quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Polícia gaúcha pede prisão preventiva de suspeitos no incêndio da Kiss

A Polícia Civil gaúcha informou nesta quinta-feira que vai pedir a prisão preventiva de quatro envolvidos no incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, ocorrido há um mês.
Dois proprietários da Kiss e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que tocava na boate no momento do incêndio, estão na Penitenciária Estadual de Santa Maria em prisão temporária, de prazo limitado. Já a prisão preventiva não tem prazo - pode se estender pelo período em que durarem as investigações.
Segundo nota da polícia, a prisão dos suspeitos é necessária "para a garantia da ordem pública" e leva em consideração "a gravidade dos fatos, a comoção social e a preservação da integridade dos investigados".
O pedido deve ser encaminhado ao Ministério Público no final da tarde desta quinta.

EUA darão apoio médico e alimentar a rebeldes sírios, mas não armas

ROMA, 28 Fev (Reuters) - Os Estados Unidos vão enviar ajuda não letal diretamente aos rebeldes sírios pela primeira vez, disse o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, nesta quinta-feira, decepcionando opositores do presidente Bashar al-Assad que estão clamando por armas do Ocidente para o conflito.

Células de câncer aproveitam 'caos' para se reproduzir

Uma pesquisa britânica explicou a forma como as células de câncer se aproveitam do 'caos' de seu código genético para se espalhar pelo corpo.
Segundo os cientistas responsáveis pelo estudo, as células de câncer que formam um tumor são muito diferentes entre si e, assim, tornam-se mais resistentes aos medicamentos, facilitando sua proliferação.
A pesquisa, publicada na revista especializada Nature, constatou que as células de câncer que usavam sua matéria-prima ficavam "estressadas" e cometiam erros ao fazer cópias de seus códigos genéticos.
A maioria das células normais no corpo humano tem 46 cromossomos. No entanto, algumas células cancerosas podem ter mais de 100 cromossomos.
Além disso, tal padrão é inconsistente: células cancerosas podem ter números diferentes de cromossomos entre si.
Para os cientistas, essa diversidade ajuda os tumores a não serem afetados pelos tratamentos e a 'colonizarem' novas partes do corpo.

Caos e ordem

Os cientistas da organização Cancer Research UK e do Instituto do Câncer do University College de Londres tentam descobrir como o câncer se transforma em algo tão diverso, com células tão diferentes entre si.
Anteriormente se acreditava que, quando uma célula cancerosa se separava para criar duas novas células, os cromossomos não eram divididos de forma igual entre as duas.
No entanto, Charles Swanton, que liderou a pesquisa, realizou exames células de um câncer no intestino e concluiu que "há pouca prova" de que isso ocorre.
Cânceres são levados a fazer cópias deles mesmos. No entanto, se as células cancerosas não têm mais os tijolos de construção de seu DNA, elas desenvolvem o chamado "estresse de replicação de DNA".
De acordo com a pesquisa, é a partir desse "estresse" que surgem os erros e os tumores diversos.
"É como construir uma ponte sem todos os tijolos e cimento o bastante para as fundações. Contudo, se você pode fornecer os blocos de DNA, você pode reduzir o estresse de replicação e limitar a diversidade nos tumores, o que pode ser terapêutico", afirmou Swanton.
O professor admitiu que "parece errada" a ideia de que pode ser terapêutico fornecer o combustível para o crescimento de um câncer.
Mas o pesquisador afirmou que o estudo prova que o estresse de replicação era a raiz do problema e que novas ferramentas podem ser desenvolvidas para lidar com isso.
Os pesquisadores identificaram três genes perdidos com frequência em células de câncer de intestino diferentes, que foram muito importantes para o câncer que está passando pelo processo de estresse de replicação de DNA. Todos estavam localizados em uma região do cromossomo 18.
"Esta região do cromossomo 18 é perdida em muitos tipos de câncer, sugerindo que este processo não é visto somente no câncer de intestino", afirmou o professor Nic Jones, cientista-chefe da organização Cancer Research UK.
"Cientistas agora podem começar a procurar formas de evitar que isto ocorra ou usar esta instabilidade contra o câncer", acrescentou.
Os próximos estudos vão investigar se esse mesmo estresse causa a diversidade em outros tipos de tumores.

Kerry promete US$ 60 milhões em ajuda à oposição síria

O secretário de Estado americano, John Kerry, prometeu nesta quinta-feira uma ajuda de US$ 60 milhões para a oposição síria.
Os rebeldes armados que lutam contra o presidente Bashar al-Assad nunca tinham recebido ajuda direta dos Estados Unidos e, segundo o correspondente diplomático da BBC esta é uma mudança de política importante dos Estados Unidos.
No entanto, o dinheiro prometido por Kerry não inclui o envio de armas.
Alimentos e medicamentos devem ser incluídos na ajuda e o resto deve ser usado para ajudar as oposição síria a fornecer serviços básicos para populações de áreas que eles controlam, além de ajudar a estruturar um governo e impor a lei.
A promessa foi feita em uma reunião do grupo de países chamado Amigos da Síria, em Roma, na Itália.
O líder da oposição síria, Moaz al-Khatib, afirmou que ainda está insatisfeito com a falta de ajuda militar aos rebeldes.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Diplomatas europeus recomendam boicote a assentamentos israelenses

Os diplomatas europeus junto à Autoridade Nacional Palestina (ANP) redigiram um relatório com duras críticas à colonização israelense na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental e exortaram a União Europeia a aplicar sanções econômicas contra os assentamentos.
De acordo com o relatório, que foi vazado para o jornal israelense "Haaretz", os diplomatas recomendam que os 27 países da UE tomem medidas para impedir investimentos em projetos relacionados aos assentamentos.
O documento destaca a necessidade de diferenciação entre produtos fabricados em Israel e mercadorias provenientes dos assentamentos. Além disso, recomenda que as redes de supermercados europeias marquem os produtos dos assentamentos de forma que o consumidor possa entender que esses não foram produzidos em Israel.
Israel tem um acordo de livre comércio com o bloco europeu, e segundo o relatório dos diplomatas, "os produtos dos assentamentos não devem usufruir dos benefícios" do acordo.
O documento também recomenda que os países europeus examinem com cuidado os planos de cooperação nas áreas de pesquisa e desenvolvimento tecnológico "para que não ajudem de maneira direta ou indireta os assentamentos".

'Provocação'

O relatório destaca a colonização israelense em Jerusalém Oriental e afirma que "Israel atua de maneira sistemática contra a presença palestina em Jerusalém, por intermédio de limitações à construção, destruição de casas, expulsão de moradores, discriminação na liberdade de acesso a locais religiosos e em serviços de educação, saúde e recursos municipais".
Segundo os autores, as construções israelenses em Jerusalém Oriental são "propositais, sistemáticas e provocadoras".
A ampliação de três bairros israelenses em Jerusalém Oriental – Har Homa, Gilo e Givat Hamatos – é vista como "parte de uma estratégia para impedir a transformação de Jerusalém em capital dos dois Estados"
O governo de Israel ainda não publicou uma reação oficial ao relatório dos diplomatas europeus, porém o tema foi divulgado amplamente pela mídia local.
O deputado Eli Ben Dahan, do partido de extrema direita Habait Hayhudi (Lar Judaico) criticou o relatório.
"Novamente somos testemunhas de uma intervenção grosseira e tendenciosa em favor dos palestinos, na política do Estado de Israel", disse o deputado ao site de notícias"Walla".
"Os europeus devem saber que o Mandato Britânico na Terra de Israel terminou há 65 anos, hoje em dia Israel é um Estado independente", acrescentou Ben Dahan.

Iniciativas corajosas

A porta-voz da Organização pela Libertação da Palestina (OLP), Hanan Ashrawi, qualificou o relatório como "corajoso" e declarou que espera que seja seguido por "medidas concretas e punitivas".
"Apelamos à União Europeia para que enfrente Israel e implemente iniciativas corajosas para exigir que o bloco retire os investimentos em assentamentos em em relação a produtos vindos desses assentamentos”, afirmou a porta-voz da OLP à agência de noticias palestina "Maan".
"O projeto de colonização de Israel é a ameaça mais significativa à solução de dois Estados e agora é o momento de exercer a vontade politica necessária para responsabilizar Israel, antes que todas as chances de paz sejam destruídas", acrescentou.

Promotor do caso Bruno quer que vazamento de inquérito sigiloso seja apurado pela polícia

Informações dão conta do envolvimento de outro policial na morte de Eliza

O promotor Henry Wagner Vasconcelos vai pedir à Polícia Civil que apure o vazamento do inquérito sigiloso divulgado ontem (26). O documento, feito pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), a pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), investiga a participação de outro policial civil na morte de Eliza Samudio, identificado como Gilson Costa.
Segundo a assessoria do MPMG, Vasconcelos quer que a polícia instaure um inquérito para encontrar os responsáveis pela divulgação das informações. A Polícia Civil quebrou os sigilos bancários e telefônicos do goleiro Bruno Fernandes, de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola e de José Lauriano, o policial aposentado chamado de Zezé. Além de depósitos de altos valores, foram encontradas ligações para Costa.
Segundo a polícia, Bola ligou para Zezé 15 vezes na noite em que Eliza teria sido morta. O envolvimento de Gilson Costa consta nesta investigação paralela em caráter sigiloso.
Os depósitos apontam movimentações de mais de R$ 100 mil nas contas dos envolvidos, valores incompatíveis com seus rendimentos.
O advogado de Bruno, Lúcio Adolfo, insatisfeito com a investigação, afirmou que o jogador tinha rendimentos que justificam os montantes.
— Havia transferências de R$ 80 mil, R$ 100 mil, mas nunca apareceram os valores apontados pela acusação como pagamento pela morte de Eliza. Quem gerenciava a vida econômica do Bruno era o Macarrão, ninguém discute isso.
O advogado de Bola, Ercio Quaresma, ironizou a tentativa do MP em ligar a morte de Eliza a mais um ex-integrante do GRE.
— Nesse inquérito só tem delírios de um promotor que quer fazer mágica. Daqui a pouco vão procurar pela Eliza no sítio do GRE (Grupo de Resposta Especial - já extinto pela Polícia Civil).
Júri
Na próxima segunda-feira (4), Bruno e a ex-mulher, Dayanne Rodrigues, começam a ser julgados pelo desaparecimento e morte de Eliza.
O goleiro responde por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver e pode pegar até 41 anos de prisão. Dayanne será julgada por sequestro e cárcere privado, com pena prevista de até cinco anos.
Na tarde desta quarta-feira (27), a 4ª Câmara Criminal do TJMG julga mais um pedido de habeas corpus para o goleiro. Desta vez, a defesa se apoia em um pré-contrato assinado com o Boa Esporte, de Varginha, para tentar conseguir a prisão domiciliar.

México estima que 26 mil desapareceram desde 2006

O governo mexicano estima que 26.122 pessoas desapareceram durante dezembro de 2006 a novembro de 2012, durante o governo do presidente anterior, Felipe Calderón.
A estimativa, divulgada pela secretária de direitos humanos do ministério do Interior, Lia Limon, é muito maior que do que as anteriores feitas pelo governo. A lista inclui mais de 20 mil investigações oficiais em andamento e outros 5.206 casos que ainda estão pendentes.
Na semana passada, a ONG Human Rights Watch disse ter encontrado provas de "desaparecimento envolvendo agentes do Estado".
O grupo diz que 250 desaparecimentos ocorridos durante o governo anterior, do então presidente Felipe Calderón, ocorreram com envolvimento de membros de forças de segurança que estariam ligadas a carteis de drogas.
Ex-integrantes do governo Calderón contestam os novos números divulgados esta semana pelo governo do presidente Enrique Peña Nieto, chegou ao poder em dezembro de 2012.
De acordo com eles, apenas 5 mil pessoas estariam desaparecidas.
Limon disse que a nova lista é apenas "um ponto de partida". "A base de dados será sintonizada pelo governo e pelos serviços de promotoria locais para determinar quais casos são relacionados a crime, e quais são por motivo de imigração, mudança, desastres naturais, entre outros", disse ela.
A lista é de pessoas que sumiram entre os dias 1º de dezembro de 2006 e 30 de novembro de 2012.
Em muitos casos, os desaparecidos são simplesmente pessoas que imigraram para os Estados Unidos sem contar à família. Outros teriam fugido devido à violência relacionada ao narcotráfico.
Algumas estimativas chegam a dizer que 70 mil pessoas morreram no país nos últimos seis anos, período marcado pela violência ligada ao tráfico de drogas.
Milhares de soldados foram enviados para patrulhar as ruas, mas o número de vítimas continuou subindo.
Uma das principais bandeiras de Enrique Peña Nieto na campanha presidencial foi a criação de uma nova força policial federal para reduzir o número de mortes.

Banhista morre em raro ataque de tubarão na Nova Zelândia

Um tubarão matou um banhista em uma conhecida praia na Nova Zelândia.
O homem de 47 anos estava nadando a cerca de 200 metros da praia de Muriwai, que fica a cerca de 40 quilômetros a oeste da cidade de Auckland.
Uma testemunha afirmou que o ataque foi muito rápido.
"De repente... vimos a barbatana do tubarão e, no minuto seguinte, bum!, (o tubarão) o atacou, então (vimos) sangue para todo o lado na água", afirmou o pescador Pio Mose a um site de notícias neozelandês.
Mose acrescentou que o homem ainda estava vivo quando "vimos outro ataque puxá-lo na água".
Segundo uma declaração da polícia neozelandesa o tubarão pode ter entre 3,6 e 4,2 metros de comprimento.
Ataques de tubarão são raros na Nova Zelândia. Apenas 11 ataques com mortes ocorreram desde que os registros começaram em 1847, de acordo com o canal de televisão local TVNZ.
O último ataque com morte confirmado foi em 1976 a sudeste de Auckland.

Disparos

A polícia local informou ainda que foram feitas tentativas de resgate do homem e até disparos foram feitos.
"A polícia e surfistas salva-vidas foram até o local em dois botes infláveis de resgate e dispararam contra o tubarão. Ele se virou e desapareceu", afirmou o inspetor Shawn Rutene.
Ainda não se sabe qual a espécie de tubarão atacou e matou o homem, mas as autoridades informaram que foram vistos grandes tubarões brancos na região.
A praia e áreas vizinhas foram fechadas e o corpo do nadador foi recuperado.
Clinton Duffy, especialista em tubarões do Departamento de Conservação da Nova Zelândia afirmou à agência de notícias Associated Press, que ataques como este são raros no país.
"Os níveis de ataques de tubarões aqui são bem mais baixos do que na Austrália", afirmou, acrescentando que os tubarões ignoram as pessoas "99% do tempo".

Agências humanitárias alertam para alto número de crianças mortas na Síria

Agências humanitárias internacionais se mostraram "chocadas" com o alto número de crianças mortas na Síria na semana passada.
Ao menos 70 crianças morreram em decorrência dos ataques com mísseis perpetrados pelo regime em áreas residenciais da cidade de Aleppo no dias 18 e 19 de fevereiro – muitos bairros foram reduzidos a escombros.
Os números foram levantados durante uma investigação da ONG internacional Human Rights Watch que apontou ainda a morte de 140 civis.
Ao mesmo tempo, a Unicef, agência das Nações Unidas ligadas à infância, condenou a morte de ao menos 20 crianças que estavam em sala de aula numa escola primária da capital síria, Damasco, no dia 21 de fevereiro, durante a explosão de um carro-bomba.
Segundo a ONU, mais de 70 mil pessoas já morreram no país na guerra civil entre o regime do presidente Bashar al-Assad e os rebeldes, que exigem sua renúncia, e que já dura quase dois anos.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Senado dos EUA confirma Hagel como secretário de Defesa

O Senado dos Estados Unidos confirmou o ex-senador republicano Chuck Hagel como o novo secretário de Defesa do presidente Barack Obama.
Hagel substitui Leon Panetta, que ficou no cargo por quatro anos.
A votação encerra um mês de debates políticos sobre a indicação de Hagel - que é acusado pelos ex-colegas republicanos de ser anti-Israel e não ter capacidade para pressionar o Irã.

Perspectivas do Brasil seguram empolgação com país no exterior

Deu no Financial Times: o Brasil é "o país mais empolgante do mundo". Ao menos foi o que defendeu a última edição da revista semanal desse diário econômico britânico, com a manchete Aí vem o Brasil e artigos que tratam de temas ligados ao boom da classe C brasileira.
A realidade, porém, é que desde 2012 ficou mais difícil encontrar quem partilha dessa “empolgação” nos mercados e na imprensa internacional. "Após um período de quase euforia com o Brasil no exterior, por volta de 2009 e 2010, as percepções sobre o país parecem ter sido ajustadas com a decepção gerada pelo desaquecimento da economia", diz Daniel Buarque, jornalista e autor do livro Brasil, um país do presente: A imagem internacional do "país do futuro" (Ed. Alameda), que será lançado no dia 7.
Segundo um levantamento feito a pedido da BBC Brasil pelo consultor Simon Anholt, responsável por um ranking dos países mais admirados do mundo pelo público em geral, em 2012 houve uma queda até na pontuação do Brasil na pesquisa, de 57,91 para 57,86 (de um total de 70 pontos).
Mesmo o FT em sua cobertura diária tem adotado um tom bastante cético e crítico sobre o manejo da economia brasileira desde que o PIB desacelerou dos 7,5%, de 2010, para os 1,6%, de 2012. E a revista britânica The Economist chegou a chamar a economia do país de "criatura moribunda".
A novidade que parece refletida no especial sobre o Brasil do jornal britânico, porém, é que um grupo cada vez maior de observadores externos tem enfatizado que, em meio a esses altos e baixos, é preciso mais “realismo” nas análises sobre o país - e, principalmente, é preciso separar entre as perspectivas de longo e de curto prazo para sua economia.

Ajuste

"Precisamos marcar bem a diferença entre a perspectiva do mercado financeiro e a dos que fazem investimentos diretos e apostam na economia real", enfatiza Richard Lapper, diretor do Brazil Confidential, o serviço de análises sobre o Brasil do Financial Times.
Ele diz que, para os investidores de curto prazo, a queda dos juros, as incertezas sobre a inflação e o fato de que a economia brasileira está crescendo menos que a de países como o México reduziram bastante a atratividade do país.
Dilma Roussef (Foto AFP)
Presidente Dilma: desafio de retomar crescimento acelerado
"Já para o investidor direto, de longo prazo, o Brasil continua a ser um mercado atraente - e foi para essas tendências mais duradouras que olhamos na nossa revista: o desemprego está em níveis historicamente baixos, há estabilidade econômica e política e o consumo continua aquecido com a expansão da classe C, especialmente em alguns setores."
Lapper nota que, apesar da desaceleração do PIB, o volume de investimentos diretos estrangeiros no Brasil permaneceu robusto no ano passado - por volta de US$60 bilhões. O desemprego também foi uma surpresa positiva: ficou em 5,4% em janeiro, o menor para o mês desde o início da série histórica, em 2002.
"Quando o assunto é Brasil é preciso cuidado para distinguir o que é notícia e o que é barulho", opina o criador do termo BRIC, Jim O'Neill, que vem sendo questionado sobre se o País deve ser mantido no grupo das "nações emergentes" mesmo crescendo a um ritmo inferior a China, Rússia e Índia.

Novo 'status'

O'Neill diz acreditar que embora no curto prazo os dados sobre o PIB brasileiro ainda devam decepcionar, as "tendências demográficas e sociais" que sustentam as boas perspectivas para o País e sua mudança de status global são "consistentes".
"É preciso pensar no longo prazo para o Brasil: ainda acho que o país pode muito bem crescer de 4% a 5% ao ano na década", opina.
Para Anthony Pereira, diretor do Instituto Brasil da King's College London, é natural que haja suspeitas sobre a sustentabilidade do crescimento brasileiro, até por uma questão de precedentes históricos: o "milagre econômico" dos anos 70 descambou na pior crise da história do país, nos anos 80.
"Mas uma perspectiva histórica também dá a medida de quão sólidos são os avanços em termos sociais e institucionais, na conquista de estabilidade econômica e política", diz Pereira.
"Os velhos desafios são conhecidos: o Brasil ainda precisa avançar na questão da educação, infraestrutura e burocracia. Mas a decepção também é consequência de um aumento das expectativas - não dá para querer que o país cresça como a Índia, onde a proporção da população rural ainda é equivalente a do Brasil nos anos 60."

Imagem externa

As percepções externas sobre um país importam por uma série de razões, segundo Anholt. No campo econômico, uma boa reputação pode ajudar a atrair investimentos, e impulsionar os fluxos de comércio e turismo.
Casal nas Casas Bahia (Foto Reuters)
Brasil não está mais na 'moda', mas consumo continua em alta no país
"Antes de fazer um investimento direto, por exemplo, empresários calculam qual seria a dificuldade para se convencer funcionários-chave a viver naquele lugar", diz o consultor.
Uma melhoria de 10% nos índices gerais de aprovação de um país, calculado por Anholt com base em 38 mil entrevistas, resultaria em um crescimento de 11% na chegada de turistas a seu território. E a correlação seria semelhante para o crescimento das exportações.
"Se um país se torna sinônimo de qualidade, pode cobrar mais por seus produtos. Consumidores tendem a pagar mais caro por um celular japonês que por um aparelho produzido em outro país asiático, por exemplo."
No caso do Brasil, Anholt enfatiza que, apesar de o país ter deixado de ser a menina dos olhos da imprensa e mercados internacionais, a mudança em sua imagem entre o público em geral foi pequena e o país permaneceu na 20ª posição no ranking das nações mais admiradas do globo.
Por outro lado, mesmo durante o período em que o Brasil esteve “na moda”, também avançou pouco - subindo apenas uma posição em 2009.
"No geral, o Brasil ainda está associado a festa, futebol e carnaval. É um país que todo mundo vê com simpatia, mas ninguém leva a sério. Sinônimo de ‘alegria’, que pouquíssimos se aventuram a visitar", afirma o consultor.
Já Buarque - que baseou seu livro em mais de 100 entrevistas com formadores de opinião, elites acadêmicas, políticas e econômicas nos EUA – tem uma perspectiva diferente. Para ele, ao menos entre essas elites tomadoras de decisão, não há como negar que as mudanças na “imagem do país” tem sido bastante significativas.
"Ainda que haja clichês ligados ao imaginário internacional sobre o Brasil, em setores da elite política e econômica global, o país tem de fato se tornado mais relevante no mundo, ainda que seja difícil precisar quanto", afirma.
“Além disso, mesmo que a frequência das demonstrações de 'empolgação' sobre o Brasil tenha diminuído, não acho que tenhamos voltado a uma situação pré 2008-2010 em termos de imagem externa. O que há agora é um maior equilíbrio - a euforia foi substituída por uma avaliação mais sóbria, mesmo quando positiva."

O disparate sobre os mortos de Santa Maria

Os pesquisadores de jornalismo dedicados, décadas a fio, a tentar identificar critérios de noticiabilidade – e há mesmo quem proponha fórmulas para isso –, os professores empenhados em discutir obstinadamente esses critérios com seus alunos, semestre após semestre, todos esses precisam saber que seus melhores esforços sempre esbarrarão num elemento imponderável: pois, não importa a circunstância, é impossível imaginar o que se passa na cabeça de um editor.
O exemplo mais recente dessa variável imprevisível foi dado pela edição de domingo (24/2) do Estado de S.Paulo, que teve a brilhante ideia de assinalar a passagem de um mês da tragédia de Santa Maria com um número impactante e resolveu anunciar que a morte das 239 pessoas no incêndio daquela boate representa uma perda total de 12.412 anos de um futuro projetado e abruptamente interrompido.
No site, o chamariz é o link para um gráfico interativoque “mostra” a trajetória potencial de todas aquelas vidas desperdiçadas. No jornal, duas páginas internas no caderno “Metrópole” detalham os cálculos.
Como um videogame
O gráfico começa riscando lentamente o arco da expectativa de vida da primeira vítima, que cai com 18 anos e “poderia viver até os 75”; a segunda, morta aos 19, poderia viver até os 83; e assim por diante, numa velocidade crescente, até completar o total de vítimas e de anos potencialmente perdidos. É até bonito, e pode ser divertido – como num videogame – ver aqueles fios que começam coloridinhos, alaranjados e avermelhados, e as bolinhas caindo no eixo horizontal marcando a morte – a queda – das pessoas, e os fios prosseguindo brancos até a suposta idade do hipotético limite para a vida de cada um.
Logo abaixo, dois outros gráficos, um para as 107 mulheres – “em média, cada uma perdeu 57 anos de vida” – e outro para os 125 homens mortos – “ao todo eles poderiam viver 6,2 mil anos a mais” – completam o quadro em que se enuncia “o que esses dados revelam”.
Números inúteis
Os números, mesmo tratados por critérios completamente distintos, evidentemente não revelam absolutamente nada, inclusive porque seria o caso de indagar o motivo pelo qual a primeira vítima morta aos 18 poderia viver até os 75 e a outra, morta aos 19, teria uma expectativa de vida bem maior. Sem contar a imprevisibilidade do acaso, e nesse episódio mesmo os jornais todos noticiaram, com alguma ênfase – porque isso sempre mexe com a imaginação do público sobre aquilo que supostamente seria uma fatalidade, aquilo que estaria “escrito” no destino de cada um –, que uma jovem escapou da tragédia e morreu na semana seguinte num desastre de carro, ou a história do rapaz que desistiu de ir à boate naquele dia e por isso se salvou.
No jornal em papel, a reportagem detalha como aqueles números foram calculados e apresenta até o prejuízo que essas perdas causaram para a economia nacional, a partir de uma observação de um especialista – pois há especialistas para tudo: “Apenas em renda do trabalho, os 40 anos que, na média, cada uma das 239 vítimas teria de vida produtiva renderiam ‘algo em torno de R$ 600 milhões’”, diz o professor consultado. O “impacto econômico”, de acordo com a mesma fonte, poderia ultrapassar R$ 1 bilhão.
É claro que nunca ninguém se dispôs a calcular o “impacto econômico” da alta incidência de morte de jovens entre os 15 e os 24 anos, porque esses, meninos e rapazes pobres e em geral pretos, sucumbem em tiroteios decorrentes da disputa por pontos de tráfico de drogas ou outras atividades ilegais, quando não são simplesmente atingidos no meio desse fogo cruzado: essa gente não tem mesmo futuro, por que se preocupar? Por isso a reportagem pode dar o exemplo de um casal de namorados de 18 anos, que faleceu no incêndio, e explicar, didaticamente, que “os homens têm uma esperança de vida ao nascer sete anos menor do que as mulheres no Brasil, mas essa diferença diminui com a idade”. E com a condição social, faltou dizer.
O jornal investiu nessa notável reportagem domingueira o tempo e o trabalho de pelo menos seis profissionais – como consta nos créditos –, um deles um conhecido especialista em RAC, “reportagem com auxílio de computador”.
Não há dúvida de que o computador é nosso amigo e de que é preciso saber montar e consultar bancos de dados. Mas antes de mais nada é preciso clareza para definir critérios que justifiquem utilizá-los. Do contrário, o precioso trabalho dos jornalistas se desvirtua na elaboração de gráficos e na divulgação de números, estatísticas e cálculos a serviço da mais pura mistificação.

Israel permite exploração de petróleo nas colinas do Golã

O Ministério de Energia de Israel concedeu licença para que uma empresa privada conduza escavações em busca de petróleo no sul das Colinas do Golã – território sírio ocupado durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Para analistas consultados pela BBC Brasil, a polêmica medida do governo israelense desafia a lei internacional e tem relação direta com a atual crise do Estado sírio.
A licença foi concedida à empresa Genie Energy, dirigida pelo conhecido político de extrema-direita Effie Eitam, que mora na comunidade agrícola Moshav Nob, no Golã.
"A decisão do governo, de justamente iniciar agora a exploração de petróleo, pode decorrer do caos que vigora na Síria", afirma à BBC Brasil o ex-diretor do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Alon Liel. "Nestas circunstâncias, em que a Síria se encontra em plena guerra civil, não há quem fale em nome do Estado."
A porta-voz do ministério da Energia, Maya Etzioni, confirmou à BBC Brasil a concessão da licença à empresa Genie.
De acordo com Etzioni, "esta é a primeira vez que o governo israelense concede uma licença para exploração de petróleo no Golã".
"Se isso tivesse acontecido há alguns anos, haveria protestos da comunidade internacional e do próprio governo sírio, mas agora, em meio à desintegração da Síria, ninguém menciona esse assunto", opina Liel.

Lei internacional

Segundo o especialista em direito internacional Guy Harpaz, da Universidade Hebraica de Jerusalém, "a lei internacional proíbe a extração de riquezas naturais de territórios ocupados".
"Para a comunidade internacional, Golã é um território ocupado, embora Israel tenha promulgado a lei da anexação dessa região em 1981", afirmou o jurista.
"A lei internacional só permite a exploração de recursos naturais para fins de segurança ou para o bem da população civil sob ocupação. Neste caso, é claro que os lucros com a exploração do petróleo no Golã não irão beneficiar nem a segurança nem os habitantes sírios que restaram nessa região", acrescentou.
Segundo o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Yigal Palmor, "toda essa questão não é relevante neste momento, pois não se trata ainda de exploração do petróleo no Golã, mas sim de buscas preliminares, ainda nem sabemos se existe petróleo lá".
"As colinas do Golã estão, de fato, sob soberania israelense, portanto do ponto de vista legal o governo de Israel tem autoridade de atuar nessa região", disse Palmor à BBC Brasil, "é claro que, no futuro, a questão da soberania terá que ser acertada com o lado sírio, mas todos sabem que neste momento não existe um parceiro com o qual seja possível negociar do lado sírio".
A empresa Genie Energy tem acionistas estrangeiros como o banqueiro Jacob Rothshild e o magnata da mídia Rupert Murdoch.
O ex-vice-presidente dos Estados Unidos Dick Cheney é um dos consultores da Genie.

Potencial

De acordo com testes preliminares executados pela empresa, existe um potencial de descoberta de grandes quantidades de petróleo na região sul das colinas do Golã.
Esta não é a primeira vez que Israel explora petróleo em territórios ocupados.
No passado, empresas israelenses extraíram petróleo na Península do Sinai, território egípcio também tomado durante a guerra de 1967 e devolvido após acordo de paz em 1979.
Até hoje existe um processo pendente do Egito contra Israel, exigindo indenização pelas extração dos recursos do território.
"Considero a decisão de explorar petróleo no Golã um erro", opina o ex-diplomata Alon Liel. "Mesmo se agora não há quem fale em nome da Síria, no futuro teremos que fazer um acordo de paz com esse país."

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Comissão da Verdade diz ter identificado 'dúzias' de agentes da repressão

Em um encontro nesta segunda-feira, a Comissão Nacional da Verdade disse já ter identificado "várias dúzias" de agentes que participaram de atos de repressão.
A comissão investiga violações de direitos humanos cometidas durante o regime militar.
Segundo um assessor, essas pessoas serão convocadas a prestar depoimento.
A comissão estima que 50 mil pessoas (entre presos, torturados, exilados e familiares) foram afetadas pela repressão.

Queda de meteoro gera caçada por fragmentos na Rússia

A região de Chelyabinsk, que no dia 15 de fevereiro testemunhou uma chuva de fragmentos de um meteoro, está vivendo uma febre de caça pelos pedaços de rocha que caíram do céu.
Uma pessoa morreu e mais de mil ficaram feridas com os destroços e estilhaços espalhados pelas rochas. Agora, nos arredores dos vilarejos de Deputatsky e Pervomaysky, a uma hora de carro da cidade de Chebarkul, famílias inteiras saem em busca de fragmentos do meteorito.
Os campos cobertos de neve nos Montes Urais, cujo céu foi cruzado pelo meteorito antes dele cair, supostamente no lago Chebarkul, agora também estão cobertos de pegadas humanas.
A casa da família Belizkaya ficou cheia de fuligem depois da explosão do meteorito e o teto ficou com uma rachadura. Inicialmente, eles ficaram assustados, mas agora a família chama o dia da chuva de pedra como "dia do renascimento". Até o momento, eles já encontraram três fragmentos, de um centímetro cada.
"Nós viemos com toda a família, fazemos por curiosidade, estas são lembranças daquele acontecimento. Vamos manter (as pedras) em casa por enquanto, mas há uma chance de vender, vamos vender algumas, claro!", afirmou Elena Belyzkaya.

Rato ou meteoro

Reportagem da BBC não teve dificuldades para encontrar fragmentos (BBC)
Reportagem da BBC não teve dificuldades para encontrar fragmentos (BBC)
A caça aos meteoritos não requer habilidades especiais pois é uma atividade relativamente simples, ainda mais em um campo coberto de neve.
O impacto de um meteorito cria uma pequena cratera parecida com o buraco de um rato. Se alguém encontrar um destes buracos em um monte de neve é um rato ou um meteorito.
A equipe da BBC encontrou quatro pedras minúsculas em apenas cinco minutos. A maioria dos fragmentos encontrados perto de Deputatsky são do tamanho de ervilhas, mas alguns podem ser maiores, do tamanho de uma bola de golfe.
O maior fragmento visto pela reportagem da BBC pesava cerca de 100 gramas. Foi encontrado por um morador de Chelyabinsk, que afirmou que recebeu várias ofertas de compra de amigos da capital, Moscou.
"É como caçar ou pescar. Quando você vê um animal, seu coração começa a bater rápido e quando você está pescando, é como puxar a vara de pescar e pensar que há algo extraordinário. É o mesmo, você vê um buraquinho, tenta e lá está", afirmou um dos caçadores de meteoritos.

Prazo se esgotando

Caçadores de meteoritos na região de Chelyabinsk (Foto: BBC)
Caçadores de meteoritos na região de Chelyabinsk
As amostras estão sendo coletadas por cientistas do laboratório de meteoritos da Academia de Ciências da Rússia, que dizem que quanto mais gente procurar as rochas, melhor, pois restam poucos dias com clima bom o bastante para a busca.
Qualquer vento ou quantidade de neve caindo na região pode destruir os rastros dos meteoritos e os pequenos fragmentos simplesmente não poderão ser encontrados até a primavera, quando os campos estarão cobertos de grama alta.
O mineral que forma o meteorito, a chondrita, é comum, de acordo com o pesquisador associado da academia Dmitry Sadilenko.
Mas o tamanho é importante. O meteorito de Chebarkul é um dos maiores já registrados - estimativas preliminares sugerem que era do tamanho de um edifício.
E, quanto maior o fragmento, maior é o seu valor.
De acordo com a lei russa, não existe proibição alguma para as pessoas que queriam coletar, vender e exportar os fragmentos de meteorito.
A internet já está cheia de anúncios de venda dos chamados fragmentos do meteorito de Chebarkul, com preços variando de alguns poucos milhares de rublos até 500 mil rublos (cerca de R$ 32 mil).
A polícia de Chelyabinsk já interrogou um "empresário", morador do vilarejo de Emanzhlinka, que tinha vendido vários fragmentos por 15 mil rublos (cerca de R$ 980) cada. Ele pode ser acusado de fraude se as pedras forem consideradas falsas.

Buraco no gelo

Moradores da região já oferecem passeios ao local da queda (BBC)
Moradores da região já oferecem passeios ao local da queda (BBC)
Para cientistas da Universidade Federal dos Montes Urais, a rocha principal do meteorito, de até 50 cm de comprimento, caiu no lago Chebarkul, mas a informação ainda não pode ser confirmada.
O vice-governador de Chelyabinsk, Igor Murog, disse à BBC que, em teoria, o grande buraco no gelo sobre o lago, que teria sido criado pelo meteorito, pode ter sido feito por um pescador.
Mas, os caçadores de meteoros não se importam com as declarações oficiais. Muitos estão abrindo buracos no gelo e pescando fragmentos, usando ímãs presos em cordas.
Até o prefeito de Chebarkul, Andrey Orlov, se juntou à caçada e enviou mergulhadores para o lago logo após a queda do meteorito. A busca foi suspensa devido aos sedimentos no fundo do lago, mas seria retomada nesta segunda-feira.
Orlov também anunciou uma competição entre os empresários locais, buscando ideias para que Chebarkul lucre com a queda dos meteoritos.
Os moradores já se adiantaram e estão oferecendo passeios a cavalo e carroças para o local da queda.

Autoridades não confirmam se este buraco no gelo foi causado pelo meteorito (BBC)
Autoridades não confirmam se este buraco no gelo foi causado pelo meteorito (BBC)

Fragmentos de continente antigo podem estar sob Oceano Índico

Cientistas acreditam ter encontrado sinais de que fragmentos de um continente antigo estão soterrados abaixo do solo do Oceano Índico.
Os pesquisadores dizem que o fragmento é de um continente que teria existido de entre 2 bilhões e 85 milhões de anos atrás.
A faixa foi batizada pelos cientistas de "Mauritia". Com o tempo, a terra se fragmentou e desapareceu sob as ondas do mundo moderno que se formou no lugar.
O estudo foi publicado na revista científica Nature Geoscience.

Teorias

Há até 750 milhões de anos, toda a massa terrestre do Planeta estava concentrada em um continente gigante, chamado de Rodínia pelos cientistas.
Países que hoje estão a milhares de quilômetros de distância – como Índia e Madagascar – ficavam lado a lado.
A nova pesquisa sugere que havia um "microcontinente" entre Índia e Madagascar. Os cientistas pesquisaram grãos de areia de Maurício, um país localizado no Oceano Índico.
Os grãos se originaram em uma erupção vulcânica que ocorreu há nove milhões de ano. Mas apesar disso, eles contém minerais que são de um período ainda mais antigo.
Seicheles
Cientista especula que Seicheles já fez parte de continente que existiu entre Índia e Madagascar
"Nós encontramos zircão, que foi extraído das areias da praia, e isso é algo que se encontra tipicamente na crosta continental. Elas são de uma era muito antiga", disse o professor Trond Torsvik, da Universidade de Oslo.
O zircão é datado de entre 1970 e 600 milhões de anos atrás, e a equipe concluiu que os restos da terra antiga foram levados para a superfície da ilha durante uma erupção vulcânica.
O professor disse acreditar que pedaços do continente poderiam estar 10 quilômetros abaixo de Maurício e sob o solo do Oceano Índico.
A existência do continente teria atravessado diferentes éons da Terra – desde o Pré-Cambriano, quando não havia vida na terra, ao período em que surgiram os dinossauros.
Mas há 85 milhões de anos, quando a Índia começou a se separar de Madagascar em direção à sua posição atual, o microcontinente teria se desfragmentado – e eventualmente desaparecido sob as ondas.
No entanto, uma parte pequena do microcontinente pode ter sobrevivido, especulam os pesquisadores.
"No momento, as (ilhas) Seicheles são um pedaço de granito, ou crosta continental, que está praticamente assentada no meio do Oceano Índico", diz Torsvik.
"Mas houve uma época em que ficavam logo ao norte de Madagascar. E o que estamos dizendo é que talvez isso fosse muito maior, e que esses fragmentos continentais estão espalhados pelo oceano."
Essas teorias ainda precisam ser confirmadas com mais pesquisa.
"Nós precisamos de dados sísmicos que possam formar uma imagem desta estrutura... isso seria a prova definitiva. Ou é preciso perfurar profundamente, mas isso custaria muito dinheiro", diz Torsvik.

Israel testa reforço de sistema antimíssil

O Ministério da Defesa de Israel diz ter realizado com sucesso um teste de seu novo sistema de interceptação de mísseis.
O sistema Arrow 3 supostamente detecta mísseis em direção ao território israelense, os intercepta e os destrói utilizando um segundo míssil acima da atmosfera terrestre.
Autoridades dizem que o sistema de ponta foi feito para "defender Israel da ameaça de um ataque do Irã".
O teste de segunda-feira foi realizado com a colaboração de forças americanas. É a primeira vez que o sistema é testado.
De acordo com representantes do Ministério de Defesa, o sistema pode fazer com que ogivas nucleares e químicas se desintegrem com facilidade, já que pode destrui-las no espaço.
O Arrow 2 faz parte do sistema multicamadas de defesa antimíssil de Israel.
A primeira camada, chamada de Escudo de ferro, interceptou até 85% dos mísseis lançados de Gaza a áreas povoadas do país durante o confronto de novembro de 2012, de acordo com autoridades locais.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Secretário de Estado dos EUA inicia 1ª viagem no cargo e mira a Síria

 

Em 10 dias, ele vai a nove países da Europa e do Oriente Médio.
Conflito da Síria e do Mali e programa nuclear iraniano estão no foco.

John Kerry embarcou neste domingo (24), em sua primeira viagem oficial ao exterior como EUA Secretário de Estado, com a esperança de trazer novas idéias para a Europa e Oriente Médio sobre como acabar com quase dois anos de violência na Síria.
O senador John Kerry, futuro secretário de Estado dos EUA, durante audiência no Senado nesta quinta-feira (24) (Foto: AP)O senador John Kerry, secretário de Estado dos EUA, durante audiência no Senado. (Foto: AP)
A viagem de Kerry por nove países em 10 dias vai levá-lo a tradicionais aliados europeus dos Estados Unidos como Reino Unido, Alemanha, França e Itália, juntamente com a Turquia, Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Qatar.
Além da Síria, ele vai se concentrar em conflitos no Mali e no Afeganistão, e no programa nuclear iraniano.
Kerry disse que está ansioso para discutir novas formas de persuadir o presidente sírio, Bashar Al-Assad a renunciar e iniciar uma transição democrática no país que vem sendo destroçado por escalada de violência que já matou pelo menos 70 mil pessoas.
Kerry, um ex-senador democrata de Massachusetts que sucedeu a Hillary Clinton no gabinete do presidente Barack Obama segundo mandato, não ofereceu detalhes de suas idéias, mas funcionários dizem que giram em torno de uma crescente pressão sobre Assad e seu círculo íntimo.
A primeira parada dele é Londres, onde manterá conversações com autoridades britânicas sobre uma série de questões, do Afeganistão até o status das Ilhas Malvinas. O Reino Unido está em uma grande disputa com a Argentina sobre as Ilhas Malvinas.
Ele também irá discutir problemas transatlânticos com jovens alemães em Berlim, onde ele viveu algum tempo quando criança como filho de um diplomata dos EUA enviado para a cidade dividida durante a Guerra Fria. Ele também se reunirá com o ministro do Exterior russo Sergey Lavrov, na capital alemã.
Em Paris, Kerry irá discutir a intervenção da França no Mali, e em Roma vai participar de uma reunião com líderes da oposição síria.
Autoridades norte-americanas disseram que a viagem será basicamente "turnê de ouvidoria" no que se refere à Síria e não vai resultar em mudanças imediatas na política dos EUA que, até agora, estava claramente fora de apoio militar para os rebeldes que lutam contra Assad.

Palestinos acusam Israel de tortura e assassinato

O prisioneiro palestino que faleceu sábado numa prisão israelense "foi torturado", afirmou neste domingo o ministro palestino de Prisioneiros, Issa Qaraqae, após a necrópsia da qual participou um médico palestino.
Os resultados da necrópsia de Arafat Jaradat, de 30 anos, "provam que Israel o assassinou", declarou Qaraqae numa coletiva de imprensa em Ramallah, na Cisjordânia.
"A necrópsia mostrou fraturas em todo o corpo e no crânio da vítima, resultados de tortura", completou Qaraqae, citando o médico palestino que acompanhou o exame, afirmando também que a condição cardíaca de Jaradat era boa.
As autoridades israelenses atribuíram o falecimento a uma "provável" crise cardíaca.
De acordo com o Shin Bet, o serviço de segurança interior israelense que interrogava o prisioneiro, Jaradat "foi vítima de um mal-estar" e acabou falecendo sábado após o almoço na prisão de Megiddo (norte de Israel).
Arafat Jaradat, oriundo de um vilarejo da região de Hebron (sul da Cisjordânia), foi preso em 18 de fevereiro para ser interrogado pelo Shin Bet sobre os confrontos na colônia de Kiryat Arba, perto de Hebron, que deixaram um israelense ferido em 18 de novembro de 2012.
Ele será enterrado segunda-feira, perto de Hebron.
Mais cedo, Israel pediu à Autoridade Palestina para acabar com as manifestações na Cisjordânia, organizadas em solidariedade aos 4.500 palestinos detidos pelo Estado hebreu que estão em greve de fome após a morte de Jaradat.
"Israel enviou, por seu emissário Yitzhak Molcho, um pedido à Autoridade Palestina para que acalme o território" da Cisjordânia ocupada, de acordo com um comunicado.
"Para que o não-pagamento das taxas que Israel coleta para os palestinos não sirva de desculpa à Autoridade Palestina para não acalmar o território, Netanyahu ordenou que o dinheiro referente ao mês de janeiro seja transferido", informou o texto.
Em janeiro, Israel já havia desbloqueado 100 milhões de dólares de diversas taxas e impostos que recolhe para a Autoridade palestina. O repasse foi interrompido em dezembro após a acessão da Palestina ao status de Estado Observador da ONU.
A decisão de Israel acontece num momento de intensificação das manifestações contra o país.
Outros quatro prisioneiros palestinos que estão em greve de fome há mais de um mês para protestar contra suas detenções foram encaminhados a um hospital para exames médicos, afirmou neste domingo Weizman.
A associação israelense de defesa dos direitos humanos B'Tselem exigiu "a abertura de uma investigação independente, efetiva e transparente, e que seja finalizada rapidamente".

Fidel Castro comparece à abertura de Assembleia Nacional em Cuba

O ex-líder Fidel Castro, de 86 anos, compareceu à cerimônia de abertura da Assembleia Nacional em Havana neste domingo, que se prepara para eleger um presidente por mais cinco anos. A expectativa é que seu irmão, Raúl Castro, seja reeleito, em meio a uma série de mudanças no país.
Em uma rara aparição pública, Fidel chegou ao Congresso cubano ao lado de Raúl.
A última vez em que ele havia comparecido à Assembleia Nacional foi em 2006, quando passou o poder ao irmão.
Em uma das mais recentes mudanças introduzidas no país, Raúl Castro limitou em apenas dois o número de mandatos que um presidente pode cumprir, abrindo caminho para uma transição "pós-irmãos Castro" em Cuba.

EUA enviaram funcionário para visita secreta à Coreia do Norte

Um alto funcionário da Casa Branca fez duas visitas secretas no ano passado a Coreia do Norte para tentar melhorar as relações bilaterais entre os dois países após a chegada ao poder de Kim Jong-un, informa o jornal Los Angeles Times.

O jornal, que cita fontes do governo que pediram anonimato, afirma que as visitas aconteceram em abril e agosto, com o objetivo de convencer o novo líder norte-coreano a flexibilizar sua política estrangeira. Segundo o LA Times, um veterano funcionário da CIA, Sydney Seiler, que fala coreano com fluência e é responsável pela política coreana no Conselho de Segurança da ONU, estava nas duas viagens.

Vários políticos americanos já visitaram a Coreia do Norte, como a ex-secretária de Estado Madeleine Albright, durante a presidência do democrata Bill Clinton, que esteve no país asiático em 2000, recorda o jornal. O último enviado especial de Washington que visitou a Coreia do Norte foi Stephen Bosworth, que tentou retomar as negociações sobre o programa nuclear de Pyongyang.

Neste domingo, agências de notícias nipônicas informaram que Japão e Estados Unidos escolheram a área de Kyoto para instalar um novo radar americano que permitiria contra-atacar qualquer ameaça de míssil da Coreia do Norte.

Um radar "X-band" está instalado no norte do país, na base Shakiri, de Tsugaru, para detectar mísseis balísticos e permitir que as forças americanas disparem mísseis de interceptação terra-ar ou mar-ar.

Cuba começa a se preparar para a saída de cena dos irmãos Castro

A não ser que algo extraordinário aconteça, Raúl Castro será reeleito neste domingo como presidente de Cuba. Mas ventos de mudança podem estar a caminho do único bastião comunista das Américas.
Eleito em 2008 para substituir o irmão Fidel Castro como presidente após quatro décadas, Raúl defende a limitação do mandato das autoridades cubanas a dois termos. Se cumprir o que diz acreditar, hoje deve ser o início do fim de sua estadia no poder.
À medida que a velha guarda cubana se prepara para deixar o poder, os antigos revolucionários trabalham para garantir a sobrevivência do regime no futuro.
E isso significa encontrar um sucessor para Raúl Castro.
Até o momento, no entanto, o regime não tem dado muitas pistas. A prioridade é tocar as reformas que têm como objetivo reverter a ineficiência da economia fortemente controlada pelo Estado cubano.

‘Muita pressão’

Café privado em Cuba.
Este café privado em Cuba mostra a abertura do regime econômico da ilha comunista
O resultado mais óbvio das reformas tem sido a explosão de pequenos negócios, de manicures a jardinagem por hora. Tais atividades foram legalizadas na tentativa do governo de diminuir o peso da folha de pagamento estatal.
“Eu ganhava 400 pesos por mês (R$ 32). Agora consigo ganhar o tanto quando meu trabalho render”, diz Eduardo García, que tem uma oficina de consertos de TVs e rádios.
Uma das TVs de tela plana que espera conserto na oficina vale cerca de R$ 4.000, um bom indicativo das mudanças em curso na ilha.
Assim como outros meio milhão de trabalhadores autônomos, García não tem só o que comemorar.
“É como se tivessem desatado nossas mãos, mas não os nossos pés. Estamos trabalhando sob muita pressão”, diz. Ele reclama que o monopólio estatal sobre produtos importados e a falta de um mercado de peças dificulta muito seu trabalho.
“Mas por 54 anos ninguém pensou que isso pudesse vir a ser possível”, diz. “É como uma máquina, lenta no início. Mas espero que as coisas melhorem”, diz.
Como lidar com as grandes estatais que ainda dominam a economia cubana é o próximo desafio do novo governo a ser formado a partir deste domingo.
O mais novo experimento do governo Castro será dar maior autonomia às empresas, para impulsionar a eficiência. Outra medida deve limitar o número de cooperativas, com exceção da agricultura.
Uma citação de Raúl Castro que circula por Havana dá o tom das mudanças.
“A batalha da economia é hoje, mais do que nunca, nossa principal tarefa”.

Tarefa árdua

Raúl Castro
Raúl Castro substituiu o irmão Fidel e defende o limite de tempo para as lideranças cubanas
“Trata-se de uma batalha e o futuro de Cuba depende dos resultados”, afirma o economista Jan Triana, ao dizer que cinco décadas após a revolução Cuba está “reinventado o socialismo”.
“Ganhamos a principal batalha em 1990, quando a União Soviética desapareceu e Cuba ficou sozinha no mundo. Foi difícil, mas estamos vivos”, diz.
Mas à medida que os novos deputados tomem seus assentos no Parlamento e os novos líderes de Cuba sejam indicados, a preocupação será a árdua tarefa que ainda existe pela frente.
Sob a presidência de Hugo Chávez, a Venezuela se tornou o principal aliado de Cuba, fornecendo quase todo o combustível que a ilha precisa a preços subsidiados.
Chávez voltou a Caracas esta semana, depois de meses tratando de um câncer em Havana. Mas ele continua doente e não se sabe como será a relação entre os dois países caso Chávez saia de cena.
“Venezuela é uma peça importante no tabuleiro”, diz Paul Hare, ex-embaixador britânico em Havana.
“O que acontecer em Caracas vai determinar o quão rápido pode ser a abertura da economia em Cuba, se haverá a adoção de uma solução ao estilo chinês, caso a Venezuela corte os subsídios aos combustíveis. Daí a urgência das reformas”, diz.
Ainda assim, o passo continua lento. “Sem pausa, mas sem precipitação”, já disse Raúl Castro.

‘Ganho importante’

Miguel-Díaz Canel. AFP
Miguel-Díaz Canel é apontado como um dos eventuais sucessores dos irmãos Castro em Cuba
O objetido do sistema é ajustar-se sem ruir. Mas a relação entre o estado e os cidadãos já está mudando.
“Todas essas medidas que fazem os cidadãos economicamente independentes do estado estão criando um sentimento de liberdade nas pessoas”, diz o escritor e ensaista Leonardo Padura.
“É um ganho importante para a sociedade cubana”, diz.
A introdução de um imposto de renda é um claro sinal dessas mudanças, à medida que o estado mais e mais depende do imposto recolhido entre os cubanos.
“Eles (autônomos) são o elemento dinâmico da sociedade cubana. Creio que a abertura em Cuba não virá pelas organizações políticas, para pela quebra das barreiras levada a cabo pelos trabalhadores autônomos”, diz o ex-embaixador britânico, Paul Hare.
As mudanças econômicas, no entanto, não têm sido acompanhadas de reformas políticas. Nas eleições deste domingo, 612 candidatos concorrem a 612 cadeiras no Parlamento.
Um deles é o líder Fidel Castro, de 86 anos. Pela primeira vez ele apareceu no meio do público desde que se afastou do cargo em 2006, ao ir votar em Havana há algumas semanas.
Sete anos após a aposentadora de Fidel, ainda não há sinais claros de quem deve substituir seu irmão Raúl.
A escolha do número dois do regime, o primeiro-vice-presidente pode dar alguma pista. O posto até agora tem sido ocupado por outro revolucionário octogenário.
Uma das apostas é Miguel Díaz-Canel, 53 anos, membro do Politburo que cada vez aparece ao lado de Raúl Castro em eventos oficiais.
Mas pouco se sabe sobre o que acontece nos bastidores do regime cubano. À medida que a ilha entra em etapa decisiva de futuro político, a principal questão dos cubanos ainda permanece sem resposta.

Manifestação em Florianópolis pede saída do Presidente do Senado

Participantes pediram o fim da corrupção e a saída de Renan Calheiros.
Ato aconteceu na manhã deste domingo e foi organizado pela internet.

Catarinenses aderiram ao movimento nacional que pede o "impeachment" do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL). Neste domingo (24), foi organizada uma passeata que começou por volta das 11h, na Avenida Beira Mar Norte, em Florianópolis. Com faixas, cartazes e máscaras, os participantes pediram a saída do parlamentar. Eles aderiram ao movimento nacional "Fora Renan Calheiros", que já realizou passeatas em diferentes cidades brasileiras.
Na capital catarinense, os manifestantes se mobilizaram pela internet e marcaram o ato que aconteceu neste domingo. Na descrição, os organizadores questionam "até quando aturaremos corruptos e ladrões governando o nosso País?". A página criada classifica os participantes como "cidadãos brasileiros indignados com tanta corrupção".
Manifestação começou por volta das 11h deste domingo (24) (Foto: Reprodução RBS TV)EM SC, manifestantes se organizaram por meio de
uma rede social (Foto: Reprodução RBS TV)
Em 2007, o parlamentar renunciou à presidência do Senado Federal após ser denunciado pela Procuradoria Geral da República por falsidade ideológica, uso de documentos falsos e peculato. Em 1º de fevereiro de 2013, ele retornou à presidência da Casa. A partir desta data, manifestações em todo o país passaram a pedir sua renúncia e a celeridade do julgamento das acusações.
Também pela internet, outro movimento nacional realizou um abaixo-assinado pedindo o "impeachment" do senador Renan Calheiros. Na última semana, representantes do movimento fizeram a entrega simbólica do documento que reuniu cerca de 1,6 milhão de assinaturas virtuais.

Médica suspeita de mortes não tem especialização em UTI

A Polícia Civil afirmou neste sábado (23) que ficou esclarecido, segundo a delegada do Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Saúde (Nucrisa), Paula Brisola, que a médica Virgínia Soares Souza, presa na terça-feira (19) suspeita de definir quais pacientes seriam mortos dentro da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico de Curitiba, exercia a função de diretora da UTI, porém, como ela não é intensivista, outro médico assinava por ela como chefe da unidade.
O advogado de defesa da médica, Elias Mattar Assad, disse ao G1 que o outro médico assina como responsável técnico do setor e que a médica Virgínia Soares Souza assina como chefe da UTI Geral. Ele ainda informou que, quando ela começou a carreira, não havia a necessidade da especialidade para atuar na Unidade de Terapia Intensiva.
A polícia cumpriu neste sábado quatro mandados de prisão relacionados às mortes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Geral do Hospital Evangélico, em Curitiba. Três médicos já foram detidos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado do Paraná, os mandados são contra profissionais que trabalhavam no departamento diretamente com a médica Virgínia Soares Souza. Como o inquérito tramita em caráter sigiloso, a polícia não divulgou detalhes da prisão. De acordo com a Polícia Civil, um médico está foragido.
A investigação de denúncias que pacientes foram mortos dentro da UTI se tornou pública após a prisão da médica Virgínia Soares Souza, que era chefe do setor. Ela foi detida após uma operação policial que também recolheu prontuários médicos. Ela foi indiciada por homicídio qualificado, ou seja, por acelerar a morte de pacientes sem chances de defesa. A ação, de acordo com a polícia, tinha como objetivo liberar leitos na UTI do Evangélico. Após a prisão, o hospital divulgou nota afirmando que o caso é pontual e aconteceu em uma das quatro UTIs do hospital, na qual toda a equipe foi substituída. No total, 47 pessoas, entre 13 médicos e 34 enfermeiros.
Trechos de gravações do depoimento prestado pela médica foram obtidos com exclusividade pela RPC TV. Nas transcrições, ela afirma que foi mal interpretada por falas como Quero desentulhar a UTI que está me dando coceira. A frase teria sido dita pela médica, mas a origem da gravação não foi informada pela polícia.
O advogado de defesa da médica  afirmou que não há provas contra a médica e que cada um dos detidos neste sábado possui advogado e que eles devem unificar a defesa para trabalharem juntos. Ainda segundo Assad, o fato de a polícia manter o caso sob sigilo é reflexo desta falta de provas alegada, razão pela qual ele irá pedir a abertura do processo para a população.
A médica divulgou um manifesto público, na sexta-feira, no qual afirma que a medicina está em risco no Brasil. “O livre exercício da medicina está em risco no Brasil”, diz trecho do documento. Ela afirma que se o modelo de investigação da polícia paranaense obtiver êxito, qualquer morte em UTI poderá ser considerada imperícia ou mesmo homicídio qualificado. “A ciência médica não pode ser relativizada ou mesmo inviabilizada no seu livre e ético exercício, pelos altos riscos a que doravante estarão expostos os seus profissionais”, diz outra parte do manifesto. O texto ainda classifica a investigação como “o maior erro investigativo e midiático da nossa história”.

Campanhas promocionais e gastos milionários antecedem cerimônia do Oscar

A cerimônia do Oscar está prevista para ocorrer neste domingo, mas, nos bastidores, as campanhas para conquistar o voto dos jurados da academia começaram muito antes da premiação.
Estúdios e produtoras de filmes estão por trás de iniciativas multimilionárias, que registraram, segundo especialistas, valor recorde em 2013, ultrapassando as cifras dos anos anteriores.
O objetivo comum é conquistar o voto dos 5,8 mil membros da academia de cinema americana que tinham, até o início desta semana, de escolher as melhores produções do gênero em 24 categorias diferentes.
Para isso, estúdios e produtoras de filmes não economizam na hora de gastar milhões de dólares em festas e eventos públicos com a presença de atores famosos.
A investida conta até com o envio de DVD's e material promocional aos jurados que não puderam assistir às películas nas salas de cinema.
"Funciona como uma campanha política: todo mundo quer que seu filme seja visto e comentado, pois, dessa forma, tende a ganhar maior atenção dos jurados", disse à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, Marian Koltail-Levine, vice-presidente de filme e marketing da PMK-BNC, uma das empresas mais requisitadas em Hollywood para promoção desse tipo de evento.

Como na política

A comparação do caminho rumo ao Oscar com a disputa pela Casa Branca ou pelo Congresso não é descabida: na indústria do cinema, a "voz do povo" é normalmente um elemento primordial para um filme durante a temporada de prêmios - que começa com o Globo de Ouro e termina com o Oscar.
A aceitação popular não é um pré-requisito para a escolha dos jurados, mas pode influenciar sua opinião, assim como inscrever a película na história.
As táticas também não se diferem das postas em prática no jogo das campanhas eleitorais. No cinema, também há lobista, busca de alianças, mudanças de estratégias segundo os resultados obtidos nas prévias do Oscar, que funcionam como se fossem "as primárias do partido".
Analistas também destacam que, tal como na política, é praticamente impossível ganhar um Oscar sem gastar dinheiro.
Embora as principais empresas do setor não revelem o montante de suas despesas, uma reportagem publicada recentemente pelo jornal Los Angeles Times estimou que só neste ano, pela primeira vez, as campanhas dos favoritos ao Oscar de melhor filme, Argo e Lincoln, superaram a marca de US$ 10 milhões (R$ 20 milhões) durante as últimas semanas.
Especialistas acrescentam que o fato de os grandes estúdios, como Warner Bros. e Disney, estarem por trás dos lançamentos também aumenta a chance pela conquista dos prêmios.
O mesmo ocorre com os indicados a melhor filme Os Miseráveis (da Universal Pictures e com um elenco multiestelar) e Django e O Lado Bom da vida, estes últimos com o apoio da poderosa The Weinstein Company.
Na avaliação de outros analistas, entretanto, a chance de ganhar um Oscar reside simplesmente na qualidade de um filme: como há muito não ocorria, a nomeação de nove filmes para o Oscar de melhor filme aumenta o suspense sobre qual ganhará a estatueta.
Na disputa pela mesma categoria, também estão As aventuras de Pi, Indomável Sonhadora, A Hora Mais Escura e a produção franco-austríaca Amor.
"O desafio é fazer com que os jurados da Academia vejam o filme. Mas isso leva tempo e dinheiro: fazemos isso com projeções e enviando material diretamente aos votantes", explica Koltail-Levine, que este ano está envolvida nas campanhas de Indomável Sonhadora e O Lado Bom da Vida.

Humanização

De acordo com especialistas, o mercado deste ano está mais aquecido pois, na opinião deles, ainda não há unamidade sobre quem serão os vencedores das categorias de melhor diretor, melhor atriz e ator coadjuvante.
Isso teria multiplicado os eventos promocionais em que o elenco tem importante papel na conquista dos prêmios, acrescentam os analistas.
"Fazemos reuniões e coquetéis para que os jurados se reúnam com os produtores dos filmes. Aquele que conseguir humanizar o filme, provavelmente conseguirá mais votos", disse à BBC Mundo o publicitário Joshua Jason, que está há dez anos no negócio e nesta edição representa dois curta-metragens e Frankenweenie, do diretor Tim Burton.
"O marketing é tão importante quanto a qualidade do próprio filme. Trata-se de organizar toda a campanha, mas com um filme que a suporte", diz Santiago Pozo, que fundou uma agência Arenas, especializada em marketing e promoção, há 25 anos e atualmente trabalha na estreia do filme hispânico "Bless Me, Última" (sem previsão de estreia no Brasil) nas salas de cinema americanas.
"O que mudou muito nos últimos dez anos é a quantidade das atividades que se organizam para os membros, desde jantares de gala a convites exclusivos para estreias até materiais que apenas os jurados da academia recebem", acrescenta Pozo, que faz parte do comitê de jurados da academia desde 1993.

Novas regras

A estratégia de sedução por quem decide o Oscar não é nova.
Em 1929, a icônica atriz Mary Pickford, dos primórdios do cinema americano, ansiava por um Oscar.
Protagonista de Coquette, ela decidiu promover sua candidatura organizando uma festa para os jurados da academia, à época com apenas cinco integrantes.
Pickford teve êxito em sua iniciativa: ganhou a estatueta como melhor atriz naquele ano.
Segundo o crítico de cinema Steve Pond, entretanto, foi Joan Crawford a responsável por estruturar a primeira campanha do tipo: em 1946, a atriz contratou o publicitário Henry Rogers para incluí-la na competição pelo Oscar por seu papel em Alma em Suplício.
Quando Crawford, certa de que perderia, se negou a assistir à cerimônia, Rogers divulgou um comunicado dizendo que a atriz estava doente em sua casa e mandou para lá um maquiador e um cabeleireiro, caso ela fosse escolhida pela academia.
A atriz acabou ganhando o prêmio por sua atuação e sua foto em sua própria cama com a estatueta, captada por fotógrados enviados pelo publicitário, ofuscou os outros vencedores.
Já em 1956, acrescenta Pond, o drama Marty foi o primeiro filme cujo custo de produção foi menor do que sua campanha promocional, enquanto que a novidade de distribuir screeners (como se chamam as cópias dos filmes enviadas a críticos, jurados de prêmios e outros profissionais do cinema) deu um empurrão a Coração Valente em 1996, frente à favorita nos prognósticos, Apolo 13.
Os gastos, no entanto, aumentaram nesse meio tempo: em 1999, os especialistas calculavam que a campanha promocional de Shakespeare Apaixonado custou cerca de US$ 15 milhões (R$ 30 milhões), enquanto que o estúdio DreamWorks teria investido mais de US$ 20 milhões (R$ 40 milhões) em 2001 para apoiar Gladiador.
Para evitar excessos, a própria academia de cinema mudou as regras: em 2011, foram estabelecidas restrições para nivelar a competição e ajudar os filmes de menor orçamento publicitário a concorrer em pé de igualdade com os de grandes estúdios.

O homem forte

Harvey Weinstein / Getty
Harvey Weinstein é considerado um dos nomes mais poderosos de Hollywood
Não se pode falar de campanhas promocionais no cinema sem mencionar o nome de Harvey Weinstein: o empresário por trás da distribuidora que leva o seu nome é um dos nomes mais poderosos da indústria cinematográfica e, segundo alguns, o criador da estratégia de promoção moderna.
A última cerimônia do Oscar serve de exemplo de sua influência: A Weinstein Company foi encarregada de distribuir O artista, um filme mudo, em preto e branco e com um protagonista quase desconhecido, que terminou consagrado como a melhor película do ano e deu ao protagonista Jean Dujardin uma estatueta dourada frente a outros concorrentes de peso em Hollywood.
Há um consenso de que, sem Harvey, tal êxito não seria possível. Muitos, também, criticam sua capacidade de influenciar no destino de um filme pela força do dinheiro.
Entre as limitações impostas pela academia, está a quantidade de material gratuito que pode ser entregue aos jurados, assim como as festas promocionais depois que as indicações são anunciadas.
"As novas regras resultaram em uma competição menos injusta", diz Joshua Jason.
Mas alguns excessos continuam ocorrendo, reconhecem publicitários e jurados.
Nesta semana, difundiu-se uma campanha negativa contra A Hora Mais Escura e Lincoln, a primeira por sua suposta mensagem a favor da tortura e a segunda por suas inexatidões históricas, quando a academia proíbe expressamente as "correntes de rumores negativos" contra películas rivais.
Em 2010, por exemplo, um produtor de Guerra ao Terror foi impedido de assistir à cerimônia depois que a academia o responsabilizou por fazer um "comentário depreciativo" sobre seu rival Avatar.
Mas até que ponto as campanhas promocionais podem, de fato, influenciar a opinão dos jurados do Oscar?
Os jurados alegarão que se baseiam em padrões de qualidade para escolher o melhor em cada categoria. Mas, tal como assinalam os publicitários, é difícil que um filme seja escolhido se sua existência for desconhecida.
"Os membros da academia não vão indicar uma película se não a conhecem ou não a assistiram. Às vezes, o êxito de um campanha é medido por isso: por fazer com que um filme que estava fora do radar seja nominado", diz Koltail-Levine.
As cifras parecem dar razão à analista: uma pesquisa publicada no Journal of Cultural Economics, em 2005, estima que os candidatos a melhor filme possam aumentar sua receita em até 200% nas semanas seguintes à indicação ao Oscar.
O mesmo estudo indica que a indicação - e não o Oscar propriamente dito - é o que realmente afeta a arrecadação final de uma película.

Líderes africanos assinam acordo para por fim a conflito no Congo

Líderes dos países da região dos Grandes Lagos, na África, deram um passo importante para por fim ao conflito civil entre o governo o movimento Março 23 na República Democrática do Congo.
Representantes de 11 países firmaram o acordo sob mediação da ONU. O plano busca acabar com o conflito entre rebeldes e o governo congolês.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, disse esperar que o acordo traga paz e estabilidade à região, já que abre caminho para que uma missão de paz de caráter internacional seja acionada para combater a violência.
Cerca de 800 mil pessoas já tiveram de deixar suas casas desde que tiveram início, em maio de 2012, as ações do chamado movimento Março 23.

Entenda as eleições na Itália

Os italianos vão às urnas neste domingo e segunda-feira (24 e 25 de fevereiro) para votar em eleições parlamentares antecipadas. Das urnas deve surgir um novo primeiro ministro, que terá ou de conduzir a recuperação econômica do país, ou de lidar com o agravamento da crise econômica europeia.
Realizada três meses antes da data prevista, as eleições foram convocadas após o Partido Povo da Liberdade (PDL, na sigla em italiano), do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, retirar seu apoio ao governo tecnocrático de Mario Monti.
Pesquisas de opinião mostram que o partido de Berlusconi, que renunciou em meio a uma série de escândalos sexuais e fraude fiscal, tem se saído bem entre as intenções de voto.
Como promessas de campanha, o ex-premiê tem manifestado a intenção de reverter algumas das políticas de cortes e medidas de austeridade implementadas por Monti, que são impopulares entre os eleitores.

Quais são os principais partidos e seus líderes?

Uma das forças é a coalizão de centro-esquerda liderada pelo ex-comunista Pier Luigi Bersani, do Partido Democrático (PD), que formou aliança com a Esquerda, Ecologia e Liberdade (SEL, na sigla em italiano).
Já o grupo de Berlusconi é composto por uma aliança entre o seu PDL e a Liga Norte, de extrema direita. Alvo de polêmicas, o magnata da mídia já foi primeiro-ministro da Itália por três vezes. A Liga Norte é chefiada por Roberto Maroni.
A terceira principal força é a coalizão de centro liderada pelo atual premiê, Mario Monti, que formou um governo tecnocrático após a renúncia de Berlusconi, com a missão de salvar o país da crise da zona do euro.
Esse grupo inclui o partido de Monti, conhecido como Escolha Cívica, os Cristãos-Democratas e um partido de centro-direita menor, chamado Futuro e Liberdade para a Itália. Monti é um senador vitalício no Congresso italiano e por isso não está concorrendo pessoalmente. No entanto, ele pode ter um papel central na campanha e poderia retornar ao posto de primeiro-ministro caso sua coalizão saia vencedora nas urnas.
Chama atenção ainda o Movimento Cinco Estrelas, ou M5S. Trata-se do grupo criado pelo comediante Beppe Grillo, que acabou se tornando uma liderança política e se saído bem nas eleições regionais. O grupo é visto como "curinga" nas eleições.

Que tipo de sistema eleitoral está vigente atualmente na Itália?

Bersani. AFP
Bersani lidera as pesquisas, mas deverá enfrentar a força de Berlusconi para formar um governo
A Itália é uma república com um presidente e um Parlamento de duas câmaras. A Câmara dos Deputados, com 630 membros eleitos, e o Senado, com 315 membros eleitos, além de quatro senadores vitalícios.
Os membros das duas casas são eleitos com mandatos de cinco anos. Nessas eleições, todos os assentos estão abertos à disputa. O sistema eleitoral é baseado em representação proporcional e nas listas dos partidos, com uma série de exigências que acabam encorajando as legendas a se agruparem em coalizões.
O Congresso italiano tem uma formação incomum em comparação com outros Parlamentos europeus, já que o Senado tem quase o mesmo poder da Câmara dos Deputados. Qualquer lei, com exceção do Orçamento, pode se proposta por qualquer uma das duas casas, e deve ser aprovada da mesma forma pelas duas câmaras. Além disso, o governo precisa ter o consentimento das duas casas para governar.
Na câmara baixa, é preciso alcançar 340 dos 630 assentos para obter a liderança nacional.
No Senado, a maioria é decidida região por região. A coalizão vencedora em cada uma das 20 regiões tem garantidos 55% dos assentos destinados àquela região.
O atual sistema eleitoral italiano é problemático e repleto de controvérsias, e embora haja amplo consenso sobre a necessidade de reformá-lo, os políticos do país ainda não chegaram a um acordo sobre o que deveria substituí-lo.

O que está em jogo?

Silvio Berlusconi | Foto: Reuters
Imerso em escândalos sexuais e alvo de denúncias de corrupção, Berlusconi disputa poder na Itália
O resultado das eleições será observado de perto na Europa e no resto do mundo. Os italianos enfrentam escolhas difíceis. O país está imerso em uma recessão profunda, com níveis recordes de desemprego – especialmente entre os jovens.
Os prospectos de instabilidade política logo após as eleições também podem ser devastadores. Se um impasse político for criado e for comprovado que os eleitores rejeitaram nas urnas as medidas de austeridade e reformas elaboradas para conter a crise, os mercados poderiam se assustar e a crise da zona do euro poderia entrar em uma nova fase, com a Itália como protagonista.
Durante a campanha, Berlusconi atacou as medidas de austeridade de Mario Monti e prometeu amplas reduções de impostos caso retornasse ao poder. Seu rival, Pier Luigi Bersani, da coalizão liderada pelo PD, disse que caso seja eleito dará prosseguimento às reformas e à disciplina fiscal implementadas por Monti, mas fará mais pelo crescimento econômico e pela geração de empregos no país.

Quais são os resultados mais prováveis?

Mario Monti. Reuters
Atual premiê Mario Monti, em terceiro lugar, deve ser vital na escolha e no novo governo, se apoiar Bersani
A coalizão de centro-esquerda liderada por Pier Luigi Bersani tem liderado as pesquisas de opinião para a Câmara dos Deputados, com uma vantagem de até 10% frente aos rivais, mas Berlusconi conseguiu diminuir essa liderança em cinco pontos percentuais durante a campanha, graças a uma incansável rodada de aparições em programas de TV e rádio.
Uma grande parcela do eleitorado permanece indecisa, o que pode levar a um impasse.
Enquanto uma vitória na Câmara dos Deputados pode colocar Bersani na posição de formar um governo, nenhuma coalizão tem condições de liderar o país de forma efetiva sem o controle também do Senado, e como os assentos dos senadores são decididos de forma regional, é ali que a verdadeira disputa deve ocorrer, dizem analistas.
Berlusconi e seus aliados esperam conquistar assentos suficientes no Senado para dificultar, senão impossibilitar, a formação de um governo liderado por Bersani. E as últimas pesquisas mostraram uma disputa acirrada na câmara alta, sobretudo em regiões como Lombardia e Sicília.
Entretanto, há especulações de que, no caso de um impasse, a coalizão de centro liderada por Mario Monti poderia acabar apoiando a coalizão de centro-esquerda de Bersani, neutralizando assim as ameaças de Berlusconi e seus aliados. Neste cenário, Monti poderia vir a ter um papel de destaque no governo de Bersani.
O Movimento Cinco Estrelas está se beneficiando de uma grande onda de protestos populares e descontentamento dos italianos, e deve sair-se bem nas urnas, mas seu líder Beppe Grillo descartou fazer quaisquer alianças com outros partidos. Ele tem tecido duras críticas aos políticos do país, chamando-os de "zumbis" que precisam ser substituídos por candidatos mais jovens, livres de acusações de corrupção e sem envolvimento em escândalos.