quarta-feira, 18 de março de 2015

Ecorodovias vence leilão da ponte Rio-Niterói e supera CCR


A Ecorodovias venceu o leilão da ponte Rio-Niterói, atualmente sob concessão da CCR, oferecendo um deságio de 36,67 sobre o valor máximo de tarifa de pedágio previsto em edital, no primeiro grande teste de 2015 do apetite dos investidores por projetos de longo prazo no Brasil.
As ações da Ecorodovias reagiram negativamente à vitória, recuando mais de 5 por cento e liderando as baixas do Ibovespa no início dos negócios desta quarta-feira. Já os papéis da CCR, considerada a favorita na disputa pelo mercado, subiam 0,7 por cento.
A Ecorodovias ofereceu uma tarifa de 3,2844 reais enquanto o consórcio da CCR fez proposta 4,24230 reais, um deságio de 18,20 por cento sobre o preço máximo do edital que foi o segundo mais baixo entre os entregues pelos grupos interessados na ponte.
O leilão contou com participação de outros quatro grupos, incluindo Triunfo e JSL.
Representantes da CCR evitaram fazer comentários à imprensa após o leilão. A companhia tem entre os acionistas os grupos Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, empresas envolvidas no escândalo de corrupção na Petrobras.
A concessão por 30 anos da ponte vai exigir investimentos de 1,3 bilhão de reais, com a maior parte nos cinco primeiros anos. O leilão foi o primeiro grande certame depois que a Lava Jato apertou o cerco nas investigações de corrupção.
O leilão também foi promovido pouco tempo após a sanção sem vetos da Lei dos Caminhoneiros, que, na avaliação das concessionárias de rodovias, aumentou o risco regulatório do setor, por ferir contratos atualmente em vigor.
O ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, afirmou a jornalistas que apesar do lance vencedor ser de cerca de 3,2844 reais, o valor é refenciado em janeiro de 2014 e por isso o pedágio da ponte será reajustado para 3,70 reais a partir do início de junho. Atualmente o valor da tarifa é de 5,20 reais para veículos de passeio.
Já o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou após o leilão que o governo federal analisa novas concessões de infraestrutura este ano, incluindo rodovias que não foram licitadas em 2014, além de ferrovias.
Segundo Barbosa, o governo vai adaptar condições de financiamento das próximas concessões "à nova realidade do país", mas vai continuar havendo taxas de juros favorecidas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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