O primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, recebeu o voto de
confiança da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (2). Com 435 votos
favoráveis e 162 contrários, Letta conseguiu, assim, evitar que seu
governo de coalizão caísse. O premier já havia vencido a votação no
Senado, com um placar de 235 a 70. Seu êxito na Casa foi possível graças
à repentina mudança de posição do ex-primeiro-ministro Silvio
Berlusconi, líder do partido de centro-direita Povo da Liberdade (PDL).
Berlusconi,
que há semanas vinha ameaçando derrubar o governo italiano, mudou de
opinião na última hora e votou a favor de Letta no Senado.
"Hoje
é um dia histórico", disse Letta em um pronunciamento na Câmara dos
Deputados. Segundo o premier, o voto de confiança lhe oferece "condições
mais claras" para governar. "A Itália não precisa de um governo
qualquer, mas sim, de um governo em plenitude de suas funções, com uma
clara maioria que o apoia", destacou Letta, sem deixar de criticar as
ameaças de Berlusconi.
"É necessário que não existam mais
chantagens do tipo 'ou se faz isso ou o governo cai', até porque já foi
demonstrado que o governo não cai", afirmou.
Berlusconi
começou a ameaçar a estabilidade do governo após correr o risco de ter
seu mandato cassado no Senado. O ex-premier, que responde a uma série de
processos judiciais, foi condenado em última instância a quatro anos de
prisão por fraude fiscal. A pena, posteriormente, foi reduzida a um ano
e pode ser cumprida em reclusão domiciliar ou com trabalhos
comunitários. Diante das condenações de Berlusconi, uma comissão
especial de senadores está analisando se o ex-premier perderá seu lugar
no Senado. A comissão deve dar uma resposta sobre o caso nas próximas
semanas.
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