Milhares de Camisas Vermelhas, um movimento pró-governo da Tailândia,
saíram às ruas neste sábado em Bangcoc para advertir a oposição sobre o
risco de "guerra civil" em caso de queda do governo interino, após a
destituição da primeira-ministra Yingluck Shinawatra.
"Os Camisas Vermelhas não podem aceitar a nomeação antidemocrático e
inconstitucional de uma primeira-ministra", afirmou Jatuporn Prompan,
líder do movimento.
Nas ruas há seis meses, os manifestantes contrários ao governo querem
instaurar um "conselho do povo" não eleito para "reformar" o sistema.
Eles consideram que o sistema está afetado pela corrupção, depois de
anos de governo de Thaksin Shinawatra, irmão de Yingluck Shinawatra, a
primeira-ministra destituída na quarta-feira pelo Tribunal
Constitucional.
Mas o pedido de adiamento indefinido das eleições e as críticas
abertas à democracia provocam inquietação, inclusive em Washington, que
insistiu esta semana na necessidade de eleições nesta monarquia
constitucional, que está há vários meses sem Parlamento.
O líder dos Camisas Vermelhas denunciou neste sábado que a oposição
pediu ao presidente do Senado, adversário político do partido no
governo, a designação de um novo primeiro-ministro. Os manifestantes
antigovernamentais não reconhecem o chefe de Governo interino e rejeitam
as eleições legislativas previstas para 20 de julho.
"Seria o começo de um desastre para o país e levaria a uma guerra
civil", disse Jatuporn aos simpatizantes do governo, que exibiam fotos
da ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra.
Quase 3.000 policiais foram mobilizados para garantir a segurança da manifestação, organizada no subúrbio ao oeste de Bangcoc.
Paralelamente, milhares de manifestantes antigovernamentais iniciaram
na sexta-feira o que chamam de "batalha final", com um acampamento
diante da sede do governo.
Não foram registrados incidentes, apesar das manifestações
antagonistas. Desde o início da crise, há seis meses, pelo menos 25
pessoas morreram no país.
Thaksin Shinawatram foi derrubado em 2006 por um golpe de Estado e
vive no exílio para evitar uma condenação por fraude financeira. Mas a
política tailandesa gira ao redor dele, que é acusado de comandar o
governo à distância.
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