O sequestro em massa de crianças se transformou em uma nova tática de
guerra dos grupos armados extremistas, como a organização Estado
Islâmico (EI) e Boko Haram, afirmou na quarta-feira Leila Zerrugui,
representante oficial da ONU para a infância e os conflitos armados.
"Os
sequestros em massa de mulheres e crianças estão no caminho de se
transformar em uma tática de guerra utilizada de forma sistemática para
aterrorizar, submeter e humilhar comunidades inteiras", explicou
Zerrugui em um debate no Conselho de Segurança da ONU sobre as crianças
nos conflitos.
As crianças sequestradas são utilizadas como
soldados, escudos humanos, escravos sexuais ou para cometer ataques
suicidas, completou. "Esses sequestros em massa aumentaram (...) e
convido o Conselho a prestar plena atenção a esse fenômeno preocupante".
Zerrugui
pediu aos países do Conselho que "ativem os meios de pressão" sobre os
grupos armados. "Além disso, a pressão militar não pode passar por cima
da pressão judicial e das sanções", lembrou.
O grupo nigeriano
Boko Haram sequestrou, em abril de 2014, 276 colegiais em Chibok (Borno,
no nordeste da Nigéria). Entre elas, 57 meninas conseguiram escapar,
mas 219 continuam desaparecidas.
O enviado da ONU em Chade
criticou a inação do Conselho de Segurança contra o Boko Haram,
argumentando que este grupo nigeriano extremista é mais perigoso que o
grupo Estado Islâmico.
"O que fazemos contra o EI, devemos fazer contra o Boko Haram", disse o embaixador Mahamat Cherif à imprensa.
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