domingo, 2 de março de 2014

EUA cogitam sanções se Rússia não recuar tropas; Kerry viajará à Ucrânia

Secretário de Estado norte-americano tentará uma solução para a intervenção militar da Rússia na região da Crimeia.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, viajará a Kiev, capital da Ucrânia, na terça-feira (4) para encontrar representantes do governo e buscar uma solução para a intervenção militar da Rússia na região da Crimeia, segundo um alto funcionário norte-americano. Kerry, neste domingo (2), levantou a possibilidade de sanções econômicas, como suspender investimentos no país, proibir vistos de viagem e congelar ativos, se o presidente russo, Vladimir Putin, não recuar suas tropas e também cogitou que o país pode perder o seu lugar no G8, que reúne as principais economias mundiais.
As forças russas já tomaram controle sobre a Crimeia, uma península isolada no Mar Negro onde Moscou mantém uma base naval.
Leia mais: Chefe da Marinha ucraniana adere a tropas pró-Rússia e é alvo de processo
Mais cedo, Kerry classificou de “incrível ato de agressão” a decisão do parlamento russo em autorizar "um recurso às forças armadas” e a mobilização de tropas para a região autónoma da Crimeia. Ele afirmou ainda que as nações do G8 e outros países "estão preparados para isolar a Rússia" e que eles têm uma "ampla gama de opções" disponível. 
AP
Manifestantes vão às ruas de Nova York protestar contra a invasão russa na Ucrânia
Já o ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, pediu calma e defendeu a permanência da Rússia no G8. Ainda segundo a Alemanha, Putin aceitou a proposta do país para estabelecer uma "missão de averiguação" sobre a situação na Ucrânia, possivelmente sob a liderança da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). "A chanceler [Angela Merkel] pediu novamente para o presidente russo respeitar a integridade territorial da Ucrânia", disse o porta-voz em comunicado emitido após uma conversa telefônica entre os dois líderes.
Os EUA e os outros governos ocidentais têm poucas opções para conter as movimentações militares da Rússia. O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Fogh Rasmussen, disse que a Rússia violou a Carta da ONU com sua ação militar na Ucrânia e exigiu que Moscou "recue na escalada de tensões". Ele fez suas declarações em Bruxelas antes de abrir uma reunião para discutir a crise do órgão de tomada de decisão política da aliança militar.
A Ucrânia não é um membro da Otan, significando que os EUA e a Europa não estão obrigados a sair em sua defesa. Mas a Ucrânia participou de alguns exercícios da aliança militar e enviou tropas para sua força de resposta. Os EUA também disseram que suspenderão a participação nos "encontros preparatórios" para a cúpula econômica do G8, planejados para junho no resort de Sochi, local das recentes Olimpíadas de Inverno de 2014.
O ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, concordou, dizendo na rádio francesa Europa que o planejamento do cúpula deveria ser suspenso. A França "condena a escala militar russa" na Ucrânia e Moscou deve "perceber que ações têm custos", afirmou neste domingo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário