O ministro
das Relações Exteriores, José Serra, volta a ser alvo de denúncias na
operação Lava-Jato. O empresário e ex-deputado federal Ronaldo Cesar
Coelho, tido como operador do tucano, admitiu que recebeu dinheiro da
empreiteira Odebrecht relacionado à campanha de Serra para presidente em
2010.
As
informações são de reportagem publicada na edição deste sábado do jornal
“Folha de S. Paulo”.
“Os repasses seriam ressarcimento a Coelho por ele ter adiantado o
pagamento de despesas da campanha tucana”, afirma a reportagem.
O criminalista Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, advogado de Coelho,
afirmou que os recursos repassados pela Odebrecht foram
incluídos na adesão do empresário ao programa de regularização de ativos
no exterior.
Em outubro, jornal havia informado que a Odebrecht, em negociação de
delação premiada, teria apontado Coelho como um dos operadores que
teriam recebido R$ 23 milhões em caixa dois para a campanha de Serra.
Coelho teria acertado parte desse valor e recebido o
dinheiro em uma conta na Suíça.
Segundo Mariz, a adesão de Coelho ao projeto de repatriação envolveu
tanto valores recebidos pela Odebrecht quanto dinheiro de investimentos
do empresário.
“A explicação de Coelho para os repasses da Odebrecht relativos à
campanha de Serra de 2010 está alinhada a depoimentos de executivos da
empreiteira de que as
transferências não envolveram o pagamento de propina”, diz a reportagem,
lembrando que a delação da empreiteira indica, contudo, crime de caixa
dois.
Em nota, a assessoria de Serra diz que ele não comenta supostos
vazamentos de supostas delações” e “reitera que todas as suas campanhas
eleitorais foram feitas nos termos da legislação vigente, com
as finanças sob a responsabilidade do partido".
Já a Odebrecht disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que "não
se manifesta sobre o tema, mas reafirma seu compromisso de colaborar com
a Justiça".
(Valor)
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