sexta-feira, 27 de março de 2015

Islândia mapeia o código genético de toda a sua população

A equipa de investigação deCODE criou uma base de dados com o código genético da população da Islândia, através da combinação de dados de ADN com árvores genealógicas.
Representantes da equipa revelaram que, através deste mapeamento, é possível encontrar todas as mulheres que podem vir a correr o risco de desenvolver cancro da mama, de uma forma tão simples como “o apertar de um botão”. Afirmam que seria um ato criminoso não usar essa informação para prevenir futuros problemas de saúde.
Através dos dados retirados da investigação científica, publicada no jornal Nature Genetics, foi possível realizar uma série de descobertas, como a idade do último ancestral em comum de todos os islandeses do sexo masculino.
O ADN é uma molécula que contém as instruções que um organismo necessita para se desenvolver, viver e reproduzir-se. Estas instruções são encontradas dentro de cada célula e são passadas ​​de pais para filhos, ou seja, através do código genético de uma criança, é possível mapear o ADN dos respetivos país e avós.
Neste estudo foram pesquisadas as sequências de ADN de dez mil pessoas, combinando os dados com árvores genealógicas.
Segundo o chefe executivo do deCODE, Kari Stefansson, através do uso dessas técnicas é possível prever, “com substancial exatidão, o genoma de toda a nação”.
Através desta pesquisa é possível detetar as mutações genéticas BRCA, com incidência familiar, que comprometem a produção normal de proteínas reparadoras do ADN, condicionando uma maior suscetibilidade ao cancro da mama. Foi o caso da atriz Angelina Jolie que, através do uso destas técnicas, decidiu remover os seios e os ovários.
Kari Stefansson afirma que é possível, na Islândia, “descobrir todas as mulheres que carregam mutações no gene BRCA2. (…) O risco poderia ser anulado com mastectomias e ovariotomias preventivas. Seria criminoso não tirar vantagem disso e estou convencido de que os meus compatriotas irão começar a usar estes dados.”
No entanto, estes dados ainda são anónimos e usar este tipo de informações na medicina poderia levantar questões éticas, nomeadamente como identificar genes mortíferos em indivíduos que nunca se voluntariaram para estudos de ADN.

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