O ex-prefeito da cidade de Piên (RMC), Gilberto Dranka, foi preso nesta
terça-feira (31) durante uma operação deflagrada pelo Centro de
Operações Policiais Especiais (Cope), unidade de elite da Polícia Civil
do Paraná. Ele é suspeito de encomendar a morte do prefeito eleito da
cidade, Loir Dreveck, de 52 anos, assassinado no dia 17 de dezembro de
2016, antes de tomar posse no cargo.
Dranka foi detido em casa. Os policiais o encontraram no forro
da residência, onde ele estava escondido. Além dele, foram presos
Amilton Padilha, 29 anos, e Orvandir Arias Pedrini, 44. Padilha é
suspeito de ter atirado e matado o prefeito eleito, tendo fugido em
seguida para a cidade de Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Já
Pedrini teria sido o intermediário entre o executor e o mandante. A
prisão é temporária por 30 dias.
O Cope também cumpriu oito mandados de busca e apreensão e
outros três de condução coercitiva, quando a pessoa é levada para
prestar depoimento na delegacia.
Entre
os conduzidos está o atual presidente da Câmara de Piên, o vereador
Leonides Maahs, e o ex-presidente Dirceu João Stoeckly. Maahs acabou
sendo preso em flagrante durante a operação por posse ilegal de munição e
material para recarga de munição de arma de fogo. Além deles, a
companheira de Pedrini também foi conduzida.
"Em depoimento, o intermediário afirmou que quem encomendou a
morte do prefeito eleito foi Gilberto Dranka e o presidente da Câmara
Leonides Maahs. Os dois, segundo o depoimento, têm participação direta
no crime", explicou o delegado-chefe do Cope, Rodrigo Brown. "Com o
depoimento, vamos pedir a prisão preventiva de Maahs ao Poder
Judiciário", completou.
Os policiais chegaram primeiramente ao homem que teria executado
Dreveck. A moto utilizada no crime foi encontrada num barranco, ao lado
de um capacete preto, que foi encaminhado para perícia no Instituto de
Identificação do Paraná. Através da placa da moto, os policiais do Cope
chegaram até a pessoa que a negociou com Padilha.
O vendedor disse que durante a venda a Padilha, um outro homem
com um carro modelo Gol de cor vermelha estava junto. Após diligências, a
investigação comprovou, por meio de imagens de câmeras de segurança,
que o veículo pertence a Orvandir Pedrini.
Com a descrição física de Padilha, repassada pelo vendedor da
moto, ele foi localizado pelos investigadores do Cope na cidade de
Itajaí, em Santa Catarina, e detido no dia 26 de dezembro, após cometer
um roubo na cidade catarinense.
O Instituto de Identificação confrontou as digitais de Padilha
com as encontradas no capacete e confirmou ter sido ele o autor dos
disparos. A partir daí, a investigação se concentrou nos mandantes do
crime, já que estava descartada a possibilidade de assalto, chegando até
Orvandir Pedrini e no ex-prefeito da cidade Gilberto Dranka.
Os policiais descobriram que na mesma semana da morte do
prefeito eleito de Piên, Amilton Padilha matou um outro homem muito
parecido com Dreveck e que dirigia um veículo de modelo também utilizado
pela prefeitura de Piên.
"As duas mortes são muitos semelhantes e acreditamos que o
primeiro homicídio foi por engano. A intenção do executor era matar o
prefeito eleito, mas acabaram se confundindo", explicou o delegado
Marcelo Magalhães, que coordenou a investigação. Padilha, Gilberto
Dranka, Leonides Maahs e Orvandir Pedrini responderão também pela morte
deste homem.
Cerca de 40 policiais do Cope participaram da operação, que
contou com o apoio da Delegacia de Polícia Civil de Rio Negro. "Além
disso, é importante ressaltar o trabalho do Ministério Público e da
Justiça de Rio Negro", completou Magalhães.
Crime
Dreveck morreu no dia 17 de dezembro, três dias depois de ser
baleado na cabeça. Ele foi alvejado quando viajava para Santa Catarina,
pela PR-420. Dreveck estava em um carro da prefeitura, com a família,
quando foi surpreendido por um motociclista que disparou contra ele.
O prefeito eleito foi atingido na cabeça e encaminhado em estado
grave ao Hospital e Maternidade Sagrada Família, em São Bento do Sul,
Santa Catarina, mas não resistiu aos ferimentos.
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