domingo, 31 de janeiro de 2016

Triplo atentado deixa ao menos 45 mortos em Damasco, na Síria

Ação reinvindicada pelo grupo terrorista Estado Islâmico aconteceu em um local de peregrinação na capital Síria

Ação foi reinvindicada pelo grupo terrorista Estado Islâmico
Reprodução
Ação foi reinvindicada pelo grupo terrorista Estado Islâmico
Um triplo atentado terrorista neste domingo (31) matou, ao menos, 45 pessoas e deixou 110 feridos em Damasco, informou a agência de notícias local Sana. Ainda de acordo com a agência, a ação foi reivindicada pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI)
O ataque ocorreu próximo ao mausoléu Sayydah Daynab Shrine, um local de peregrinação dos muçulmanos xiitas - rivais dos sunitas, vertente a qual pertence o EI. De acordo com testemunhas, um carro-bomba explodiu ao lado de um ponto de ônibus. Quando outras pessoas correram para ajudar os feridos, outros dois homens-bomba ativaram seus explosivos no meio da multidão.
O santuário já havia sido atacado em fevereiro do ano passado, quando quatro pessoas morreram em dois atentados com kamikazes e outras 13 ficaram feridas. Ainda naquele mês, uma explosão em um ônibus no qual viajavam peregrinos xiitas com destino ao mausoléu matou outras nove pessoas. Na época, as duas ações foram reivindicadas pelos terroristas do Frente al-Nusra.
O atentado ocorre em um momento delicado, quando delegações da Síria, dos países ocidentais e das Nações Unidas querem encontrar uma via política para encerrar os mais de cinco anos de guerra no país. 

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Brasil tem 21 cidades entre as 50 mais violentas do mundo

A primeira posição é ocupada por Caracas, na Venezuela.
Brasil tem 21 cidades entre as 50 mais violentas do mundo
O Brasil tem 21 cidades no 'ranking' das 50 mais violentas do mundo. A lista, elaborada pela ONG mexicana Conselho Cidadão pela Seguridade Social Pública e Justiça Penal, elabora o estudo com base no número de homicídios em 2015, considerando apenas cidades a partir dos 300 mil habitantes.
Caracas, na Venezuela, é a mais violenta do mundo, com 119,87 homicídios dolosos por 100.000 habitantes, segundo os números citados pela brasileira "Exame".
O Brasil é o país que mais cidades tem no 'ranking', com Fortaleza a ser a primeira a surgir no estudo, na 12ª posição.
A Venezuela é o segundo país com mais cidades, tendo oito entre as 50 mais violentas, seguida do México, com cinco, da África do Sul, que conta com quatro, o mesmo número que os Estados Unidos. Segue-se a Colômbia, com três, e as Honduras, que tem duas cidades no 'ranking'.
Rio de Janeiro e São Paulo ficam fora deste 'ranking'. Cidades como Natal, Salvador, João Pessoa, Maceió, Feira de Santana, Goiânia e Teresina estão entre as 30 mais violentas.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Promotores pedem a condenação de onze executivos na Lava Jato

MPF entregou à Justiça as alegações finais do processo que tem, entre os réus, o presidente afastado do grupo Andrade Gutierrez.



O Ministério Público Federal entregou à Justiça as alegações finais do processo que tem, entre os réus, o presidente afastado do Grupo Andrade Gutierrez.
O Ministério Público pediu a condenação de 11 réus, entre eles o presidente afastado do grupo Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, os executivos e ex-executivos da construtora Elton Negrão, Paulo Dalmazzo, Flavio Gomes Filho e Antonio Campello, além do ex-diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque.
Com base nas delações premiadas e informações bancárias, os procuradores dizem que Otávio de Azevedo e os executivos prometiam e ofereciam vantagens indevidas que eram aceitas e recebidas pelos ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Renato Duque e pelo ex-gerente da estatal Pedro Barusco. Os procuradores afirmam ainda que os pagamentos eram intermediados pelos operadores Fernando Baiano e Mario Góes.
Para o Ministério Público o presidente afastado Otávio de Azevedo participou diretamente do acerto inicial de propina a políticos do Partido Progressista e a Paulo Roberto Costa. E continuou, na condição de presidente da Andrade Gutierrez SA, monitorando, coordenando e dando suporte institucional a toda a atuação ilícita dos demais administradores da empreiteira denunciados.
O Ministério Público pede que os réus devolvam a Petrobras mais de R$ 480 milhões. Segundo os procuradores, esse valor seria correspondente ao dobro da propina paga nos contratos entre a Andrade Gutierrez e a Petrobras.
Por causa dos acordos de delação premiada, Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco, o doleiro Alberto Youssef, o Fernando Baiano e Mário Góes têm direito a penas reduzidas.
Os procuradores pedem a absolvição de Armando Furlan Junior, ligado a Fernando Baiano, e de Lucélio Góes, filho de Mário Góes, por falta de provas.
Agora, os advogados dos réus têm até o início do mês que vem para apresentar a defesa.
Os advogados de Alberto Youssef e Pedro Barusco afirmaram que vão apresentar as defesas dentro dos termos da delação premiada.
A defesa de Renato Duque só vai se manifestar depois de ter acesso ao processo.
Os advogados de Paulo Roberto Costa e Mario Góes disseram que os dois reafirmam todas as informações da delação premiada.
O Partido Progressista reafirmou que não compactua com atos ilícitos e que tem confiança de que a verdade vai prevalecer.
A defesa de Antônio Campello e Paulo Dalmazzo filho disse que está analisando as alegações finais do Ministério Público Federal e que vai se defender no processo.
A Andrade Gutierrez, que já fechou um acordo de leniência, e a defesa de Fernando Baiano não quiseram comentar.
Nós não conseguimos entrar em contato com as defesas de Otávio Marques de Azevedo, Elton Negrão e Flavio Gomes.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Governo não prevê desonerações, nem subsídios para setor de petróleo

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse nesta segunda-feira (25) que as medidas que estão sendo estudadas pelo governo para estimular o setor de petróleo e gás não incluem desonerações, nem subsídios.
“Não estamos falando de desoneração, estamos falando de estímulos, em geral. Há questões regulatórias que estão sendo analisadas”, afirmou o ministro. De acordo com Braga, também não há previsão de subsídios.
Braga reuniu-se, na manhã desta segunda-feira, com a presidenta Dilma Rousseff e integrantes do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP).
“Não estamos falando de desoneração, estamos falando de estímulos, em geral. Há questões regulatórias que estão sendo analisadas”, afirmou o ministro
“Não estamos falando de desoneração, estamos falando de estímulos, em geral. Há questões regulatórias que estão sendo analisadas”, afirmou o ministro
Segundo o ministro, na reunião, foram analisadas as medidas que já foram adotadas na semana passada para estimular o setor. “Estamos discutindo ainda outras propostas que vão na direção de fomentar e atrair mais investimentos nesta hora de preço baixo do petróleo.”
Na última semana, o governo publicou um decreto que amplia o que pode ser considerado conteúdo local para os fornecedores da indústria brasileira de petróleo. Outra medida foi a do Conselho Nacional de Política Energética, que determinou que a Agência Nacional do Petróleo mantenha a sistemática de apuração dos preços mínimos do petróleo considerados para o cálculo dos valores a serem pagos de royalties da Participação Especial.
Eduardo Braga disse ainda que deverá conversar com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, nos próximos dias e que está prevista uma nova rodada com o IBP para acertar os detalhes das medidas.

sábado, 23 de janeiro de 2016

Adolescente mata quatro pessoas a tiros no Canadá

Agressor disparou contra seus dois irmãos menores em casa e depois abriu fogo numa escola.

Um adolescente armado matou a tiros quatro pessoas, duas delas numa escola, na cidade de La Loche, no Norte do Canadá.
O agressor atirou primeiro em seus dois irmãos pequenos, em casa, e depois foi para a escola de ensino médio, onde matou uma professora de 23 anos e mais uma pessoa, segundo o prefeito em exercício de La Loche, Kevin Janvier, que é pai da professora assassinada.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, informou inicialmente que havia cinco mortos e dois feridos em estado crítico, mas a polícia depois confirmou que eram quatro mortos.
O tiroteio ocorreu numa comunidade pequena e pobre de 2.700 habitantes, na maioria indígenas da etnia dene, na remota província de Saskatchewan, cerca de 3.500 quilômetros a Noroeste de Toronto. O agressor foi preso pela polícia e está sob custódia. Não foram dadas informações sobre sua identidade nem motivação.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Mensagens de empreiteiro citam 14 investigados na Lava Jato

Um relatório da Polícia Federal sobre mensagens de celular encontradas em aparelhos do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro aponta que o empresário manteve contato ou fez citações a 14 investigados no STF (Supremo Tribunal Federal) por suspeita de participação no esquema de corrupção da Petrobras.
Léo Pinheiro já foi condenado a mais de 16 anos de prisão na Operação Lava Jato, pelo juiz federal Sergio Moro, de Curitiba.
Desses 14, só há trocas diretas de mensagens entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Ciro Nogueira (PP-PI) -no caso desses dois últimos, para marcar encontros.
Entres os políticos alvos do Supremo que aparecem no relatório estão também os senadores Edison Lobão (PMDB-MA), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Fernando Bezerra (PSB-PE), Romero Jucá (PMDB-RR), Fernando Collor de Mello (PTB-AL), Delcídio do Amaral (PT-MS), Humberto Costa (PT-PE), além do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Os deputados que respondem a inquérito no Supremo e são citados são Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), José Mentor (PT-SP), além de Cunha. O advogado Tiago Cedraz, filho do presidente do TCU (Tribunal de Contas da União) Aroldo Cedraz, também consta no levantamento.
A Procuradoria-Geral da República ainda analisa as conversas para saber se há indícios de crimes para decidir se vai pedir novas investigações ao STF ou se usará o material para reforçar os trabalhos que já estão em curso no tribunal.
As mensagens mostram negociações para encontros, lobby sobre temas em debate no Congresso, pedidos de doação ao empresário -alguns mascarados por nomes de ruas ou favores-, além de informações sobre presentes distribuídos para os políticos.
No material sobre o senador Edison Lobão, ex-ministro de Minas e Energia, há referência a uma mensagem de Léo Pinheiro sobre decisão da ex-presidente da Petrobras Graça Foster de começar a licitar a refinaria Premium II.
Outra mensagem destacada pela PF mostra que uma pessoa identificada como Lena diz que Julio Camargo, que se tornou delator da Lava Jato, o convidou para uma reunião com o "pessoal do Maranhão" para discutir a refinaria.
"Julio Camargo me ligou agora nos convidando (vc, Sergio e eu) para uma reunião no dia 8/8 as 10hs no escritório dele em SP com o pessoal do Maranhão (Fialho-seu amigo,Silas Rondeau e outros). Assunto:Refinaria. Não falei com Sergio. Bjs.".
O senador Humberto Costa (PT-PE) é citado por funcionário do empresário, relatando que ele ligou para agradecer apoio em sua eleição.
Em relação ao presidente do PP, senador Ciro Nogueira, há comentários de que ele seria um bom interlocutor para discutir questões da OAS, além de várias trocas de mensagens diretas para combinar encontros.
Em um dos torpedos, executivos da OAS falam que precisam tratar com o senador sobre CBTU, subordinado ao Ministério das Cidades, à época área de influência do PP. Dizem que ouviram de Ciro que tem uma doação para ele pendente e dizem que é preciso buscar ajuda do senador em assunto do ministério das Cidades.
Segundo as mensagens, Aguinaldo Ribeiro, ex-ministro das Cidades, também teria participado de uma reunião com Ciro e representante da OAS.
Nas mensagens de 4 de agosto de 2014, Ciro e Léo Pinheiro marcam um encontro. Pinheiro pergunta se o senador estará em Brasília em uma quarta-feira. "Estarei sim, vamos tomar café na minha casa?", combina Ciro Nogueira.
Ex-ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra também tinha relações com o empresário, mas não há troca de mensagens diretas entre eles. Léo Pinheiro enviou presente para o então ministro e recebeu convite para participar do lançamento de um programa de irrigação do governo federal.
Sobre Collor, há comentários de Pinheiro em relação à influência do senador na BR Distribuidora, mas nenhuma relação direta nem encontros.
TCU
Como mostrou reportagem do jornal "O Globo" nesta quinta (21), o advogado Tiago Cedraz, filho do presidente do TCU, também consta no relatório. As mensagens indicam que a OAS buscou influência de Tiago junto ao TCU, na concessão de aeroportos. Dono da OAS, César Mata Pires diz: "Gustavo esteve com Tiago Cedraz. Chances grandes de cair com Aroldo, o nosso tema."
Os executivos mostram preocupação com a atuação do advogado."Vale a pena conversar com Tiago Cedraz? Vale antes que ele esteja do outro lado".
No Supremo, Cedraz é investigado sobre possível interferência a favor da UTC na usina de Angra 3, no Rio.
PRÓXIMOS A LULA
Considerado um político próximo do ex-presidente Lula e investigado na Lava Jato, o deputado José Mentor era tratado como "nosso JM", segundo a PF.
O dono da OAS relata preocupação do petista com vazamentos, mas não faz traz identificação do tema. "O nosso JM pediu para não falar o assunto de hoje por telefone. Orientamos Zardi a não comparecer lá. O jogo está muito pesado e os pares por lá estão preocupados com vazamentos. É muito "ruído". Bjs"
Léo Pinheiro também pediu que um assessor fosse a lançamento de livro do deputado. Há relato que ele ganhou um corte para a confecção de um terno, presente mais caro do que para outros políticos que eram agraciados com gravatas.
Ele comemora uma decisão favorável do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). "Cade aprovou nossa operação da óleo e gás. Ótima noticia, já que a Funcef entrará na próxima quarta, na OAS empreendimentos e o processo de submeter ao Cade e igual. Beijos".
Outro congressista próximo a Lula que é citado é o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), mas ele não é investigado na Lava Jato. Ele pede para Léo Pinheiro contratar uma empresa de granito que o ajudaria com doações.
OUTRO LADO

Todos esses 14 investigados na Operação Lava Jato negam envolvimento com corrupção e, no caso dos políticos, dizem que recursos recebidos foram doações oficiais.
Cunha sustenta que nunca recebeu propina e diz que é perseguido pelo Ministério Público. Renan sempre negou envolvimento com o esquema de corrupção. Lindbergh já admitiu ter pedido ajuda a um ex-diretor da Petrobras por doações à sua campanha, mas diz que foram registradas oficialmente e sem relação com corrupção. Ciro Nogueira já chamou de "irresponsáveis" as acusações de delatores e disse que nunca ouviu falar em propina.
O ex-ministro Lobão também nega o recebimento de propina. A senadora Gleisi também já afirmou que não há irregularidades em suas contas de campanha. Fernando Bezerra sustentou que sua relação com um ex-diretor da Petrobras foi apenas institucional e que não recebeu dinheiro de propina. Collor diz que não usava sua influência política para obter favorecimento pessoal.
Atualmente preso sob acusação de tentar interferir nas investigações, Delcídio tem sustentado que não se beneficiou de propina. Já Humberto Costa classifica de "fantasiosa" a acusação de que recebeu dinheiro do esquema de corrupção. José Mentor já disse "repudiar" a acusação de sua ligação com o esquema e nega.
A assessoria de Cedraz sustenta que o escritório de advocacia pauta sua atuação "pelo rigoroso cumprimento da legislação vigente, resultando inclusive na observância dos devidos impedimentos".

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Peemedebistas definem em Minas como ficará liderança na Câmara

Grupos do partido reunidos em Belo Horizonte estão divididos entre lançar candidatura de Leonardo Quintão, de Newton Cardoso Júnior ou chapa única com recondução de Picciani.As atenções dos peemedebistas, e de integrantes da base aliada do governo e dos partidos da oposição, estão voltadas, nesta segunda-feira (18), para a reunião do PMDB que será realizada no final da tarde em Belo Horizonte. Embora a princípio o encontro fosse contar apenas com os deputados mineiros, a expectativa sobre a decisão ou não de ser indicado um nome para disputar a liderança da legenda com o atual líder, Leonardo Picciani (RJ), levou parlamentares de outras bancadas a se deslocar para a capital de Minas Gerais.
A intenção é discutir amplamente de que forma ficará definida a liderança do PMDB para a Câmara: se os peemedebistas mineiros da oposição estão dispostos a indicar um candidato ou se vão topar fazer uma chapa única para a recondução de Picciani. E, em troca, indicar um nome para ocupar a Secretaria de Aviação Civil (SAC), que tem status de ministério e está vaga desde a saída do peemedebista gaúcho Eliseu Padilha, ligado a Michel Temer.
Só que essa negociação, não confirmada pelo Palácio do Planalto, não é tida como uma forma de resolver o problema da divisão do PMDB (o que, ao mesmo tempo, ajuda a fortalecer a ala oposicionista da sigla).
Na semana passada, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que se a bancada mineira não escolher um candidato para se contrapor a Picciani, o grupo liderado por ele (Cunha) vai definir um  candidato de outro estado para concorrer à vaga. Para completar, corre em vários gabinetes e nos corredores do Congresso a informação de que a presidenta Dilma Rousseff não teria ficado satisfeita com o anúncio intempestivo do deputado Mauro Lopes (PMDB-MG), na última semana, confirmando que foi convidado para ocupar a SAC em troca de uma negociação para os mineiros não apresentarem candidatura à liderança na Câmara. Lopes também disse que a decisão iria ser fechada nesta reunião de hoje.
Segundo fontes do Palácio do Planalto, o deputado falou demais e antes do tempo, numa postura que não agrada ao estilo da presidenta. Sem falar que ele mostrou um claro sinal de trabalho e preferência, por parte do Executivo, por uma das alas do partido.

Três grupos

Para peemedebistas de outros estados, a principal divisão que precisa ser acertada na reunião acontece por parte dos próprios mineiros, divididos em três grupos: Um deles quer lançar o nome de Leonardo Quintão como candidato; um segundo grupo quer o deputado Newton Cardoso Junior, no lugar de Quintão. E um terceiro, quer que haja consenso em torno da recondução de Leonardo Picciani.
Quintão afirmou que só falará após o resultado da reunião, mas está disposto a manter sua candidatura e trabalhar ao longo dos próximos dias, caso seja consolidado, para obter o maior número possível de votos.
O outro provável candidato, Newton Cardoso Júnior, ressaltou que não sabe se a entrega de um ministério como a SAC para a bancada da legenda de Minas Gerais representaria "tanta representatividade assim , ao ponto de fazer o grupo renunciar à disputa pela liderança do partido".
E Darcísio Perondi, que faz parte do grupo oposicionista ao governo e, embora gaúcho, tem participado de várias reuniões, disse que não vê mais condições de ser fechado qualquer acordo em nome do atual líder, Leonardo Picciani. “Ele (Picciani) agiu como um mero mensageiro do governo e não como um líder. Não pode continuar com seu mandato nem ser reconduzido, pois deixaria o partido sem expressividade na Câmara”, reclamou.
Picciani, que nada falou nesta segunda-feira, passou o final de semana no Rio de Janeiro e está em viagem para Brasília. Ele aguarda uma conversa com os colegas peemedebistas sobre os rumos do final da reunião, ou na noite de hoje ou durante encontros a serem realizados até quarta-feira (20).

domingo, 17 de janeiro de 2016

Venezuela: Quem é o cérebro da política de Maduro para tentar salvar a economia

Ele quer "aprofundar a revolução". Aumentar a intervenção do Estado na economia no lugar de reduzi-la. E concorda com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que uma "guerra econômica" impulsionada pela "burguesia parasita" é a origem da crise.
Este é Luis Salas, o novo ministro da Economia venezuelano e o cérebro por trás da nova política de Maduro para fazer frente aos problemas econômicos que afetam o país.
Na sexta-feira, a Venezuela declarou estado de emergência econômica em todo o território nacional por 60 dias.
O decreto não especifica se haverá alguma mudança drástica na política econômica do país, mas se especula que o país planeje uma desvalorização cambial e elevação no preço subsidiado dos combustíveis.
No mesmo dia, o Banco Central da Venezuela revelou dados sobre a inflação do país, que chegou a 141% em setembro de 2015 e é a mais alta do mundo.
Salas, um sociólogo de esquerda, foi nomeado na primeira semana de janeiro por Maduro em meio a uma reestruturação de seu gabinete, após a posse da Assembleia Nacional, que pela primeira vez é dominada pela oposição.
Sua nomeação causou rejeição em setores da oposição e preocupação entre alguns economistas.
O novo ministro, que é fundador do centro de Economia Política da Universidade Bolivariana da Venezuela, parece mais jovem do que é: tem 39 anos.
Maduro diz acreditar que ele é a melhor pessoa para solucionar a crise econômica que afeta o país e que, em sua opinião, só terá fim desmantelando o Estado Burguês e estabelecendo um Estado Comunal.
Os ensaios de Salas estão publicados na internet. Neles, o sociólogo não só retifica o modelo econômico socialista implantado pelo chavismo, como defende um aprofundamento da revolução.
"Não tem muito sentido continuar falando de 'inflação e escassez' quando estamos realmente falando de especulação, ganância e monopólio", afirma, em um deles.
Com a teoria do Estado Comunal, o governo também justifica a criação do Parlamento Comunal, que opositores enxergam como uma forma de suplantar a Assembleia Nacional.

'Participação popular'

A crise econômica é a maior preocupação do venezuelanos e, segundo alguns analistas, a razão pela qual a oposição teve ampla maioria nas eleições parlamentares em dezembro.
Ao expor seu plano econômico no início de janeiro, Maduro disse que esperava decretar emergência econômica em breve e que vai "combater" a chamada guerra econômica "reforçando o poder do povo para impulsionar a produção".
O presidente venezuelano afirmou ainda que o tipo de economia que é preciso desenvolver no país é a que tem nascido artesanalmente em meio à crise.
Por causa da escassez, muitos venezuelanos fabricam detergente, sabão e alguns remédios. O próprio presidente afirma usar xampu artesanal.
Uma "economia de participação popular" é sua proposta para acabar com a dependência da burguesia, que seria a responsável pela atual situação.
A crise, que Maduro já não nega, é profunda e também sofreu o impacto da redução de cerca de 60% no preço do petróleo ─ a maior fonte de divisas de um país que importa a maior parte do que consome ─ no último ano.

Contra a maré

Economistas críticos ao atual governo recomendaram, como medidas urgentes, reduzir os gastos públicos, unificar as atuais quatro taxas de câmbio, subir o preço da gasolina, que é muito baixo, e deixar de financiar o deficit fiscal com a impressão de dinheiro por parte do Banco Central.
Nada disso vai na linha do que propõe Luis Salas, que também não reconhece vários dos problemas que, segundos os mesmos economistas, se resolveriam com tais medidas de ajuste.
Salas, na verdade, escreveu ensaios criticando a ala do chavismo que propôs a unificação das quatro taxas de câmbio ─ um esquema que, para os críticos, é fonte de inflação, corrupção e distorções econômicas.
Maduro afirma que Salas "estudou com profundidade os fenômenos do rentismo petroleiro (dependência da renda gerada pelo petróleo) e seu esgotamento e os fenômenos da guerra econômica".
Nesse sentido, segundo o presidente, seu novo ministro teria concluído que a inflação, por exemplo, não seria produto do alto gasto público do governo e da impressão de dinheiro, mas sim uma consequência da especulação e da cobiça de alguns monopólios do setor privado.
"A classe empresarial venezuelana é uma classe boa-vida e malcriada que ao longo do tempo se transformou em um tumor econômico que vive da renda petroleira e de tirar o salário dos trabalhadores e trabalhadoras através da especulação", escreve Salas em um dos seus ensaios.
"O fim último da guerra econômica empreendida pela burguesia parasita é a consolidação das condições sociais de reprodução e da exploração dos grupos concentrados, transnacionais, mafiosos e especulativos sobre a sociedade."
Por isso, o sociólogo nomeado ministro propõe reforçar os controles dos preços e das importações para aumentar a intervenção do Estado na economia.
Segundo ele, "derrotar a guerra econômica" passaria por dois mecanismos: tirar os consumidores da dependência do setor privado e gerar uma mobilização popular em defesa dos direitos coletivos.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Ministra francesa diz que medicamento usado em teste não contém cannabis

A ministra da Saúde francesa, Marisol Touraine, disse hoje (15) que o medicamento usado em um ensaio clínico na França - que deixou uma pessoa em coma e outras cinco em estado grave - não contém qualquer derivado de cannabis, contrariando informações anteriores.
"Não continha cannabis nem qualquer derivado de cannabis", afirmou a ministra em entrevista coletiva. Os testes foram conduzidos por um laboratório privado para a empresa farmacêutica portuguesa Bial, que já indicou que vai emitir um comunicado sobre o assunto.
Anteriormente, uma fonte próxima do laboratório tinha dito à agência France Presse que o produto testado é uma molécula com efeitos analgésicos contendo um canabinóide.
Segundo a ministra, no laboratório da empresa Biotrial, em Rennes, oeste da França, o medicamento analgésico foi dado a 90 pessoas que participaram voluntariamente dos ensaios clínicos e que começaram a manifestar sintomas no domingo passado.
Pierre-Gilles Edan, diretor do departamento de neurologia do hospital de Rennes, onde os doentes afetados foram internados, afirmou que das seis pessoas afetadas, uma está em morte cerebral e outras três sofreram "lesões que poderão ser irreversíveis".
Edan adiantou que os pacientes têm entre 28 e 49 anos de idade e que a primeira vítima a chegar ao serviço, e que se encontra em coma, apresentava sintomas de acidente vascular cerebral.
A ministra francesa disse que se trata de um acidente inédito na França, cujas causas ainda são desconhecidas, e que todas as pessoas afetadas pertenciam ao mesmo grupo, a quem o medicamento foi ministrado de forma repetida.
Marisol Touraine garantiu que os ensaios clínicos foram interrompidos e ordenou uma inspeção administrativa à "organização, meios e condições de intervenção" do laboratório na realização do ensaio clínico.
O departamento de saúde da Procuradoria de Paris abriu um inquérito e a agência francesa para medicamentos vai fazer uma inspeção técnica no laboratório.
Em uma mensagem divulgada na rede social Twitter, a Biotrial afirmou que o ensaio decorreu “de acordo com todas as regras internacionais” e que providenciou a transferência imediata das pessoas que começaram a manifestar sintomas para o hospital.
O acidente ocorreu na primeira fase do ensaio clínico, quando o medicamento é dado a pessoas saudáveis, conscientes dos riscos.
Antes de ser utilizado em seres humanos, o medicamento, que se destinava a tratar perturbações de humor e ansiedade, foi testado em chimpanzés.
Milhares de pessoas participam todos os anos em ensaios clínicos na França. Muitos são estudantes que procuram ganhar dinheiro para pagar os estudos.
Embora raros, os acidentes com este tipo de ensaios já aconteceram em outros países, como no Reino Unido, onde em 2006 seis homens foram internados depois de serem submetidos a um novo tratamento contra a leucemia e outras doenças.
Em 2001, uma jovem norte-americana de 24 anos morreu quando participava em um ensaio clínico de um medicamento experimental para a asma conduzido pela universidade Johns Hopkins.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Cerveró muda versão e não cita Lula em documento homologado no STF

Ex-presidente não é mencionado no termo de declarações sobre Pasadena.

O ex-diretor de Internacional da Petrobras e delator do esquema de corrupção na estatal, Nestor Cerveró, teria modificado a sua versão sobre o suposto pagamento de propina de US$ 4 milhões à campanha de reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006. Tais recursos teriam origem na obra de Renovação do Parque de Refino da refinaria de Pasadena, no Texas.
A menção ao pagamento da Odebrecht à campanha de Lula, divulgada anteriormente na imprensa, não está no termo de depoimento homologado pelo ministro Teori Zavascki, relator da investigação no STF. O ex-presidente petista não é mencionado no termo de declarações sobre Pasadena, informa o Valor Econômico.
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O documento, obtido pelo jornal, contrasta com o resumo apresentado por Cerveró aos investigadores da Lava Jato -- tal resumo é apresentado durante a negociação do acordo de delação premiada e indica o que a pessoa teria a revelar para ajudar nas investigações. Neste resumo, constava que "foi acertado que a Odebrecht faria o adiantamento de US$ 4 milhões para a campanha do presidente Lula, o que foi feito", e que o pagamento seria uma contrapartida pelo contrato conquistado pela Odebrecht e UTC pela refinaria.
No documento homologado no STF, também foi alterada a fonte de pagamento do suposto suborno, que viria da UTC e não da Odebrecht. "Foi decidido que (...) a contrapartida da UTC pela participação nas obras do Revamp seria o pagamento de propina; que se acertou que a UTC adiantaria uma propina de R$ 4 milhões, que seriam para a campanha de 2006, cuja destinação seria definida pelo senador Delcídio do Amaral PT-MS."

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Fumaça toma conta do céu de Manaus

A Secretaria de Meio Ambiente do Amazonas informou que a fumaça acumulada no céu de Manaus é procedente de queimadas em municípios próximos. De primeiro de janeiro até esta segunda-feira, foram registrados 108 focos de incêndio em 28 cidades. O município de Barcelos concentrou a maioria das ocorrências, com 30 focos.
O secretário do Meio Ambiente, Antonio Stroski, disse que “o quadro é incomum nesta época do ano e as causas estão sendo investigadas”. Ele disse que possíveis autores de queimadas podem ser responsabilizados.
Segundo ele, a direção dos ventos no sentido de Norte a Nordeste, associada à umidade relativa do ar de 59%, favoreceram a chegada e acúmulo de fumaça em Manaus. Outro fator é a velocidade dos ventos que está em 18 quilômetros por hora, o que dificulta a dissipação da fumaça.
O boletim climático do Sistema de Proteção da Amazônia, para o primeiro trimestre de 2016, indica chuvas abaixo da média no leste e no centro do Amazonas.

sábado, 9 de janeiro de 2016

A estratégia do novo governo argentino para tentar recuperar as Ilhas Malvinas

Gestão Mauricio Macri indica que usará discurso menos duro que o de Cristina Kirchner, que chegou a chamar Reino Unido de 'potência colonial' por manter controle das ilhas.

Menos de um mês após ter sido empossado, o governo do presidente argentino Maurício Macri indicou que reaver a soberania das Ilhas Malvinas (Falklands, para os ingleses) faz parte das prioridades de sua política externa.
Historicamente, a discussão sobre a recuperação do território – em poder dos britânicos desde o século 19 e motivo de guerra em 1982 – costuma ter apoio dos argentinos. Porém, pesquisas indicam que hoje a população vê outros problemas como mais urgentes, entre eles inflação e segurança pública.
O assunto Malvinas era uma das bandeiras da gestão de Cristina Kirchner (2007-2015), da qual o novo governo vem tentando demonstrar várias diferenças, principalmente nas linhas política e econômica.
Macri sugeriu, porém, que vai mudar o estilo impresso pela antecessora no assunto, buscando um diálogo “mais amigável” com o governo britânico, como disse à BBC Brasil um embaixador argentino, sob a condição do anonimato.
“É claro e evidente que o governo do presidente Macri tem uma atitude de diálogo e mais respeitosa (que a gestão da antecessora)”, disse o diplomata.
Em um comunicado divulgado no último dia 3, o governo argentino convida o Reino Unido a “restabelecer as negociações para resolver, o mais rápido possível, e de maneira justa e definitiva, a disputa pela soberania” sobre as Ilhas Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul e os espaços marítimos da região.
E diz que espera fazer isso “por meio do caminho do diálogo, da paz e da diplomacia”.
Novo estilo
Em diferentes entrevistas nos últimos dias, a ministra das Relações Exteriores da Argentina, Susana Malcorra, disse que as Malvinas são um tema “constitucional, e não opcional”, e sugeriu que a estratégia do governo atual seria a de buscar dialogar com os britânicos com um novo estilo.
“Nem sempre se consegue o que se pretende endurecendo o discurso”, disse ela à imprensa argentina.
Malcorra reconheceu, porém, que o kirchnerismo (2003-2015) colocou o assunto em destaque na agenda argentina.
Em diferentes discursos e em uma carta enviada ao primeiro-ministro britânico David Cameron em janeiro de 2013, a então presidente disse que “há 180 anos, em um exercício descarado de colonialismo do século 19, a Argentina foi despejada à força das Ilhas Malvinas, situadas a 14 mil quilômetros de distância de Londres”.
Cristina também se referiu ao Reino Unido como “potência colonial” – palavras que até o momento foram evitadas pela nova gestão argentina, pelo menos publicamente.
A ex-presidente pediu, em diferentes ocasiões, que sejam “acatadas as resoluções das Nações Unidas (para que sejam retomadas as negociações entre os dois países)”.
'Questão sentimental'
Para analistas ouvidos pela BBC Brasil, as Malvinas são uma "questão sentimental” e “histórica” para os argentinos.
O fato de a gestão Macri abordar o assunto “é mais que esperado”, afirmou o professor de relações internacionais da Universidade Torcuato Di Tella, Juan Gabriel Tokatlian. “Não existe a menor chance de um governo argentino não se pronunciar sobre as Malvinas”, disse.
Ele recordou que a Constituição de 1994 diz que a “nação argentina ratifica sua legítima e imprescindível soberania sobre as Ilhas Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul e os espaços marítimos” na região, “por ser parte integrante do território nacional”.
A Carta Magna do país diz ainda que o “povo argentino não renunciará à recuperação” dessa soberania.
Na avaliação do professor de ciências políticas Marcos Novaro, da Universidade de Buenos Aires, diante do estilo kirchnerista “não foi difícil para o Reino Unido e outros países ignorarem as reclamações e ataques da Argentina e deixar essas queixas sem respostas”.
Segundo ele, independente da reação britânica, convém aos argentinos "restabelecer a capacidade de diálogo” internacional.
Para Novaro, o diálogo sobre a soberania poderia começar, por exemplo, com pautas como a preservação ambiental.
O especialista lembrou, porém, que o tema não é unanimidade. “Existe muita gente que acredita que [as ilhas] são argentinas, mas também existem muitos a entender que esse não é um assunto prioritário na politica exterior do país.”
Na sua visão, a Argentina tem hoje outros temas mais urgentes, como “retomar relações com outras democracias do mundo, incluindo os vizinhos, que retrocederam com o kirchnerismo”.
Discordâncias
De acordo com o pesquisador do Conicet (Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas) Vicente Palermo, os britânicos estão dispostos a falar sobre “muitas coisas” com os argentinos, mas não a respeito da soberania das ilhas.
“Eles consideram que os moradores devem ser incluídos nas negociações, com o que a Argentina discorda”, disse.
Em 2013, a maioria da população decidiu, por meio de um reverendo, permanecer como território britânico.
O analista afirma que, apesar dos gestos do governo Macri, não prevê “nenhum avanço no curto prazo” sobre esse impasse. Para ele, a relação bilateral foi “muito deteriorada” durante o governo de Cristina, e ainda não está claro como esse diálogo poderia ser retomado agora.
As Ilhas Malvinas, no Atlântico Sul, foram motivo de uma guerra em 1982, da qual os britânicos saíram vitoriosos. A derrota argentina abriu caminho para o retorno da democracia no país no ano seguinte.
Reclamar o território com assiduidade foi política frequente dos governos anteriores no país, que diferiram apenas na intensidade com que fizeram a reivindicação.
Nos últimos anos, foi descoberto que a região, tradicional para a pesca, também é rica em petróleo.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Sitiada por guerra, população de cidade síria 'come cães e gatos' para não morrer de fome

Cidadãos sírios estão morrendo de fome em Madaya, cidade próxima à capital Damasco e sitiada pelo governo em meio à guerra civil no país, segundo denunciaram ativistas da oposição.
"As pessoas estão morrendo. Elas estão comendo coisas do chão. Estão comendo cães e gatos", disse à BBC uma ativista cuja família está em Madaya.
Relatos também dão conta de situação semelhante em dois vilarejos xiitas no norte do país, que são alvo de um longo cerco por parte dos rebeldes, onde moradores têm se alimentado de grama para sobreviver.
A ONU afirma que todos os lados envolvidos no conflito no país vêm lançando mão de táticas de guerra e isolando cidades, o que viola leis internacionais de direitos humanos.
O Programa Alimentar Mundial, agência da ONU para o combate à fome, e a Cruz Vermelha descreveram a situação em que se encontram determinadas localidades como "extremamente alarmantes".
Nesta quinta-feira, a ONU afirmou que o governo sírio concordou em permitir que ajuda humanitária chegue a Madaya.
Entenda a seguir o que se sabe até o momento sobre os civis presos nestes cercos após quase cinco anos de guerra civil na Síria.

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

São Paulo: Prefeito de São Paulo sanciona lei que disciplina uso de aplicativos para chamar táxis na Capital Paulista.

O prefeito da capital paulista, Fernando Haddad, sancionou lei que regula o uso de aplicativos para solicitação de táxis. O texto foi publicado hoje (5) no Diário Oficial do Município. A prefeitura deverá regulamentar a lei em até 60 dias.
De acordo com o texto, as empresas interessadas na prestação do serviço de táxi por aplicativo deverão ser cadastradas na prefeitura e ter como prestadores, exclusivamente, taxistas. Também terão de, obrigatoriamente, apresentar cópia de seu contrato social ou estatuto, devendo constar o endereço de sua sede na cidade de São Paulo.
Caso a empresa gestora do aplicativo não cumpra a lei, será aplicada multa de R$ 50 mil, cobrada em dobro no caso de reincidência. Para a pessoa física que infringir o regulamento, a multa será de R$ 3,8 mil, mais a apreensão do veículo e bloqueio do licenciamento até a quitação do valor. O Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo foi procurado para avaliar a nova legislação, mas não respondeu até o fechamento desta matéria.
No último dia 29, a prefeitura de São Paulo anunciou o lançamento de uma consulta pública para avaliar um novo modelo de transporte individual para a cidade, que pode regulamentar o uso de aplicativos como o Uber, que é diferente do táxi convencional. O texto poderá receber sugestões da população pelo prazo de 30 dias no endereço consultausointensivoviario.prefeitura.sp.gov.br .Confusão
Na madrugada do último domingo (3), um motorista do serviço Uber e sua passageira foram agredidos por taxistas na avenida Francisco Matarazzo, na zona oeste da capital. Segundo o boletim de ocorrência, o motorista disse que, após pegar a passageira, foi fechado por cinco táxis e impedido de seguir. Os taxistas desceram com barras ferro e danificaram o veículo. A passageira foi ferida por estilhaços, mas não quis prestar queixa. O motorista do Uber conseguiu anotar a placa de dois dos táxis.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, a ocorrência foi registrada no 91º Distrito Policial (DP) como associação criminosa e danos. O 23º DP investigará o ocorrido
“A Uber considera inaceitável o uso de violência contra cidadãos que respeitam as leis. Os motoristas parceiros têm o direito de trabalhar honestamente para ganhar seu sustento, assim como os usuários têm o direito de escolher como querem se mover pela cidade”, disse a empresa em nota. Procurado para comentar o caso, o Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo não respondeu até o fechamento da reportagem.

domingo, 3 de janeiro de 2016

Em vídeo, EI executa supostos espiões britânicos e chama Cameron de 'imbecil'

O grupo Estado Islâmico (EI) divulgou novo vídeo neste domingo (3), desta vez na tentativa passar um recado ao premiê britânico David Cameron. No material, cinco reféns são executados e, em seguida, um dos combatentes jihadistas chama Cameron de "imbecil" por desafiá-los, fazendo ameaças diretas à Grã-Bretanha.
As informações são do SITE Intel Group, organização que monitora o jihadismo. Os homens executados, que nas imagens do vídeo trajam uniformes vermelhos, são supostos espiões britânicos.
Esta nova execução do Estado Islâmico acontece após o Parlamento britânico aprovar, no início de dezembro, a participação de sua força aérea na campanha de bombardeios contra o grupo na Síria. A decisão passou por um longo debate, no qual Cameron se posicionou publicamente a favor da ofensiva contra os jihadistas. O premiê classificou quem se opusesse aos ataques como "simpatizante de terroristas".
Os primeiros ataques britânicos contra o EI na Síria aconteceram no dia 3 de dezembro, poucas horas após a aprovação do Parlamento. "O Parlamento tomou a melhor decisão para preservar a segurança do país", afirmou Cameron à época. Logo após a ofensiva, o premiê utilizou sua conta no Twitter para dizer que a ação militar faz parte de "uma estratégia maior".
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) informou neste domingo que ao menos 16 combatentes do EI foram mortos em confrontos no norte da Síria. No dia 30 de dezembro, os jihadistas lançaram uma ofensiva contra várias localidades nas mãos das Forças Democráticas da Síria (FDS), perto de Ain Issa, uma cidade controlada pela mesma coalizão e localizada cerca de 50 km ao norte de Raqa, a "capital" do grupo na Síria.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

O mistério em torno da vida privada de Vladimir Putin

Conhecemos alguns aspectos da intimidade do presidente russo Vladimir Putin. Ele já foi fotografado na academia, brincando com seus cachorros em Moscou e cavalgando na Sibéria sem camisa.
No entanto, há muito poucas imagens da vida familiar e do círculo de amigos próximos de Putin, que foi escolhido pela revista Forbes, em 2015, como o homem mais poderoso do mundo pelo segundo ano consecutivo.
Apesar de estar há mais de 15 anos no poder, o presidente da Rússia evita que sejam divulgadas imagens ou qualquer informação sobre suas duas filhas, por exemplo.
Em 2012, o jornal americano The New York Times comentou o que chamou de "segredo quase impenetrável" de Putin.
"Quanto mais ele governa a Rússia, mais tabu parece ser a discussão sobre sua família", afirma o jornal.
Realmente, os jornalistas russos dizem ser mais fácil noticiar temas de segurança nacional do que questões relacionadas à família de Putin.

Questão de segurança

Em 2012, quando o presidente aceitou fazer parte do documentário Putin, do cineasta alemão Hubert Seipel Ich, sua vida familiar ficou fora da discussão.
Putin afirmou em uma coletiva de imprensa no último dia 17 de dezembro que por trás de seu silêncio está a segurança de suas duas filhas, que acredita-se terem cerca de 30 anos.
"Eu nunca disse onde exatamente minhas filhas trabalham, o que elas fazem, e não pretendo fazê-lo agora por muitas razões, incluindo uma questão de segurança", disse.
"Em geral, acredito que cada pessoa tem direito a seu próprio destino. Elas nunca foram filhas de uma celebridade, nunca tiveram prazer em ser o centro das atenções e estão simplesmente vivendo suas próprias vidas."
Segundo uma investigação da agência de notícias Reuters publicada no dia 10 de novembro, a filha mais nova de Putin, Katerina, é uma acadêmica de sucesso que trabalha na Universidade Estatal de Moscou e participa de competições de rock'n'roll acrobático, um tipo de dança esportiva.
A Reuters afirmou, após obter a confirmação de um alto funcionário russo, que Katerina usa o sobrenome Tikhonova.
Um dia depois de falar à reportagem da Reuters, o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, questionou a investigação.
"Não posso dizer nada sobre quem é a filha de Putin porque nem tenho essa informação nem se supõe que eu deva tê-la. Não é parte das minhas funções administrativas", disse Peskov, segundo a agência de notícias russa TASS.
Na coletiva de imprensa em dezembro, um jornalista perguntou ao presidente sobre Katerina Tikhonova e sobre a reportagem da Reuters.
"Eu já li diferentes coisas em diferentes momentos. Até pouco tempo atrás, todo mundo dizia que minhas filhas estudavam em outro país e viviam permanentemente fora da Rússia. Graças a Deus, ninguém escreve mais isso. Agora estão dizendo – e isso é verdade – que elas vivem na Rússia e nunca deixaram o país para viver permanentemente. Elas sempre estudaram na Rússia", disse.
De acordo com um dos editores do serviço russo da BBC, Famil Ismailov, há duas razões pelas quais se sabe pouco do núcleo íntimo de Putin.
"Uma é pessoal e outra é cultural", disse à BBC Mundo. "Putin é um homem muito reservado. Ele foi um agente da KGB (serviço secreto russo) e essa experiência o ensinou a não falar sobre sua vida privada."
"Ele se apresenta como uma pessoa com valores conservadores russos e como um defensor dos mesmos (...). Além disso, está se tornando cada vez mais religioso. É possível vê-lo se benzer e assistir cerimônias religiosas. A Igreja Ortodoxa é percebida como uma das bases do legado histórico russo."
Nesse contexto, diz Ismailov, sua amizade com o extravagante primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi chama a atenção.

'Afogado no trabalho'

A filha mais velha de Putin se chama Maria e é uma pesquisadora acadêmica especializada em endocrinologia.
A mãe de suas duas filhas, Lyudmila, uma vez o descreveu como alguém viciado em trabalho.
Em junho de 2013, depois de 30 anos de matrimônio, o casal anunciou o divórcio.
Diante das câmeras de TV, Putin disse: "Foi uma decisão conjunta: dificilmente nos vemos, cada um tem sua própria vida".
Lyudmila, que notoriamente evita a atenção pública, disse que era difícil para ela viajar de avião e que Putin estava "completamente afogado no trabalho".
Segundo ela, o divórcio foi "civilizado" e o casal "sempre se manterá próximo".
Depois do anúncio do divórcio, o porta-voz de Putin disse que não havia outra mulher na vida do presidente russo.
"Basta uma olhada rápida na agenda de trabalho de Putin e é fácil perceber que não há espaço para relações familiares em sua vida. Ele está cheio de responsabilidades como chefe de Estado", diz o porta-voz Dmitry Peskov.

Núcleo de amigos

Quando Vladimir Putin chegou ao poder, o perguntaram em uma entrevista em qual de seus colegas ele mais confiava.
Ele nomeou cinco pessoas: Nikolai Patrushev, Sergei Ivanov, Dmitry Medvedev, Alexei Kudrin e Igor Sechin.
Quinze anos depois, estes homens ainda formam o núcleo mais próximo do presidente Putin e dominam altos postos estratégicos do governo e das grandes empresas russas.
  • Patrushev era diretor do Serviço Federal de Segurança de 1999 até ser nomeado secretário do conselho de segurança russo em 2008.
  • Ivanov foi ministro da Defesa e vice-primeiro-ministro. Desde 2011, ele é chefe do gabinete presidencial.
  • Medvedev foi presidente de 2008 a 2012, dividindo o poder com Putin, e agora é primeiro-ministro.
  • Kudrin, que foi ministro das Finanças até 2011, não tem mais um cargo formal no governo, mas parece dar conselhos ao presidente sobre assuntos econômicos.
  • Sechin, que teve altos cargos no gabinete e no governo, é o atual diretor executivo da Rosneft, a empresa estatal de petróleo.
Segundo o pesquisador de Rússia e Eurásia do think tank britânico de políticas internacionais Chatham House, Andrew Monaghan, este grupo ilustra dois pontos importantes sobre quem governa o país.
"Primeiro, houve uma continuidade em termos das pessoas próximas a Putin. Mudanças são raras, e muito poucas pessoas deixaram este grupo central", diz.
"Segundo, o coração desta equipe de liderança é formado por colegas que serviram com Putin na KGB, na administração de São Petersburgo nos anos 1990, ou ambos."
Este grupo também inclui outras pessoas em quem o presidente confia a implementação de grandes projetos de infraestrutura, como Arkady Rotenberg, um dos responsáveis pela Olimpíada de Inverno de Sochi, assim como outras autoridades e burocratas regionais.