quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Governo sofre derrota e projeto sobre meta fiscal poderá ser votado só na próxima semana


A Comissão Mista do Orçamento (CMO) rejeitou nesta quarta-feira requerimento para acelerar a votação do projeto de lei que flexibiliza a meta fiscal para este ano, impondo uma derrota ao governo que tem grande interesse na votação da medida.
Sem a aprovação do requerimento, o projeto de lei que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias e que na prática libera o governo de perseguir qualquer meta fiscal neste ano, poderá ser apreciado pela Comissão somente na terça-feira da próxima semana.
"Faltou voto", lamentou deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
Para ser aprovado, o requerimento precisava da maioria dos votos dos 44 deputados que fazem parte da CMO, mas recebeu apenas 15 votos a favor. Com isso, o requerimento nem sequer foi apreciado pela representação do Senado na Comissão.
O deputado José Mendonça Filho (DEM-PE), que votou pela derrubada do requerimento, disse que a derrota na CMO reflete a desarticulação da base governista e que a oposição seguirá impedindo a votação da mudança na meta de superávit primário.
"A oposição quer derrotar o governo no mérito da proposta porque esse projeto é de descompromisso com as contas públicas", disse o deputado da oposição.
O texto do Executivo, que praticamente não foi alterado pelo relator, permite ao governo abater do resultado fiscal deste ano todos os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as desonerações tributárias.
O projeto já havia sido aprovado em reunião tumultuada na terça-feira à noite, mas parlamentares da oposição alegaram que as regras do regimento haviam sido desrespeitadas na votação.
A decisão de realizar outra votação nesta quarta-feira foi definida após acordo de líderes de bancada da Câmara e do Senado com o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), e o relator do projeto, senador Romero Jucá (PMDB-RR).
Depois de passar pela CMO, a proposta ainda precisará ser votada no plenário do Congresso Nacional, cuja pauta permanece trancada até que sejam apreciados dezenas de vetos presidenciais.
O governo depende do projeto para fechar as contas deste ano. A meta ajustada de superávit primário de 2014 é de 99 bilhões de reais, equivalente a 1,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
De janeiro a setembro, contudo, o resultado primário do setor público consolidado --governo central, Estados, municípios e estatais-- ficou negativo em 15,3 bilhões de reais. Com isso, ficou impossível o governo cumprir a meta fiscal.

Advogado de lobista diz que não há obra sem propina no país

Depoimento de Fernando Baiano à PF foi  adiado para sexta-feira.

Mário Oliveira Filho, advogado do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, disse nesta quarta-feira que não há obra sem propina no país, mas que o seu cliente não participou do suposto esquema de corrupção na Petrobras. "Acontece uma coisa muito curiosa e que ninguém percebe. Eventualmente, o empresário faz uma composição ilícita com algum político para pagar alguma coisa. Se ele não fizer - e quem desconhece isso desconhece a história do país -, não tem obra. Pode apurar em prefeituras do interior, em uma empreiteirazinha com quatro funcionários. Se ele não fizer acerto, não põe um paralelepípedo no chão", enfatizou.
Fernando Baiano está preso na sede da Polícia Federal em Curitiba. Suspeito de ser o operador do PMDB no esquema de propinas, ele se apresentou nesta terça-feira. O depoimento à PF estava previsto para hoje, mas foi adiado para a próxima sexta-feira.
O advogado disse ainda que não há “a menor chance” de o cliente propor à Justiça Federal do Paraná delação premiada no processo. Mario Oliveira Filho afirmou que seu cliente faz "prospecção de negócios". A defesa também negou que Soares arrecadava propina para o PMDB, por meio de contratos entre empreiteiras e a Petrobras.
"Ele é um empresário, proprietário de duas empresas antigas e faz prospecção de negócios. Descobre onde está o problema de uma infraestrutura e vai atrás de solução. Por exemplo, vou fazer uma estrada, preciso de tantas toneladas de pedras. Ele faz o contato e, sobre a negociação, recebe uma porcentagem, que é absolutamente lícito", afirmou.
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O advogado confirmou que Fernando Soares fez negócios lícitos com a Petrobras, mas negou que ele tenha qualquer ligação com o PMDB. Em depoimento de delação premiada, o doleiro Alberto Youssef afirmou que o investigado arrecadava propina para o partido.
"O que percebo é uma ligação equivocada. Alguns dizem que a Diretoria Internacional da Petrobras é do pessoal do PMDB, enquanto outros dizem que é indicação do PT. Como Fernando teve negócios com a área internacional, então ele teria vínculo com o PMDB? Não tem. Se há um operador, não é ele", informou o advogado.
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Reintegração de posse no centro de São Paulo tem novo confronto entre PM e sem-teto

Sem apoio para retirar pertences, sem-teto tentaram ocupar outros prédios e foram reprimidos pela Polícia Militar.Aproximadamente 150 famílias organizadas pelo Movimento Sem Teto de São Paulo (MSTS), que viviam em um prédio na rua Conselheiro Crispiniano, centro de São Paulo, foram removidas na manhã de hoje (19) com uso de bombas de efeito moral e atuação da Tropa de Choque da Polícia Militar (PM). Segundo os moradores, não havia caminhões para transporte dos bens e os agentes impediram a retirada dos mesmos do prédio.
“Usaram bombas e spray de pimenta contra idosos e crianças. A gente não ia resistir, mas eles quiseram dialogar conosco”, contou a faxineira Edilene Francisca da Conceição, 65 anos, que morava no local. A desocupação foi iniciada às 4h, segundo os moradores, duas horas antes do normalmente fixado pela Justiça para este tipo de ação.
As famílias viviam havia dois anos e cinco meses no local, que está sem uso há cerca de dez anos. Revoltados com a situação, os moradores atearam fogo em pertences que estavam nos terceiro e quarto andares. O Corpo de Bombeiros foi acionado e apagou as chamas.
Segundo a PM, parte dos moradores tentou ocupar outros dois prédios na região pouco depois do início da ação de reintegração e foi impedida. “Sem poder invadir prédios vizinhos, essas pessoas, retornaram para a Conselheiro Crispiniano, onde tentaram queimar pneus, sendo novamente impedidas”, informou em nota a corporação.
Os sem-teto não negam que tentaram ocupar outro edifícios, mas relacionam o conflito à ação truculenta da PM. “Eles jogaram bombas dentro do prédio e queriam impedir a gente de sair. A maior parte das minhas coisas ficou lá”, disse Edilene. Por volta de 10h, as famílias começaram a retirar os pertences do local.
Uma pessoa foi detida e liberada após assinar um Boletim de Ocorrência de invasão de patrimônio privado. Dois manifestantes ficaram feridos no confronto e foram levados para a Santa Casa de Misericórdia, no bairro de Santa Cecília.
As famílias despejadas foram abrigadas no prédio do antigo Cine Marrocos, a poucos metros do edifício onde viviam, também ocupado pelo MSTS. No cinema já havia 475 famílias há cerca de um ano.

Figueiredo: ato entre MST e ministro venezuelano não é acordo internacional

O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, afirmou hoje (19) que o Itamaraty fez o que deveria ser feito no caso do ministro venezuelano Elias Jaua, que veio ao Brasil para compromissos políticos, sem que o governo brasileiro fosse comunicado da visita.
Convidado para a audiência desta quarta-feira na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, Figueiredo disse que, do ponto de vista do Itamaraty, o ato assinado entre Jaua e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) não constitui um acordo internacional, e sim um ato entre uma organização não governamental brasileira e  um ministro de outro país. Segundo ele, o conteúdo do ato só veio a ser conhecido pelo governo brasileiro posteriormente e a agenda política de Jaua, sem comunicação prévia foi vista com “estranheza” e “desconforto”.
“Manifestamos nossa inconformidade. Do ponto de vista do Itamaraty, creio que fizemos o que poderia ser feito. Não nos omitimos, não achamos normal”, afirmou o ministro. Ele lembrou que o representante da diplomacia venezuelana foi convocado para prestar explicações, “uma medida muito forte de manifestação de surpresa”, pelo fato de Brasil e Venezuela terem excelentes relações e a atitude não ter sido condizente com o nível de diálogo entre os dois países. Ele não revelou, porém,  a resposta do país vizinho  ao questionamento.
No início da audiência, que foi das 10h25 às 13h30, Figueiredo lembrou que assumiu o a pasta há cerca de um ano com a orientação da presidenta Dilma Rousseff  de “imprimir sentido estratégico” à política externa brasileira no atual cenário global. Segundo ele, as instituições globais não refletem o peso das nações em desenvolvimento, e, por isso, o Brasil se engaja para mudar essa realidade com base no interesse nacional.
O ministro ressaltou que apenas 11 países mantêm relações diplomáticas com todos os  Estados-Membros da Organização das Nações Unidas (ONU) e que o Brasil é um deles. Além disso, para destacar o esforço diplomático de paz na região, Figueiredo destacou que apenas Rússia e China têm fronteiras com mais países do que o país, que tem áreas fronteiriças com dez nações sul-americanas, sem conflitos. Além disso, mencionou o saldo, de US$ 9 bilhões, na balança comercial com os países vizinhos.
“Nossa vocação é clara: ter boas relações com os vizinhos próximos e compromisso com a consolidação de um Continente Sul-Americano próspero”, afirmou o ministro. Como exemplo, citou a participação brasileira, junto com outros chanceleres sul-americanos e o representante do Vaticano, nos diálogos entre governo e oposição na Venezuela – este ano houve protestos nas principais cidades venezuelanas, resultando na morte de vários manifestantes.
Sobre a visibilidade do país no exterior, Figueiredo destacou a realização em território brasileiro da Cúpula do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e da Copa do Mundo. Para ele, a Cúpula do Brics foi o principal evento entre chefes de Estado sediado no Brasil este ano, resultando na proposta de criação do Banco de Desenvolvimento do grupo e de um fundo para enfrentamento de eventuais crises financeiras.
Quanto à Copa do Mundo,  o chanceler disse que representou um marco na projeção internacional do Brasil. “Se não tivemos êxito em campo, tivemos grande êxito fora dele, com a difusão de valores caros à sociedade brasileira, como a convivência harmoniosa entre todos os povos e contra qualquer tipo de discriminação”.

Médico é o 1º cubano infectado pelo ebola

Médico de 43 anos foi contaminado em Serra Leoa e irá a Suíça.

Um médico cubano de 43 anos é o mais novo caso de profissional de saúde infectado pelo ebola no oeste africano. Feliz Baez Sarria, que trabalhava em Serra Leoa foi diagnosticado com o vírus que já matou cerca de 5,2 mil pessoas. Ele será transferido para Genebra, na Suíça, segundo o chefe da delegação cubana no país africano, Jorge Delgado Butillo. O médico é o primeiro cubano contaminado com o ebola.
   O país da América Central é o que enviou a maior delegação de profissionais da saúde para combater o vírus.
    Baez está internado em um centro da Cruz Vermelha em Kerry Town, próximo à capital Freetown. Segundo Butillo, diretor da Cooperação médica internacional de Cuba, ainda não se sabe como o médico foi contagiado. Os sintomas surgiram no último domingo (16). Não foi divulgada a data da transferência do cubano para a Suíça.
  "Nós continuaremos a trabalhar normalmente, não temos medo. Este caso vai nos incentivar a ser mais prudentes ainda", disse o chefe da delegação cubana. (ANSA)

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Assassino Charles Manson se casará com jovem de 26 anos

O famoso assassino Charles Manson, de 80 anos, que cumpre prisão perpétua por sete homicídios, conseguiu autorização para se casar com uma jovem de 26 anos. A data do matrimônio, no entanto, ainda não foi definida.
O documento matrimonial de Manson e sua noiva, Afton Elaine Burton, foi emitido no dia 7 de novembro, de acordo com o site do condado de Kings, onde o assassino está preso.
De acordo com a imprensa norte-americana, a jovem se apaixonou na adolescência por Manson e foi morar perto do centro de detenção. Manson foi condenado à morte por liderar, em 1969, o assassinato de sete pessoas, entre elas Sharon Tate, mulher do diretor Roman Polanski e grávida de oito meses.
A pena, depois, foi comutada à prisão perpétua, já que o estado da Califórnia aboliu a pena capital em 1972.

Lobista Fernando Baiano se entrega à PF

O lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, se entregou na tarde desta terça-feira (18), na superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Apontado como lobista e operador do PMDB no esquema de propinas e corrupção na Petrobras, Fernando Baiano estava foragido desde sexta feira (14), quando a PF o procurou em sua residência, no Rio de Janeiro.
Na segunda-feira (17), o advogado de Fernando Baiano, Mario de Oliveira Filho, disse que seu cliente é usado como bode expiatório da operação Lava Jato. Segundo ele, seu cliente vem colaborando com as investigações e sua prisão não tem sentido.
A prisão de Fernando Baiano foi decretada pelo juiz Sérgio Moro no âmbito da Operação Juízo Final, sétima fase da Lava Jato.
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Inicialmente, a estratégia da defesa era tentar revogar a ordem de prisão por meio de pedido de habeas corpus. Oliveira Filho chegou a apresentar o pedido ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).
O lobista também fazia contatos para a construtora Andrade Gutierrez, uma das poucas que ainda não foram alvo de prisões da Lava Jato. Segundo o doleiro Alberto Youssef, no entanto, a companhia também fazia parte do esquema. Os acordos eram costurados entre Fernando Baiano e o presidente do conselho da empreiteira, Otávio Azevedo.
Antes de Baiano se entregar à Polícia Federal, os advogados dele tentaram um pedido de habeas corpus, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, mas o pedido foi negado.

Conselho de Ética arquiva processo contra Bethlem

Por nove votos a dois, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados arquivou na tarde desta terça-feira, 18, o processo por quebra de decoro parlamentar que corria contra o deputado Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ), que teve conversas gravadas nas quais afirma ter recebido propina.
O relator do caso, Paulo Freire (PR-SP), chegou a apresentar um parecer preliminar pedindo o prosseguimento das investigações, mas os deputados rejeitaram o texto e aprovaram o arquivamento proposto pelo deputado Fernando Ferro (PT-PE).
Em gravações feitas por sua ex-mulher Vanessa Felippe, o peemedebista diz que recebia comissões ilegais de ONGs contratadas pela Secretaria Municipal de Assistência Social do Rio de Janeiro, pasta que chefiou entre 2011 e 2012. Bethlem também confessa nas gravações, segundo representação movida pelo PSOL, ter uma conta secreta na Suíça.
No parecer que foi aprovado, Fernando Ferro diz que Bethlem enviou documentos ao colegiado nos quais Vanessa declara apresentar "grave quadro psiquiátrico" e indica ter "fantasiado" situações "inverídicas" envolvendo seu ex-marido.
Ferro alega ainda que, no material enviado, a ex-mulher do peemedebista diz ter reunido e entregue à imprensa "documentos descontextualizados e inverídicos" com o objetivo de prejudicá-lo. Além do mais, segue o petista, Bethlem não possui em seu passaporte anotação que aponte sua entrada na Suíça.
"Diante desses elementos, entendo que a presente representação é carecedora de provas e não apresenta justa causa para ensejar o prosseguimento do feito", afirma Ferro. "Uma conversa de divórcio feita por um casal não pode ser a única prova para ensejar uma representação por falta de decoro".
Por último, Ferro pontua que os parlamentares são "pessoas públicas" e por isso tornam-se "verdadeiros 'alvos' dos meios de comunicação". Após a revelação das denúncias, o Bethlem desistiu de se candidatar a um novo mandato de deputado.

Oposição faz acordo para votar pauta de convocação e quebra de sigilo

A poucos minutos da reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, líderes da oposição costuraram um acordo para votar todos os requerimentos de convocação e quebra de sigilo ainda hoje (18). O desafio do grupo será garantir quórum mínimo de 17 parlamentares. “Se não houver quórum vamos pedir chamada nominal para que cada um mostre para o país quem está querendo a CPMI ou não”, afirmou o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).
Ao destacar a frase “tudo e todos” por mais de três vezes, Bueno afirmou que todas as pessoas que tiveram ordem de prisão decretada pela Polícia Federal pelas investigações da Operação Lava Jato serão incluídas em um único requerimento de convocação. Segundo ele, se houver qualquer manifestação de falta de tempo, o grupo proporá um mutirão de trabalho. “Todo dia da semana estaremos aqui, interrogando de manhã, à tarde e à noite, para que CPMI cumpra seu papel de investigar o escândalo”, disse.
Diante de um tempo apertado, considerando que só restam mais cinco dias de validade da comissão, Bueno aposta que até amanhã será possível reunir o número mínimo de assinaturas – 171 de deputados e 27 de senadores – para prorrogar por mais 30 dias o trabalho da CPMI.
“O primeiro item na reunião de hoje é votar os que ficaram pendentes: ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, Sérgio Machado, ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró e o tesoureiro do PT João Vaccari Neto”, disse. Explicou que Cerveró - que já depôs em setembro deste ano no colegiado - deve ser novamente ouvido para esclarecer novas informações sobre o esquema.
Duque foi acusado pelo ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, durante a delação premiada, de receber propinas de contratos firmados pela empresa pública, e Vaccari é suspeito de mediar contatos entre operadores do doleiro Alberto Youssef e o Fundo de Pensão dos Empregados da Petrobras, o Petros.
Indagado sobre a possibilidade de os convocados não responderem às perguntas, como ocorreu com o depoimento de Costa - que se manteve em silêncio durante toda a audiência no colegiado -, Bueno, que falou pelo grupo de líderes reunidos na manhã de hoje, disse: “Inócuo é nós não tomarmos a providência de convocá-los. Quem não quer convocá-los é a base do governo. Estamos insistindo desde abril com a quebra dos sigilos bancários, fiscal e telefônico das empreiteiras, na convocação deles”, disse.
A oposição também tentará aprovar outro pedido para que uma comissão formada entre os integrantes da CPMI vá até a Holanda para estudar o acordo feito entre o Ministério Público e a empresa SBM Offshore, depois da divulgação de que a empresa holandesa pagou propinas a empregados da Petrobras em troca de contratos. “O objetivo é investigar o que de fato aconteceu com as propinas de US$ 139 milhões que a SBM pagou a funcionários da Petrobras”.
O último item a ser discutido na reunião é a coleta de outro grupo de assinaturas para que seja criada uma nova CPMI, que vai atuar a partir do próximo ano, com a abertura de outra legislatura com novos parlamentares eleitos. No esforço para alcançar os objetivos na comissão hoje, a oposição ainda prometeu obstruir a sessão da Comissão Mista de Orçamento (CMO) prevista para a tarde de hoje.

Menores atacam casa de agente prisional; apenas um foi detido

Agente lotado no Complexo Pomeri conseguiu salvar a si mesmo e à família com a ajuda de vizinhos.Policiais militares do 4º Batalhão detiveram um dos três adolescentes que jogaram dois coquetéis molotov na tentativa de incendiar a residência e o carro de um agente prisional lotado no Complexo do Pomeri, na Capital.
Os suspeitos chegaram a quebrar o vidro do carro da vítima, um HB 20, que estava na garagem.
A detenção ocorreu nesta terça-feira (18), por volta da meia-noite, na Rua Fernando de Noronha, no Jardim dos Estados, em Várzea Grande.
Aos policiais, o adolescente disse que cada um deles iria receber R$ 1 mil pelo serviço.
Segundo o menor, quem o contratou foi um dos adolescentes que conseguiu fugir da polícia, mas ele não soube dizer quem "encomendou" o incêndio.
Atentado

Na residência, além do agente prisional estava com a esposa e a filha de um ano. Eles conseguiram sair da casa ileso.
O incêndio foi controlado com a ajuda de vizinhos, que chegaram com extintores de incêndio.
Testemunhas disseram que os adolescentes quebraram o vidro do automóvel com uma marreta e jogaram uma bomba incendiária dentro.
Em seguida, eles tentaram atear fogo na casa, jogando um segundo coquetel molotov.
O barulho e o fogo chamaram a atenção dos vizinhos, que ajudaram o casal a sair da residência com a filha.
Policiais militares acionados localizaram dois suspeitos correndo por uma das ruas. Um deles foi detido e confirmou que jogou uma das bombas.
No entendimento de policiais plantonistas, trata-se de represália por parte de infratores contra o agente que está lotado no Pomeri, palco de diversas rebeliões e motins dos infratores.
Em alguns casos, os menores infratores chegam a ameaçar agentes prisionais.
Por se tratarem de adolescentes, as investigações foram transferidas para a Delegacia Especializada do Adolescente de Várzea Grande, sob o delegado Bruno Lima.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Organização internacional lança estudo sobre escravidão no mundo

Brasil é citado como exemplo por combater crime nas cadeias produtivas de grandes empresas. Estudo reúne leis e mecanismos de enfrentamento de diferentes países.
Quase 36 milhões de trabalhadoras e trabalhadores em 167 países podem ser considerados escravos, diz um estudo divulgado nesta segunda-feira, 17, pela organização não governamental Walk Free, sediada na Inglaterra. Segundo o relatório, o Brasil, referência em políticas que combatem a escravidão contemporânea nas cadeias produtivas das grandes empresas, possui estimadas 155.300 pessoas nessas condições, ou 0,07% de sua população, o que o coloca na posição 143 no mundo.
Esta é a segunda edição do “Global Slavery Index”, chamado simplesmente de “Index”. A primeira foi publicada em 2013. Dos 35,8 milhões de escravizados, 61% se encontram em cinco países: Índia, China, Paquistão, Uzbequistão e Rússia. De acordo com o relatório, a Mauritânia é o país com a maior proporção entre trabalhadores escravos em relação a sua população: 4%. Em seguida, vêm Uzbequistão (3,97%), Haiti (2,3%), Catar (1,35%), Índia (1,14%) e Paquistão, República Democrática do Congo, Sudão, Síria e República Centro-Africana, todas com 1,13%. Para acessar o documento, disponível, por enquanto, em inglês, clique aqui.
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Capa do Global Slavery Index, da ONG Walk Free. Foto: Reprodução
Especialistas no assunto, no entanto, alertam para o cuidado que se deve ter para levantar dados estatísticos sobre o número de trabalhadores escravizados, uma vez que se trata de um crime oculto. “O ranking da Walk Free está sujeito a discussões, no entanto eles mesmos reconhecem que avançaram na metodologia em relação à utilizada no ano passado”, diz frei Xavier Plassat, da Comissão Pastoral da Terra (CPT). “Tenho a impressão que, qualitativamente, possivelmente algum questionamento em parte esteja superado. Mas elaborar um ranking como esse é um exercício ousado, pois ele é fundamentado em correlações entre fatores que determinariam a existência de escravidão em um país.”
O Index da Walk Free utilizou pesquisas e estudos com informações sobre trabalho escravo em 19 países. As demais nações foram classificadas em grupos de acordo com a equivalência em relação a estas nações, considerando as semelhanças dos fatores que propiciariam a incidência de trabalho escravo. “Não sou um perito para julgar, mas quando se parte do princípio de que existe uma correlação entre três fatores e a existência da escravidão, a conclusão é postulada na hipótese, na premissa. E essas correlações são diversas conforme as culturas, histórias e tradições dos países”, questiona frei Xavier.
O integrante da CPT cita como ponto positivo do Index da Walk Free a inclusão, na edição deste ano, de uma análise sobre o que os governos estão fazendo para erradicar a escravidão contemporânea. “Uma avaliação desse tipo nos faz entender a necessidade de alcançar uma ação integrada de todos os níveis do Estado, da sociedade civil, da Justiça, na ação administrativa, e em termos de inserção social, promoção de políticas públicas e econômicas, no sentido de gerar empregos em regiões mais pobres”, ressalta.
Para identificar se um país age para erradicar a prática, os pesquisadores levaram em conta cinco fatores: se as vítimas são identificadas e recebem apoio para sair e permanecer fora da situação de escravidão; se os mecanismos de Justiça criminal atacam o problema; se há mecanismos de coordenação e responsabilização executados pelo governo central; se comportamentos, sistemas sociais e instituições que permitem a existência do problema são atacados; e se as empresas e governos não adquirem bens e serviços feitos por meio de escravidão.
“É promissor que a maioria dos países tenha um plano de ação nacional para atacar algumas formas de escravidão moderna e/ou uma força-tarefa nacional para lidar com o crime. No entanto, sua implementação continua a ser débil”, diz o estudo. Segundo a Walk Free, com a exceção da Coreia do Norte, todos os países têm leis nacionais que criminalizam pelo menos uma das formas de escravidão moderna. O relatório destaca que enquanto muitos países possuem serviços básicos de apoio a vítimas, muito poucos têm serviços gerais para homens, mulheres e crianças que ofereçam apoio de emergência e programas de reintegração de longo prazo.
Com base nessa avaliação, a conclusão do relatório é de que os países que menos agem para acabar com os casos de escravidão moderna são: Coreia do Norte, Irã, Síria, Eritreia, República Centro-Africana, Líbia, Guiné Equatorial, Uzbequistão, República do Congo e Iraque. Por sua vez, Holanda, Suécia, Estados Unidos, Austrália, Suíça, Irlanda, Noruega, Reino Unido, Geórgia e Áustria são os governos que mais agem. O Brasil aparece na 14ª colocação.
Brasil
Segundo o Index, apenas três dos 167 governos estudados estão atuando nas compras governamentais e nas cadeias produtivas como forma de erradicar o trabalho escravo contemporâneo: Estados Unidos, Brasil e Austrália.
Em relação ao Brasil, o relatório diz que o governo “mantém um diálogo com as indústrias para o combate à escravidão moderna nas suas cadeias de fornecedores”. Faz a ressalva, no entanto, de que “é preciso haver mais ações e condenações na Justiça para aqueles que não cumprem para impedir futuros criminosos”.
Ainda segundo o Index, o Brasil está fazendo esforços significativos para fortalecer os serviços de apoio às vítimas, por meio de postos de atendimento a migrantes em áreas críticas e programas de assistência social. “Abrigos, assistência médica e aconselhamento são fornecidos a vítimas de tráfico de seres humanos por instituições governamentais, mas são subfinanciados e não há serviços especializados disponíveis para vítimas de trabalho forçado ou tráfico sexual.”

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Wikileaks deve lançar novos documentos secretos

Criador do Wikileaks criticou Google e governo dos EUA.
Julian Assange, exilado na embaixada do Equador de Londres, anunciou que novos documentos secretos serão publicados em seu site, o Wikileaks. Assange divulgou a informação durante video conferência feita para um simpósio do festival de cinema nas cidades portuguesas de Lisboa e Estoril (Leffest), nesta segunda-feira (17).
O ativista australiano não detalhou sobre o conteúdo dos documentos, mas insinuou que podem fazer parte dos documentos de espionagem que desmascararam as empresas envolvidas no sistema de vigilância global, promovido pelos Estados Unidos.
Assange também criticou o Google. Segundo o ativista, a empresa é responsável por colaborar com o governo dos EUA para o controle das informações. Segundo Assange, o controle das informações por apenas um país "conduz ao totalitarismo". (Ansa Brasil)

Aeroporto de Brasília pode operar até 52 aeronaves por hora

A capacidade de operação  do sistema de pista do Aeroporto Internacional de Brasília passou de 44 aeronaves por hora para 52 aeronaves por hora. Com a mudança, que começou a ser implementada no início do mês, o terminal torna-se o aeroporto com maior capacidade de pista do Brasil e pode fazer até um voo a cada intervalo de 1 minuto e 9 segundos nos horários de maior movimento.
A autorização foi concedida pelo  Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA), depois de fazer estudos observando as condições de operação das pistas do aeroporto, como qualidade, visibilidade em situações meteorológicas adversas, tempo de ocupação, capacidade de pátio, direção do vento e a categoria das aeronaves. Segundo a Inframerica, concessionária que administra o terminal, o acréscimo de oito novos voos por hora vai significar um crescimento de até 8 mil passageiros a mais todos os dias, considerando a média de movimentação do aeroporto.
O aeroporto já estava operando na sua totalidade em horário de pico, nos períodos de 7h às 12h e de 17h às 22h30, de acordo com a Inframerica. Com esse incremento no número de operações por hora, empresas aéreas estão procurando o aeroporto de Brasília para negociar novos pedidos de voos e a projeção é que, até o final do ano, existam mais opções de horários para diversos destinos no país. Desde o início do ano, mais de 14 milhões de usuários utilizaram o terminal como ponto para desembarque, embarque e conexão.

Oposição insistirá na convocação de ex-diretores na CPI da Petrobras

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) defendeu a instalação de uma nova comissão parlamentar de inquérito para investigar as denúncias de irregularidades envolvendo a Petrobras e as empreiteiras brasileiras. Após vir à tona a sétima fase da operação Lava Jato, o senador disse que a oposição já colhe assinaturas para a criação de uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI).
“Nós queremos que essa nova CPMI funcione. Renovaremos, agora, o pedido de convocação de Renato Duque, de Sérgio Machado, porque a base do governo impediu a convocação deles na sessão passada, obstruíram", disse o líder do PSDB no Senado. Acrescentou que a oposição insistirá na convocação dos ex-diretores na reunião da comissão de inquérito que investiga a Petrobras, ainda "nesta semana”.
De acordo com o senador Pedro Taques (PDT-MT), foram criadas neste ano duas CPIs “para inglês ver”. A seu ver, em 2015, será necessário que a nova comissão que defenda o direito de o cidadão saber o que se passa na Petrobras, sem “semprejulgamentos”.
Para Aloysio Nunes, a sétima fase da Opereção Lava jato, da Polícia Federal, significa um novo patamar das investigações, a partir do qual virá uma outra, “dos políticos envolvidos na corrupção”. O que não pode haver, na opinião do parlamentar de oposição, é uma revelação antecipada que atrapalhe as investigações.

O clamor público e a covardia política

A grande mídia escrita encerrou a louvável campanha de esclarecimento e crítica à situação caótica do trânsito nas nossas grandes cidades expondo, em editorial, a sua opinião. Correndo o risco de abordar um assunto complexo, embora sem serem especialistas, chegaram à conclusão lógica  que a opção pelo transporte individual é insustentável.
Só não vê esta realidade a covardia política dos governantes, a quem caberia corrigir este erro. Há um entendimento errado do que seja mobilidade urbana. Não é a oferta do tipo de transporte deficiente e superlotado que irá permitir a verdadeira mobilidade urbana, onde o rendimento da malha viária é acima de 60% e garante a mobilidade da ambulância, se possível, em faixa para ela liberada, em atendimento ao seu aviso sonoro.
Cabe aqui, a magnífica resposta do insuperável e saudoso engenheiro de tráfego Gerardo Penna Firme, ao responder a um repórter se o metrô, que iniciava sua construção, seria a solução para o trânsito: “O transporte de massa está para o trânsito urbano como o sexo para o casamento. Ambos são muito importantes mas, sozinhos, não dão a felicidade completa”. Falou e disse, como se costuma dizer. Não foi por acaso que juntos, no governo Negrão de Lima, gerindo o trânsito do finado Estado da Guanabara, deixamos saudades até os dias de hoje.
Henry Ford, o responsável pela popularização do automóvel, atribuía o sucesso de seu negócio, à preguiça  e ao comodismo inerentes da pessoa humana. É por causa deste sentimento que o indivíduo continuará preferindo o conforto, a privacidade e a independência do uso do automóvel, no seu deslocamento diário para o trabalho, embora feito para o passeio, ainda segundo Henry Ford,
O transporte público, por ônibus, com seu pecado original de ser explorado empresarialmente, visando, por conseguinte o lucro, terá que ser sempre um incômodo para o usuário. A prova está que a solução BRT aumentou a velocidade e o preço da passagem e, conforme já desafiei aos responsáveis pelo projeto, para pesquisarem quantos usuários deste novo meio de transporte possuem automóvel, não me responderam. E não responderam porque sabem que o resultado é pífio, não chega a 0,5%.
O problema merece ação imediata e coragem política para implantar o sistema URV, que reduz, nas horas de pico o volume de carros, obrigados a trafegarem com mais de um passageiro, entre 50 e 80% incentivada esta prática com prêmios em dinheiro. Pune o motorista sozinho, hoje cerca de 96% do volume de carros circulando, com o pagamento da elevada “taxa de congestionamento” e cria subsídios para o transporte público, na razão de 2 milhões de reais/mês, para cada 100 mil usuários do sistema URV,  o uso racionado das vias. Mais pessoas circulando e menos carros atrapalhando.
Como me disse, ao tomar conhecimento do meu projeto URV, o eminente urbanista professor Sérgio Magalhães: “Com o tempo acabarão implantando o seu sistema.”

STJ nega pedido de liberdade a cinco executivos e funcionários da OAS

Pedidos de liberdade de cinco presos pela Operação Lava Jato foram rejeitados pelo desembargador Newton Trisotto, que está atuando como ministro interino do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os pedidos, protocolados no domingo (16), eram relacionados a executivos e funcionários da Construtora OAS.
O mesmo pedido de habeas corpus já havia sido negado no sábado (15) Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que abrange os estados da Região Sul.
Os executivos foram presos na na sexta-feira (14), durante mais uma fase da Operação Lava Jato. Na OAS, foram presos preventivamente José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário da empresa em São Paulo, e Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da Área Internacional da OAS.
Ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, foi um dos presos 
Ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, foi um dos presos 
Presos na Lava Jato fazem exames no IML e prestam novos depoimentos à PF
Os 23 presos na sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira, fizeram exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba. Em seguida, eles iniciaram a segunda rodada de depoimentos na sede da Polícia Federal. Primeiro, estão sendo ouvidos aqueles que tiveram o mandado de prisão temporária decretado.
A Operação Lava Jato investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões e provocado desvio de recursos da Petrobras. Entre os 23 presos desta fase, está o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque. Ele foi detido em sua residência na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Ao todo, foram expedidos pela Justiça Federal do Paraná 25 mandados de prisão, sendo que dois estão em aberto. A polícia ainda está à procura de Fernando Antônio Falcão Soares (conhecido como Baiano) e Adarico Negromonte Filho.
No sábado, a Justiça Federal rejeitou três pedidos de habeas corpus de dirigentes de empreiteiras presos na sexta-feira (14). As decisões foram proferidas pela desembargadora Maria de Fátima Freitas Labarrère, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), de Porto Alegre.
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Nas petições, as defesas de Eduardo Emerlino Leite, diretor da Camargo Correa, e de Agenor Franklin Magalhaes Medeiros e Jose Ricardo Nogueira Breghirolli, ligados à OAS, alegaram que os decretos de prisão são ilegais por não fundamentarem as participações dos acusados dos fatos. Os advogados de Eduardo Emerlino também alegaram questões de saúde para pedir que a prisão preventiva seja transformada em domiciliar. Segundo eles, o investigado é portador de hipertensão arterial de "difícil controle, chegando a registrar picos de 19 por 10 [mmHg (milímetros de mercúrio)]".
Nas decisões, a desembargadora indeferiu as liminares para libertá-los por entender que não há constrangimento ilegal nas prisões, determinadas pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, de Curitiba.
"Igualmente restou evidenciada a necessidade da medida [prisão] por conveniência da instrução criminal. Isto porque apresentados documentos falsos perante o juízo como forma de justificar as transferências às empresas controladas por Alberto Youssef. Daí a constatação no sentido de que se as empreiteiras, ainda em fase inicial da investigação, não se sentiram constrangidas em apresentar documentos falsos ao Judiciário, forçoso reconhecer que [a] integridade das provas e do restante da instrução encontra-se em risco sem uma contramedida. Mas não é só. Segundo informações prestadas pela autoridade policial e destacadas pelo juízo impetrado, emissários das empreiteiras tentaram cooptar, por dinheiro ou ameaça velada, uma das testemunhas do processo, o que desvela de forma concreta a necessidade da medida", concluiu a magistrada.
Também neste sábado, o diretor-presidente e o presidente do Conselho de Administração da Construtora Camargo Corrêa, Dalton dos Santos Avancini e João Ricardo Auler, se apresentaram à Polícia Federal, em São Paulo.
Os dois tiveram prisão temporária decretada por cinco dias pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, mas não foram localizados pela Polícia Federal.
Além dos dois executivos, o vice-presidente da empresa, Eduardo Leite, teve prisão preventiva pedida na mesma operação. Ele não foi encontrado pela manhã de sexta, em casa, mas entregou-se no fim da tarde à Polícia Federal, em São Paulo.
Veja quem está preso:
- Jayme Oliveira Filho (seria ligado ao doleiro Alberto Youssef)
Da empreiteira Camargo Corrêa 
- Dalton dos Santos Avancini, presidente
- Eduardo Hermelino Leite, vice-presidente
- João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração
Da Engevix
- Carlos Eduardo Strauch Albero, diretor
- Gerson de Mello Almada, vice-presidente
- Newton Prado Júnior, diretor
Da Galvão Engenharia
- Erton Medeiros Fonseca
Da IESA
- Otto Sparenberg, diretor
- Valdir Lima Carreiro, diretor-presidente
Da Mendes Junior
- Sérgio Cunha Mendes, diretor-vice-presidente-executivo
Da OAS
- Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor
- Alexandre Portela Barbosa
- José Aldemário Pinheiro Filho, presidente
- José Ricardo Nogueira
- Mateus Coutinho de Sá Oliveira, vice-presidente do conselho
Da Petrobras
- Renato Duque, ex-diretor de Serviços
Da Queiroz Galvão
- Ildefonso Collares Filho, ex-diretor-presidente
- Othon Zanoide de Moraes Filho, diretor
Da UTC
- Carlos Alberto Costa Silva
- Ednaldo Alves da Silva
- Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente
- Walmir Pinheiro Santana
Quem está foragido
- Fernando Antonio Falcão Soares, lobista conhecido como Fernando Baiano
- Adarico Negromonte Filho

domingo, 16 de novembro de 2014

Mulher volta a ser flagrada andando nua em avenida de Porto Alegre

Lutadora de 35 anos foi flagrada na Avenida Juca Batista, na Zona Sul. Ela foi encaminhada para um pronto atendimento para receber auxílio.

Depois de andar nua em meio à chuva e aos carros na Terceira Perimetral, um das vias mais movimentadas de Porto Alegre, no dia 6 de novembro, a lutadora de MMA Betina Baino, de 35 anos, voltou a ser vista nas mesmas condições na madrugada de sábado (15), na Zona Sul da capital gaúcha. Por volta da 1h, ela foi flagrada caminhando totalmente sem roupas na Avenida Juca Batista, como mostra a reportagem do Jornal do Almoço, da RBS TV (veja o vídeo).

De acordo com a Brigada Militar, a mulher resistiu à abordagem e chegou a ser algemada para sua segurança. Ela foi encaminhada para o Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul para receber auxílio psiquiátrico. Betina também foi vista por um motorista que passava pelo local e chegou a tentar falar com a lutadora.

"Eu estava saindo de um churrasco e dirigindo no sentido contrário da rua quando vi uma mulher correndo pelada e voltei pra ver o que estava acontecendo. Ela é forte, tatuada, reconheci pelas fotos que vi em notícias. Deu para ver que ela estava bem transtornada, fora da realidade, não falava coisa com coisa. Comecei a filmar e vi que tinha um monte de gente nos carros, filmando também", relata o homem que se identificou apenas como Juliano.

Em entrevista concedida ao G1, Betina admitiu estar passando por dificuldades financeiras, revelou ter se prostituído para sobreviver e classificou sua atitude como um ato de protesto. Ela também perdeu a guarda do filho de três anos e foi interditada judicialmente.

Esta é a quinta ocorrência de pessoas andando nuas pelas ruas de Porto Alegre desde o dia 30 de outubro. O primeiro caso da onda de nudez pela cidade ocorreu quando uma jovem foi flagrada correndo em um parque. No dia 6, Betina foi vista pela primeira vez caminhando em meio aos veículos de uma avenida. No domingo (9), uma mulher correu sem roupa no Centro e, mais tarde, um homem foi visto pelado na Avenida Carlos Gomes.

Justiça nega habeas corpus para 11 investigados da Operação Lava Jato

A desembargadora Maria de Fátima Freitas Laberrère, do TRF4, indeferiu habeas corpus para 5 sábado e mais 2 neste domingo.

A Justiça Federal negou pedidos de liberdade para 11 investigados da Operação Lava Jato entre sábado (15) e domingo (16).
Hoje: No G20, Dilma diz que Lava Jato mudará Brasil

Divulgação/Polícia Federal
A PF deflagrou na sexta-feira (14) a sétima fase da Operação Lava Jato, que investiga organizações criminosas responsáveis por desvio de recursos públicos (arquivo)
A desembargadora Maria de Fátima Freitas Laberrère, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), de Porto Alegre, indeferiu habeas corpus para cinco pessoas no sábado e mais seis neste domingo. Segundo o Ministério da Justiça, 19 pessoas foram presas.
Sábado, a desembargadora negou pedidos da defesa de Eduardo Emerlino Leite, diretor da Camargo Corrêa; e de Dalton dos Santos Avancini e João Ricardo Auler, vinculados à mesma construtura. Avancini e Auler tiveram decretada a prisão temporária.
No caso de Leite, cujo mandado foi para prisão preventiva, além de pedir habeas corpus, os advogados alegaram questões de saúde para pedir ainda o cumprimento de prisão domiciliar, já que ele seria portador de hipertensão arterial.
Também no sábado foram indeferidos os pedidos de Agenor Franklin Magalhães Medeiros e José Ricardo Nogueira Breghirolli, ligados à OAS.
Neste domingo, Maria de Fátima Freitas Laberrère negou habeas corpus a José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS, e a Mateus Coutinho de Sá Oliveira e Alexandre Portela Barbosa, ligados à mesma empresa.
Foram expedidos mandados de prisão temporária para os três. A desembargadora indeferiu, ainda, pedidos de liberdade para Carlos Eduardo Strauch Albero, Milton Prado Júnior e Gerson de Mello Almada, da Engevix. Para os dois primeiros foi expedido mandado de prisão temporária. Para Almada, mandado de prisão preventiva.

Divergência sobre apoio ao golpe militar racha ato em São Paulo

A manifestação contra a presidenta Dilma Rousseff neste sábado em São Paulo foi marcada por um racha. Cerca de 2,5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, reuniram-se no Masp para pedir a queda de Dilma, mas divergiram quanto ao método: parte pedia o impeachment. Outros clamavam pela “ajuda” do exército. Dilma foi reeleita no último dia 26 de outubro com mais de 54 milhões de votos.
A divergência foi tamanha que o ato, após a concentração no Masp, dividiu-se em três, cada um com seu carro de som: uma parte ficou por ali mesmo. Outros marcharam até a praça da Sé, descendo pela avenida Brigadeiro Luiz Antônio. E um terceiro grupo, formado pelos defensores de uma “intervenção militar”, rumou com seu carro de som para o Comando Militar do Sudeste, um quartel do exército ao lado do parque do Ibirapuera.
Alguns políticos marcaram presença na avenida Paulista: o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), candidato a vice na chapa de Aécio Neves, não discursou mas foi bastante festejado e tirou muitas fotos com admiradores. O deputado estadual Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) estava em um dos três carros de som. Eduardo, flagrado com uma arma na cintura no ato anti-Dilma de primeiro de novembro, desta vez afirmou a jornalistas que estava desarmado. Outro muito assediado pelos presentes foi o ex-comandante da Rota e deputado estadual eleito Coronel Telhada (PSDB-SP). Estava ainda no ato Gilberto Natalini, candidato a governador pelo PV nas eleições deste ano.
Lobão “traidor do movimento"
Um dos líderes e maiores divulgadores da manifestação, o cantor Lobão, evidenciou o racha, ameaçou abandonar o ato e deixou aflitos seus seguidores no Twitter. Chegou a descrever o protesto como “cilada infame”, e complementou: “Chego no Masp e a primeira coisa que vejo é um carro de som com os dizeres ´Intervenção Militar Já!´. Palhaçada!”. A reação foi imediata: o roqueiro foi chamado de “burro”, “petista” e “covarde” por seus seguidores. Depois que a manifestação partiu-se em três o artista, contudo, mudou de ideia e juntou-se ao grupo que desceu até a Praça da Sé. E tranquilizou seu fãs: “Voltei!”.
Tirando o bate-boca entre as diferentes facções (defensores do impeachment X defensores do golpe militar), o ato transcorreu sem maiores problemas. O único relato na imprensa de agressão é da reportagem do UOL, que presenciou um rapaz de camiseta vermelha sendo agredido (sem gravidade) por dois idosos de verde e amarelo.
As bandeiras tinham em comum o desejo de retirar Dilma do poder imediatamente  e o ódio a Lula, ao PT, ao Foro de São Paulo, a Cuba, a Venezuela, ao bolivarianismo, ao comunismo e a qualquer coisa “de esquerda”. Cartazes saudavam Olavo de Carvalho, as Forças Armadas, a revista Veja e o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa. Também havia muitas menções à operação Lava-Jato e à Petrobras. Havia ainda críticas a alguns veículos de comunicação em faixas e cartazes. Jornalistas do Grupo Folha, por exemplo, foram chamados de “imprensa petralha”.
O dress-code do ato era usar cores da bandeira do Brasil. Quem não vestia camisas da seleção, trajava alguma outra peça verde, amarela ou azul. Foram distribuídas fitinhas do Nosso Senhor do Bonfim, e camelôs vendiam bandeiras do Brasil. Marcaram presença também bandeiras do Estado de São Paulo, empunhadas por jovens tatuados com camisetas aludindo à Revolução de 32 ou pedindo a “volta do CCC”, o Comando de Caça aos Comunistas, organização paramilitar responsável por espancamentos e mortes durante a ditadura militar.
Na trilha sonora do protesto, músicas como Reunião de Bacana, do Fundo de Quintal (“Se gritar pega ladrão...”), Até Quando Esperar (Plebe Rude) e o Hino Nacional.
Teve também um Pai-Nosso puxado do alto do carro-de-som mais potente por um padre não identificado. Antes de começar a rezar o homem de batina discursou contra “o crescimento do Islã no Brasil”, contra o “gayzismo”, “pela família” e concluiu afirmando que um golpe militar “ainda não é necessário”.
Em outras cidades
Neste feriado de Proclamação da República, outros atos aconteceram no Brasil afora. A adesão, contudo, foi bem inferior a São Paulo. Em Porto Alegre eram “centenas” de manifestantes, segundo o jornal Zero Hora; em Belo Horizonte a Polícia Militar estimou em 600 os presentes; em Brasília, um pequeno grupo se reuniu em frente ao Congresso Nacional.
No Rio de Janeiro a PM falou em 150 manifestantes em Copacabana. Na capital carioca a estrela foi o deputado federal Jair Bolsonaro. Primeiro o parlamentar “denunciou” o plano do governo para “impor o socialismo no nosso País”, para em seguida afirmar: “O socialismo é o nome de fantasia para o comunismo”. E concluiu: “são poucos os manifestantes, mas valem pela qualidade”.

Presos da Lava Jato começam a prestar primeiros depoimentos

Desembargadora nega primeiros pedidos de habeas-corpus feitos pelos presos na Operação Lava Jato. Investigadores começaram ontem a ouvir os depoimento dos acusados. No foco, o papel das empreiteiras na corrupção na Petrobras.A sexta-feira ainda não acabou para os 23 presos  na sétima fase da Operação Lava Jato. Transferidos para Curitiba, centro das investigações da Polícia Federal (PF), eles começaram ontem a ser ouvidos pela autoridades envolvidas na apuração das denúncias de corrupção na Petrobras. Nem a ordem nem o teor dos depoimentos foram divulgados  até o fechamento desta edição.
Entre os presos estão um diretor da estatal, Roberto Duque (acusado de movimentar R$ 60 milhões em propinas), e presidentes das maiores empreiteiras do país, acusadas de agir em cartel para vencer licitações de contratos superfaturados da Petrobras, corrompendo servidores públicos e pagando propinas a agentes políticos.
A movimentação de advogados do lado de fora da sede da PF na capital do Paraná foi intensa. Eles reclamavam que não tinham acesso às acusações ou aos clientes, ao mesmo tempo em que tentavam agir para encurtar o tempo de detenção dos executivos.
Leia também:
Entenda como funcionava o esquema denunciado pela Operação Lava Jato

A  Justiça Federal, porém, não se sensibilizou e rejeitou três pedidos de habeas-corpus de dirigentes de empreiteiras. As decisões foram proferidas pela desembargadora Maria de Fátima Freitas Labarrère, do Tribunal Regional Federal de Porto Alegre (RS).
Nas petições, as defesas de Eduardo Emerlino Leite, diretor da Camargo Corrêa, e de Agenor Franklin Magalhães Medeiros e Jose Ricardo Nogueira Breghirolli, ligados a OAS, alegaram que os decretos de prisão são ilegais por não fundamentarem as participações dos acusados nos fatos.
Os advogados de Eduardo Emerlino, que ainda não teve prisão confirmada pela PF, também alegaram questões de saúde para pedir que a prisão preventiva seja transformada em domiciliar. Segundo eles, o investigado é portador de hipertensão arterial de “difícil controle”.
A desembargadora indeferiu as liminares por entender que não há constrangimento ilegal nas prisões. “Igualmente restou evidenciada a necessidade da medida (prisão) por conveniência da instrução criminal. Isto porque apresentados documentos falsos perante o juízo como forma de justificar as transferências às empresas controladas por Alberto Youssef”, escreveu a magistrada em sua decisão.
“Daí a constatação no sentido de que se as empreiteiras, ainda em fase inicial da investigação, não se sentiram constrangidas em apresentar documentos falsos ao Judiciário, forçoso reconhecer que (a) integridade das provas e do restante da instrução encontra-se em risco sem uma contramedida. Mas não é só.
Segundo informações prestadas pela autoridade policial e destacadas pelo juízo impetrado, emissários das empreiteiras tentaram cooptar, por dinheiro ou ameaça velada, uma das testemunhas do processo, o que desvela de forma concreta a necessidade da medida”, concluiu a juíza.
Novas prisões
O grupo de presos chegou a 23, ontem, depois que o presidente do conselho de administração da construtora Camargo Corrêa, João Auler, e o presidente da empreiteira, Dalton Avancini, se entregaram à Polícia Federal. Contra eles, a Justiça decretou mandados de prisão temporária - cinco dias. Um terceiro integrante da cúpula da empreiteira, o vice-presidente Eduardo Leite, havia se entregado na noite da sexta.
Dois acusados ainda estariam foragidos, Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano e que seria o lobista indicado para arrecadar propinas para o PMDB. O outro é  Adarico Montenegro Filho, irmão do ex-ministro das Cidades e atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado da Bahia Mário Negromonte.
CGU
As empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras serão alvo de processos administrativos movidos pela Controladoria-Geral da União (CGU). A exemplo do que fez na apuração dos escândalos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), em 2012, a CGU vai apurar irregularidades entre as empreiteiras e a estatal.
A partir das provas encontradas, grandes construtoras correm o risco de ter o mesmo destino dado pela CGU à Delta Construções: a declaração de inidoneidade, situação que impede a empresa de concorrer em licitações da administração pública por um determinado período.
Seria um desfecho inédito e de efeitos ainda desconhecidos sobre o setor de infraestrutura do país. A lista das empreiteiras envolvidas na Lava Jato envolve nove gigantes da construção pesada: Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, Iesa Óleo e Gás, Mendes Júnior, OAS, Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC.Empresas que prestam serviço ou são donas de praticamente todas as concessões de rodovias e aeroportos realizadas pelo governo, além de terem participação crucial nos projetos do setor elétrico.

Presidente da Turquia defende que a América foi descoberta por muçulmanos

O continente americano foi descoberto pelos muçulmanos no século XII e não por Cristóvão Colombo mais de dois séculos depois, defendeu o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, no sábado.

A afirmação de Erdogan sustenta-se numa corrente extremamente minoritária de historiadores e teólogos muçulmanos, que sugere a presença muçulmana antes da chegada de Colombo à América, em 1492 — oficialmente, o primeiro estrangeiro a pisar no continente americano.
Os contactos entre América Latina e o Islão remontam ao século XII. Os muçulmanos descobriram a América no ano de 1178, «não Cristóvão Colombo», disse Erdogan num discurso durante uma reunião de líderes muçulmanos de países da América latina organizado pelas autoridades turcas.
Segundo autores que sustentam a tese, os marinheiros muçulmanos chegaram a América em 1178 e os relatos de Colombo mencionam a existência de uma mesquita sobre uma colina na costa cubana. Por isso, Erdogan mostra-se favorável a participar na construção de uma mesquita no local alegadamente citado pelo explorador genovês.
«Gostaria de falar com os meus irmãos cubanos, uma mesquita ficaria perfeita nesta colina também atualmente», completou o chefe de Estado conservador-islâmico, citado na imprensa brasileira.
Um artigo polémico publicado em 1996, do historiador Youssef Mroueh, menciona um trecho dos relatos de Colombo em aparecem referências à tal 'mesquita' observada em Cuba. Mas outros historiadores são unânimes a refutar a hipótese e ressaltam que a mesquita era apenas uma imagem metafórica utilizada para descrever a forma da paisagem.

Ex-diretor da Petrobras recebia propina em conta na Suíça

Pelo menos R$ 30 milhões foram parar nas contas de Renato Duque e Pedro Barusco.

As propinas pagas ao ex-diretor da área de serviços da Petrobras, Renato Duque, e ao ex-gerente executivo da estatal, Pedro Barusco, eram pagas “em sua maioria” em contas na Suíça. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a denúncia foi feita ao Ministério Público pelo executivo da Toyo Setal, Julio Camargo, por meio de delação premiada. Um dos pagamentos teria sido feito na conta offshore chamada Dreno, no Banco Cramer, e “controlada pelo próprio Renato Duque”.
Já Pedro Barusco teve mais de R$ 20 milhões “apreendidos administrativamente” na Suíça pelas autoridades daquele país. Os depoimentos de Julio Camargo mostram ainda que houve desvio de recursos em nove obras da Petrobras, sendo que R$ 30 milhões do montante foram destinados a Duque e Barusco.
Na refinaria Repav da Petrobras, em São José dos Campos (SP), construída pela Toyo, Camargo Corrêa, OAS e SOG, Julio Camargo revelou que R$ 6 milhões foram pagos à dupla. No projeto Cabiúnas outros R$ 3 milhões foram depositados em contas no Brasil e no exterior. E no caso da refinaria Repar, outro executivo da Toyo Setal, Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, afirmou ao MP – também em delação premiada – que foram pagos R$ 20 milhões; Camargo diz que foram R$ 12 milhões.
Para o MP, Camargo e Mendonça não descreveram apenas os fatos, mas “indicam contas bancárias utilizadas nas transações, datam as transações, especificam locais de encontros, descrevem meios utilizados”.
>> Empreiteiras apresentaram notas e contratos falsos a juiz da Lava Jato
>> Empresas de Youssef receberam R$ 90 milhões de empreiteiras
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O ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, foi preso em sua residência, no Rio
O ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, foi preso em sua residência, no Rio
Renato Duque foi preso nesta sexta-feira em sua residência, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, durante a 7ª fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.Além de Renato Duque e Jayme Oliveira Filho, que seria ligado ao doleiro Alberto Youssef, os demais 16 presos, todos vinculados a empreiteiras, são os seguintes:
OAS - José Aldemário Pinheiro Filho, presidente; Mateus Coutinho de Sá Oliveira, vice-presidente do conselho; Alexandre Portela Barbosa; Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor; José Ricardo Nogueira.
Engevix - Gerson de Mello Almada, vice-presidente; Carlos Eduardo Strauch Albero, diretor; Newton Prado Júnior, diretor;
Queiroz Galvão - Ildefonso Collares Filho, diretor-presidente; Othon Zanoide de Moraes Filho, diretor
UTC - Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente; Ednaldo Alves da Silva; Walmir Pinheiro Santana; Carlos Alberto Costa Silva
IESA - Otto Sparenberg, diretor
Galvão Engenharia - Erton Medeiros Fonseca

sábado, 15 de novembro de 2014

Collor acusado de rituais com fetos humanos

Ex-mulher do antigo presidente brasileiro revela que participaram em rituais de magia negra.
Rosane Malta e Fernando Collor de Mello, o primeiro presidente do Brasil eleito por voto popular depois dos anos de ditadura, separaram-se de forma litigiosa há nove anos. A mulher fez depois revelações chocantes.
A ex-primeira-dama do Brasil decidiu publicar a sua biografia, na qual inclui os 22 anos de casamento com Collor de Mello e faz revelações chocantes. O ex-casal era adepto de rituais de magia negra e realizava reuniões secretas, onde sacrificava animais e até chegou a usar fetos humanos.
Segundo a revista brasileira Isto É, Rosane Malta sofreu uma depressão depois do divórcio e luta ainda hoje pela pensão de alimentos que Collor de Mello se recusa a pagar. No livro de 220 páginas - Tudo o que Vi e Vivi -, Rosane Malta acusa ainda o ex-presidente de ter contas bancárias na Suíça e uma conta conjunta com Paulo César Farias, o homem que foi tesoureiro da sua campanha.

Acidentes com ônibus deixam 15 feridos na Zona Sul do Rio

Pelo menos 15 pessoas ficaram feridas em dois acidentes com ônibus na Zona Sul do Rio, na manhã deste sábado. O primeiro aconteceu na Rua Visconde de Pirajá, na altura da Rua Vinícius de Moraes, em Ipanema. Dois ônibus bateram e um deles invadiu uma loja. Bombeiros dos quartéis do Humaitá e de Copacabana atuaram no socorro às 10 pessoas que ficaram feridas.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, as vítimas foram identificadas como Taomira R. Feachengo, de 22 anos; Alan C, 20; Lidia C. Ferreira, 27; Ilda do E. Santo; Gilberto S., 33; José F. Silva, 60; Cristiano A. Aguirre, 36; Luis O., 55; Felipe A. Arrigue, 26; e Cintia A. Pereira, de 35 anos.
Segundo o Centro de Operações Rio, a Rua Visconde de Pirajá foi interditada e o desvio feito pela Rua Joana Angélica.
Já no Leblon, dois ônibus bateram na Rua Visconde de Albuquerque, na altura da Rua Rainha Guilhermina. Um dos coletivos caiu no canal que passa pela rua. Cinco pessoas foram atendidas no local.
Segundo os bombeiros, as vítimas são: Simone C. Gonçalves, de 36 anos; Maria A., 39; Irene P. Souza, 69; Ana M., 38; e Fabio C. Caldeira, de 42 anos.

CNV pede providências sobre documentos encontrados em hospital do Exército

O coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Pedro Dallari, pediu providências ao Ministério da Defesa a respeito de documentos encontrados no Hospital Central do Exército (HCE) sobre presos políticos na época da ditadura militar. O local foi vistoriado ontem (14) por procuradores do Ministério Público Federal (MPF), com o apoio de agentes da Polícia Federal, que cumpriram mandado judicial de busca e apreensão.
Dallari foi informado da operação pelo procurador da República Antônio Cabral e comunicou o ocorrido ao ministro da Defesa, Celso Amorim, solicitando providências da pasta para o rápido esclarecimento dos graves fatos apurados pelo MPF. As informações foram divulgadas em nota distribuída hoje (15) pela CNV.
“A CNV considerou graves duas constatações feitas pelo MPF: a de que aquela unidade do Exército ocultou da comissão documentos que foram objeto de diligência conjunta da Comissão Nacional da Verdade e da Comissão da Verdade do Rio feita em 23 de setembro deste ano e a informação de que membros e integrantes da delegação foram objeto de investigação preliminar daquela unidade militar”, destacou a comissão em trecho da nota.
A operação feita ontem já havia sido detalhada em nota publicada pelo MPF. “Os procuradores dirigiram-se inicialmente à garagem de ambulâncias e ao setor de manutenção, onde, segundo as investigações do MPF, os documentos estariam ocultos. Posteriormente, foram à Seção de Informações [S-2] do hospital e lá, em uma sala com cofre, encontraram um dossiê com notícias e documentos referentes a Raul Amaro [dissidente político Raul Amaro Nin Ferreira, morto no dia 12 de agosto de 1971, nas dependências do HCE], bem como uma pasta com nomes e fotografias dos integrantes das comissões Nacional e Estadual da Verdade.”
Na diligência, foi encontrada uma pasta com nomes, fotografias e informações de integrantes das duas comissões. A CNV esclareceu que, a pedido do Ministério da Defesa, uma lista somente com nomes foi enviada previamente para a confecção de crachás para facilitar o acesso de todos às dependências do hospital. Um dos objetivos da operação era buscar documentos de pessoas falecidas durante o regime ditatorial, incluindo o dissidente político Raul Amaro, segundo a nota do MPF.
Os fatos apurados pelo MPF serão discutidos em uma reunião do colegiado da CNV, na próxima quarta-feira (19), em São Paulo. Procurado, o Ministério da Defesa informou, através de sua assessoria, que não faz cometários referentes ao trabalho da CNV.

Milhares protestam na Geórgia contra governo do país e Rússia


Dezenas de milhares de georgianos protestaram no sábado contra a Rússia, acusando Moscou de tentar anexar regiões do país, e denunciando seu próprio governo por não fazer mais para defender os interesses nacionais.
Críticos do governo dizem que ele é relutante demais em criticar seu poderoso vizinho, particularmente sobre a crise na Ucrânia, que traz memórias desconfortáveis para a Geórgia, em torno da desastrosa guerra contra a Rússia em 2008.
Na sequência daquele conflito, duas províncias separatistas, Abkházia e Ossétia do Sul, declararam independência com o apoio da Rússia.
Moscou, que se opõe aos esforços da Geórgia de se juntar à aliança militar ocidental Otan, tem proposto um novo tratado com a Abkházia, que é visto em Tbilisi como um passo na direção da anexação total da região pela Rússia.
Os manifestantes, liderados por ativistas e lideranças da oposição Movimento Nacional Unido, marcharam na principal avenida da capital da Geórgia carregando a bandeira nacional e cartazes onde se lia "Nào à ocupação!" e "Não à anexação!". Muitos gritavam "longa vida à Geórgia".
"Essa é a clara mensagem do povo georgiano de que nós jamais aceitaremos o fato de que nossa soberania seja desmantelada pela Rússia de Putin", disse à Reuters Giga Bokeria, um dos líderes do movimento de oposição.
"Também é uma mensagem ao governo da Geórgia. Nós precisamos que o governo se concentre nos problemas do país e não em uma retribuição política."

Justiça rejeita pedido para libertar executivos presos na Lava Jato

A Justiça Federal rejeitou três pedidos de habeas corpus de dirigentes de empreiteiras presos na sexta-feira (14) na sétima fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF). As decisões foram proferidas pela desembargadora Maria de Fátima Freitas Labarrère, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), de Porto Alegre.
Nas petições, as defesas de Eduardo Emerlino Leite, diretor da Camargo Correa, e de Agenor Franklin Magalhaes Medeiros e Jose Ricardo Nogueira Breghirolli, ligados a OAS, alegaram que os decretos de prisão são ilegais por não fundamentarem as participações dos acusados dos fatos. Os advogados de Eduardo Emerlino, que ainda não teve prisão confirmada pela PF, também alegaram questões de saúde para pedir que a prisão preventiva seja transformada em domiciliar. Segundo eles, o investigado é portador de hipertensão arterial de "difícil controle, chegando a registrar picos de 19 por 10 [mmHg (milímetros de mercúrio)]".
Na decisões, a desembargadora indeferiu as liminares para libertá-los por entender que não há constrangimento ilegal nas prisões, determinadas pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, de Curitiba.
"Igualmente restou evidenciada a necessidade da medida [prisão] por conveniência da instrução criminal. Isto porque apresentados documentos falsos perante o juízo como forma de justificar as transferências às empresas controladas por Alberto Youssef. Daí a constatação no sentido de que se as empreiteiras, ainda em fase inicial da investigação, não se sentiram constrangidas em apresentar documentos falsos ao Judiciário, forçoso reconhecer que [a] integridade das provas e do restante da instrução encontra-se em risco sem uma contramedida. Mas não é só. Segundo informações prestadas pela autoridade policial e destacadas pelo juízo impetrado, emissários das empreiteiras tentaram cooptar, por dinheiro ou ameaça velada, uma das testemunhas do processo, o que desvela de forma concreta a necessidade da medida", concluiu a magistrada.

Projetos no Congresso que discutem conceito de família devem gerar polêmica

Dois projetos de lei (PL) que, entre outros pontos tratam da definição do conceito de família, prometem esquentar a discussão no Congresso Nacional. Pelo nome que receberam, muito parecidos – um Estatuto da Família e o outro Estatuto das Famílias - as propostas parecem ser iguais, mas na prática são completamente diferentes. A primeira é mais conservadora enquanto a segunda é mais progressista.
A que tramita na Câmara (PL 6.583/13) é o Estatuto da Família, relatada pelo deputado Ronaldo Fonseca (PROS-DF), define família como o núcleo formado a partir da união entre homem e mulher, por meio de casamento, união estável ou comunidade formada pelos pais e seus descendentes. A definição é a mesma que está no Artigo 226 da Constituição Federal. Já o  Projeto de Lei Suplementar (PLS) 470/13, o Estatuto das Famílias, que tramita no Senado,  reconhece a relação homoafetiva como entidade familiar ao rever o instituto da união estável e amplia sua conceituação.
No relatório do projeto do Estatuto da Família, que será entregue na segunda-feira (17) à comissão especial que analisa a proposta na Câmara, Fonseca, que também integra a bancada evangélica, promete acirrar a polêmica. “Eu estou colocando no relatório a proibição da adoção [por casais do mesmo sexo]. Se o Artigo 227 ( da Constituição Federal) diz que a família é para proteger a criança, como é que dois homens, duas mulheres que são homossexuais que dizem ser pais, querem adotar? Adotar para satisfazer a eles ou a criança? A adoção é para contemplar o direito da criança, não do adotante”, justifica. O direito de adoção por homossexuais foi reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça em votação unânime em abril de 2010.
Desde fevereiro, a página da Câmara tem uma enquete que pergunta se os internautas concordam com a definição de família como núcleo formado a partir da união entre homem e mulher. A enquete já recebeu mais de 4 milhões de votos. Até o fechamento desta reportagem, o resultado estava praticamente empatado com 49,52 % dos votos para sim e 50,16% para não e 0,32 % dos internautas disseram não ter opinião formada sobre o tema.
Ronaldo Fonseca nega que a divisão reflita o pensamento da sociedade brasileira. “Aquela enquete deve ser vista apenas pela força de mobilização e não de opinião. Uma [mesma] pessoa pode votar várias vezes, inclusive os ativistas homossexuais têm escritório só pra fazer isso, mas é interessante ver que a sociedade está mobilizada”, disse.
Sem citar fonte, o deputado diz ainda que há pesquisas que apontam que a sociedade brasileira, na sua maioria, quer que o conceito de família tradicional seja mantido. “Não é questão de perseguição, é que na proteção especial do Estado para a família em que está configurada a integridade da família, o Estado não pode simplesmente reconhecer que dois homens querem viver como família. Que história é essa? Dois marmanjos? Qualquer pessoa que se junta agora é família? Se duas mulheres querem fazer sexo, que façam, mas que não busquem a proteção do Estado”, diz.
Deputados que rechaçam a proposta tentarão protelar ao máximo a votação prevista para o fim deste mês. Se aprovada, ela segue para o Senado. Nomes na Câmara, como o de Erika Kokay (PT-DF) e Jean Wyllys (PSOL-RJ), vêm sendo voz e ouvido de movimentos atingidos pela proposta defendida por Fonseca. Presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABLGBTT), Carlos Magno Silva, mantém um diálogo permanente com esses parlamentares e afirma que a votação este ano poderia significar uma derrota para a população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros).
A formatação do Congresso Nacional a partir do ano que vem também não é favorável. Enquanto a bancada evangélica cresceu, muitos  parlamentares que levantavam a bandeira dos direitos humanos como prioridade não foram reeleitos.
“ A gente nunca teve um quadro de representação tão conservador. Estamos tentando contato com os deputados para constituir uma Frente Parlamentar pelos Direitos LGBT forte e atuante porque a próxima legislatura vai ser de muito embate, de muita disputa política. Este setor [evangélicos] tem se organizado para impedir qualquer avanço no reconhecimento de direitos humanos”, afirmou Carlos Magno. No caso de um grupo misto, a ex-ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT-SP), que está de volta ao Senado, e a senadora Lídice da Mata  (PSB-BA) devem ser procuradas .
Magno disse ainda que não existe uma estratégia definida de atuação, mas afirmou que vão encontrar uma forma de evitar que a proposta mais conservadora avance. “Isso é um retrocesso. Vai na contramão de tudo que já avançamos no Brasil e em outros países. Não existe só um formato de família. Existem vários formatos de família”, criticou, elencando conquistas do movimento como o direito à adoção e ao casamento.
A união de casais do mesmo sexo foi reconhecida em maio de 2011 pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Dois anos depois, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou uma resolução proibindo que os cartórios do país se recusarem a celebrar casamentos civis de casais do mesmo sexo ou de converter em casamento a união estável homoafetiva.
Magno defende o texto que tramita no Senado, a PLS 470/13 . Chamada de Estatuto das Famílias – no plural- , é menos conservadora. O texto reconhece a relação homoafetiva como entidade familiar ao rever o instituto da união estável, amplia sua conceituação, sem que ela fique restrita à ligação formal entre homem e mulher. A mesma proposta retira toda a parte de família do Código Civil e a coloca em um estatuto próprio. Também polêmica , a matéria aguarda votação do parecer favorável do senador João Capiberibe (PSB-AP) na Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Casa.

Exército ocultou documentos procurados pela CNV em Hospital Central do Exército

A Comissão Nacional da Verdade tomou conhecimento da operação de busca e apreensão realizadas ontem (14) pelo Ministério Público Federal e a Polícia Federal no Hospital Central do Exército (HCE) em Benfica, Rio de Janeiro. O coordenador da Comissão, Pedro Dallari, recebeu telefonema do procurador da República Antônio Cabral, que relatou a operação.
A CNV considerou graves duas constatações feitas pelo MPF: a de que aquela unidade do Exército ocultou da comissão documentos que foram objeto de diligência conjunta da Comissão Nacional da Verdade e da Comissão da Verdade do Rio realizada em 23 de setembro deste ano e a informação de que membros e integrantes da delegação foram objeto de investigação preliminar daquela unidade militar.
Na ocasião da visita ao HCE, membros das duas comissões se reuniram com o diretor do hospital, general Vitor Cesar, e este informou não dispor dos prontuários médicos do período investigado pela Comissão. Entretanto, a diligência do MPF constatou a existência de prontuários de 1940 à 1969 e de 1974 à 1983.
Na diligência, o MPF encontrou uma pasta com nomes, fotografias e informações de integrantes das duas comissões. A CNV esclarece que, a pedido do ministério da Defesa, uma lista somente com nomes foi enviada previamente para a confecção de crachás para facilitar o acesso de todos às dependências do hospital.
Hoje de manhã, o coordenador da CNV comunicou o ocorrido ao Ministro da Defesa, Celso Amorim, e solicitou providências da pasta para o rápido esclarecimento dos graves fatos apurados pelo MPF.
Os fatos apurados pelo MPF serão objeto da reunião do colegiado da CNV na próxima quarta-feira (19/11) em São Paulo.

Ministro da Justiça diz que oposição quer transformar Lava Jato em 3º turno

Em entrevista coletiva, na manhã deste sábado, em São Paulo, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, acusou a oposição de tentar transformar as investigações da Operação Lava Jato em terceiro turno eleitoral. Cardozo disse que “certos políticos” que não aceitaram o resultado das urnas estariam usando as investigações e prisões da Polícia Federal como palanque eleitoral.
“Nós não podemos aceitar algumas insinuações, posturas, de que as investigações têm sido partidárias. A PF tem cumprido seu papel e o Judiciário também tem cumprido seu papel. Muitas vezes tem aqueles que ainda acham que estamos em uma disputa eleitoral”, afirmou o ministro.
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“Existe uma tentativa de politizar as investigações por forças políticas A, B ou C, para tentar estender a corrida eleitoral. Aqueles que não digeriram a derrota tentam continuar com a eleição, é algo que só Freud explica”, acrescentou. “A eleição acaba com a apuração. Se quer continuar, deve procurar um psicanalista. Quem ganha, ganha. Quem perde, perde”, enfatizou .
O ministro garantiu que a Petrobras não irá parar e disse que o governo tem dado o apoio necessário às investigações. "Há um compromisso claro do governo, do ministério da Justiça e da Polícia Federal para que tudo seja esclarecido e os responsáveis sejam punidos, doa a quem doer", garantiu.
Cardozo disse também que a presidente Dilma Rousseff, que está na Austrália, está a par de todos os acontecimentos e determinou o prosseguimento das apurações com  todo o rigor.
A sétima etapa da Operação Lava Jato prendeu 20 pessoas na última sexta-feira, sob suspeitas de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. Dentre elas, o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, além de presidentes e executivos das principais empreiteiras do País, como a OAS, Queiroz Galvão, Camargo Correa, Mendes Junior e UTC.

Milhares manifestam-se contra governo mexicano depois de massacre de estudantes


O presidente Enrique Pena Nieto, que vive a pior crise desde que chegou ao cargo em 2012, foi mais uma vez o alvo dos manifestantes
 Milhares de estudantes e professores tornaram a manifestar-se, na sexta-feira, no Estado de Guerrero, no sul do México, em cólera contra o governo depois de um provável massacre de 43 jovens por traficantes de droga.
A manifestação nas ruas de Chilpancingo, capital do Estado de Guerrero, decorreu de forma tranquila, em contraste com os violentos protestos nos últimos dias, durante os quais vários edifícios públicos foram incendiados.
O presidente Enrique Pena Nieto, que vive a pior crise desde que chegou ao cargo em 2012, foi mais uma vez o alvo dos manifestantes, que gritavam “Fora o governo de traficantes de droga de Pena Nieto”.