários russos de alto escalão que diziam ter celebrado a vitória de Trump como uma vitória para Moscou, segundo o jornal The Washington Post.
Uma versão "desclassificada" do relatório apresentado ao presidente - com detalhes sensíveis apagados - será publicada na próxima semana.
"Acredito que o público deva saber tudo o que for possível", defendeu Clapper.

Indústria automotiva do México na mira de Trump

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, busca embarreirar os projetos da Toyota e de fabricantes americanas no México, que se transformou em um polo de fabricação de veículos.
O México é o quarto exportador de veículos rápidos no mundo e o sétimo produtor mundial de automotores, segundo dados da industria.
Este setor, que gera 52 bilhões de dólares por ano no México, representa mais de 875.000 empregos diretos em todo o país, segundo o Ministério da Economia.
Mas o magnata Trump quer recuperar esses empregos em seu país.
Na quinta-feira, o presidente eleito ameaçou a japonesa Toyota com altas tarifas alfandegárias se insistisse em construir no México -e nos Estados Unidos- uma fábrica de automóveis para o mercado americano.
Na terça-feira, fez uma ameaça similar à General Motors, enquanto a Ford anunciou o surpreendente cancelamento de uma nova fábrica no México pelo valor de 1,6 bilhão de dólares, que havia sido criticada por Trump durante sua campanha.
- Acordos de livre comércio -
O principal atrativo do México para os investidores estrangeiros são os encargos trabalhistas relativamente baixos, sua proximidade com o mercado dos Estados Unidos e os tratados de livre-comércio que tem com 46 países.
O principal acordo do México é o Nafta, em vigor com os Estados Unidos e o Canadá desde 1994.
Trump, entretanto, quer renegociá-lo e ameaça romper o tratado caso não consiga melhores condições para o seu país.
- Máquina exportadora -
O México não tem suas próprias marcas, mas 80% dos veículos estrangeiros que se produzem em seu território está destinado à exportação.
Embora os principais destinos sejam os Estados Unidos (72,2%) e o Canadá (10,5%), o país exporta, no total, para 100 lugares de todo o mundo.
Nos primeiros 11 meses de 2016, a General Motors liderou as exportações do México com 495.790 unidades, seguido da Nissan (464.877), da Fiat Chrysler America (404.160) e da Ford (351.691), segundo a Associação Mexicana da Indústria Automotriz.
A Toyota se encontra em nono lugar, com 124.439 automóveis exportados no mesmo período.

Oposição venezuelana inicia nova ofensiva contra Maduro no Parlamento

A oposição venezuelana iniciou nessa quinta-feira (5) seu segundo ano à frente do Parlamento com renovação de sua cúpula e uma nova ofensiva contra o presidente Nicolás Maduro.  Maduro já se adiantou, reestruturando seu gabinete em um ano crucial na crise do país. A informação é da Agência France Press (AFP).
Com a transmissão pela TV da sessão interrompida abruptamente pela reapresentação de um ato de Maduro na quarta-feira (4), Julio Borges, um advogado de 47 anos, prestou juramento em substituição a Henry Ramos Allup como presidente do Legislativo, controlado pela oposição.
"Hoje, esta Assembleia se instaura em meio às maiores dificuldades. Vivemos um momento injusto e vergonhoso", disse Borges, ex-líder da bancada opositora e fundador do Primeiro Justiça, partido do ex-candidato à presidência, Henrique Capriles.
Apesar das disputas internas, a Mesa da Unidade Democrática (MUD) traçará um passo a passo na sessão parlamentar que começou ao meio-dia, após o fracasso de seu plano de tirar Maduro do poder com um referendo revogatório em 2016.
O presidente se prepara para a nova etapa do confronto. Na quarta-feira, ele reorganizou o gabinete, nomeando o advogado Tareck El Aissimi, de 42 anos, e que se define como "radicalmente chavista", à vice-presidência no lugar de Aristóbulo Istúriz, uma figura-chave porque seria o substituto caso seu mandato seja revogado em um referendo este ano.
Opositores temiam que as autoridades boicotassem a sessão, argumentando que a Justiça venezuelana - acusada de governista - declarou o Legislativo em desacato e considera nulas suas decisões. Mas deputados chavistas participaram da sessão.
"Um ano se passou um ano e o presidente Maduro continua aqui", comemorou o líder da bancada governista, Héctor Rodríguez.
Promessas socialistas
A oposição deve esclarecer se continuará impulsionando o referendo, depois de o processo ter sido suspenso em outubro passado pelo poder eleitoral, mesmo se não representar mais uma saída do chavismo do poder.
Segundo a lei, se Maduro tivesse perdido um referendo em 2016, eleições presidenciais deveriam ter sido convocadas, mas depois de 10 de janeiro - quando ele completa quatro anos de mandato -, só seria substituído por seu vice-presidente.

A MUD anunciou que vai tentar motivar a pressão social, mas ainda não conseguiu capitalizar o descontentamento com a crise, que levou 78,5% dos venezuelanos, cansados da altíssima inflação e da falta de comida e remédios, a reprovar a gestão de Maduro, segundo a Datanálisis.
Afirmando que este ano será o da "recuperação e expansão da revolução", Maduro mudou a equipe econômica e pediu a El Aissimi que se encarregue da segurança do país e para "lutar contra os terroristas da extrema direita", como chama alguns opositores.
"É o socialismo a via para a salvação da pátria, não o capitalismo, não a burguesia, não esta direita terrorista e criminosa", disse El Aissami, governador do estado de Aragua (centro), ao assumir o cargo.
Para Julio Borges, o que o país precisa é uma mudança radical. "Maduro fez 98 mudanças de ministérios e aí estão os resultados: inflação, escassez, insegurança. É a mesma equipe fracassada", assegurou.
Desafios da oposição
Após avançar nas legislativas de 2015, o apoio à MUD diminuiu, segundo Keller e Associados, de 45% para 38% nos últimos dois meses, devido a erros de estratégia, desconexão social e por iniciar um diálogo com o governo, rejeitado pela metade de seus 30 partidos e muitos seguidores.
"A oposição é desafiada a fazer três coisas: reestruturar sua organização, redefinir sua estratégia e apresentar aos venezuelanos um horizonte claro de solução", disse Jesús Torrealba, secretário executivo da MUD.
Para a oposição, a grave crise venezuelana exige uma mudança de governo, razão pela qual pretendia conseguir, na mesa de diálogo, a reativação do referendo ou uma antecipação das presidenciais de 2018. Mas o chavismo descartou negociar esses temas e, com isso, a oposição congelou o processo e planeja não participar, em 13 de janeiro, da terceira rodada de diálogo, que começou em 30 de outubro, sob a intermediação do Vaticano.

"Borges comprometeu sua palavra comigo em participar do diálogo. Ele mandou dizer: o velhinho louco vai embora. Eu, sim, vou dialogar", afirmou Maduro, desmentido, até o momento, pelo agora chefe legislativo.
Ramos Allup, de 73 anos, manteve em sua gestão um duro enfrentamento com o governo e, nesta semana refutou a volta da MUD ao diálogo, apesar da libertação, desde outubro, de 17 opositores. Segundo a MUD, ainda há uma centena de presos.
"Os desafios da oposição são gigantescos", disse à AFP o analista Luis Vicente León, para quem a MUD deve entender que "sem unidade" e conexão social, nada vai mudar.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Maduro nomeia novo vice e troca mais de 10 ministérios

Medida já pode ter a ver com um provável referendo contra ele.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, nomeou no fim da noite desta quarta-feira (4) o ex-ministro do Interior do governo Hugo Chávez, Tareck El Aissami, para ser seu novo vice.
Foto: Getty Images
Com isso, caso o mandatário seja afastado do posto pelo referendo revogatório, há meses desejado pela oposição, o governador do estado de Aragua, de 42 anos, assumirá a Presidência venezuelana.
"Designei como vice-presidente executivo da República Bolivariana da Venezuela Tareck El Aissami para que assuma em 2017-2018", disse Maduro em pronunciamento à TV, ressaltando a "juventude, a experiência, a coragem e o empenho do companheiro" à frente do governo.
O novo vice substituirá Aristóbulo Isturiz, que estava no cargo desde janeiro de 2016 e que agora assumirá o Ministério de Comunas e Movimentos Sociais, e terá como meta "de concentrar-se sobre a segurança, para melhorar a polícia e desmantelar a rede de terroristas de direita".
El Aissami é um advogado e criminalista formado pela Universidade dos Andes e já atuou como deputado e vice-ministro de Seguridade Cidadã. Ele ainda foi vice-presidente da Comissão Permanente para a Família, Mulher e Juventude, tendo papel crucial no desenvolvimento da Lei sobre a Violência contra as Mulheres.
Maduro ainda ressaltou que estava "na hora" de uma "renovação necessária no Gabinete" e que, por isso, mudou a estrutura e cargos em mais de 10 Ministérios. Um dos mais afetados foram os vários departamentos ligados à Economia, que se tornará uma pasta única, como Ministério de Economia e Finanças, e será tutelado pelo atual deputado Ramón Lobo.
Já Nelson Martínez assumirá como ministro do Petróleo e Minas, enquanto Elugio del Pino assumirá a presidência da PDVSA, a estatal petrolífera venezuelana.
Francisco Torrealba assumirá o Ministério do Trabalho enquanto Antonieta Caporalle assumirá a Saúde e Érika Farias responderá pela pasta de Agricultura e Terras. Para a pasta de Obras Públicas, o presidente nomeou César Alberto Salazar, enquanto que o Ecossocialismo e Águas estará sob o comando de Ramón Velásquez Araguayán e o Transporte para Ricardo Molina.
Para a Cultura, Maduro nomeou Adán Chávez, para a Educação o titular da pasta será Elías Jaua e para a Educação Universitária, Ciência e Tecnologia quem assume é Hugbel Roa.

Maduro diz que parlamento venezuelano está à beira da auto-dissolução

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, insistiu que o Parlamento venezuelano, onde a oposição detém a maioria, está à beira da auto-dissolução; "Pelo caminho que vai o Parlamento, está rumo à auto-dissolução e à convocatória de novas eleições para a Assembleia Nacional", disse;  representantes da aliança opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) assinaram documento comprometendo-se a acatar as decisões do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que declarou recentemente que o Parlamento estava "em desobediência".O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, insistiu nessa quarta-feira (4) que o Parlamento venezuelano, onde a oposição detém a maioria, está à beira da auto-dissolução.
"Pelo caminho que vai o Parlamento, está rumo à auto-dissolução e à convocatória de novas eleições para a Assembleia Nacional", disse.
Maduro falou em Caracas, durante cerimônia de posse de novos ministros, no Quartel da Montanha, transmitida em cadeia obrigatória de rádio e televisão.
O presidente explicou que, no âmbito do processo de diálogo entre o governo e a oposição, representantes da aliança opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) assinaram documento comprometendo-se a acatar as decisões do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que declarou recentemente que o Parlamento estava "em desobediência".
Nicolás Maduro disse ainda que Júlio Borges, do partido opositor Primeiro Justiça, que nesta quinta-feira assume o cargo de presidente do Parlamento, se comprometeu a acatar as decisões do STJ e a participar das iniciativas de diálogo social, econômico e político que o seu governo prepara.
"Espero que cumpra com a sua palavra", declarou o presidente, acrescentando que não confia em todos os representantes da MUD.
Em 27 de dezembro passado, a Organização de Estados Americanos (OEA) apelou ao governo da Venezuela para que respeite a nova direção do Parlamento.
"Qualquer interferência na eleição das autoridades da Assembleia Nacional, por parte do Poder Executivo ou do Poder Judiciário, implica desconhecimento absoluto dos princípios essenciais da democracia, que são a separação e independência de poderes", defende a OEA em comunicado.
A posição da OEA surgiu quando o Parlamento venezuelano se preparava para mudar a presidência rotativa, que deve passar hoje (5) de Ramos Allup, do partido Ação Democrática, para Júlio Borges, do partido Primeiro Justiça.
Segundo a organização, uma possível interferência no funcionamento do Parlamento, onde a oposição detém a maioria, representaria também "deixar de lado a legitimidade que o povo da Venezuela deu à Assembleia Nacional e dar mais um passo na consolidação de um regime autoritário".
A oposição venezuelana tem denunciado que o governo pretende levantar a imunidade parlamentar dos deputados da oposição e usar o Poder Judiciário para impor um presidente afeto ao regime. Além disso, analisa a possibilidade de dissolver o órgão de soberania.
Em 18 de dezembro último, o presidente Nicolás Maduro pediu aos seus apoiadores, durante manifestação em Caracas, que empreendessem ações contra o Parlamento, que definiu como "nefasto e inepto", prevendo que ele teria pouco tempo de existência.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Netanyahu apela por perdão a soldado israelense

Primeiro-ministro de Israel pede que condenação de soldado por homicídio de palestino seja revertida, após julgamento que dividiu Israel. "É um dia difícil e doloroso para todos nós", afirma.O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, apelou nesta quarta-feira (04/01) para que um soldado israelense condenado pela morte de um palestino seja perdoado.
Elor Azaria, que matou com um tiro na cabeça um agressor palestino que estava ferido e imobilizado no chão em março do ano passado, pode pegar até 20 anos de prisão.
"É um dia difícil e doloroso para todos nós, acima de tudo para Elor e sua família, as forças armadas israelenses e os seus pais, e para mim, inclusive", escreveu Netanyahu em sua página no Facebook. O primeiro-ministro também ligou para os pais do soldado antes do veredicto para demonstrar apoio.
Dezenas de manifestantes entraram em atrito com a polícia nas proximidades do quartel-general onde o veredicto foi anunciado, em Tel Aviv, entre gritos contra os árabes e contra a esquerda israelense, que apoiou a condenação do militar. Os juízes concluíram que não havia motivo para o soldado matar o palestino, que não representava qualquer ameaça.
Vídeos na internet mostram o palestino Abdul Fatah al-Sharif, de 21 anos, deitado no chão após ferir levemente, com uma faca, um soldado em Hebron, na Cisjordânia. Sem qualquer provocação aparente, Azaria se aproxima e dispara contra a cabeça de Sharif.
Divisão
Além de Netanyahu, políticos de direita e juristas também pediram por clemência depois do resultado do julgamento que dividiu Israel. O ministro da Defesa israelense, Avigdor Lieberman, ressaltou que as forças armadas "devem se manter afastadas do debate político". Ele disse que não concorda com a decisão dos juízes, mas pediu que fosse respeitada.
O presidente de Israel, Reuven Rivlin, que pode oferecer perdão a Azaria, esclareceu num comunicado divulgado nesta quarta-feira que o pedido deve ser apresentado pelo próprio requerente, um advogado ou um parente próximo.
O episódio ocorreu em meio a uma onda de ataques por parte de palestinos, deflagrada em outubro de 2015. As forças israelenses são acusadas de empregar uso excessivo da força em diversas ocasiões, apesar de as autoridades afirmarem que os militares agem adequadamente para proteger os civis e a si próprios.

Soldado israelense que matou palestino é condenado por homicídio

Tribunal conclui que vítima, que foi morta com um tiro na cabeça quando estava ferida e imobilizada no chão, não representava qualquer ameaça aos soldados israelenses. Veredicto gera protestos.Um soldado israelense que matou com um tiro na cabeça um agressor palestino que estava ferido e imobilizado no chão foi condenado por homicídio nesta quarta-feira (04/01), num julgamento que dividiu o país. Os juízes do tribunal consideraram que a vítima não representava qualquer ameaça.
O soldado Elor Azaria, que estava sendo julgado desde maio do ano passado, foi defendido por políticos de direita, apesar de os altos escalões militares do país condenarem suas ações. A pena que ele deverá cumprir ainda será decidida. Ele poderá receber até 20 anos de prisão.
Dezenas de manifestantes entraram em atrito com a polícia nas proximidades do quartel-general onde o veredicto foi anunciado, em Tel Aviv, entre gritos contra os árabes e contra a esquerda israelense, que apoiou a condenação do militar. Após a leitura do veredicto, uma familiar do condenado foi expulsa da sala após gritar contra os juízes e afirmar que a sentença era "uma vergonha".
A controvérsia em torno do caso aumentou após a aparição de vídeos na internet que mostram o palestino Abdul Fatah al-Sharif, de 21 anos, deitado no chão após ferir levemente, com uma faca, um soldado. Sem qualquer provocação aparente, Azaria se aproxima e dispara contra a cabeça de Sharif.
Seus advogados afirmam que o soldado teria pensado que a vítima carregava explosivos, mas outros envolvidos no caso dizem que o palestino já havia sido revistado. Nenhuma das pessoas que aparece no vídeo aparenta agir com cautela antes de Sharif ser alvejado.
A presidente do tribunal militar, Maya Heller, afirmou que não havia motivos para que Azaria atirasse, já que a vítima não representava qualquer ameaça. Ela criticou o testemunho "evasivo" dado pelo réu, que tinha 19 anos na época do episódio, ocorrido em 24 de março de 2016 em Hebron, na Cisjordânia ocupada. Azaria permaneceu calmo durante e depois da leitura da sentença, que foi inusualmente longa e que os integrantes do tribunal aprovaram por unanimidade.
O episódio desencadeou um debate em todo o país, com muitos políticos de direita saindo em defesa do soldado. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chegou a telefonar aos pais de Azaria para expressar seu apoio.
Antes de se tornar Ministro da Defesa de Israel, Avigdor Lieberman demonstrou apoio a Azaria, comparecendo a algumas das audiências do julgamento. Desde que assumiu o cargo, ele procurou se manter afastado do caso. Após o veredicto, Lieberman disse que não concorda com a decisão dos juízes, mas pediu que fosse respeitada.
O episódio ocorreu em meio a uma onda de ataques por parte de palestinos, deflagrada em outubro de 2015. As forças israelenses são acusadas empregar uso excessivo da força em diversas ocasiões, apesar de as autoridades afirmarem que os militares agem adequadamente para proteger os civis e a si próprios. Nos últimos meses, porém, os atos de violência diminuíram.

Equador proibe contratos públicos com a Odebrecht

O procurador geral do Equador, Galo Chiriboga, informou nesta terça-feira (3) que a Justiça proibiu o Estado de contratar a Odebrecht enquanto realiza uma investigação por supostos subornos pagos pela empreiteira brasileira no país. A suspeita é de US$ 33,5 milhões em subornos a funcionários equatorianos.
"Durante a investigação de contratos da Odebrecht no Equador, as instituições estatais não poderão, temporariamente, contratar essa empresa", escreveu Chiriboga em sua conta no Twitter.
Em 2008, o atual presidente, Rafael Correa, expulsou a Odebrecht do país sob a alegação de que houve irregularidades da usina hidrelétrica de San Francisco, financiada com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Uma das principais obras feitas pela empreiteira foi a construção do metrô da capital, Quito.
América Latina
O Equador é o terceiro país da América Latina que recentemente vetou a participação da empreiteira em obras públicas do país. Nos últimos dias de dezembro, o Peru e o Panamá decidiram adotar medidas semelhantes.
No Panamá, o grupo Odebrecht é acusado de pagar US$ 59 milhões em subornos no Brasil para obter contratos. O governo do Panamá prometeu processar e punir integrantes do governo que receberam subornos.
O governo também anunciou, mês passado, que a empreiteira não poderá participar de futuras licitações no país. Álvaro Alemán diz em comunicado que o governo panamenho decidiu "adotar as ações necessárias para proibir que o Grupo Odebrecht obtenha qualquer contrato em futuros processos de licitação pública".
No Peru, a construtora reconheceu o repasse de propinas no valor de US$ 29 milhões a funcionários do país entre 2005 e 2014. A admissão faz parte de acordo judicial com autoridades dos Estados Unidos.
Além desses três, pelo menos mais quatro países da América Latina - Argentina, Venezuela, Colômbia e México - anunciaram, no fim de dezembro, que vão investigar o suposto pagamento de propina de executivos da empreiteira brasileira, investigada na Operação Lava Jato, em troca de vantagens em contratos públicos.
As medidas foram tomadas em reação à divulgação de documentos nos quais o Departamento do Estado dos Estados Unidos confirmou que a Odebrecht pagou mais de US$ 1 bilhão, cerca de R$ 3,3 bilhões, em propina a funcionários de governos em 12 países.
Odebrecht 
Ao assinar o acordo de leniência com autoridades dos Estados Unidos, Brasil e Suíça, a Odebrecht divulgou nota à imprensa na qual pede desculpas e diz que "se arrepende profundamente da sua participação nas condutas que levaram a este acordo e pede desculpas por violar os seus próprios princípios de honestidade e ética.”
No comunicado, a Odebrecht diz que "permanecerá cooperando com as autoridades e adotará as medidas adequadas e necessárias para continuamente aprimorar seu compromisso com práticas empresariais éticas e de promoção da transparência em todas as suas ações."

Republicanos desistem de esvaziar órgão de ética que investiga Congresso

O Congresso norte-americano, dominado pelo Partido Republicano, teve de voltar atrás e desistir da proposta, aprovada anteriormente pelos representantes do partido, de esvaziar o órgão independente destinado a investigar desvios éticos de deputados e senadores.
A desistência frustrou a expectativa dos congressistas republicanos e obrigou o partido a cancelar uma agenda de medidas históricas previstas por deputados e senadores eleitos recentemente. A nova legislatura começou em 3 de janeiro de 2017 e só vai terminar em 3 de janeiro de 2019. O plano dos congressistas era aprovar as medidas anunciadas pelo presidente eleito Donald Trump durante a campanha e eliminar uma série de realizações do presidente Barack Obama, eleito pelo Partido Democrata, inclusive o seu programa de assistência à saúde denominado Obamacare.
O órgão de ética foi criado em 2008, após vários escândalos de corrupção no Congresso norte-americano denunciados pela imprensa. Muitos congressistas queriam esvaziar ou acabar com o órgão de ética, alegando que a repartição trabalhava muito rápido para condenar parlamentares em vez de investigar a fundo as acusações.
Na noite de segunda-feira (2), em uma sessão pré-inaugural, os membros do Partido Republicano votaram para reestruturar o órgão de ética do Congresso, retirando sua independência e colocando a repartição sob o comando de um comitê do Congresso.
Ao saber da decisão, o presidente eleito Donald Trump postou ontem uma mensagem no Twitter dizendo que o momento da mudança no órgão de ética era inadequado. Ele chamou a atenção dos congressistas, afirmando que essa jamais deveria ser prioridade para um Congresso recém-eleito. "Concentrem-se na reforma tributária, na saúde e em tantas outras outras coisas de maior importância!", disse Trump no Twitter.
A postagem do presidente eleito provocou uma reunião urgente dos líderes republicanos. Ao final do encontro, a porta-voz da presidência da Câmara dos Representantes, AshLee Strong, anunciou que os líderes republicanos tinham desistido das mudanças no órgão independente de ética.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Jovem é encontrado morto um dia após assassinar a namorada em SP

Eveson e Brenda brigaram após no Réveillon e ele esfaqueou a namorada. Um dia depois, pastores levaram jovem morto ao hospital e acabaram presos.
Everson Lopes, 21 anos, suspeito de matar a namorada durante uma briga no Réveillon, foi morto nesta segunda-feira (2), em Praia Grande, litoral de São Paulo. De acordo com o portal G1, um casal de pastores deu entrada em um hospital da cidade dizendo que estava tentando ajudar a vítima. O casal foi preso.
A Polícia Civil informou que Everson e a namorada, Brena Santos Pereira, 20, tiveram uma briga após a queima de fogos na virada do ano. Durante a discussão, ele esfaqueou Brenda.
Logo após o crime, o jovem foi para a casa do padrasto, com a roupa suja de sangue, e confessou que matou a namorada. 
Everson matou a namorada, Brenda, a facadas e foi encontrado morto no dia seguinte
(Foto: Reprodução)
“O padrasto foi até a casa e a encontrou morta. Ela estava em um colchão com duas facadas no pescoço e morta”, conta o delegado Alexandre Comin, responsável pelo caso. Após confessar o crime para o padrasto, Everson fugiu.
Morto no dia seguinte
O rapaz só foi visto novamente quando o casal de pastores evangélicos deu entrada no hospital com o corpo dele. Ao médico, eles contaram que encontraram Everson pedindo socorro e resolveram ajudá-lo após ele ficar desacordado.
O médico, porém, desconfiou da história e percebeu que o corpo de Everson apresentava marcas de violência. O corpo da vítima apresentava também sinais de enforcamento e punhaladas.
“Ele (médico) pediu para chamar a polícia porque viu que eles estavam mentindo. O médico não só constatou que o rapaz estava morto como afirmou que não era possível ele estar de pé conversando há 15 minutos porque o corpo já estava em estado de rigidez e muito gelado. Ele estava morto há, pelo menos, quatro horas”, esclarece o delegado.
O casal foi preso suspeito de falso testemunho e ocultação de cadáver. A polícia acredita que Everson tenha sido vítima de linchamento pela população ou por uma facção criminosa e que o casal queria acobertar os verdadeiros responsáveis pelo crime. 

Fronteira Brasil-Venezuela é reaberta parcialmente

A fronteira entre Brasil e Venezuela, que está fechada por determinação do presidente Nicolas Maduro desde 13 de dezembro, foi parcialmente reaberta na volta do feriado de Ano-Novo. Os setores de importação e exportação já estão reativados e o posto de combustível internacional de Santa Elena de Uiaren, na Venezuela, também foi reaberto hoje (03) logo cedo.
O fechamento do posto internacional gerou forte reação nas redes sociais, pois é o único que abastece Pacaraima, principal cidade brasileira que faz fronteira com a Venezuela. Sem gasolina, o comércio e o trânsito de Pacaraima ficaram praticamente paralisados. Agentes policiais brasileiros que trabalham na região ameaçaram fechar a fronteira do lado brasileiro como retaliação para acessar o posto.
Segundo Verónica Caro, secretária extraordinária de Relações Internacionais do governo de Roraima, que tem mantido contato permanente com as autoridades venezuelanas, há expectativa de que o presidente Venezuelano, Nicolas Maduro, se manifeste ainda hoje ou até amanhã (04) sobre a possibilidade de reabertura da fronteira. “70% da fronteira já está aberta. Mas, a abertura total só depende de anúncio do presidente. Temos que aguardar”, afirmou Verónica.
Maduro decidiu fechar a fronteira entre Venezuela e Brasil em 13 de dezembro. Segundo o decreto, o fechamento, inicialmente previsto para durar 72 horas, foi necessário para combater o contrabando de cédulas nacionais por máfias dos dois países. Desde então, o trânsito está livre apenas para pedestres e veículos que transportam alimentos.
Uma venezuelana que trabalha em um banco na cidade de Santa Elena de Uairen e não quer se identificar disse à Agência Brasil que muitos comerciantes tem pago propina para militares venezuelanos para conseguir atravessar de carro ou moto. “Os brasileiros estão revoltados porque autoridades da Venezuela, como policiais, por exemplo, vão de carro e de moto. E os brasileiros só podem passar andando. Mas, se pagar, passam de carro”, relata.
 Alguns brasileiros, turistas ou trabalhadores, que estavam com seus veículos na Venezuela enfrentaram problemas para voltar ao Brasil. Segundo Verónica Caro, mais de 200 brasileiros receberam algum tipo de assistência da secretaria para conseguir entrar na Venezuela ou voltar para o Brasil. Para trazer os veículos de volta, os brasileiros tiveram que solicitar autorização junto ao Comando do Exército – Fuerte Roraima. No momento, não há nenhum brasileiro ou veículo aguardando liberação para atravessar a fronteira.
Imigrantes
A decisão do fechamento da fronteira acabou reduzindo o fluxo de imigrantes venezuelanos que tem entrado no Brasil para fugir da crise político-econômica da Venezuela. Nos últimos dois anos, cerca de 30 mil venezuelanos se mudaram para o estado de Roraima. Só em Boa Vista estima-se que vivam de 5 mil a 10 mil venezuelanos, número que pode ser maior, pois muitos entram no país sem registro.
Uma semana antes do fechamento da fronteira, o governo de Roraima havia decretado estado de emergência em saúde pública nos municípios de Pacaraima e Boa Vista e a Polícia Federal havia deportado 450 venezuelanos em situação irregular no Brasil. Com o agravamento da situação em Roraima, muitos migrantes venezuelanos estão optando por seguir para Manaus.

Procuradoria de Israel vê suspeitas sérias de possíveis crimes de Netanyahu

A procuradoria de Israel afirmou nesta terça-feira que a polícia tem provas que justificam uma investigação por suposta recepção de numerosos presentes pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que voltou a negar hoje qualquer irregularidade.
O procurador-geral, Avijai Mandelblit, declarou em comunicado após o interrogatório de três horas ontem à noite com o chefe do governo que ele é investigado desde o último dia 10 de julho por "uma longa lista de alegações sobre supostas ofensas relacionadas com a integridade moral".
A investigação e as imagens do comboio da unidade policial Lahav 433 entrando ontem na residência oficial elevaram a tensão política em um país que tem atualmente atrás das grades por corrupção seu primeiro-ministro anterior, Ehud Olmert, e que viu sair da prisão recentemente um ex-presidente, Moshe Katsav, após cumprir uma condenação por assédio sexual.
Em seu comunicado, Mandelblit fez uma apuração de várias suspeitas nas quais se decidiu não seguir adiante com as investigações por não haver indícios suficientes, e deu muito poucos dados sobre o caso dos presentes e favores de empresários, sobre o qual foi realizado um interrogatório após a recomendação do comandante da Unidade de Investigação e Inteligência da Polícia, Meni Yitzhaki.
Entre os casos descartados estão as denúncias de que o apelidado "Bibi" recebeu ilegalmente fundos para sua campanha eleitoral em 2009, a aceitação nessa época de passagens de avião e caros presentes, o duplo financiamento de suas viagens ou supostas irregularidades nas primárias de 2009 de seu partido, o Likud, nas quais foi eleito.
Netanyahu se referiu nesta manhã à exaustiva investigação e afirmou: "Após longos anos de perseguição diária contra mim e minha família ontem não provaram nada. Nada. Alguém nos veículos de comunicação deveria desculpar-se pelos milhares de artigos, manchetes e horas de divulgação do 'melhor jornalismo de investigação' que se transformaram em uma coisa sem sentido".
Segundo o jornal "Haaretz", o interrogatório se baseou no caso dos presentes, mas há outro segundo assunto mais grave do qual, por enquanto, se desconhecem os detalhes.
Ontem à noite os detetives lhe confrontaram com indícios que supostamente mostram que aceitou numerosos presentes (no valor de centenas de milhares de shekels) de empresários com interesses econômicos em Israel e que não informou dos mesmos às autoridades, como exige a lei, o que evidencia um possível conflito de interesses.
Uma das testemunhas que teria admitido ter dado alguns presentes é o empresário americano e amigo pessoal de Netanyahu, Ron Lauder, que declarou ter lhe presenteado com um terno e financiado uma viagem de seu filho Yair ao exterior.
A polícia, no entanto, acredita que o valor dos presentes de Lauder é maior do que admite e investiga se foram dados com expectativas de receber algo em troca.
Enquanto isso, o deputado David Amsalem impulsiona uma iniciativa para proibir a investigação de chefes do governo em serviço, que recebeu o apoio do chefe da coalizão governamental, o deputado David Bitan, e da ministra da Justiça, Ayelet Shaked.
Yair Lapid, líder do partido opositor Yesh Atid (que segundo as últimas pesquisas supera o Likud em intenções de voto), advertiu que "se dois primeiros-ministros seguidos caírem por corrupção, será muito difícil restaurar a fé da população no governo".
Além disso, afirmou que, se a investigação se prolongar, Netanyahu terá que renunciar, porque "não pode passar o tempo reunindo-se com seus advogados ao invés de com os chefes do Mossad e do Shin Bet (Inteligência), o chefe do Estado-Maior ou o ministro das Finanças", informou o jornal "Yedioth Ahronoth".
Este jornal lembrou hoje as palavras de Netanyahu em 2008 em referência às suspeitas de corrupção de Olmert: "Este primeiro-ministro está afundado até o pescoço em investigações e não tem mandato moral para decidir assuntos fundamentais para o Estado de Israel porque há preocupações fundadas de que tomará decisões com base em seus próprios interesses e sua sobrevivência política e não no interesse nacional".

Família de suposto autor do atentado em Istambul está sob custódia policial

Familiares do suposto autor do atentado terrorista em Istambul, onde 39 pessoas foram assassinadas no último domingo, estão sob custódia das autoridades da Turquia, embora a polícia não tenha revelado a identidade deles, segundo informações divulgadas nesta terça-feira por veículos de imprensa.
"A polícia sabe a identidade do terrorista e sua família está em custódia policial", afirmou o jornal "Hurriyet".
Já o "Cumhuriyet", que também diz que a família está sob custódia na cidade de Konya, assegura que falou com a esposa do terrorista e que ele vem do Quirguistão.
"Eu ouvi sobre o ataque pela televisão. Não sabia que meu marido era simpatizante (do EI)", disse a mulher ao jornal, afirmando que o terrorista e sua família chegaram no dia 20 de novembro em voo vindo do Quirguistão, para o Aeroporto de Istambul, de onde seguiram para Ancara e no dia 22 de novembro, para Konya.
Lá ele "alugou um estúdio por 1,1 mil liras (cerca de US$ 300) e pagou três meses (por antecipado). Disse que chegou a Konya para buscar trabalho. No dia 29 de novembro viajou de carro para Istambul", afirmou o jornal.
Após ver sua foto, "vários vizinhos da casa alugada por ele chamaram a polícia para dizer que o tinham reconhecido", completou.
Outros veículos de imprensa, como o jornal "Haberturk", afirma que o terrorista procede de uma região ao noroeste da China, povoada majoritariamente por uigures, de religião muçulmana e com uma língua similar ao turco.
A polícia turca continua hoje com suas intensas operações simultâneas em vários pontos de Istambul, para capturar o assassino que, por volta das 1h30 do último domingo, disparou à queima-roupa em centenas de pessoas que festejavam a chegada do Ano Novo na boate Reina.
Após o ataque na boate, o suspeito entrou em um táxi e de lá chamou alguém que se encontrava no bairro de Zeytinburnu.
A principal operação policial aconteceu ontem à noite nos bairros de Zeytinburnu e Basaksehir, ambos na parte europeia de Istambul.
Em Zeytinburnu, foram detidas 12 pessoas relacionadas com o ataque ou com supostos vínculos com o EI.
Várias testemunhas do ataque informaram que cada vez que o terrorista mudava de cartucho, atirava um objeto luminoso antes de recarregar e disparar, afirmou "Hurriyet".
Analistas de segurança acreditam que se trata de uma estratégia para distrair e iluminar o alvo para poder seguir disparando, e é um sinal que o atacante tinha treinamento de combate.
Por outro lado, veículos de imprensa locais publicaram um vídeo estilo "selfie" onde se vê o atacante caminhando pela Praça Taksim, no centro de Istambul, diz o "HaberTurk".
Pela decoração da praça, acredita-se que o vídeo foi gravado antes do ataque na boate.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Netanyahu depõe em caso de corrupção

Primeiro-ministro é interrogado sobre a suspeita de ter recebido indevidamente presentes e benefícios de empresários. Procuradoria decidirá se abre uma investigação criminal contra o premiê.A polícia israelense interrogou nesta segunda-feira (02/01), por mais de três horas, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu numa investigação sobre vários casos de corrupção. O premiê é suspeito de ter recebido indevidamente presentes e benefícios de empresários.
De acordo com a polícia, Netanyahu foi interrogado "sob cautela" - termo que indica que tudo o que ele disser poderá ser usado como evidência. Antes do interrogatório, o premiê negou que tenha cometido algum delito.
O interrogatório aconteceu na casa de Netanyahu. A polícia não deu detalhes sobre o depoimento. Um painel preto foi colocado em frente à residência oficial do premiê antes da chegada da equipe de investigadores para evitar que os jornalistas que já se concentram no local fizessem imagens.
O Ministério da Justiça divulgou uma nota dizendo que Netanyahu seria questionado sobre a suspeita de ter recebido benefícios de empresários. De acordo com o ministério, polícia investigou também suspeitas de financiamentos de campanha irregulares e fraudes em despesas com viagens, mas não encontrou evidências para uma acusação criminal nestes casos.
Após o interrogatório, a procuradoria decidirá se abre uma investigação criminal, na qual poderiam ser imputados crimes de fraude, quebra de confiança e aceitação ilegal de presentes.
Netanyahu nega
Netanyahu negou as notícias que saíram nos jornais sobre o recebimento de presentes de pelo menos dois empresários. Num encontro do seu partido, o Likud, antes do interrogatório, o premiê voltou a negar o seu envolvimento em quaisquer práticas incorretas.
"Temos ouvido o ambiente de celebração e a atmosfera nos estúdios de televisão e pelos corredores da oposição. Eu gostaria de lhes dizer 'parem com as celebrações', não se precipitem", afirmou o primeiro-ministro. "Não haverá nada, porque não há nada", concluiu, assegurando que as suspeitas não têm fundamentos.
Segundo a televisão israelense Canal 2, Netanyahu aceitou "favores" de um empresário de Israel e de outro estrangeiro. Membros da família do premiê também estariam sendo investigados. A emissora também adiantou que uma investigação criminal deverá ser lançada na próxima semana.
A polícia demorou mais de uma semana para conseguir um espaço na agenda do primeiro-ministro para este interrogatório, que está sendo gravado e transmitido em tempo real para procuradores, segundo informou o jornal Maariv.
O interrogatório se centra em dois casos de corrupção investigados pela procuradoria há meses, o principal nomeado "Caso 1.000" e outro de delitos menores denominado "Caso 2.000".
O inquérito inclui 50 depoimentos, entre eles o do empresário judeu americano Ron Lauder, um velho amigo de Netanyahu, que confirmou à polícia ter dado vários presentes ao primeiro-ministro e financiado uma viagem ao exterior para seu filho Yair, informou o jornal Haaretz.

Prefeito de Curitiba volta a passar mal e é internado um dia depois da posse

O prefeito recém empossado de Curitiba, Rafael Greca (PMN), foi internado nesta segunda-feira no Hospital Marcelino Champagnat, devido a uma embolia pulmonar; Greca tomou posse ontem e, de acordo com sua a assessoria, passou o dia bem, até que por volta do meio-dia de hoje sentiu falta de ar; o estado de saúde do prefeito é considerado estável, porém, ele ficará internado por até 48 horas para a administração de medicamentos; o prefeito passou mal também no dia 31; foi atendido no hospital e não ficou internado.
O prefeito recém empossado de Curitiba, Rafael Greca (PMN), de 60 anos, foi internado hoje (2) no Hospital Marcelino Champagnat, devido a uma embolia pulmonar. Greca tomou posse ontem e, de acordo com a assessoria de imprensa, passou o dia bem, até que nesta segunda-feira, por volta do meio-dia, sentiu falta de ar.
O estado de saúde do prefeito é considerado estável, porém, ele ficará internado por até 48 horas para a administração de medicamentos.
No sábado (31), Greca teve um quadro com suspeitas de problemas cardíacos, fez exames, e a suspeita foi descartada.

Polícia investiga relação de brasileiro morto em Assunção com Rafaat

Participação do PCC na morte de casal não é descartada.
Agentes da polícia paraguaia investigam a relação que o brasileiro Paulo Jacques, morto com a namorada Millena Soares nesta segunda-feira (2) em Assunção, mantinha com o narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, executado em Pedro Juan Caballero durante uma violenta emboscada em junho de 2016. O casal morou em Dourados, distante 228 quilômetros de Campo Grande, e havia ido à capital do Paraguai para passagem do réveillon.
Nesta tarde, o jornal ABC Color divulgou que os investigadores desconhecem se Jacques era amigo ou trabalhava para Rafaat, mas estão seguros que eles mantinham algum tipo de relação. Ainda de acordo com a publicação paraguaia, uma das hipóteses que ganha força é de participação da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) no ataque a tiros.
Jaques, de 41 anos, a namorada Milena, de 26 anos, e a irmã dela, estavam em uma caminhonete Toyota Hilux quando duas outras picapes ocupadas por pistoleiros os acompanharam efetuando disparos de arma de grosso calibre por ao menos dois quarteirões da Rua Dionisio Jara. Baleado, o condutor perdeu o controle e colidiu já na esquina da Rua Tenente Lilio Cantalupi, no bairro Republica, em Assunção. Também de acordo com o ABC Color, Milena era natural de Dourados, onde Jacques mantinha uma empresa de telefonia celular. Apenas a irmã de Milena sobreviveu ao violento ataque.
JORGE RAFAAT
Jorge Rafaat Toumani, com quem a polícia paraguaia investiga se Jacques mantinha relações, era conhecido como “Rei da Fronteira”, apontado por autoridades brasileiras como chefe do narcotráfico na divisa entre Brasil e Paraguai.
Rafaat foi executado no dia 15 de junho de 2016, numa violenta emboscada que utilizou fuzil antiaéreo calibre .50 para perfurar a blindagem do veículo utilizado pela vítima. Esse rumoroso crime ocorreu em Pedro Juan Caballero e teria sido motivado por disputas que envolvem o controle do tráfico de drogas e armas na região de fronteira.

‘Fui mantida presa como escrava sexual por 13 anos e meus bebês eram vendidos’

A britânica Anna Ruston (nome fictício) tinha apenas 15 anos quando foi sequestrada e mantida em cativeiro como escrava sexual, em uma casa na região central da Inglaterra.
Agora, aos 44 anos, ela acaba de lançar o livro Secret Slave (Escrava Secreta, em português), no qual conta o seu drama - ela passou 13 anos presa - e como sobreviveu.
O caso tem ecos da história da austríaca Elizabeth Fritzl, que foi mantida por 24 anos no porão da casa de seu pai, Joseph Fritzl, que a estuprava sistematicamente. Até hoje, passados 16 anos, Anna tem medo e não identifica o sequestrador - um motorista de táxi asiático a quem deu o nome de Malik.
Ela relatou seu caso a Samantha Haque, repórter do programa Today da BBC Radio 4.

Sequestro e estupro

Anna conta que era rejeitada pelos pais, e que conheceu o taxista Malik em 1987. Ele era bondoso com ela, ficaram amigos e, um dia, ele a convidou para conhecer sua família e tomar um chá.
Malik morava com os irmãos, suas mulheres, filhos e a mãe. Depois do chá, insistiu para que ela passasse a noite na casa. Começava o inferno da jovem, que foi estuprada nessa mesma noite.
"Eu imaginava que um dia ele ia entrar no quarto e dizer: 'Calce os sapatos e vamos'. Mas isso nunca aconteceu", diz Anna.
"Ele me chamava de 'escória branca' e dizia: Faça tudo o que eu mando ou você sabe as consequências", continua.
A garota era sistematicamente estuprada e sofria abusos e maus-tratos também dos parentes e amigos do sequestrador, que a oferecia como prostituta.
Anna teve quatro filhos que foram entregues a desconhecidos. Ela lembra o nascimento do primeiro bebê:
"Segurei meu primeiro filho, tão pequeno... Os dias foram passando e quando eu vi que ele havia sido circuncidado e estava com a cabeça raspada, soube que nunca mais o veria novamente".
"Nunca me deixaram amamentar, trocar fralda, mudar roupinha. Simplesmente mantinham o bebê longe de mim".
Isso se repetiu com os outros três filhos de Anna no cativeiro. "Tiraram todos eles de mim".

Tentativas de suicídio

Anna foi parar no hospital várias vezes por causa de surras e tentativas de suicídio depois de fugas fracassadas.
Durante as internações, ninguém desconfiava da sua situação e ela admite que se sentia incapaz de escapar de Malik.
"Havia sempre três ou quatro pessoas comigo. Eu nunca ficava sozinha com os médicos e não podia falar com eles. Só balançava a cabeça".
"Eu torcia para alguém sair da sala para eu poder dizer ao médico: preciso de ajuda, estou em cativeiro, tenho que sair. Mas eles nunca saíam do meu lado".
"Se eu ia ao banheiro, iam junto ou ficavam na porta. À noite, dormiam perto de mim e diziam que estavam cuidando de mim".
A tortura continuou até que um dia Malik anunciou que Anna iria com ele e a família para o Paquistão.
"Quando ele disse isso, pensei que só tinha duas saídas: me matar ou fugir. Eu sabia que não estava indo para uma festa e achava que provavelmente eles iam me apedrejar até a morte".

A fuga

Anna conta ter conseguido passar um bilhete pedindo socorro para uma assistente social que tinha ido visitar seu quarto filho. A mulher concordou em ajudá-la.
Durante as preces do Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos, Anna finalmente conseguiu fugir.
"Eles rezavam no quarto ao lado e eu vi que a chave estava na porta. Desci, abri a porta, senti o ar fresco e corri, corri muito até o carro da assistente social, que esperava na esquina".
A polícia tentou interrogá-la, mas Anna se negou a ajudar, pois até hoje teme pela sua vida.
"Ele tirou tudo de mim. Eu me sentia péssima, suja. Espero que as pessoas não me julguem e que seja feita justiça por tudo o que esse homem me fez passar", conclui.

Vereador eleito morre durante cerimônia de posse em Ipubi, PE

O vereador eleito de Ipubi , no Sertão de Pernambuco, Paulo José Sarmento (PSB), de 42 anos, morreu após sofrer um infarto durante a cerimônia de posse e entrega da chave da prefeitura, realizada neste domingo (1º). Paulo chegou a ser socorrido para uma unidade hospitalar local, mas não resitiu.
De acordo com o assessor da Prefeitura de Ipubi, Alisson, o vereador começou a passar mal por volta das 18h30, na sede da prefeitura, quando era feita a entrega das chaves. Paulo foi imaediatamente socorrido para o hospital Marcelino Mudo. De acordo com os médicos, ele teve um infarto e precisava ser transferido para o Hospital Regional Fernando Bezerra, em Ouricuri.
Paulo José Sarmento era casado, e deixa três filhos. Esse era o segundo mandato do vereador, que foi reeleito nas eleições municipais de 2016.

Polícia israelense interroga Netanyahu por suspeita de corrupção

Nos próximos três dias a polícia israelense interrogará o premiê do país Benjamin Netanyahu por suspeita de corrupção;  polícia já interrogou testemunhas em Israel e no estrangeiro; uma das testemunhas, Ron Lauder, homem de negócios e amigo próximo do político israelense, confirmou ter dado diferentes presentes a Netanyahu e pago uma viagem do filho do político ao estrangeiro; Netanyahu nega as acusações.Nos próximos três dias a polícia israelense interrogará o premiê do país Benjamin Netanyahu por suspeita de corrupção, informou o jornal Haaretz. Segundo especificam os canais de TV locais, o interrogatório pode até ter lugar já nesta segunda-feira (2) na residência do primeiro-ministro.
Netanyahu e membros da sua família estão sendo suspeitos de receber presentes de homens de negócios no valor de сentenas de milhares de shekels. A polícia já interrogou testemunhas em Israel e no estrangeiro. Segundo foi divulgado, a conversa com uma das testemunhas, Ron Lauder, homem de negócios e amigo próximo do político israelense, levou a um avanço sério na investigação.
Segundo os dados do jornal, ele confirmou ter dado diferentes presentes a Netanyahu e pago uma viagem do filho do político ao estrangeiro. O próprio premiê nega as acusações, dizendo que estas "não levam a nada porque nada existe".

Líder norte-coreano provoca EUA: “pronto para lançar míssil intercontinental”

A Coreia do Norte está em "fase final de testes de um míssil balístico intercontinental", afirmou nesse domingo (1°) o líder norte-coreano, Kim Jong-Un, em seu discurso de Ano-Novo.
"Estamos nas etapas finais antes do lançamento de um míssil balístico intercontinental", disse o chefe do Estado norte-coreano em uma mensagem de 30 minutos, transmitida pela televisão local, dizendo que Pyongyang (a capital norte-coreana) "adquiriu o estatuto de potência nuclear em 2016”.
A Coreia do Norte é agora "uma potência militar no Oriente, temida até mesmo pelos inimigos mais poderosos", acrescentou Kim Jong-Un. Em 2016, o país realizou dois testes nucleares e lançou vários mísseis, como parte de seu objetivo de ser capaz de atingir o solo americano com uma arma nuclear.
Os analistas internacionais estão divididos quanto à real capacidade da Coreia do Norte de desenvolver uma arma nuclear, precisamente porque o país nunca conseguiu lançar com sucesso um míssil balístico intercontinental. Todos concordam, no entanto, que Pyongyang tem feito enormes progressos nesse sentido desde que Kim sucedeu seu pai, Kim Jong-Il, que morreu em dezembro de 2011.

Poderio nuclear
Um alto funcionário da Defesa dos Estados Unidos explicou, no mês passado, que a Coreia do Norte havia realmente conseguido equipar um míssil com uma ogiva nuclear e fazer o lançamento, mas que o país é atualmente incapaz de fazê-lo voltar à órbita terrestre para alcançar um alvo específico.
A declaração do líder norte-coreano pode ser uma tentativa de "exercer pressão sobre [o futuro presidente dos Estados Unidos] Donald Trump", disse Kim Yong-hyun, especialista em Coreia do Norte da Universidade de Dongguk, em Seul. "É uma maneira de dizer que se os Estados Unidos continuarem a sua política de pressão sobre a Coreia do Norte, ele irá fazer um teste de míssil intercontinental nos próximos meses", explicou.
Kim Jong-Un, sem se referir ao nome de Donald Trump, exortou os Estados Unidos a "tomar uma decisão firme para parar com sua política hostil e anacrônica em relação à Coreia do Norte."
Washington tem dito repetidamente que não permitirá que a Coréia do Norte se torne uma potência nuclear. Trump, no entanto, ainda não se pronunciou sobre o assunto.

As disputas eleitorais que redefinirão a paisagem política da Europa em 2017

A paisagem política da União Europeia (UE) transformou-se radicalmente nos últimos 12 meses: o primeiro-ministro britânico David Cameron se demitiu, seu colega italiano, Matteo Renzi, também, e o presidente francês, François Hollande, anunciou sua despedida. Além disso tudo, o Reino Unido, deu adeus à União Europeia.
Sem dúvida, 2016 foi um ano de mudanças na Europa. E 2017 deve ser crucial para o bloco político formado por 28 países do continente.
França e Alemanha, os dois países mais importantes da UE em termos de população e peso econômico e político, vão às urnas para eleições gerais respectivamente em abril e setembro.
O mesmo ocorrerá na Holanda, em março, e na República Tcheca, em outubro.
E na Itália, o futuro político é incerto depois da renúncia de Renzi, derrotado no referendo sobre a reforma constitucional realizado no dia 4 de dezembro.
Se um novo governo não for formado, a terceira economia da Zona do Euro poderá convocar eleições antecipadas em 2017.

A 'batalha' por Paris

De todos essese pleitos, o que mais preocupa por suas potenciais consequências para o futuro da Europa é a eleição francesa, por causa do bom desempenho, nas pesquisas, da Frente Nacional, de extrema-direta.
"Grande parte da atenção estará voltada para a França. A Frente Nacional é uma ameaça potencial para os partidos tradicionais na eleição presidencial", diz Thomas Christensen, professor de Ciência Política da Universidade de Maastrich, na Holanda.
"O partido adotou uma posição bastante eurocética e Marine Le Pen (presidente do partido) falou em realizar um referendo sobre a permanência na União Europeia. No atual clima político, não se pode saber o que vai acontecer, mas poderá ser muito prejudicial para a UE", completou.
"Em compensação, na Alemanha espera-se um grau maior de continuidade depois das eleições. É bastante improvável que o governo atual mude", continuou, em entrevista à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC.
Na França, o primeiro turno das eleições presidenciais será no domingo, 23 de abril. Caso nenhum candidato vença com maioria simples, haverá um segundo turno, no dia 7 de maio.
O atual presidente francês, o socialista François Hollande, já anunciou que não disputaráa eleição. Mas seu partido, que realizará primárias agora em janeiro, ainda não tem candidato.
François Fillon, candidato dos republicanos, o principal grupo da oposição conservadora, lidera as pesquisas com cerca de 30% das intenções de voto.
A apenas um ponto percentual dele está Marine Le Pen, da Frente Nacional.
Se esta tendência for mantida nos próximos meses, a França decidirá no segundo turno entre o candidato que foi primeiro-ministro entre 2007 e 2012, no governo de Nicolas Sarkozy, e a filha do histórico líder da extrema-direita Jean Marie Le Pen.
Diante deste cenário hipotético, os analistas consultados acham improvável que Le Pen chegue à presidência da França.
"Na França, o fato de haver dois turnos nas eleições presidenciais torna muito mais possível que haja um pacto entre as demais forças para não apoiar o candidato da extrema-direita", diz Pol Morillas, pesquisador de assuntos europeus no Centro para Assuntos Internacionais de Barcelona (Cidob), na Espanha.

Xenófobos e eurocéticos

Os analistas não ignoram o surpreendente resultado do plebiscito na Grã-Bretanha aprovando a saída da UE e o crescimento dos movimentos de extrema-direita de caráter xenófobo e geralmente eurocéticos.
Entretanto, os especialistas acreditam que o risco de surpresas como as de plebiscitos recentes (Grã-Bretanha, Itália) é bem menor em eleições gerais ou presidenciais.
Nos plebiscitos há apenas duas opções para o voto; em eleições gerais há mais opções - e ainda existe a possibilidade de coalizões e pactos.
Assim, se reduzem as opções de chegada ao poder dos grupos de extrema-direita. Não apenas na França, afirmam os analistas.
"Na Holanda é muito provável que Wilders (líder do Partido da Liberdade, de extrema-direita) tenha um bom resultado nas eleições. Mas o sistema proporcional holandês permitirá pactos que podem deixar a extrema-direita de fora do governo e limitar sua influência direta", diz Morillas.
"No caso da Alemanha é pouco provável que a Alternativa para a Alemanha (FPÖ, legenda populista de direita) tenha um peso forte. No momento, parece que Angela Merkel continuará sendo a primeira-ministra", afirmou.
Pesquisas recentes dão uma ampla vantagem à atual governante alemã, com 35% das intenções de voto contra 22% do Partido Socialista e 13% do Alternativa para a Alemanha.

Problemas que ultrapassam fronteiras

Mas quais são os grandes temas de fundo destas eleições? Existem assuntos que afetam o conjunto da Europa que vão mais além do interesse nacional e das fronteiras geográficas?
"Olhando a UE no seu conjunto, vemos questões comuns como as desigualdades sociais e as políticas de austeridade, de um lado e a imigração e a integração das minorias, do outro".
"Os dois assuntos se associam à filiação dos países à UE. De fato, existe uma tendência comum na qual os movimentos populistas tentam vincular o bloco europeu aos desafios enfrentados pela população nas questões internas dos países", afirma Christensen.
O professor Richard Whitman, diretor do Centro Europa Global (GEC, na sigla em inglês) da Universidade de Kent, no Reino Unido, concorda que as atitudes dos candidatos diante da imigração e dos pedidos de asilo vão ser questões eleitorais decisivas.
E acrescenta dois temas de política externa à lista de preocupações comuns europeias.
"As relações com os Estados Unidos, que talvez não sejam um grande tema de campanha, serão importantes para que os candidatos se elejam. Eles vão ter que dizer como querem se relacionar com o governo Trump".
"E outra questão será provavelmente o Brexit. Menos como tema principal de campanha, mas para estabelecer como será feita a saída do Reino Unido", sugere. "Há partidos, como a Frente Nacional, que farão campanha por uma relação diferente entre França e UE caso ganhem. E isso é uma questão existencial para a UE."

Os (inesperados) efeitos do Brexit

A inesperada vitória do "sim" no plebiscito sobre a saída do Reino Unido da UE, realizado em junho de 2016, foi o maior triunfo de grupos eurocéticos na Europa até o momento.
No meses seguintes à votação, falou-se de uma crise profunda no projeto europeu. No entanto, passados quase sete meses, o resultado do Brexit pode causar um efeito contrário na UE.
"O plebiscito no Reino Unido e os problemas que desencadeou chamam a atenção de todos os eleitores da Europa. Segundo as pesquisas que vi, desde julho as atitudes em relação à UE são mais positivas".
"As pessoas se deram conta do que está potencialmente em jogo com a saída da UE", sugere Christensen.
"Creio que o que se espera de 2017, do ponto de vista da UE, é ver se realmente os três grandes países que seguem no bloco depois do Brexit - França, Alemanha e Itália - continuarão sendo pilares estáveis do projeto europeu".
"Neste sentido, 2017 é um ano muito decisivo para a UE", conclui o analista.

domingo, 1 de janeiro de 2017

Papa condena "praga do terrorismo"

Em mensagem de Ano Novo, pontífice lamenta "corações narcisistas" e a "mancha de sangue que envolve o mundo". Francisco diz que a paz se alcança com fraternidade e reconciliação e pede por mais piedade e compaixão.O papa Francisco condenou, neste domingo (1º/01), o atentado em Istambul, no qual morreram 39 pessoas, e criticou "a praga do terrorismo e essa mancha de sangue que envolve o mundo com uma sombra de medo e de perda".
"Infelizmente, a violência também aconteceu nesta noite de celebração e esperança. Com profunda dor, expresso minha proximidade ao povo turco, minhas preces pelas muitas vítimas e feridos, e por toda a nação em luto", disse o papa após a oração do Angelus.
"Peço ao Senhor que apoie todos os homens de boa vontade que fazem frente à praga do terrorismo e a essa mancha de sangue que envolve o mundo com uma sombra de medo e de perda", acrescentou o pontífice.
O papa Francisco discursou da janela do Palácio Apostólico do Vaticano perante aproximadamente 50 mil fiéis, que se reuniram na Praça de São Pedro para a celebração do Dia Mundial da Paz. Ele destacou que a paz se constrói "dizendo 'não' ao ódio e à violência e 'sim' à fraternidade e à reconciliação", e ressaltou que "este ano será bom na medida em que cada um de nós, com a ajuda de Deus, tentarmos fazer o bem, dia após dia".
A Igreja Católica Apostólica Romana dedica o primeiro dia do ano ao tema da paz. "Há 50 anos, o beato papa Paulo 6º começou a comemorar nesta data o Dia Mundial da Paz, para reforçar um esforço comum dirigido a construir um mundo pacífico e fraterno", lembrou. "Na mensagem deste ano, propus assumir a não violência como estilo para uma política de paz", acrescentou Francisco.
Mais cedo, durante sua homilia na Basílica de São Pedro, Francisco lamentou os "corações narcisistas" em sociedades que estão se tornando "frias e calculistas". "A perda dos laços que nos unem, tão típico da nossa cultura fragmentada e dividida, aumenta esse sentimento de orfandade e, como resultado, de grande vazio e solidão. A falta de contato físico, e não virtual, está cauterizando nossos corações e nos fazendo perder a capacidade de ternura e admiração, de piedade e compaixão", finalizou o papa.
O atentado terrorista na Turquia ocorreu cerca de 1h30 após a virada do ano na famosa boate Reina, localizada às margens do Estreito de Bósforo, durante uma festa de Ano Novo. Segundo relatos policiais, um homem vestido de papai Noel entrou no local e disparou a esmo. O ataque deixou pelo menos 39 mortos e quase 70 feridos.