Primeiro-ministro de Israel pede que condenação de soldado por
homicídio de palestino seja revertida, após julgamento que dividiu
Israel. "É um dia difícil e doloroso para todos nós", afirma.O
primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, apelou nesta
quarta-feira (04/01) para que um soldado israelense condenado pela morte
de um palestino seja perdoado.
Elor Azaria, que matou com um tiro na cabeça um agressor palestino que
estava ferido e imobilizado no chão em março do ano passado, pode pegar
até 20 anos de prisão.
"É um dia difícil e doloroso para todos nós, acima de tudo para Elor e
sua família, as forças armadas israelenses e os seus pais, e para mim,
inclusive", escreveu Netanyahu em sua página no Facebook. O
primeiro-ministro também ligou para os pais do soldado antes do
veredicto para demonstrar apoio.
Dezenas de manifestantes entraram em atrito com a polícia nas
proximidades do quartel-general onde o veredicto foi anunciado, em Tel
Aviv, entre gritos contra os árabes e contra a esquerda israelense, que
apoiou a condenação do militar. Os juízes concluíram que não havia
motivo para o soldado matar o palestino, que não representava qualquer
ameaça.
Vídeos na internet mostram o palestino Abdul Fatah al-Sharif, de 21
anos, deitado no chão após ferir levemente, com uma faca, um soldado em
Hebron, na Cisjordânia. Sem qualquer provocação aparente, Azaria se
aproxima e dispara contra a cabeça de Sharif.
Divisão
Além de Netanyahu, políticos de direita e juristas também pediram por
clemência depois do resultado do julgamento que dividiu Israel. O
ministro da Defesa israelense, Avigdor Lieberman, ressaltou que as
forças armadas "devem se manter afastadas do debate político". Ele disse
que não concorda com a decisão dos juízes, mas pediu que fosse
respeitada.
O presidente de Israel, Reuven Rivlin, que pode oferecer perdão a
Azaria, esclareceu num comunicado divulgado nesta quarta-feira que o
pedido deve ser apresentado pelo próprio requerente, um advogado ou um
parente próximo.
O episódio ocorreu em meio a uma onda de ataques por parte de
palestinos, deflagrada em outubro de 2015. As forças israelenses são
acusadas de empregar uso excessivo da força em diversas ocasiões, apesar
de as autoridades afirmarem que os militares agem adequadamente para
proteger os civis e a si próprios.
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