sábado, 31 de maio de 2014

Dilma critica Aécio e o neoliberalismo

Sem citar Aécio, a presidente Dilma disse que o tucano quer trazer de volta um figurino neoliberal e um modelo que, segundo ela, já fracassou.
Eles querem trazer de volta um modelo que já fracassou, disse a presidente Dilma Rousseff
Sâo Paulo
A presidente Dilma Rousseff disse em Belo Horizonte, sem citar o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, que o tucano quer trazer de volta um figurino neoliberal e um modelo que, segundo ela, já fracassou.
Em encontro do diretório do PT de Minas Gerais, Estado governado por Aécio por oito anos, a presidente disse ainda que os adversários querem trazer de volta a recessão e afirmou que os tucanos nunca se interessaram por questões sociais.
Tem candidato dizendo, por exemplo, que quer ser eleito para aplicar medidas impopulares, que não tem medo da opinião pública, que está se lixando para a reação que pode provocar essas medidas e que vai derrubar qualquer barreira para impor o seu figurino neoliberal, disse a presidente, numa referência a declarações recentes de Aécio de que estaria disposto a adotar medidas impopulares se eleito, caso fosse necessário.
Eles querem trazer de volta um modelo que já fracassou. A partir daqui, de Minas Gerais, querem trazer de volta a recessão, o desemprego, o arrocho salarial, o aumento da desigualdade e o aumento da submissão que o Brasil tinha no passado ao Fundo Monetário, por exemplo, acrescentou Dilma durante o encontro, que serviu para confirmar a pré-candidatura do petista Fernando Pimentel ao governo do Estado.
A presidente também fez referência à proposta aprovada pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS), de autoria do presidenciável tucano, que estende o benefício do Bolsa Família por até seis meses no caso do beneficiário aumentar sua renda em decorrência de atividade profissional ou econômica.
A proposta foi duramente criticada pelo governo, que entende que ela desfigura o Bolsa Família ao retirar limites de renda e de tempo de permanência no programa. "Hoje eles estão tentando aparecer como grandes defensores do Bolsa Família, quando a gente lembra que chamavam o Bolsa Família de Bolsa Esmola. Nunca foram a favor das políticas, sempre acharam que fazer política social era jogar o dinheiro pela janela, disparou.
Nós temos de proteger o nosso projeto do assanhamento de um pessoal que, quatro em quatro anos, sempre acredita que, finalmente, eles vão ter hora e vez. Hora e vez e a oportunidade de enganar o povo de novo.
Em tom claramente eleitoral, Dilma previu sua vitória na campanha pela reeleição. Eles querem ganhar na marra. Vão descobrir pela quarta vez que nós e o povo brasileiro não nos deixamos enganar, disse ela se referindo às duas vitórias de Lula --em 2002 e 2006-- e ao seu próprio triunfo sobre os tucanos em 2010.
COPA DO MUNDO
Dilma também criticou aqueles que pretendem torcer contra a seleção brasileira, lembrando que, quando foi presa pelo regime militar, era ano de Copa do Mundo e ela, de cabeça erguida, torceu pela seleção brasileira porque ela é do povo brasileiro.
Hoje em plena democracia, não torcer pela seleção brasileira é de uma sem-cerimônia incrível. É simplesmente não ser capaz de ter orgulho do seu país. É ter um imenso complexo de vira-lata, disse.

Governo unificado da Palestina será anunciado na segunda-feira


O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse neste sábado que espera que o governo de seu partido Fatah com o Hamas seja anunciado em dois dias.
Ao se reunir com ativistas franceses pela paz na cidade de Ramallah, Cisjordânia, onde o governo palestino está instalado, Abbas disse: "Nós vamos anunciar o governo depois de amanhã que será formado por tecnocratas e independentes."
Nenhum membro do governo de união será formado pela Fatah, apoiado pelo Ocidente e que governa Cisjordânia, ou pelo Hamas, que se recusa a reconhecer Israel e administra a Faixa de Gaza, segundo Abbas.
Os dois partidos enxergam benefícios no governo de coalizão, mas as negociações esbarram em um impasse desde 2007, quando o Hamas tomou o controle de Gaza.
Sob forte sanção de Israel e Egito, o Hamas tenta fomentar a economia de Gaza e pagar seus 40 mil funcionários. Abbas, por outro lado, quer elevar sua popularidade doméstica desde o colapso das negociações com Israel no mês passado.
BOICOTE
Israel classifica o Hamas como um grupo terrorista e suspendeu as negociações com Abbas assim que ele anunciou o acordo de unidade em 23 de abril.
Segundo Abbas, Israel "informou hoje que vai nos boicotar se anunciarmos o governo". O presidente palestino, no entanto, não deu detalhes sobre as sanções a serem adotadas.
Em seu discurso no sábado, Abbas disse que o novo governo irá manter a política de reconhecer Israel, apesar de o grupo islâmico Hamas insistir que não irá mudar a sua própria política de rejeitar a existência de Israel.
Abbas tem se esforçado para tranquilizar o Ocidente de que ele permanecerá como principal negociador e que a coordenação com Israel vai continuar.
Abbas pediu ao primeiro-ministro Rami Hamdallah na quinta-feira para chefiar o novo governo de unidade, apesar de o Fatah e o Hamas ainda discordaram sobre outras nomeações do gabinete.
Para aumentar o controle sobre o partido antes de formar o novo governo, Abbas expulsou no sábado cinco correligionários que são aliados de seu rival Mohammed Dahlan, informou a agência de notícias palestina Wafa.

PC realiza mais uma operação de combate ao crime em Maceió

A Polícia Civil de Alagoas, realizou na noite desta sexta-feira (30) e primeiras horas deste sábado (31), uma megaoperação que mobilizou cerca de 80 policiais civis da DRN (Delegacia de Repressão ao Narcotráfico), GEAI (Grupo Especial de Apoio Investigativo), Asfixia, Oplit (Operação Policial Litorânea Integrada) e Tigre (Tático Integrado de Grupamentos de Resgates Especiais), com o objetivo de combater a criminalidade em Maceió.
A ação segue a determinação do secretário de Defesa Social, Diógenes Tenório e orientação do delegado-geral Carlos Reis. As equipes abordaram o estabelecimento comercial conhecido como “El Lugar”, localizado no bairro da Jatiúca.
Os Chefes de operações Jorge Mendes do GEAI, Maxwell Brandão da Asfixia e Fábio Speron, da Operação Policial Litorânea (Oplit), coordenaram as equipes que realizaram abordagens as pessoas. As revistas realizadas durante as abordagens tiveram o objetivo de apreender armas, drogas e surpreender pessoas suspeitas.
O delegado-geral Carlos Reis informou que a operação foi planejada com base em levantamentos feitos pela DRN e Asfixia, quanto ao tráfico de drogas no estabelecimento, e segue um cronograma de ações com vistas ao combate sistemático à criminalidade.
Os delegados da DRN, Filipe Caldas, Gustavo Xavier, Gustavo Henrique (Coordenador da especializada), e equipes da Asfixia participaram das investigações e coordenaram a operação.
Na operação, homens do Corpo de Bombeiros verificaram irregularidades e ficou constatado que não havia condição necessária para o funcionamento, o que resultou na notificação do estabelecimento.
No local, Comissários de menores encontraram adolescentes e, por esta razão, foram levados para o Juizado de Menores, que só foram liberados com a chegada dos responsáveis.
Fiscais da SMCCU (Superintendência Municipal de Controle e Convívio Urbano) apreenderam mesas e cadeiras que estavam no passeio público e não possuíam a taxa de uso de solo.
A PC contou ainda com o apoio de militares da RP (Rádio Patrulha), equipes da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), Vigilância Sanitária e Conselho Tutelar.
Quatro pessoas foram detidas e levadas para a Central de Flagrantes. Foi aprendida uma pequena quantidade de entorpecentes: "loló", maconha, cocaína e crack, na parte de fora do bar.
Um Fiesta preto foi farejado por cães, e como o proprietário não foi localizado, foi levado para a DRN para futuras buscas. Num outro veículo foram encontradas bombinhas de maconha.
Segundo o delegado da DRN, Gustavo Henrique, a ação contou com inúmeras denúncias feitas pela comunidade local, que constantemente reclamava da intensa circulação de drogas na região.
Uma equipe da Eletrobras também esteve no local, e como o proprietário já foi preso por furto de energia, realizou uma minunciosa verificação.

Coreia do Norte condena missionário do Sul a trabalho perpétuo

Kim Jong-uk (Reuters)
Missionário teve um advogado durante o julgamento, informou a agência norte-coreana de notícias
A Coreia do Norte condenou um missionário sul-coreano a trabalho forçado perpétuo após ele ser considerado culpado por espionagem e pela criação de uma igreja clandestina.
A agência de notícias estatal do Norte disse que o homem, identificado como Kim Jong-uk, confessou todos os crimes.
Pyongyang ainda mantém outro missionário preso, o americano Kenneth Bae, que foi condenado a 15 anos de trabalho pesado em 2013.
A atividade religiosa é restrita no Norte. Missionários foram detidos em inúmeras ocasiões no passado.
"Kim tentou se infiltrar em Pyongyang após cruzar ilegalmente a fronteira com o intuito de estabelecer uma igreja clandestina e reunir informações sobre assuntos internos da Coreia do Norte enquanto atraía seus habitantes para a Coreia do Sul e espionava a Coreia do Norte", disse a agência de notícias KCNA.
A procuradoria havia pedido a pena de morte para o missionário, de 50 anos, segundo relatos.
A decisão ocorre três meses após Kim ter lido um pedido de desculpas público na televisão norte-coreana por seus "crimes contra o Estado".
Ele foi preso após entrar o país vindo da China em outubro.
No início deste ano, o missionário australiano John Short foi deportado da Coreia do Norte após ser detido pela acusação de estar distribuindo material religioso.

Moradores protestam no Rio contra abusos das UPPs

Um homem foi baleado no tórax por volta das 9 horas deste sábado no morro Chapéu Mangueira, no Leme, zona sul do Rio, que recebeu uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) em 2009. A PM afirma que a vítima, Phelipe Silva de Lima Rodrigues, de 21 anos, trocou tiros com policiais que faziam um patrulhamento de rotina na mata da comunidade. Em seguida, houve protesto no entorno da favela.
Por volta das 11 horas, moradores fecharam duas faixas de uma das principais vias de Copacabana, a Avenida Princesa Isabel. De acordo com o Centro de Operações da Prefeitura do Rio, a avenida estava totalmente liberada duas horas depois.
O policiamento no morro foi reforçado com o efetivo de outras UPPs após um princípio de tumulto, informou a Coordenadoria de Polícia Pacificadora. De acordo com moradores ouvidos pela reportagem, cerca de 100 pessoas participaram do protesto; já a PM avaliou em 50 o número de manifestantes.
Rodrigues foi levado para o hospital municipal Miguel Couto, na Gávea, zona sul. Até o fim da tarde não havia informações sobre o estado de saúde dele. Segundo a PM, uma pistola calibre 9 milímetros, dois carregadores e uma granada foram apreendidos com a vítima. O caso foi registrado na 12ª Delegacia de Polícia, em Copacabana.
O presidente da comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, Marcelo Chalreo, foi à favela na tarde de ontem e afirmou que abusos de policiais em comunidades serão denunciados ao governo estadual. "O que aconteceu tem sido frequente em áreas que são ditas pacificadas. Trata-se de uma política de militarização das comunidades." Segundo o advogado, Rodrigues tem antecedente criminal, mas já teria cumprido a sua pena. Ele levou quatro tiros, afirmou Chalreo.
Na Rocinha, em São Conrado, zona sul, que também tem uma UPP, houve um tiroteio ontem à tarde. Segundo moradores, um homem morreu e duas pessoas ficaram feridas. De acordo com a PM, a vítima era um traficante do morro e com ele foi encontrada uma submetralhadora. Os dois feridos, atingidos no pé esquerdo e de raspão nas costas, foram levados para o Hospital Miguel Couto.

Quem é a responsável pelas passeatas, a Copa ou a corrupção?

Mais um escândalo envolvendo empreiteiras - desta vez a Andrade Gutierrez - causa indignação.

Em meio às investigações da Operação Ararath, que apura crimes contra a ordem financeira e lavagem de dinheiro em Mato Grosso, a Polícia Federal afirmou que, de 2009 a 2012, o governo do estado pagou R$ 260,6 milhões à empreiteira Andrade Gutierrez, valor referente às dívidas por obras feitas nos anos 80.
Segundo a Justiça, houve desrespeito à fila de credores em 2009, o que foi negado pela gestão do então governador Blairo Maggi, atual senador pelo PP. Todos os papéis da transação foram apreendidos com o ex-secretário estadual da Fazenda Éder Moraes (PMDB), que comandou a pasta tanto na gestão de Maggi como no atual governo, de Silval Barbosa (PMDB).
Assim que recebeu a garantia do pagamento, a Andrade Gutierrez vendeu os créditos dos precatórios a uma empresa alvo da operação, de acordo com a Folha de S. Paulo. Pelo que estava no contrato, a empreiteira cede parte dos créditos com deságio para a Piran Participações, de Valdir Piran, investigado pela PF, por apenas 54% do valor total.
>> Corrupto é punido, mas corruptores agem há 50 anos impunemente
>> Empreiteiras: o alvo de uma população cansada do descaso e do lucro para poucos
>> As empreiteiras e a suposta "bomba" prestes a explodir
>> 'Empreiteiras bancam campanhas e provocam especulação imobiliária', critica MTST
O caso da Andrade Gutierrez é mais um entre diversos escândalos e suspeitas de irregularidades envolvendo empreiteiras e poder público. O que se pergunta quando vemos mais um episódio deste tipo é: quem é o responsável pela passeatas, a Copa ou a corrupção? E qual será o discurso que o brasileiro quer ouvir dos candidatos: "Não deixarei roubar", que é um pleonasmo e uma obrigação de uma autoridade, ou "Vou mandar prender e vou nominar todos os que estão destruindo a imagem do Brasil"?
Vivemos um momento de protestos de índios, de passeatas com black blocs, de declarações polêmicas de "ronaldos", de escândalos com empreiteiras, de sonegação dos clubes, que não pagam e nunca pagarão a parte do trabalhador (quando isso acontece com qualquer empresa, cabe a prisão, porque é apropriação indébita do patrão do que seria destinado aos empregados)... Com todos este turbilhão que causa indignação, como se não bastasse todos os outros casos que já vieram à tona, o discurso que todo o brasileiro gostaria de ouvir dos candidatos é: "Vamos prender os que roubaram."
Não importa se o Brasil vai crescer ou não, não importa se teremos mais ou menos delinquentes - todos eles produto da falta de emprego, da falta de tudo. A corrupção impede que qualquer autoridade se credencie moralmente ou politicamente para representar este povo sofrido. O país não aguenta mais ver os mesmos homens protagonizando escândalos, homens que são produto da corrupção e que se tornaram miliardários sem nunca terem trabalhado.

Tropas da Tailândia reprimem agitação após queda de premiê


Policiais e soldados tailandeses encheram as ruas do centro da cidade de Bangcoc, neste sábado, para impedir novos protestos contra o golpe de 22 de maio, depois que o chefe das Forças Armadas disse que um retorno à democracia levaria mais de um ano.
Em um discurso transmitido pela TV na sexta-feira, o general Prayuth Chan-ocha disse que os militares precisarão de tempo para reconciliar as forças políticas antagônicas e para planejar reformas.
Prayuth, que derrubou o governo da primeira-ministra Yingluck Shinawatra, depois de meses de protestos, muitas vezes violentos, pediu paciência aos aliados internacionais da Tailândia, depois de delinear seu plano de reformas para o país do sudeste da Ásia.
Mas a resposta dos governos estrangeiros foi manter a pressão sobre a junta governante para que ela convoque eleições rapidamente.
Em uma conferência em Cingapura no sábado, o secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, pressionou as Forças Armadas tailandesas para que elas libertem os presos, acabem com a censura e "se movimentem imediatamente para devolver o poder ao povo da Tailândia, através de eleições livres e justas".
A Austrália reduziu as relações com os militares tailandeses no sábado e proibiu os líderes do golpe de viajarem para lá.
"Entendemos que estamos vivendo em um mundo democrático. Tudo que pedimos é tempo para fazer uma reforma", disse Prayuth no seu discurso de sexta-feira, sentado numa mesa com flores na sua frente e retratos do rei Bhumibol Adulyadej e da rainha Sirikit na parede atrás dele.
"Acreditamos que vocês escolherão o nosso reino ao invés de um sistema democrático falho."

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Junta militar da Tailândia veta eleições por pelo menos 1 ano

O general Prayut Chan-O-Cha, chefe da junta militar que tomou o poder na Tailândia, anunciou que não serão organizadas eleições no país por pelo menos um ano. Em um discurso na televisão local, ele disse que um novo pleito deve acontecer em no mínimo 15 meses.   
No seu pronunciamento, Prayut traçou um cronograma para que o povo possa voltar às urnas. Segundo ele, primeiro serão necessários "dois ou três meses" para uma "reconciliação nacional". Após isso, em uma segunda etapa, um conselho não eleito vai elaborar e introduzir reformas políticas na nação asiática. As eleições serão convocadas somente depois da conclusão dessa fase.   
O Exército assumiu o governo tailandês após a primeira-ministra Yingluck Shinawatra ser destituída pela Corte Constitucional, que a condenou por abuso de poder. O caso refere-se à transferência de um alto funcionário pouco depois de ela ser eleita, em 2011.

Senado recorre ao Supremo para impedir alteração de bancadas na Câmara

A Mesa do Senado ajuizou ontem (29), no Supremo Tribunal Federal (STF), uma ação para que prevaleça o entendimento do Congresso Nacional que suspendeu resolução do ano passado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que alterou a composição das bancadas na Câmara dos Deputados e nas Assembleias Legislativas para as eleições deste ano.
“A Ação Declaratória de Constitucionalidade tem objetivo de provocar o Supremo a declarar a constitucionalidade do decreto editado pelo Congresso Nacional, argumentando que o TSE não poderia ter editado uma resolução reafirmando uma norma que já havia sido desconstituída pelo Congresso”, explicou o advogado-geral do Senado, Alberto Cascais.
Segundo Cascais, com a proximidade das convenções partidárias que serão realizadas em junho, a expectativa é que a ação seja julgada logo em decisão liminar.
Tomada no último dia 27, a decisão do TSE ratifica determinação de abril do ano passado, que redefinia a distribuição do número de deputados federais por unidade da Federação. O plenário do tribunal decidiu que não tem validade o decreto legislativo aprovado pelo Congresso Nacional há seis meses, que tentava anular as mudanças na composição das bancadas.
Ontem a Câmara dos Deputados também entrou com recurso no Supremo Tribunal Federal a estratégia, porém, foi diferente. Trata-se de uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin), com pedido de medida cautelar, contra resolução do TSE.
“A distribuição das vagas entre as unidades federativas constitui matéria eminentemente política, a ser definida em uma instância eminentemente política, o Congresso Nacional”, justifica o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), na ação.
Na avaliação do presidente da Câmara, a decisão da corte traz uma grande insegurança jurídica. “Uma vez realizado o pleito eleitoral, a posterior declaração de inconstitucionalidade poderá vir a suprimir cargos e transferir outros, deixando pessoas legitimamente eleitas sem mandato e frustrando as expectativas dos eleitores”, criticou.
No entendimento do advogado do Senado, além de não ter competência para revogar o decreto do Congresso – já que não cabe ao tribunal fixar o número de deputados por estado, mas exclusivamente ao Poder Legislativo –, o TSE, ao reafirmar a norma esta semana, também teria desrespeitado o princípio da anualidade - nenhuma norma pode mudar as regras do processo eleitoral a menos de um ano da eleição.
O mesmo princípio foi citado pelo TSE ao reafirmar a resolução que alterou as bancadas. Para os ministros da corte, o decreto do Congresso, editado em dezembro de 2013, é que desrespeitaria o princípio da anualidade. A resolução do TSE levou em conta os dados do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para recalcular o tamanho das bancadas de todos os estados na Câmara. Com isso, oito delas perdem representatividade e cinco ganham.
Pela medida, Alagoas, Espírito Santo, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraíba e Piauí têm o número de deputados reduzidos, enquanto Amazonas, Ceará, Minas Gerais, Santa Catarina e Pará aumentam suas bancadas.
A mudança tem consequências também nas assembleias legislativas, pois o número de deputados estaduais é calculado com base no tamanho das bancadas na Câmara. A resolução não amplia o número total de deputados federais (513).

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Helicóptero de Kiev é abatido e deixa 14 mortos

Ao menos 14 pessoas morreram no abatimento de um helicóptero militar ucraniano perto da cidade separatista de Sloviansk, informou o presidente ucraniano interino de saída, Olexander Turchynov.   
A aeronave foi abatida por rebeldes pró-russos.  A tensão na região leste do país está muito alta nos últimos dias após a eleição presidencial na Ucrânia que elegeu o oligarca Petro Poroshenko, empresário pró-ocidente, com 54,7% dos votos.  
 Os conflitos no aeroporto da localidade separatista Donetsk registrados nos últimos dias, deixaram ao menos 30 cidadãos russos mortos, informaram fontes locais. Os corpos das vítimas serão repatriados a bordo de um caminhão ainda hoje. "Os levaremos para casa, na Rússia", afirmou o líder dos rebeldes de Donetsk diante de dezena de caixões no hospital da cidade. "Eram voluntários que vieram para nos ajudar", informaram os separatistas.
O prefeito de Sloviansk, Viaceslav Ponomariov, afirmou que os quatro observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (Osce) sequestrados nos últimos dias perto de Donetsk por rebeldes, estão bem e serão libertados em breve. "Tínhamos pedido a eles para não irem a nenhum lugar por algum tempo, mas estas quatro pessoas foram muito imprudentes", informou ele. "Esclareceremos quem são, onde estavam indo e porque, e os libertaremos", declarou Ponomariov.Os quatro observadores "poderão ser libertados amanhã", informaram fontes da administração da cidade para a agência de notícias russa Interfax.
Novo presidente
Petro Poroshenko, o oligarca ucraniano, eleito no último domingo, já declarou que depois que for empossado assinará um acordo econômico com a União Europeia (UE), um dos motivos que geraram a crise na Ucrânia. "A assinatura e a atuação do acordo [econômico], que é de fato parte do plano de modernização da Ucrânia, contribuirá para dar continuidade às medidas anticorrupção e para realizar um pacote de reformas em um período de tempo muito breve", declarou ele. Um acordo de livre comércio com a UE foi um dos motivos que gerou a crise na Ucrânia que teve início no final do ano passado e que levou à queda do ex-presidente Viktor Yanukovic que na época congelou as negociações com a UE e se aproximou ao governo russo de Vladmir Putin.
Estados Unidos
O presidente norte-americano, Barack Obama, anunciou que se reunirá com o presidente eleito ucraniano Petro Poroshenko na próxima semana. O encontro deve acontecer no próximo dia 3 em Varsóvia, na Polônia. Ontem, Obama afirmou que o conflito na Ucrânia não representa "uma nova guerra fria" e que a linha adotada pelos Estados Unidos em relação à crise ucraniana é a de "agir junto com os soldados e a comunidade internacional, que deram ao povo ucraniano a possibilidade de votar e escolher o próprio futuro".(ANSA)

Barbosa anuncia renúncia aposentadoria do STF


O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, anunciou nesta quinta-feira que deixará o cargo e se aposentará da corte mais alta do país, segundo relatos dos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
"O ministro veio se despedir, ele estará deixando o Supremo Tribunal Federal", disse Renan a jornalistas. "É uma coisa triste, ele vai se aposentar."
Segundo Alves, Barbosa se aposentará "logo agora antes do recesso".
"Ele disse que já vinha amadurecendo esse assunto há alguns meses", disse o presidente da Câmara, acrescentando que Barbosa comunicou a decisão a presidente Dilma Rousseff e que ela tinha ficado "muito surpresa".
Ao deixar o Congresso, Barbosa não comentou com os jornalistas sobre sua aposentadoria, limitando-se a falar "hoje à tarde" e a mostrar sua ansiedade com a Copa do Mundo. "Não vejo a hora de começar a Copa."
Primeiro ministro negro do STF, Barbosa ganhou ainda mais notoriedade por ter sido relator do processo do chamado mensalão, que condenou à prisão vários políticos, entre eles o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.
O nome de Barbosa chegou a ser cogitado para uma candidatura à Presidência ou cargo de destaque na eleição deste ano, mas isso não é mais possível por conta da legislação eleitoral, que determina que magistrados que quiserem se candidatar precisam estar filiados a um partido político e têm de deixar o posto que ocupam seis meses antes da eleição marcada para outubro. Portanto, Barbosa teria que ter deixado a Corte em abril.
O presidente do STF, de 59 anos, também tornou-se notório pelos duros embates com colegas de Corte durante sessões de julgamento, antes mesmo de relatar o processo do mensalão.
Em 2009, por exemplo, ele discutiu com o ministro Gilmar Mendes e, ao pedir respeito ao colega, chegou a afirmar que não era um dos "capangas" de Mendes.
Durante o julgamento do mensalão os embates de Barbosa passaram a ser com o ministro revisor do processo, Ricardo Lewandowski, a quem Barbosa chegou a acusar de atuar como advogado de defesa dos réus e de fazer "chicana", buscar atrasar o processo.
Nomeado para o Supremo em 2003 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Barbosa assumiu o comando do STF em 2012, em meio ao julgamento do processo do mensalão, esquema de desvio de dinheiro público para compra de apoio parlamentar durante o primeiro mandato de Lula.
Procurado, o STF ainda não tinha informações oficiais sobre o assunto.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Índios dão queixa de deputados e participam de audiência pública por direitos e terras

Manifestantes protocolaram queixa-crime contra os deputados federais Luís Carlos Heinze (PP/RS) e Alceu Moreira (PMDB/RS), por terem incitado a violência contra índios.
São Paulo – Durante essa semana, representantes de mais de cem povos indígenas estão em Brasília para reivindicar os direitos dessa população. Após manifestação no Congresso nacional ontem (27), eles vão participar hoje (28) de uma audiência pública sobre a questão. Lideranças afirmam que as mobilizações têm como objetivo a defesa dos territórios indígenas. A reportagem foi ao ar na edição de ontem (27) do Seu Jornal, da TVT.
Depois de protestarem em frente ao Congresso, os índios protocolaram queixa-crime contra os deputados federais Luís Carlos Heinze (PP/RS) e Alceu Moreira (PMDB/RS), por terem incitado a violência contra índios, quilombolas, gays e lésbicas em um vídeo publicado na internet em fevereiro deste ano. Os deputados se referiram a essas classes como "tudo que não presta no Brasil".
A queixa contra os parlamentares foi apresentada à Procuradoria-Geral da República (PGR) pela frente parlamentar em defesa dos direitos humanos. De acordo com Sonia Guajajara, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, a denúncia foi feita, mas ainda não houve seguimento.
“Esse discurso deles é o que incita a violência da sociedade, dos pequenos produtores, contra as nossas populações, por isso que a gente vem aqui protocolar no STF, pedir que eles nos deem um posicionamento”, afirma a líder indígena.
Depois de apresentar a denúncia ao Supremo, os indígenas fizeram um ritual de pajelança na Praça dos Três Poderes. Em seguida foram até a parte superior do Congresso, próximo às cúpulas onde ficam os plenários da Câmara e do Senado.
Segundo Sonia Guajajara, o ato simbolizou a discordância dos índios com os parlamentares. "Estamos no Congresso, onde a cada dia temos nossos direitos atacados; onde está a maior ofensiva contra o direito dos povos indígenas", afirmou.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Índia e Paquistão concordam em retomar negociações de paz

Premiê paquistanês disse que diplomatas dos dois países vão se encontrar em breve.

O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, disse nesta terça-feira que diplomatas de alto escalão do Paquistão e Índia se encontrariam em breve para avançar nas negociações de paz. As conversas vinham sendo prejudicadas por causa da tensão entre as duas potências nucleares.
Sharif foi a Nova Délhi na segunda-feira para participar da posse do novo primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, com quem teve uma reunião bilateral "cordial e acolhedora" nesta terça-feira, disse ele.
"Nós concordamos que nosso encontro em Nova Délhi deveria ser uma oportunidade para ambos os países", disse Sharif a jornalistas.
"Isso é uma oportunidade para nós de corresponder às esperanças e aspirações de nossos povos, que será bem-sucedida em virar um página em nosso relacionamento. Também concordamos que dois secretários de Relações Exteriores iriam se encontrar em breve para revisar e fazer avançar a agenda bilateral com a mesma disposição de nossa reunião de hoje", completou. 
Em comunicado oficial, a Índia disse que Modi teria transmitido sua preocupação sobre militantes que usam o território paquistanês como ponto de partida para atos terroristas na Índia. Sharif disse aos jornalistas que as acusações de ambos não ajudam na resolução dos problemas.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Após vitória na UE, premier cobra reformas na Itália

Após a vitória esmagadora do Partido Democrático (PD) nas eleições para o Parlamento europeu na Itália, o primeiro-ministro Matteo Renzi - também secretário da sigla - afirmou que não há mais desculpas para não aprovar as reformas de que o país necessita.   
Sua legenda, de orientação centro-esquerdista, alcançou 40,81% dos votos nas eleições europeias de ontem (25), contra apenas 21,16% do Movimento 5 Estrelas (M5S) e 16,82% do Forza Italia (FI), sigla liderada por Silvio Berlusconi. O resultado foi visto como um grande triunfo do premier, que assumiu o governo no último mês de fevereiro. Antes do pleito, a maioria das pesquisas apontava uma vitória do PD, mas por uma vantagem muito menor em relação ao M5S.
"Há quem diga que devemos festejar, mas seremos humildes e pacatos, porque temos o extraordinário dever de fazer as reformas. O resultado mostra que existe uma Itália que não se entrega", afirmou Renzi. Desde o início de seu mandato, o premier apresentou uma série de propostas importantes, como uma nova lei eleitoral para o país, um projeto para reduzir drasticamente os poderes do Senado e o papel das províncias, um corte no imposto de renda para pessoas físicas e um plano de melhoria da infraestrutura educacional italiana.     No entanto, o primeiro-ministro não quis avaliar o resultado da votação como um referendo sobre ele ou a sua administração. "Não considero esse resultado uma legitimação pessoal. Ontem não venceu uma pessoa, foi uma foto de grupo. O belo ainda deve começar. O desafio foi lançado e nós estaremos à altura desse sonho", declarou ele, acrescentando que seu governo deve durar até 2018.    
 Renzi também fez um apelo para o M5S, que acabou saindo como o grande derrotado nas eleições, já que seu líder e fundador, o comediante Beppe Grillo, esperava uma vitória do movimento. "Desejo que haja uma reflexão nos 5 Estrelas sobre a lei eleitoral. Se esses parlamentares continuarem a usar o Parlamento como palco de show, perderão os seus eleitores. Mas se mudarem a postura, encontrarão ajuda para fazermos juntos as reformas", disse. Frequentemente, os senadores e deputados do partido de Grillo usam o Congresso para realizar protestos contra o governo e os políticos.     A vitória de Renzi nas urnas chega em um momento em que sua legitimidade no comando do país era questionada pelas forças de oposição. Tanto o M5S quanto o Forza Italia exigiam a realização de eleições nacionais, já que o premier chegou ao poder sem precisar passar pelas urnas.     O resultado histórico atingido pelo PD, que conseguiu uma porcentagem de votos recorde, teve efeito imediato no mercado financeiro. No pregão desta segunda-feira (26), o índice FTSE MIB, principal indicador da Bolsa de Milão, fechou com alta de 3,61%, chegando a 21.493 pontos. Os 40,81% alcançados pelo Partido Democrático também dão força a Renzi no plano europeu, já que em julho a Itália assume a presidência rotativa semestral da União Europeia.
Além do PD, do M5S e do Forza Italia, apenas outras três siglas conseguiram ultrapassar a cláusula de barreira de 4% necessária para entrar no Parlamento da UE. Em quarto lugar na votação, com 6,16%, ficou a legenda de extrema-direita Liga Norte, que irá integrar o grupo eurocético, ao lado da conservadora Frente Nacional, da francesa Marine Le Pen.     Já a Nova Centro-Direita (NCD), que faz parte da coalizão governista de Renzi, ficou com 4,38% do eleitorado, enquanto a lista Outra Europa com Tsipras, movimento de esquerda radical criado para apoiar a candidatura do grego Alexis Tsipras à presidência da Comissão Europeia, obteve 4,03%.     Por outro lado, Irmãos da Itália (3,66%), Verdes (0,89%), Escolha Europeia (0,71%), Itália dos Valores (0,65%), Partido Popular do Sul-Tirolês (0,50%) e Eu Mudo (0,17%) ficaram de fora.

Colisão entre trens deixa 20 mortos na Índia

O novo premier do país enviou condolências pelo Twitter.Um trem de passageiros se chocou com um de carga no estado indiano de Uttar Pradesh. Pelo menos 20 pessoas morreram no acidente. De acordo com a rede de televisão local Times Now. O incidente envolveu o Gorakhdam Express na localidade de Sant Kabir Nagar, a 35 quilômetros da cidade de Gorakhpur e causou o descarrilamento de pelo menos seis vagões.

>>Narendra Modi presta juramento como novo primeiro-ministro da Índia
O novo primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, enviou pêsames para as famílias das vítimas em uma mensagem em sua conta no Twitter. ANSA

MA: 32 parentes de presos são liberados de Pedrinhas

Secretaria diz que familiares não são reféns, mas sim "parentes solidários", que estão no local por vontade própria.

Parentes de presos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), que estavam retidos no interior da maior unidade carcerária maranhense desde domingo, foram libertados no início da tarde desta segunda-feira. Segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap), os 32 familiares foram liberados sem intervenção tática, após negociação com os presos.
De acordo com a Sejam, estavam no presídio familiares de presos que cumprem pena em um dos blocos do presídio e que foram impedidos de deixar o local após o fim do horário de visita de domingo. Segundo o órgão, 32 pessoas estavam retidas no interior do complexo.. A secretaria, no entanto, diz que essas pessoas não são reféns, mas sim "parentes solidários", que estão no local por vontade própria.
Algumas pessoas já haviam sido liberadas ontem mesmo, antes que as negociações fossem interrompidas, no início da noite. As negociações foram retomadas no inicio da manhã de hoje com representantes dos presos, da Sejap e da comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
O grupo de presos que impedia a saída das pessoas exige a adoção de medidas como banho de sol coletivo (hoje é feito por bloco, para garantir a segurança dos próprios detentos); a liberação de visitas íntimas; a entrega de novos colchões e a troca de monitores.
O Complexo Penitenciário de Pedrinhas está superlotado e é palco de rebeliões e violenta disputa entre facções criminosas. Foi do interior do complexo que partiram as ordens para que bandidos atacassem delegacias da região metropolitana da capital e ateassem fogo a ônibus, no início de janeiro deste ano. Em um dos cinco ônibus incendiados estava a menina Ana Clara Santos Souza, de 6 anos, que teve queimaduras em 95% do corpo e morreu dois dias depois.
Pelo menos oito detentos já foram mortos no presídio este ano. Em 2013, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ao menos 60 detentos foram mortos na unidade.
Violência no Maranhão
O Estado do Maranhão enfrenta uma crise dentro e fora do sistema carcerário que tem como principal foco o Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Segundo o Conselho Nacional de Justiça, 59 detentos foram mortos no presídio somente em 2013, o que revelou uma falta de controle no local.
No dia 3 de janeiro, uma onda de ataques a ônibus em São Luís mobilizou a Polícia Militar nas ruas da capital maranhense e dentro do presídio, já que as investigações apontam que as ordens dos atentados partiram de Pedrinhas.
A questão dos problemas no sistema prisional maranhense ganhou mais destaque no dia 7 de janeiro, quando o jornal Folha de S. Paulo divulgou um vídeo gravado em dezembro, onde presos celebram as mortes de rivais dentro do complexos. Após essas imagem de presos decapitados serem divulgadas, o governo Roseana Sarney passou a ser pressionado pela Organização das Nações Unidas, pela Anistia Internacional, pelo CNJ e até pela Presidência da República.Nos ataques do dia 3, quatro ônibus foram incendiados e cinco pessoas ficaram feridas, incluindo a menina Ana Clara Santos Sousa, 6 anos, que morreu no hospital alguns dias depois, com 95% do corpo queimado.
No dia 10 de janeiro, a presidente Dilma Rousseff divulgou pelo Twitter que “acompanha com atenção” a questão de segurança no Maranhão. O Governo Federal passou a oferecer vagas em presídios federais, ao mesmo tempo em que a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) visitou o complexo de Pedrinhas.
No dia 14 de janeiro, um grupo de advogados militantes na defesa dos direitos humanos protocolou na Assembleia Legislativa do Maranhão um pedido de impeachment contra a governadora Roseana Sarney. Segundo o grupo, composto por nove advogados de São Paulo e três do Maranhão, a governadora incorreu em crime de responsabilidade porque não teria tomado providências capazes de impedir a onda de violência que deixou mortos e feridos dentro e fora do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, desde o início do ano.
Em 16 de janeiro, o presidente da Assembleia Legislativa, Arnaldo Melo (PMDB), decidiu arquivar o pedido de impeachment após parecer técnico da assessoria jurídica da Casa. O arquivamento do processo foi feito sob a justificativa de que o pedido "é inepto e não tem condições de ser conhecido".

domingo, 25 de maio de 2014

Maersk nega pagamento de propina a ex-diretor da Petrobras

Revista Época indica que Paulo Roberto Costa recebia "comissão" da empresa dinamarquesa.

O Grupo Maersk negou em nota divulgada neste domingo qualquer relação com um suposto esquema de desvio de dinheiro da Petrobras. Segundo reportagem da revista Época, pen drives apreendidos pela Polícia Federal (PF) na casa de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras que chegou a ser preso na operação Lava a Jato, indicam que este recebeu R$ 6,2 milhões de “comissão” em contratos firmados entre a petroleira e a empresa dinamarquesa.
Segundo a Maersk, “é comum e habitual a utilização de corretores, que prestam assistência de marketing externo para promover os serviços de operadores petroleiros para muitos clientes de diferentes países (...) A norma internacional para pagamento de taxas para corretores é de 1,25% sobre o total de ganhos acordado em carta-contrato”.
Conforme a reportagem, era em cima dessa taxa de 1,25% que o ex-diretor faturava. Ele teria utilizado o nome de um amigo para montar uma empresa para receber o dinheiro. “As comissões são pagas após a apresentação de faturas oficiais emitidas pelo corretor em questão e por canais bancários igualmente oficiais para um Banco designado no Rio de Janeiro”, diz a empresa.
A assessoria de imprensa da Maersk informou ao Terra ainda que a reportagem apresenta dados incorretos sobre a empresa: o faturamento anual é de US$ 47,4 bilhões ao ano, e não US$ 27 bilhões; são 634 embarcações (incluindo sondas) e não 600 navios. Além disso, a companhia reitera que não tem nenhum contrato firmado com Paulo Roberto Costa.
O ex-diretor da Petrobras foi solto por determinação do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou, também, que o caso deve ficar no Supremo, já que envolve parlamentares.
Confira a seguir a nota completa da Maersk.
O Grupo Maersk reitera sua política de trabalho contra a corrupção. Subornos e propinas são estritamente proibidos para qualquer colaborador da Maersk ou grupo parceiro que colabore com a empresa. 
Por vários anos, o Grupo tem realizado negócios com a Petrobras e, em 1977, decidiu estabelecer uma filial no Rio de Janeiro, visando fortalecer o seu relacionamento com clientes brasileiros e parceiros em geral. Consequentemente, os negócios da Maersk com a Petrobras cresceram em áreas upstream e downstream. A Petrobras tem empregado, por exemplo, sondas de perfuração, embarcações offshore, petroleiros e navios gaseiros. No mercado global de navios petroleiros e navios gaseiros, é comum e habitual a utilização de corretores, que prestam assistência de marketing externo para promover os serviços de operadores petroleiros para muitos clientes de diferentes países. A Maersk Tankers também faz isto no Brasil, inclusive com a Petrobras.
A norma internacional para pagamento de taxas para corretores é de 1,25% sobre o total de ganhos acordado em carta-contrato. No Brasil - e trabalhando estritamente dentro das normas  da indústria -, a Maersk Tankers também usou a Corretagem Gandra e pagou uma comissão de 1,25%, que é a padrão do setor/indústria. A Maersk Tankers é a única empresa da Maersk que tem realizado negócios com a Corretagem Gandra. A Maersk não tem nenhum contrato com Paulo Roberto Costa.
As comissões são pagas após a apresentação de faturas oficiais emitidas pelo corretor em questão e por canais bancários igualmente oficiais para um Banco designado no Rio de Janeiro. Todos os petroleiros e navios gaseiros fretados para a Petrobras envolveram contratos fixos nos níveis prevalecentes no mercado da época. A Maersk torna a reiterar, em linha com a sua política, que trabalha contra todos os tipos de corrupção, está em conformidade com a legislação.

Observatório: implementação do Código Florestal ainda está engatinhando

A implementação da Lei 12.651 de 2012, o novo Código Florestal – que completa hoje (25) dois anos de sanção pela Presidência da República – ainda está engatinhando, avaliam entidades que compõem o Observatório do Código Florestal, criado em maio do ano passado para acompanhar a implantação da nova lei.
“Estamos engatinhando. As coisas vão começar a acontecer só a partir de agora. E é isso que nos preocupa, porque temos pouco tempo para implementar um instrumento muito importante, que é o Cadastro Ambiental Rural (CAR) na escala nacional. São milhões de propriedades, dezenas de milhões de hectares, alguns milhões a serem recuperados”, disse André Lima, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, entidade-membro do observatório.
No último dia 5, decreto da Presidência da República que regulamenta o Código Florestal foi publicado, dando aos proprietários rurais prazo de um ano para cadastrar as terras a partir da publicação da regulamentação. O cadastro foi introduzido pelo novo Código Florestal, que estabeleceu a obrigatoriedade de que todos os 5,6 milhões de propriedades e posses rurais do país façam parte do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar).
Para a regularização, quem tem imóveis rurais já pode se inscrever no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e iniciar o processo em caso de danos em áreas de Preservação Permanente (APP), de Reserva Legal e de uso restrito. De acordo com o Decreto 8.235/2014, os proprietários rurais deverão informar a localização da área a ser recomposta e o prazo para que o dono do imóvel possa atender às propostas de regularização ambiental.
Para isso, cada unidade da Federação deve acompanhar, por meio de programas de regularização ambiental, a recuperação, regeneração ou compensação das áreas e a possibilidade de suspender ou extinguir a punição dos passivos ambientais. No entanto, segundo o observatório, os estados não estão preparados para cumprir essa incumbência.
“Os estados que serão os grandes, ou os maiores responsáveis pela implementação na lei, não estão ainda preparados para isso, nós fizemos um questionário e encaminhamos para todos os estados com base na Lei de Acesso à Informação, recebemos um volume pequeno de informações, apenas nove estados responderam, mas nenhum dele informou estar de fato preparado para implementar a lei”, destacou Lima.
Para o diretor da organização não governamental (ONG) Fundação SOS Mata Atlântica – que também faz parte do observatório –, Mario Mantovani, a falta de estrutura para a viabilização do cadastro rural poderá afetar a efetivação da lei. “Ficou claro e evidente que esses gargalos podem comprometer. Vamos estudar formas de tentar superar algumas dessas dificuldades, com associações, com as próprias empresas do setor do agronegócio, com parcerias com ONGs, e até mesmo com as cooperativas, qualquer coisa que a gente possa fazer avançar a questão do CAR”, disse.
O decreto da Presidência ainda criou o Programa Mais Ambiente Brasil, que apoiará os programas de regularização e desenvolverá ações nas áreas de educação ambiental, assistência técnica, extensão rural e capacitação de gestores públicos. Em até um ano, um ato conjunto interministerial deve disciplinar o programa de aplicação de multas por desmatamento em áreas onde a retirada de vegetação não era vedada. O decreto estabelece também que as áreas com prioridade na regularização são as unidades de domínio público e regiões que abriguem espécies migratórias ou ameaçadas de extinção.
O observatório foi criado em maio de 2013 por sete instituições da sociedade civil – Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), WWF-Brasil, SOS Mata Atlântica, Instituto Centro de Vida (ICV), The Nature Conservancy (TNC), Conservação Internacional (CI) e Instituto Sociambiental (ISA).

Mulheres do campo lutam para derrubar barreiras e preconceito

As mulheres obtiveram direitos e avanços no busca por oportunidades iguais ao longo dos anos, mas há barreiras mais difíceis de derrubar no campo do que nas cidades. Em razão de a zona rural ser tradicionalista, suas moradoras lutam contra preconceitos manifestados de maneira mais explícita do que nos grandes centros. Conquistar espaços longe do lar, dos filhos e das tarefas domésticas nem sempre é tranquilo para elas. Apesar disso, camponesas tentam vencer a resistência ao seu envolvimento na esfera pública, engajando-se em cooperativas, redes de produção e movimentos sociais. Algumas até ocupam postos de liderança, na maioria das vezes monopolizados pelos homens.
Elisabeth Maria Cardoso, coordenadora do grupo de trabalho para mulheres da organização não governamental Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), ressalta que nas áreas rurais existe divisão do trabalho entre homens e mulheres semelhante à encontrada nos centros urbanos, mas o vínculo das mulheres com o local de residência é mais arraigado. “Por mais que haja uma divisão sexual das tarefas também nas cidades, se os dois trabalham fora há um momento em que ela tem o espaço dela. No campo, a agricultura, que é a atividade produtiva, se confunde com a doméstica. E a mulher não é reconhecida pelo trabalho produtivo, é como se não fizesse nada”, diz.
Segundo ela, a falta de reconhecimento vem do marido, dos filhos e até de técnicos que trabalham com comunidades rurais. Elisabeth cita o exemplo de um curso pós-colheita de café ministrado na Zona da Mata de Minas Gerais. “Era ministrado aos homens, mas quem faz a secagem do café é a mulher”, explica. De acordo com a coordenadora, o fato de as tarefas domésticas somadas ao trabalho na roça tomarem muito tempo dificulta a frequência de espaços públicos pelas mulheres do campo. “Muitas vezes, o espaço onde ela vai restringe-se à escola e à igreja”, diz. Segundo Elisabeth, ao se ausentar, a mulher deve conseguir adiantar as obrigações do lar ou ter alguém que a substitua.
Precisa, ainda, enfrentar o preconceito dentro e fora de casa. “É um preconceito muito grande. Mesmo as outras mulheres acham estranho se a vizinha começa a sair demais. As companheiras começam a falar mal, a dizer que está enganando o marido”. De acordo com ela, apesar do cenário desfavorável, as redes de mulheres, com trabalho e negociação conjunta das mercadorias, se fortalecem desde os anos 1980. Em anos mais recentes, também tem se tornado comum a participação ativa em movimentos sociais e o contato com temas como desigualdade de gênero e violência contra a mulher, levados à discussão por organizações da sociedade civil.
Uma dessas entidades é a ANA. Segundo Elisabeth, há um ano a organização começou um trabalho de formação em feminismo e agroecologia (nome dado ao cultivo sustentável, sem agrotóxicos) para o Movimento de Mulheres da Zona da Mata e do Leste de Minas Gerais. Posteriormente, o curso foi estendido a mais quatro redes vinculadas à organização. A partir do segundo semestre deste ano, também serão ministradas aulas sobre empreendedorismo para mulheres da zona rural.
Um projeto destinado a mulheres também abriu horizontes para a pernambucana Apolônia Gomes da Silva, 34 anos, educadora da Rede de Mulheres Produtoras do Pajeú. Patrocinada pela Petrobras e pelo governo federal, a rede vende produtos agrícolas e artesanato como bordados, vasos e utensílios para cozinha. Segundo Apolônia, que é da cidade Afogados da Ingazeira, o preconceito contra o trabalho feminino fora de casa ainda existe, mas aos poucos está sendo contornado.
“Hoje ainda tem isso (preconceito), mas vem sendo superado. Algumas mulheres têm quebrado bastante essa barreira com a formação política e feminista”, avalia. Apolônia diz já ter enfrentado dificuldades com o marido. “Ele já reclamou que eu não paro em casa. Eu digo que ele tem que entender que é meu trabalho. Ele já me conheceu assim”. A educadora conta também que é pesado equilibrar as tarefas domésticas quase sempre exigidas das mulheres com as atividades externas. “Todas têm tentado. Para muitas até é a única opção, porque tem mulher que é chefe de família”.

Atentado em museu belga matou 2 israelenses e uma francesa

As vítimas do atentado ocorrido ontem no Museu Judaico de Bruxelas, são dois cidadãos israelenses e uma mulher francesa, enquanto o ferido que está em estado grave é belga, informou neste domingo a promotoria da capital da Bélgica.
A porta-voz da promotoria, Ine Van Wymersch, disse que o estado do homem internado na unidade de tratamento intensivo no hospital Saint Pierre é extremamente crítico.
Wymersch acrescentou que a polícia acredita que a ação foi realizada por "uma só pessoa, muito bem preparada e armada", e que as autoridades esperam identificar com a ajuda da população. A polícia irá divulgar hoje uma descrição do suspeito.
A porta-voz pediu que a imprensa só divulgue dados confirmados pela polícia para não confundir a investigação. Wymersch afirmou que qualquer pessoa que tenha informação sobre o suspeito tem o dever de informar e que a polícia está realizando uma operação para prender o indivíduo.
A porta-voz explicou ainda que uma pessoa detida ontem após o crime ao dirigir um carro visto antes na porta do museu foi liberada e sua condição mudou de suspeito para testemunha.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel relevou que duas vítimas eram um casal de cerca de 50 anos, moradores de Tel Aviv e que se encontravam de visita em Bruxelas.
A polícia belga informou ontem que estava tentando identificar um suspeito, que segundo as testemunhas fugiu a pé do lugar, e que estava analisando o "máximo de imagens captadas por câmeras de segurança".
O crime ocorreu durante à tarde, hora em que as ruas próximas ao museu, nos arredores da popular praça Sablon, estavam repletas de gente.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, condenou o ataque, que considerou "o resultado da constante incitação contra os judeus em seus (respectivos) estados".

sábado, 24 de maio de 2014

Dilma envia ao Congresso proposta de participação popular na reforma política

Presidente fez o anúncio durante o Congresso da União da Juventude Socialista.

Em discurso no 17º Congresso da União da Juventude Socialista, neste sábado, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff anunciou que encaminhou ao Congresso Nacional uma proposta de participação popular no processo de reforma política. “Encaminhei ao Congresso uma proposta de participação popular para que todos possam participar do processo de reforma política. Estou convencida que sem a força da participação popular não teremos a reforma política que o Brasil  exige e necessita”, disse.
Dilma também ressaltou a importância da educação no processo de desenvolvimento do país, e mencionou vários programas do governo na área, como o Programa Universidade para Todos (ProUni), o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). A presidente citou ainda o êxito do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cujas inscrições alcançaram o recorde de 9,5 milhões.
Dilma abordou também a Copa do Mundo, e reafirmou que o Brasil fará a Copa das Copas. “Tenho certeza que o país fará a Copa das Copas. Tenho certeza da nossa capacidade e do que fizemos. Tenho orgulho das nossas realizações, não temos do que nos envergonhar e não temos o complexo de vira-latas, tão bem caracterizado por Nelson Rodrigues se referindo aos eternos pessimistas de sempre. Sei que vocês estão engajados na defesa da nossa Copa. Vamos mostrar a melhor Copa de todos os tempos”, acrescentou.
>> Aldo rebate Ronaldo: "Ele chutou contra o próprio gol"
As palavras da presidente foram uma alusão indireta às declarações do ex-jogador Ronaldo que, em entrevista a uma agência de notícias, disse que se sentia envergonhado com os atrasos nas obras do Mundial.
Dilma falou a uma plateia de cerca de dois mil jovens vindos de vários estados. A organização apoia a reeleição da presidente, que foi recebida com gritos como “não tem Aécio, nem Eduardo, eu estou com Dilma e não mudo de lado” e “vai ter Copa, vai ter tudo, só não vai ter segundo turno”.

Ataque ao parlamento somali deixa pelo menos 11 mortos em Mogadíscio

Pelo menos 11 pessoas (sete terroristas e quatro policiais) morreram neste sábado em um ataque da milícia radical islâmica somali Al Shabab ao parlamento da Somália, em Mogadíscio, informaram à Agência Efe fontes policiais.
Além disso, quatro deputados e sete soldados e um número ainda indeterminado de civis ficaram feridos, disse à Efe o comandante Mohammed Nuur.
Os fundamentalistas explodiram um carro-bomba na entrada principal da Assembleia Nacional e depois entraram em seu interior, onde começaram a atirar.
Sete milicianos de Al Shabab entraram no plenário com uniformes das forças de segurança com a intenção de matar os parlamentares, mas os guardas resistiram e todos os terroristas foram mortos.
O primeiro-ministro somali, Abdiweli Sheikh Ahmed, ordenou a todas as forças de segurança que tomem medidas necessárias para garantir a segurança dos deputados.
Os 140 deputados que realizavam uma sessão quando os terroristas atacaram a casa foram evacuados pela polícia e soldados da Missão da União Africana na Somália (AMISOM), que derrubaram um muro para facilitar a saída.
O porta-voz militar da Al Shabab, Shiej Mustafa Abuu Muscab, reivindicou o "bem-sucedido" ataque ao parlamento em declarações à imprensa local.
As Forças de Segurança somalis já evacuaram o parlamento e a situação voltou à normalidade.
As tropas da AMISOM, o exército somali e várias milícias pró-governo combatem a Al Shabab, o grupo jihadista dominante desde 2006 no país.
A Al Shabab, que anunciou em fevereiro de 2012 sua união formal à rede terrorista Al Qaeda, luta para instaurar um Estado islâmico de corte wahhabista na Somália.
A Somália vive em um estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohammed Siad Barre foi derrubado, o que deixou o país sem um governo medianamente efetivo e em mãos de milícias radicais islâmicas, senhores da guerra e grupos de criminosos armados. EFE

Pelo menos sete pessoas morrem em tiroteio na Califórnia


Pelo menos sete pessoas foram mortas em um tiroteio perto do campus da cidade californiana de Santa Bárbara, incluindo o suspeito do tiroteio, informou a imprensa local neste sábado.
A cadeia KEYT-TV informou que outras sete pessoas foram feridas no tiroteio na noite de sexta-feira na cidade de Isla Vista, perto do campus da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara.
Testemunhas relataram ter visto uma BMW preta em alta velocidade disparando em pessoas e outros objetos em Isla Vista, informou a rede de TV.
A TV acrescentou que o atirador trocou tiros com a polícia antes de bater em um carro estacionado. O suspeito foi encontrado morto dentro do veículo onde as autoridades recuperaram uma arma.
Uma porta-voz do escritório do xerife de Santa Barbara County não pode ser imediatamente contatado para comentar o assunto.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

UPP da Vila Kennedy é inaugurada em Bangu

O governo do estado inaugurou, por volta das 17h desta sexta-feira, a 38ª UPP, na Vila Kennedy, em Bangu, Zona Oeste do Rio. Serão 250 PMs para patrulhar sete comunidades e 41, 5 mil moradores da região beneficiados com a unidade, segundo levantamento do Instituto Pereira Passos (IPP). O comandante responsável pela 38ª UPP será o capitão Gabriel Wagner Rosella, de 33 anos.
O governador Pezão esteve presente na solenidade. "Esta é a primeira UPP do meu governo e garanto que a Vila Kennedy vai ganhar serviços públicos do estado e do município. Vamos iniciar as obras pra instalação do Centro Vocacional Técnico da Faetec no Ciep da região. Teremos apoio da iniciativa privada. Esperamos chegar até o fim do ano com 45 UPPs, de cinco a seis só na Maré", disse.
Sobre o possível legado das unidades, o governador foi enfático: "O próximo governo será bastante beneficiado. O importante é o nosso apoio ao trabalho das duas polícias", frisou. Pezão disse ainda que vai encaminhar uma mensagem para a Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) sobre o acordo feito com a Polícia Civil e não crê na paralisação da categoria durante a Copa do Mundo.
O capitão Rosella revelou que a estratégia da Polícia Militar na Vila Kennedy é combater o tráfico local e ocorrências comuns, como roubos e furtos, inclusive em comunidades próximas como a Vila Aliança.
Serão sete comunidades (Alto Congo, Vila Progresso, Sapo, Pica Pau, Light, Alto Kennedy e Metral) atendidas pela UPP, que terá sua base administrativa na Avenida Etiópia e mais cinco bases de apoio.
A Vila Kennedy foi ocupada no último dia 13 de março, as comunidades foram ocupadas por 300 homens das forças especiais da PM: Batalhão de Operações Especiais (BOPE), Batalhão de Choque e Batalhão de Ações com Cães (BAC). Na ocasião, os agentes ocuparam as comunidades em apenas 20 minutos sem efetuar nenhum disparo.

Professores municipais fazem assembleia em frente à prefeitura de São Paulo

Cerca de cinco mil professores da rede municipal de ensino, de acordo com a Polícia Militar, estão ocupando o Viaduto do Chá e a rua Líbero Badaró, em frente à Prefeitura de São Paulo, onde fazem nova assembleia para decidir se a categoria continua em greve ou não. A paralisação ocorre desde o dia 23 de abril.
Os profissionais reivindicam a incorporação de um bônus complementar de 15,38% ao salário. Com ele, o salário inicial chegaria a R$ 3.000 para uma jornada de 40 horas semanais. Além disso, querem valorização profissional e melhorias nas condições de trabalho.

Conflito aprofunda crise da água no Médio Oriente

A recente disputa entre o Egito e a Etiópia pela água do Nilo é um exemplo dos conflitos que se avizinham no Médio Oriente pelo direito a este recurso essencial. Artigo de Thomas W. Lippman, no IPS.
O conflito aparentemente sem fim do Médio Oriente desvia a atenção e os recursos de uma ameaça mais grave que se forma sobre toda a região no longo prazo, a crescente escassez de água. E a situação vai piorar antes de melhorar, se em algum momento isso ocorrer.
Anos de guerra, gestão descuidada das reservas de água, crescimento demográfico descontrolado, políticas agrícolas imprudentes e subsídios que fomentam o consumo transformaram uma zona basicamente árida do mundo numa voraz consumidora de água. A trajetória não é sustentável.
No território que vai da Líbia até Iraque e Iemen, muitas pessoas e muitos animais utilizam o recurso da água além de seus limites. Alguns países onde a insurgência é maior, como Síria ou Iemen, são os menos equipados para evitar uma grave crise.
Essas foram as conclusões, sombrias embora não surpreendentes, de uma conferência de três dias sobre o tema realizada este mês em Istambul, na Turquia. No território que vai da Líbia até Iraque e Iemen, muitas pessoas e muitos animais utilizam o recurso da água além de seus limites. Alguns países onde a insurgência é maior, como Síria ou Iemen, são os menos equipados para evitar uma grave crise.
A Jordânia, sempre com escassez de água, está sufocada pela avalanche de refugiados da Síria. O Iraque, que no passado teve recursos mais do que suficientes, perdeu reservas fundamentais devido à guerra e às represas que a Turquia construiu nos rios Tigre e Eufrates. O Egito, com os seus 86 milhões de habitantes, tem uma população duas vezes maior do que há 50 anos, mas sem recursos de água adicionais.
A isolada Faixa de Gaza lida com uma crise hídrica há anos. E as escassas reservas do Iemen são absorvidas pela produção descontrolada de kat (Catha edulis), um cultivo especial da zona tropical africana e arábica que consome muita água e possui valor nutricional nulo. Mastigar a folha ligeiramente narcótica de kat é o passatempo nacional no Iemen. “Se tiverem mais água, cultivarão mais kat”, lamentou um participante da conferência.
Porém, nem todas as notícias são ruins. Países estáveis com muito dinheiro, liderados pela Arábia Saudita, exibem avanços notáveis nas suas reservas, na gestão e educação do consumidor. Noutros lugares, entretanto, o prognóstico é pouco animador. Ninguém prevê que se desencadearão “guerras pela água” ou conflitos armados pelas reservas, um fantasma que se evoca com frequência, mas que nunca se materializou.
Porém, em algum momento do futuro não muito distante, a escassez de água poderá provocar grandes migrações, penúrias, más colheitas e uma seleção de prioridades nas populações, na medida em que os governos forem obrigados a destinar as reservas de água, disseram os conferencistas, cujas identificações não são permitidas pelas normas da conferência.
Tudo isso não passou despercebido. O problema da água no Médio Oriente é objeto de notícias, análises de órgãos como a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e de estudos feitos por centros de pesquisa e grupos humanitários durante anos.
No encontro mais recente, cientistas, analistas políticos e académicos de oito países se reuniram em uma ilha do Mar de Mármara para a conferência de Istambul intitulada Secas: Como Abordar o Desafio da Água no Médio Oriente, organizada pelo Centro Hollings e pelo Programa de Estudos Estratégicos Príncipe Muhammad Bin Fahd da Universidade de Flórida Central, nos Estados Unidos. Mas esse tipo de encontro conseguiu pouco porque a região não tem estabilidade suficiente para que uma solução integral e multilateral seja possível.
Análises do Banco Mundial, Departamento de Estado norte-americano e outros, indicam que a maioria dos países definidos como “pobres em água” (com acesso inferior a mil metros cúbicos por pessoa ao ano) estão no Médio Oriente e norte da África. O Departamento de Estado também prevê que a mudança climática agravará o problema ao provocar “níveis consistentemente mais baixos de chuvas”.
Nenhum governo nem organismo internacional pode aumentar as precipitações. Mas os congressistas de Istambul disseram que o exemplo da Arábia Saudita, o maior país do mundo sem rios, mostra que os Estados com muito dinheiro e tempo suficiente para se dedicarem a um tema podem fazer muito.
A Arábia Saudita centralizou o planejamento e a gestão da água na década de 1990. A maior parte da água do país é usada com fins pessoais e o abastecimento doméstico é feito por unidades de dessalinização cuja construção começou nos anos 1970. Mas a construção e operação dessas unidades têm um custo alto, o que as deixa fora do alcance econômico de países como o Iemen.
A Arábia Saudita lidera a região na recaptura e reutilização de águas residuais. Uma lei do ano passado, por exemplo, exige que as suas fazendas leiteiras funcionem com água reciclada adquirida da Companhia Nacional da Água e não com as águas subterrâneas como se fazia no passado.
Esse país chegou a ser quinto ou sexto exportador mundial de trigo, cuja produção exige grandes quantidades de água, mas agora esse cultivo estará proibido a partir de 2016 e o reino reorientará sua agricultura para a produção em estufas de frutas e verduras. Também foram proibidos os cultivos de forragem para gado, como a alfafa. Os produtores pecuários devem comprar forragem importada, disseram os participantes da conferência.
A Arábia Saudita perdia até 25% de sua água por vazamentos nas tubulações de distribuição. Para resolver o problema privatizou sua rede de distribuição e incentivou a participação de empresas de engenharia e de gestão estrangeiras. O reino aumentou o preço da água para empresas e instituições, mas não deixa de subsidiar a água destinada às famílias. Assim, o elemento vital é barato e há poucos incentivos para limitar seu consumo. Acabar com os subsídios seria politicamente arriscado num país onde os subsídios da água, gasolina e eletricidade são esperados pela população, que não tem voto nem outro tipo de influência sobre o governo.
O Egito, de longe o país mais povoado da região, tem um problema diferente de atitude dos consumidores. Os egípcios dão por assente a disponibilidade de água desde que foi construída a represa de Assuã, em 1970. Assim, utilizam-na com sensatez em casa e bombeiam mais para a irrigação de seus campos.
Mas a maior preocupação atual do Egito é o plano da Etiópia de construir uma grande barragem hidroelétrica na cabeceira do rio Nilo, o que reduzirá a corrente e a quantidade de água armazenada no lago Nasser, atrás da represa de Assuã. Quando recentemente perguntado ao chanceler egípcio, Nabil Fahmy, se o seu país estava em negociações sobre a distribuição da água do Nilo com os países rio acima, respondeu que “não, mas gostaria que estivesse”.
Os participantes em Istambul concordaram que não há uma solução única para a crise da água. As respostas existentes vão desde o simples e evidente, como educação dos consumidores e instalação de acessórios de banho de baixo caudal, ao desenvolvimento de unidades dessalinizadoras que funcionem com energia solar.
Como é habitual nesse tipo de evento, os organizadores prepararão um documento com suas recomendações. Mas será difícil aplicar as soluções até que cessem os tiroteios, os refugiados tenham um lar e os governos tenham uma estabilidade suficiente para colocá-las em prática. E isso não acontecerá logo.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Coreia do Norte atira contra barco sul-coreano

A Coreia do Norte disparou tiros em um barco de patrulha sul-coreano na costa da Ilha de Yeonpyeong, na fronteira marítima entre os países no Mar Amarelo.    
A Ilha de Yeonpyeong já havia sido bombardeada pele Exército norte-coreano em uma manobra que causou uma grave crise e os temores de um novo conflito internacional na península.
"Um tiro foi disparado ao lado de nosso barco de patrulha em torno das 18 horas (6 horas no horário de Brasília), a 14 quilômetros do sudoeste da ilha, no Northen Limit line", explicou um funcionário da Defesa sul-coreana, citado de forma anônima pela agência Yonhap. A Northen Limit line é a linha de fronteira marítima, mas nunca foi reconhecida pela Coreia do Norte.

Com eleições à vista, SP resiste a racionamento de água; especialistas alertam para riscos



Afrânio Sobrinho tem um dos empregos menos invejáveis do Brasil. Como chefe da companhia de água de Guarulhos, Sobrinho deve racionar o abastecimento do subúrbio industrial de 1,3 milhão de habitantes ao norte de São Paulo, castigado pela pior seca dos últimos 80 anos.
"Racionar é impopular", disse o engenheiro de 53 anos, de voz pausada e afável.
"Mas é preciso pensar que é como lidar com dinheiro: não se pode viver para sempre de economias", explica. "E nossas economias quase acabaram", acrescentou.
O funcionário se refere à Cantareira, reservatório 100 quilômetros ao norte de São Paulo onde o nível de água caiu na semana passada ao recorde mínimo histórico de 7,8 por cento de sua capacidade.
Guarulhos, que não tem fontes alternativas de abastecimento, foi o primeiro município de São Paulo obrigado a baixar o consumo de água. Mas o espectro do racionamento ameaça a capital econômica e financeira do Brasil, ironicamente o país com as maiores reservas de água potável do planeta.
Mesmo assim, as autoridades resistem aos pedidos de ampliar o racionamento ao resto da vasta metrópole de 20 milhões de habitantes por medo do custo político no momento em que o Brasil se prepara para a Copa do Mundo entre junho e julho e as eleições de outubro.
A Sabesp, companhia de saneamento básico do Estado de São Paulo, investiu muito em campanhas de rádio e televisão, instando a população a tomar banhos mais curtos e não deixar correr água quando lava os pratos.
Também está bombeando as reservas barrentas do fundo da Cantareira, na esperança de manter a água fluindo até as eleições, que é quando começa a temporada de chuvas.
As autoridades do Estado insistem que não será necessário racionar a água em toda São Paulo, e que mesmo que não chova, há água suficiente até o fim de ano.
"O governo não está esperando por São Pedro", disse o governador, Geraldo Alckmin (PSDB), na semana passada em uma cerimônia para começar a bombear as reservas de emergência. "Estamos trabalhando 24 horas por dia para garantir o abastecimento", acrescentou.
Más há quem tema que a situação seja mais crítica do que os funcionários admitem e que a cidade possa ficar sem água antes do tempo se não chover.
"Como estamos nos aproximando de uma eleição, encarar estes temas de uma forma clara e transparente é obviamente um problema", disse Mauricio Colin, diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) de Guarulhos.
"Há um fundo político", acrescenta. "Não se pode dizer que tudo está sob controle quando os níveis (da represa) estão abaixo de 9 por cento".
Os problemas de água de São Paulo chegam em um momento ruim para o Brasil, que enfrenta uma desaceleração econômica, inflação elevada, custos de energia crescentes e infraestrutura ruim. Além disso, devido à forte dependência do país da energia hidrelétrica, a seca também cria o temor de apagões.
O Estado de São Paulo teve este ano o verão mais seco de que se tem registro. Partes da represa da Cantareira estão tão secas que parecem uma paisagem lunar.
E a crise da água poderia sair cara para o PSDB, que governa o Estado de São Paulo há quase duas décadas e é o principal rival do PT do prefeito Fernando Haddad e da presidenta Dilma Rousseff.
Centro econômico que concentra mais de 30 por cento do Produto Interno Bruto do Brasil, o Estado de São Paulo é um campo de batalha crucial na política nacional. Dilma e seus aliados – entre eles o pré-candidato do PT ao governo do Estado, Alexandre Padilha – têm tentado usar a crise da água para debilitar Alckmin e o PSDB, acusando-os de não investir o suficiente para diversificar as fontes de água de São Paulo.
REZANDO POR CHUVA
Em Guarulhos, os moradores estão irritados por ter que racionar a água enquanto outras áreas mais ricas de São Paulo continuam com as torneiras abertas.
"Nossos políticos não têm vergonha", queixa-se Milka Fagundes, uma cabeleireira que às vezes precisa recusar clientes por falta de água. "Dá vontade de chorar", acrescenta.
Com ou sem chuvas, especialistas dizem que São Paulo deve reduzir drasticamente seu consumo.
"Uma vez que terminemos essa reserva, não sobra outra coisa além de rezar para que chova", disse Benedito Braga, presidente do Conselho Mundial da Água. "Não podemos aumentar o abastecimento. A única solução é economizar tanta água quanto possível."
Esgotar as reservas no fundo da represa da Cantareira poderia, além disso, deixar sem uma gota de água cerca de 5,5 milhões de pessoas que vivem nos arredores e afetar a produção industrial em uma região que tem empresas como a gigante das bebidas Ambev, a siderúrgica ArcelorMittal, Nivea, Sherwin Williams e Unilever.
Os especialistas dizem que houve advertências suficientes. Em dezembro, um grupo que monitora os níveis da Cantareira instou as autoridades de São Paulo a racionar água para evitar o que descreveu como "estresse hídrico".
"Foram alertados, mas não se fez nada", disse Francisco Lahóz, chefe do Consórcio PCJ, o grupo que estuda a situação na represa. "Deveriam ter tomado medidas mais drásticas, sem necessidade de esperar que chegássemos a este ponto."

Atentado em região muçulmana chinesa deixa 31 mortos

Pelo menos 31 pessoas foram mortas em um atentado ocorrido em mercado em Urumqi, capital da região muçulmana de Xinjiang, no oeste da China.
    De acordo com a agência de notícias Nova China, dois veículos 4X4 carregados com explosivos avançaram contra a multidão e um deles explodiu. As autoridades chinesas definiram o incidente como um "ato terrorista".
    O site de informações Tianshan, controlado pelo governo de Xinjiang, fala de 94 feridos na explosão. O presidente da China, Xi Jinping, pediu uma resposta rápida e decisiva da parte das forças de segurança em relação ao atentado. (ANSA)

Exército derruba governo e suspende Constituição na Tailândia



O chefe do Exército tailandês, general Prayuth Chan-ocha, assumiu o controle do governo em um golpe de Estado nesta quinta-feira, dois dias depois de decretar a lei marcial no país, dizendo que os militares têm que restaurar a ordem e levar adiante reformas após seis meses de tumultos.
Os militares declararam toque de recolher das 22h às 5h, suspenderam a Constituição e detiveram alguns políticos. Mais tarde, intimaram a ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra e outras 22 pessoas, incluindo parentes e ministros do seu governo deposto.
Os manifestantes receberam ordens para desmontar os seus acampamentos e a mídia foi censurada. Não havia relatos de violência.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse não haver justificativa para o golpe, que terá “implicações negativas” nas relações bilaterais. Os EUA estão avaliando a sua ajuda militar e de outros tipos “de acordo com a lei norte-americana”.
A Tailândia é refém de uma luta de poder prolongada entre apoiadores do ex-primeiro-ministro deposto Thaksin Shinawatra e oposicionistas apoiados pelos monarquistas que polarizou o país e abalou a sua economia.
“Para que a situação volte ao normal rapidamente e nossa sociedade volte a amar e viver em paz... e para reformar a estrutura política, econômica e social, os militares precisam assumir o poder”, declarou Prayuth em um pronunciamento televisionado.
O general fez o seu discurso depois de uma reunião para a qual convocou as facções rivais no conflito político com o objetivo de encontrar um meio termo para pôr fim aos seis meses de manifestações contra o governo.
Mas não houve progresso e Prayuth encerrou o encontro anunciando que estava tomando o poder, de acordo com um dos participantes.
As Forças Armadas tailandesas têm um longo histórico de intervenções na política – houve 18 tentativas de golpes de Estado, alguns deles bem-sucedidos, desde que o país se tornou uma monarquia constitucionalista em 1932, o mais recente em 2006, quando Thaksin foi deposto.
Centenas de soldados cercaram o local da reunião, o Clube do Exército de Bangcoc, pouco antes do anúncio do golpe, e as tropas levaram Suthep Thaugsuban, líder dos protestos contra o governo pró-Thaksin.
Prayuth, que há meses vem tentando manter o Exército fora do confronto político, assumiu as funções e responsabilidades de primeiro-ministro.
TIROS PARA O ALTO
Soldados dispararam tiros para o alto a fim de dispersar milhares de manifestantes "pró-governo" conhecidos como "camisetas vermelhas" reunidos na zona oeste da Bangcoc.
O Exército também ordenou que as emissoras de rádio e TV interrompessem a sua programação normal para transmitir apenas comunicados oficiais, proibiu agrupamentos de mais de cinco pessoas, além de dizer que irá suspender sites que divulgarem informações falsas ou incitarem tumultos.
A cúpula militar decretou uma lei marcial na terça-feira, alegando que era preciso para conter a violência. Desde que as manifestações contra o governo começaram no fim do ano passado, 28 pessoas foram mortas e 700 ficaram feridas.
Yingluck Shinawatra foi forçada a entregar o cargo por um tribunal duas semanas atrás, mas seu governo, mesmo abalado por seis meses de protestos, continuava oficialmente no poder até esta quinta-feira.