A poucos minutos da reunião da Comissão Parlamentar Mista de
Inquérito (CPMI) da Petrobras, líderes da oposição costuraram um acordo
para votar todos os requerimentos de convocação e quebra de sigilo ainda
hoje (18). O desafio do grupo será garantir quórum mínimo de 17
parlamentares. “Se não houver quórum vamos pedir chamada nominal para
que cada um mostre para o país quem está querendo a CPMI ou não”,
afirmou o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).
Ao destacar a frase
“tudo e todos” por mais de três vezes, Bueno afirmou que todas as
pessoas que tiveram ordem de prisão decretada pela Polícia Federal pelas
investigações da Operação Lava Jato serão incluídas em um único
requerimento de convocação. Segundo ele, se houver qualquer manifestação
de falta de tempo, o grupo proporá um mutirão de trabalho. “Todo dia da
semana estaremos aqui, interrogando de manhã, à tarde e à noite, para
que CPMI cumpra seu papel de investigar o escândalo”, disse.
Diante
de um tempo apertado, considerando que só restam mais cinco dias de
validade da comissão, Bueno aposta que até amanhã será possível reunir o
número mínimo de assinaturas – 171 de deputados e 27 de senadores –
para prorrogar por mais 30 dias o trabalho da CPMI.
“O primeiro
item na reunião de hoje é votar os que ficaram pendentes: ex-diretor
de Serviços da Petrobras, Renato Duque, Sérgio Machado, ex-diretor da
Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró e o tesoureiro do PT João Vaccari Neto”, disse. Explicou que Cerveró - que já depôs em
setembro deste ano no colegiado - deve ser novamente ouvido para
esclarecer novas informações sobre o esquema.
Duque foi acusado
pelo ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, durante a delação
premiada, de receber propinas de contratos firmados pela empresa
pública, e Vaccari é suspeito de mediar contatos entre operadores do
doleiro Alberto Youssef e o Fundo de Pensão dos Empregados da Petrobras,
o Petros.
Indagado sobre a possibilidade de os convocados não
responderem às perguntas, como ocorreu com o depoimento de Costa - que
se manteve em silêncio durante toda a audiência no colegiado -, Bueno,
que falou pelo grupo de líderes reunidos na manhã de hoje, disse:
“Inócuo é nós não tomarmos a providência de convocá-los. Quem não quer
convocá-los é a base do governo. Estamos insistindo desde abril com a
quebra dos sigilos bancários, fiscal e telefônico das empreiteiras, na
convocação deles”, disse.
A oposição também tentará aprovar outro
pedido para que uma comissão formada entre os integrantes da CPMI vá até
a Holanda para estudar o acordo feito entre o Ministério Público e a
empresa SBM Offshore, depois da divulgação de que a empresa holandesa
pagou propinas a empregados da Petrobras em troca de contratos. “O
objetivo é investigar o que de fato aconteceu com as propinas de US$
139 milhões que a SBM pagou a funcionários da Petrobras”.
O último
item a ser discutido na reunião é a coleta de outro grupo de
assinaturas para que seja criada uma nova CPMI, que vai atuar a partir
do próximo ano, com a abertura de outra legislatura com novos
parlamentares eleitos. No esforço para alcançar os objetivos na comissão
hoje, a oposição ainda prometeu obstruir a sessão da Comissão Mista de
Orçamento (CMO) prevista para a tarde de hoje.
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