terça-feira, 30 de setembro de 2014

Base da PM é atacada e ônibus são incendiados em Santa Catarina

Em Santa Catarina, pessoas ainda não identificadas atearam fogo a mais um ônibus na manhã desta terça-feira (30). Segundo a Polícia Militar (PM), este é o nono ataque a ônibus registrado desde a última sexta-feira (26), quando começou a investida coordenada contra delegacias, postos de polícia, ônibus e residências de policiais. Ao menos 12 veículos foram incendiados, entre eles, um micro-ônibus escolar que estava estacionado em frente à casa do dono. A principal linha de investigação aponta para a hipótese de disputa de poder entre integrantes de duas facções criminosas.
O ônibus incendiado esta manhã pertencia à empresa Insular e foi atacado por dois motociclistas. O veículo estava parado próximo ao ponto final da linha, no bairro Tapera, região sul da ilha de Florianópolis (SC), prestes a começar mais uma viagem. Os suspeitos escaparam sem ser identificados. Não houve registro de feridos.
Mais cinco ônibus foram consumidos pelas chamas em Tijucas, na Grande Florianópolis, por volta das 3h desta terça-feira, mas as autoridades ainda não sabem dizer se a ocorrência está associada aos ataques criminosos. Os veículos estavam estacionados no pátio da empresa. Outro ataque, considerado criminso pela polícia, já tinha sido registrado poucas horas antes, por volta das 21h30 de ontem (29), em Navegantes (SC), a cerca de 110 quilômetros da capital.
Ainda em Florianópolis, uma base da PM foi atacada no início da manhã de hoje. Ainda não eram 6h quando dois homens passaram em uma moto e dispararam vários tiros contra a base, instalada no bairro do Campeche, que também fica no sul da ilha. Ao menos 14 tiros atingiram a unidade, mas ninguém ficou ferido.
Horas antes, por volta da 0h30, quatro tiros atingiram uma viatura da PM no bairro Vila União, em Florianópolis. Uma base da PM no Jurerê, bairro nobre de Florianópolis, também foi alvo dos disparos feitos por um homem em uma motocicleta. Na tarde de ontem, os tiros atingiram a base policial de outro bairro da capital, Santa Mônica. Dois suspeitos de participar da ação foram detidos horas depois, em um mangue próximo ao local.
Agentes de segurança e suas casas também são alvos da ação criminosa. Na noite dessa segunda-feira, um agente penitenciário aposentado de 49 anos foi assassinado a tiros em Criciúma, a cerca de 190 quilômetros de Florianópolis. As autoridades ainda apuram se a morte do ex-agente está relacionada aos ataques. Ele foi atingido pelos disparos quando fechava o portão para a filha. Os suspeitos fugiram em um carro.
Também na noite dessa segunda-feira, a casa de um policial militar em Chapecó foi atingida por tiros disparados por homens em uma moto. Ninguém ficou ferido. A casa já havia sido alvo de tiros há alguns dias, o que leva a polícia a suspeitar de que a ocorrência pode não estar associada aos recentes ataques.
Após se reunir, ontem à tarde, com o governador em exercício, Nelson Schaefer, e com integrantes da cúpula da segurança pública estadual, o secretário da Segurança Pública de Santa Catarina, César Grubba, disse à imprensa que o governo estadual está tomando as providências necessárias para conter a ação criminosa e punir os responsáveis.
"Vamos reforçar o policiamento nas ruas, com viaturas, com policiais militares e civis. Vamos fazer escolta dos ônibus para que haja tranquilidade na circulação desses veículos", prometeu o secretário, sem informar detalhes das investigações.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

EUA e curdos atacam Estado Islâmico na Síria


Aviões dos Estados Unidos atacaram alvos do Estado Islâmico na Síria de domingo para segunda-feira, em incursões que um grupo que monitora a guerra diz terem matado tanto civis quanto combatentes jihadistas.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado na Grã-Bretanha, afirmou que os ataques atingiram moinhos e áreas de armazenamento de grãos na cidade de Manbij, região no norte sírio controlada pelo Estado Islâmico, matando pelo menos dois trabalhadores civis.
Os ataques a um edifício em uma estrada que sai da cidade também mataram uma série de combatentes do grupo radical, disse Rami Abdulrahman, responsável pelo Observatório, que coleta informações de fontes na Síria.
Os militares dos EUA declararam nesta segunda-feira que um ataque aéreo de seu país de domingo para segunda-feira visou veículos do Estado Islâmico em uma área de processamento adjacente a uma instalação de armazenamento de grãos próxima de Manbij, mas não têm provas de baixas civis até o momento.
Embora bombardeios de uma semana tenham atingido equipamentos e combatentes do Estado Islâmico, ainda não há sinal de que a maré esteja virando contra o grupo, que controla vastas áreas do Iraque e da Síria, onde declarou um califado islâmico.
"Eles são um adversário inteligente...estão agora se dispersando", disse o major-general da Força Aérea Jeffrey Harrigian em coletiva de imprensa do Pentágono. Isto "nos obriga a trabalhar mais para localizá-los, e, depois, desenvolver a situação para alvejá-los adequadamente", acrescentou.
Em um comunicado à Organização das Nações Unidas (ONU) que pareceu dar sua aprovação à ofensiva aérea dos EUA e de nações árabes na Síria contra os militantes, o ministro sírio das Relações Exteriores disse que seu país é a favor da campanha contra o Estado Islâmico.
A Síria "apoia qualquer esforço internacional que objetive combater o terrorismo”, afirmou Walid al-Moualem, cujo governo é um pária global por causa do que críticos afirmam ser a brutalidade da guerra civil, que já matou 190 mil pessoas.
Até agora, os ataques aéreos liderados pelos norte-americanos não conseguiram conter o avanço dos combatentes sobre Kobani, cidade curda no norte da Síria na fronteira com a Turquia onde os embates da semana passada causaram a mais rápida fuga de refugiados da guerra civil de três anos.
Pelo menos 15 tanques turcos podiam ser vistos na divisa, alguns com as armas apontadas para o território sírio. Mais tanques e veículos blindados rumaram para a fronteira depois que bombas caíram na Turquia no domingo e na segunda-feira.
O líder da Frente Al-Nusra, braço da Al Qaeda cujos militantes sunitas são rivais do Estado Islâmico e também têm sido alvejados pelos EUA, disse que islâmicos realizarão atentados no Ocidente em retaliação à campanha.
BATALHA NA FRONTEIRA
Tiros foram ouvidos através da fronteira e uma coluna de fumaça foi vista sobre Kobani durante os bombardeios periódicos dos militantes do Estado Islâmico. Os curdos que observavam o combate do lado turco disseram que o YPG, o grupo curdo sírio, estava se defendendo bem.
"Muitos combatentes do Estado Islâmico foram mortos. Não estão levando os corpos com eles”, afirmou Ayhan, um curdo turco.
Em Mursitpinar, o posto de fronteira próximo, dezenas de jovens voltavam à Síria dizendo que se unirão à luta. Ainda mais refugiados corriam na direção oposta.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos informou que as incursões aéreas dos EUA atingiram uma usina de gás da Conoco em posse do Estado Islâmico nos arredores da cidade de Deir al-Zor, no leste da Síria, ferindo vários combatentes.
A usina abastece uma estação de energia elétrica em Homs que alimenta várias províncias e geradores de campos de petróleo, disse a entidade britânica.
Os aviões de guerra norte-americanos ainda alvejaram áreas da cidade de Hasaka, no norte da Síria, e nas cercanias da cidade de Raqqa, bastião do Estado Islâmico.

Declarações de Levy contra homossexuais motivam beijaço e ações na Justiça

Deputados anunciam apresentação de representações no Ministério Público contra incitação à violência. Jean Wyllys afirma que Levy passa a ser responsável por atos de ódio surgidos de sua declaração.Inicialmente motivo de revolta entre usuários de redes sociais, declarações do candidato à Presidência da República pelo PRTB, Levy Fidelix, ganharam novas frentes de oposição ao longo do dia de hoje (29), com a convocação de atos contra a homofobia e a apresentação de ações contra o político.
As respostas ultrapassaram os limites da internet. O deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) anunciou que iria avaliar a possibilidade de entrar com uma representação contra Fidelix. O parlamentar explicou que não acredita que prisão seria a melhor punição em um caso como este: pedirá uma pena alternativa por dano moral, uma pena socioeducativa e uma retratação pública. "Ele será responsável pelo que de concreto acontecer com os homossexuais, com as lésbicas, com as transexuais, se ele não se retratar, se ele não voltar atrás e pedir desculpa pelo que ele fez", explica.
Ontem, ao ser questionado por Luciana Genro (Psol), do partido de Wyllys, sobre sua posição em relação ao casamento homoafetivo, Fidelix se saiu com a visão de que a relação entre pessoas do mesmo sexo é um problema que deve ser tratado. Indo além, exortou a “maioria” a se unir contra os homossexuais. “Olha, minha filha, tenho 62 anos, e pelo que vi na minha vida dois iguais não fazem filhos. E digo mais: aparelho excretor não reproduz.”
Antonio Rodrigo Machado, advogado que representa Jean Wyllys, explica que serão abertas duas representações: uma no Ministério Público Federal, que pede uma investigação para apurar as consequências das afirmações de Levy Fidelix; e outra no Ministério Público Eleitoral, junto com a candidata Luciana Genro, por entender que o debate pode ser considerado uma espécie de propaganda política. Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a legislação que regulamenta o período eleitoral vedam qualquer tipo de propaganda que incite o ódio ou a raiva contra determinados setores da sociedade.
Para ele, Fidelix foi irresponsável. "Quais são as consequências de um discurso de ódio naquele patamar, naquele direcionamento? A consequência é a homofobia, são os crimes de homofobia." Antonio afirma que o candidato cometeu um atentado aos direitos humanos e contribuiu com a violência contra LGBTs no Brasil.
Wyllys também chama a atenção para a gravidade do silêncio dos demais candidatos e dos risos da plateia. "Podem ter se indignado individualmente, mas em silêncio. Todos silenciaram. Tudo isso também nos feriu profundamente, porque isso dá a entender que há um aceite desse tipo de violência."
Outras pessoas se manifestaram por perfis das redes sociais. O deputado Renato Simões (PT) também informou ter ingressado com uma representação na Procuradoria-Geral da República contra Levy Fidelix, motivada pelo "espetáculo homofóbico e lamentável".

Já o candidato e deputado Tiririca (PR) não demorou em se posicionar contra a fala de Levy. "Dizem que sou burro, mas pelo menos não falo bobagem que nem certos candidatos... sou a favor do amor e cada um deve viver feliz!!!", publicou no seu perfil do Twitter. O deputado postou outras mensagens em defesa dos homossexuais e citou famosa música dos Mamonas Assassinas ("Abra a sua mente, gay também é gente"" Tiririca também pediu "uma vaia para o preconceito" e disse que prefere "escrever errado a coisa certa do que escrever certo a coisa errada".
Militantes de causas LGBT estão organizando para o próximo sábado um Beijaço e Trepaço LGBT na casa de Levy Fidelix, no Brooklyn, zona sul de São Paulo, em repúdio às declarações.
Uma ação coletiva também está sendo promovida pela rede social e parece ter grande adesão: 3,5 mil pessoas confirmaram presença no "evento". Diversos usuários compartilham informações sobre como denunciar o candidato do PRTB pelo site do Ministério Público Federal.
"Nós entendemos que houve um dano", diz o advogado Antonio Rodrigo. "A forma como esse dano vai ser reparado, nós esperamos que o Ministério Público tenha o melhor entendimento. Acreditamos que o MPF vai tomar as medidas necessárias à repreensão."
A situação serviu também para explicitar a importância de tipificar em lei o crime da homofobia. O Projeto de Lei 122, de 2006, foi tratado como tema central pelos parlamentares ligados aos direitos humanos, mas não avançou na atual legislatura. Com isso, vítimas de preconceito por sexualidade não têm amparo legal para processar seus agressores com base nessa questão específica. Sem isso, uma atitude como a de Fidelix depender de interpretação do Ministério Público, primeiro, para se transformar em ação, e do Judiciário, depois, para resultar em punição.
Jean Wyllys reforça que esse momento de indignação é importante para a reivindicação de políticas públicas eficazes no combate à homofobia, principalmente no campo social, do discurso, "que é absolutamente danosa porque desumaniza a gente. É um discurso que nos associa a tudo que não é humano, a tudo que é ruim e que acaba justificando a violência concreta conta nós, o homicídio, a lesão corporal", afirma. "Se em vez dos homossexuais o Levy tivesse falado isso de pessoas com deficiência, ou em relação aos judeus, como as pessoas estariam se comportando? Será que a plateia riria?"
Após o debate, Levy Fidelix concedeu uma entrevista para o Terra Magazine na qual afirmou não ser homofóbico e que apenas não "estimula" pessoas que defendem homossexuais. O candidato se irritou com as questões sobre o assunto e perguntou ao repórter se ele era gay.
Para Wyllys, com esta reação, Levy volta a expor problemas. "Todo estúpido como ele pensa que homofobia é só pegar uma arma e disparar contra um gay ou enfiar uma faca. Todo estúpido não faz a conexão entre o discurso ofensivo e desumanizador e o ato concreto de matar uma pessoa", explica. Afinal, para o deputado, só é possível matar uma pessoa com tamanha violência se não a enxerga como sujeito de direitos. "O cara que sustenta um discurso público de que nós somos uma ameaça está em última instância sancionando toda a ação contra nós, a ação concreta, violenta. Então um estúpido desse só pode dizer ao fim de uma fala dessa que não é homofóbico, porque não compreende", completa.
No final da tarde de hoje, o deputado publicou um texto no seu Facebook contando que voltou a sofrer ameaças.

"Não podemos voltar atrás", diz Dilma em Belo Horizonte

Candidata à reeleição pediu que o Brasil vote com "paz, amor e consciência".

Nesta segunda-feira (29), abertura da última semana do primeiro turno das eleições, a presidente  Dilma Rousseff, candidata à reeleição, visitou sua cidade natal, Belo Horizonte, em Minas Gerais, e lembrou que está em jogo a manutenção ou a perda das conquistas feitas pelos trabalhadores brasileiros.
Dilma pediu também que a população vote no próximo domingo com "paz, amor e consciência", e voltou a cutucar os adversários citando avanços sociais nos 14 anos de governo do PT.
Candidata à reeleição fez campanha em Belo Horizonte
Candidata à reeleição fez campanha em Belo Horizonte
“Não podemos deixar que tudo o que conquistamos seja perdido. Não podemos deixar que se volte atrás nos empregos, no aumento de salários. O Brasil saiu do mapa da fome! Não podemos voltar atrás”, afirmou Dilma.
Com a voz rouca, a presidente também destacou a importância que Belo Horizonte teve para a sua formação política. "Fiz questão de vir aqui. Eu nasci e me criei nesta cidade, e daqui eu aprendi a olhar o povo deste país”, disse.

Disque-denúncia recompensa por informação de suspeito por aborto no Rio

O Portal dos Procurados do Disque-denúncia está oferecendo recompensa de R$ 1 mil, por informações que levem a captura do falso médico Carlos Augusto Graça de Oliveira, um dos acusados de ter feito o aborto na auxiliar administrativa Jandyra Magdalena dos Santos Cruz, morta durante o procedimento ocorrido no dia 26 de agosto em clínica clandestina na zona oeste da capital fluminense.
O corpo da vítima foi encontrado carbonizado, no dia seguinte (27), em Guaratiba, na mesma região, sem a arcada dentária, para dificultar a identificação, só possível por meio de exame de DNA.
O disque-denúncia já recebeu 35 ligações sobre o caso. Quem tiver alguma informação a respeito da localização de Carlos Augusto Graça de Oliveira, denuncie, enviando uma mensagem de texto, vídeo ou fotos de onde ele pode estar escondido, para o aplicativo de mensagens do WhatsApp do Portal dos Procurados (21) 96802-1650, ou entre em contato com a Central Disque-Denúncia pelo (21) 2253-1177 ou 0300-253-1177, para quem estiver fora da capital.
O Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decretou no dia 12 deste mês, a prisão temporária, por 30 dias, de Carlos Augusto Graça de Oliveira, Marcelo Eduardo Medeiros, Mônica Gomes Teixeira, Rosemere Aparecida Ferreira e Vanuza Vais Baldacine, acusados de envolvimento no desaparecimento de Jandyra Magdalena, depois de ter sido levada para praticar o aborto.
Segundo a Polícia Civil, uma das acusadas, Rosemere Ferreira organizava clínicas de aborto móveis, mudando o local da prática de tempos em tempos. O  juiz da 4ª Vara Criminal do Fórum da Capital, Vinicius Marcondes de Araújo, disse em sua decisão,  "que a custódia se faz necessária para garantia da ordem pública, diante da reiteração criminosa da quadrilha". No dia 24 deste mês, o desembargador Luiz Zveiter, da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, negou habeas corpus ao casal Marcelo Eduardo Medeiros e Mônica Gomes Teixeira, proprietários da casa onde teria ocorrido o aborto.
O corpo de Jandyra Cruz foi enterrado nesse domingo (28), no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, zona norte do Rio.

domingo, 28 de setembro de 2014

Candidatos praticamente ignoram Norte e Noroeste do estado do Rio

Quase 40% do total de municípios do Estado do Rio não recebeu sequer uma passadinha dos quatro principais candidatos ao Governo em 2014. A campanha já está na última semana e é pouco provável que os candidatos escapem de fazer suas últimas investidas, em busca de votos, em cidades onde o colégio eleitoral é mais expressivo, como a capital, São Gonçalo e Duque de Caxias, além de outros municípios na Baixada Fluminense.
Das dez cidades com menor número de eleitores, apenas Macuco, que de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) tem 6.560 eleitores ganhou a presença, por poucos minutos, o candidato do PR, Anthony Garotinho. As outras, nem isso. Das 92 cidades do Rio de Janeiro, 35 vão ficar ser ver de perto seu futuro governador.
O Noroeste ficou praticamente esquecido durante a campanha. Garotinho visitou 3 cidades por lá e Luiz Fernando Pezão, do PMDB, foi apenas a Itaperuna. Marcelo Crivella, do PRB, e Lindberg Farias, do PT, nem passaram perto. Para o professor Roberto Moraes, ex-diretor do Instituto Federal Fluminense (ex-Cefet), em Campos, engenheiro e que mantém um blog sobre os problemas da região Norte e Noroeste do Estado, não há muita novidade nesse fato. “Temos uma economia cada vez mais arrastada pela cadeia do petróleo, que por sua natureza é centralizadora, faz com que o poder político e econômico fique ainda mais ancorado na capital”, afirma.
Com a economia baseada na atividade agrícola, a região Noroeste “Neste processo, os municípios de interior, e aqui falo das regiões mais afastadas do litoral, é que estão mais isoladas, tanto economicamente, quanto politicamente. Se observarmos as agendas dos candidatos, a atenção para as regiões Noroeste e Serrana são ainda menores que as demais”, diz Moraes.
A região Norte, com sua produção de petróleo e a exploração do petróleo do pré-sal, devem ganhar importância. Garotinho domina politicamente parte da região e onde sua mulher, a ex-governadora Rosinha Garotinho, é a atual prefeita de Campos (sétimo maior colégio eleitoral do estado). Garotinho apenas fez apenas duas agendas na cidade que é seu berço eleitoral, as mesmas que Pezão. Crivella e Lindberg passaram por Campos uma vez também. Mas se Garotinho, que é de lá, passou pouco pela região, sua mulher foi bastante. Rosinha comanda carreatas em cidades da região levando uma máscara do marido a bordo (de acordo com o candidato, Rosinha só faz campanha para nos fins de semana).
Para Roberto Moraes o pré-sal poderia ser a chance de integrar mais o estado. “Vivemos atualmente um processo de ampliação da metrópole só que na faixa litorânea, processo explicado pela dinâmica do petróleo e das receitas dos royalties. Diante do pré-sal, o estado do Rio de Janeiro, tem uma oportunidade única de ser prensado de forma mais integrada e menos separadas pelas regiões. E o governo estadual teria que atuar como articulador de políticas supramunicipais e inter-regionais”, pede.
Explicações
No total, Garotinho foi quem compareceu a mais municípios: 50 no total, contra 29 de Pezão, 24 de Lindberg e 21 de Crivella. Através de suas assessorias, os candidatos justificaram. Garotinho admitiu que será impossível ir a todas as cidades. “A agenda ainda não está fechada, mas por falta de tempo não será possível ir a todos os municípios”.
Pezão, que quando assumiu o governo tinha prometido “andar por cada cantinho do Estado”, também se explicou: “Pezão conhece todo o estado e as características e demandas de cada região. Ele mantém contato com prefeitos e ex-prefeitos”.
Crivella centralizou sua campanha na Baixada Fluminense, onde pode garantir mais votos: “Por contar com pouco tempo de TV, o candidato opta por agendas de rua em estações de trem e metrô; calçadões; e locais com grande fluxo de pessoas”.
Já Lindberg lembrou das Caravanas da Cidadania: “Fizemos um diagnóstico do Rio de Janeiro. Durante as Caravanas, Lindberg conversou com os moradores, com representantes de movimentos sociais e recebeu sugestões da população. Nestes eventos, ele percorreu mais de 30 cidades”, diz a assessoria.
Agora a lista das cidades não visitadas: Aperibé, Areal, Armação dos Búzios, Bom Jesus do Itabapoana, Cachoeiras de Macacu, Cambuci, Cardoso Moreira, Carmo, Casimiro de Abreu, Comendador Levy Gasparian, Conceição de Macabu, Engenheiro Paulo de Frontin, Italva, Itaocara, Itatiaia, Laje do Muriaé, Miguel Pereira, Natividade, Paraty, Porciúncula, Porto Real, Quatis, Quissamã, Rio Bonito, Rio Claro, Rio das Flores, Santa Maria Madalena, São José de Ubá, São José do Vale do Rio Preto, São Sebastião do Alto, Sapucaia, Silva Jardim, Sumidouro, Trajano de Moraes e Varre-Sai.

sábado, 27 de setembro de 2014

Manifestantes pró-democracia protestam ante a sede do governo de Hong Kong

Milhares de manifestantes defensores da democracia se concentraram na noite deste sábado em frente à sede do governo de Hong Kong, na tentativa de manter uma campanha de desobediência civil cada vez mais tensa, que reivindica maiores liberdades políticas de Pequim.
Os manifestantes, equipados com as proteções necessárias diante do risco de a polícia vir a usar spray de pimenta, se amontoaram diante das portas do complexo, onde 74 pessoas foram detidas.
Várias fileiras de policiais tentaram repelir os presentes com escudos anti-distúrbios, depois de ter retirado dezenas de pessoas que entraram no complexo na noite de sexta-feira, em protesto contra a recente decisão de Pequim de limitar o sufrágio universal para as eleições de 2017, em Hong Kong.
O grupo de defesa da democracia Occupy Central anunciou, durante o protesto, a antecipação do seu plano de reunir milhares de ativistas e tomar partes chave do distrito financeiro da cidade.
Esta ação estava prevista para 1º de outubro, mas durante um discurso em meio ao protesto, na primeira hora de domingo (hora local), o cofundador do grupo Benny Tai disse: "o Occupy Central começa agora".
Os organizadores executaram canções e discursaram sob os aplausos dos manifestantes, que montaram postos de primeiros socorros e pontos de reciclagem e distribuição de água, comida e equipamentos de proteção.
Grupos estudantis lideram uma campanha de desobediência civil esta semana.
A polícia retirou, neste sábado, 50 manifestantes que ocupavam desde a véspera a sede do governo de Hong Kong, para protestar contra a decisão de Pequim de manter sob controle estrito a eleição dos líderes do território.
Na sexta-feira, mais de duas mil pessoas protestaram, muitas delas estudantes secundaristas e universitários, antes que 150 personas invadiram o complexo governamental de Hong Kong.
A ação de sexta-feira encerrou uma semana de protestos, iniciados na segunda-feira, quando 13.000 estudantes se reuniram em um campus no norte da cidade, segundo os organizadores.
Em um comunicado, o governo "lamentou" a invasão do complexo governamental e informou a ocorrência de pessoal de segurança, agentes e manifestantes feridos, sem dar maiores detalhes.
As ações deviam ter sido encerradas na sexta-feira, mas o anúncio do Occupy Central dá a entender que a campanha de desobediência civil prosseguirá por algum tempo.
Em agosto, a China anunciou que o futuro chefe do executivo local seria eleito por sufrágio universal a partir de 2017, mas entre dois ou três candidatos selecionados por um comitê sob a autoridade de Pequim.
Desde que o Reino Unido devolveu Hong Kong à China, em 1997, o território é regido pelo acordo "um país, dois sistemas", que dá maiores liberdades civis, entre elas a liberdade de expressão e protesto.
Em julho, meio milhão de manifestantes foram às ruas de Hong Kong para protestar contra a crescente influência de Pequim nos assuntos da cidade.
Para o analista político Sonny Lo, esta última campanha marcou uma virada.
"A partir de agora, haverá mais confrontos, talvez violentos, entre a polícia e os cidadãos", afirmou à AFP.

Condenação de Mubarak é adiada para novembro

Foi adiado para 29 de novembro o anúncio da sentença contra o ex-presidente do Egito Hosni Mubarak e seus filhos  pela morte de manifestantes durante as revoltas de 2011.Autoridades da Justiça informaram que apenas 60% dos mais de 160 mil documentos envolvidos no processo foram examinados pelo tribunal, composto por três juízes.
Em janeiro de 2011, manifestantes tomaram conta da praça Tahrir, no Cairo, até fevereiro daquele ano, quando Mubarak foi tirado do poder após 30 anos.   
O ex-ditador foi condenado à prisão perpétua em junho de 2012 por "cumplicidade em homicídio" por conta da forte repressão a manifestantes. Poucos meses mais tarde, no entanto, foi ordenada a revisão do processo.

Caças britânicos sobrevoam Iraque, prontos para atacar Estado Islâmico

Dois caças britânicos sobrevoaram o Iraque e estão prontos para atingir alvos neste sábado, em sua primeira missão desde que o parlamento autorizou ataques contra militantes do Estado Islâmico no país, disse o Ministério da Defesa da Grã-Bretanha.
Os caças "Tornado" deixaram a base Akrotini da Força Aérea Real, em Chipre, às 4h25 (horário de Brasília).
Os britânicos se juntaram a uma coalizão militar liderada pelos Estados Unidos apoiada por países do Golfo e da União Europeia contra o grupo militante.
Esta é a primeira vez que aviões britânicos atuam no Iraque em um papel armado desde que militantes do Estado Islâmico varreram partes do norte do país em junho e declararam um califado incluindo terras já conquistadas na Síria.
A ação segue a adoção pelo Parlamento britânico na sexta-feira de uma moção do governo autorizando a entrada do Reino Unido na coalizão militar internacional que combate o EI.
Este texto autoriza o "recurso aos ataques aéreos" no Iraque, mas estipula que Londres "não enviará nenhum soldado britânico para as zonas de combate".

Polícia de Hong Kong retira manifestantes de sede do governo


A tropa de choque de Hong Kong utilizou spray de pimenta para dispersar manifestantes próximos à sede do governo neste sábado, alimentando a tensão antes do protesto planejado por ativistas pró-democracia em oposição ao aperto de Pequim à cidade.
Confrontos durante a noite entre a polícia carregando escudos de choque e dezenas de manifestantes ressaltam os desafios que a China enfrenta em Hong Kong à medida que a geração rebelde de jovens desafia sua influência na antiga colônia britânica.
Diversas pessoas sofreram pequenas lesões.
Os manifestantes entraram no principal complexo do governo na cidade na noite de sexta-feira ao forçar o caminho por um cordão policial e escalando grades no ponto culminante de uma semana de protestos pedindo eleições livres.
Eles foram retirados um por um, alguns sendo carregados, de acordo com testemunhas. No sábado, centenas ainda estavam sentados perto do complexo, próximo ao distrito financeiro de Hong Kong.
"A polícia usou força desproporcional para interromper as ações legítimas de estudantes e deve ser condenada", disse Benny Tai, um dos três principais organizadores do movimento pró-democracia Ocupe o Centro"
A polícia prendeu 61 pessoas na operação, incluindo 48 homens e 13 mulheres.
Milhares de manifestantes se concentraram nas ruas em frente à sede na madrugada de sábado em apoio àqueles que entraram, gritando "retirada, retirada, retirada" à medida que a polícia avançava e tentava detê-los.
Muitos usavam guarda-chuvas para se proteger do spray de pimenta. Aqueles que foram atingidos usavam àgua para limpar os olhos.
Hong Kong voltou ao controle chinês pelas mãos dos britânicos em 1997, sob a fórmula conhecida como "um país, dois sistemas", com um alto grau de autonomia e liberdades não gozadas na China. O sufrágio eleitoral foi definido como eventual meta.
Pequim, porém, rejeitou no mês passado demandas de que as pessoas possam livremente escolher o próximo líder da cidade em 2017, levando a ameaças de ativistas de fechar o distrito financeiro no movimento chamado Ocupe o Centro. A China quer limitar as eleições a um pequeno número de candidados leais à Pequim.
Estudantes ativistas pediram que as pessoas se reúnam no sábado a noite para novas manifestações.

Catalunha convoca plebiscito para 9 de novembro

O presidente da Catalunha, Artur Mas, convocou oficialmente neste sábado, dia 27, o referendo sobre a independência regional, que será realizado em 9 de novembro, apesar de ser considerado ilegal pelo governo espanhol.   
"A Catalunha quer decidir, de forma pacífica e democrática, seu futuro político. Quer falar e quer ser escutada, quer votar", disse Mas, após assinar o decreto em um ato solene celebrado na sede do governo catalão, em Barcelona.   
O governo de Mariano Rajoy, no entanto, deve entrar com um recurso na Corte Constitucional da Espanha para impugnar o pleito, que tem amplo apoio da população local.

EUA: são necessários entre 12 mil e 15 mil homens para vencer EI na Síria

O chefe do Estado Maior das Forças Armadas dos Estados Unidos (EUA), general Martin Dempsey, disse que é necessária uma força rebelde síria composta de 12 mil a 15 mil homens para derrotar os combatentes do Estado Islâmico (EI) no Leste da Síria. O número é três vezes maior do que os 5 mil recrutas que devem ser treinados por instrutores norte-americanos.
Essa foi a primeira vez que o governo dos EUA estimou um número sobre o efetivo necessário para expulsar os extremistas do EI. “Fizemos cálculos e entre 12 mil e 15 mil é o que consideramos que será necessário para que eles retomem o território perdido no Leste da Síria”, disse Dempsey em coletiva de imprensa ontem (26) no Pentágono. O general disse que a formação de uma força rebelde viável no local será essencial para expulsar o grupo radical do território sírio, o que exigirá tempo e paciência.
Dempsey ressaltou que é preciso mais que força aérea para derrotar o Estado Islâmico e indicou a “oposição síria moderada” como o melhor caminho para alcançar sucesso na operação. “Temos de fazer isto bem, não depressa”, destacou. O plano do presidente Barack Obama para treinar e equipar 5 mil rebeldes “moderados” foi aprovado na semana passada pelo Congresso dos EUA. A Arábia Saudita se ofereceu para acolher o treinamento em seu território.
Os deputados britânicos também aprovaram nesta sexta-feira a participação do Reino Unido nos ataques aéreos da coligação liderada pelos EUA contra as bases do EI. A moção apresentada pelo primeiro-ministro David Cameron foi aprovada com 524 votos a favor e 43, contra. O texto autoriza “o recurso a ataques aéreos” dentro do apoio pedido pelo governo iraquiano e garante que o Reino Unido não enviará nenhum soldado para as zonas de combate. Líder do principal partido da oposição, Ed Miliband apoiou a decisão dizendo que a falta de ação levaria apenas a mais massacres no Iraque.
Hoje, os parlamentos da Bélgica e da Dinamarca também aprovaram a participação nos ataques aéreos contra o EI. Mais cedo, em uma reunião com o primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, à margem da 69ª Assembleia Geral das Nações Unidas, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que seu país está pronto para apoiar nos esforços iraquianos contra a ameaça terrorista, principalmente a do Estado Islâmico (EI).
No dia com mais adesões à coligação para o combate ao grupo, o Estado Islâmico também teve de interromper a extração de petróleo dos campos situados na província de Deir Ezzor, no Leste da Síria. A interrupção foi causada por causa de diversos ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos em diversas refinarias. O petróleo de refinarias tomadas pelo EI é uma das principais fontes de financiamento das atividades do grupo, entre outras pouco conhecidas, como doações originárias de alguns países árabes.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Estado Islâmico aperta cerco a cidade síria; mais europeus entram em aliança ocidental



Combatentes do Estado Islâmico apertaram o cerco a uma cidade síria na fronteira com a Turquia nesta sexta-feira, apesar dos ataques aéreos lançados para derrotar os militantes tanto na Síria quanto no Iraque, em uma coalizão que atraiu amplo apoio europeu.
A Grã-Bretanha, maior aliada de Washington nas guerras da última década, finalmente se juntou à aliança nesta sexta-feira depois de semanas avaliando suas opções. O Parlamento deu 542 votos favoráveis e 43 contrários e apoiou a decisão do primeiro-ministro, David Cameron, de auxiliar os ataques aéreos no Iraque.
O Parlamento da Bélgica também votou nesta sexta com 114 votos a 2 e a Dinamarca disse que irá enviar aviões. Seis F-16s belgas decolaram de um posto de conexão na Grécia antes mesmo da votação.
“Esta não é uma ameaça nos confins do mundo. Se negligenciada, enfrentaremos um califado terrorista às margens do Mediterrâneo e às portas de um membro da Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan), com a intenção declarada e comprovada de atacar nosso país e nosso povo”, discursou Cameron aos parlamentares britânicos.
Até esta semana, a França era o único país ocidental a ter respondido ao pedido do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e se unido à campanha liderada pelos norte-americanos. Desde segunda-feira, Austrália e Holanda também tomaram parte, e nesta sexta-feira a Alemanha expressou apoio à missão, apesar de dizer que não irá enviar aeronaves.
Obama angariou apoio internacional para uma coalizão militar contra o Estado Islâmico, uma força poderosa na Síria que já dominou grande parte do norte do Iraque em junho, matando prisioneiros e ordenando a xiitas e não-muçulmanos que se convertam ou morram.
A campanha levou Washington de volta ao campo de batalha em solo iraquiano, que havia abandonado em 2011, e pela primeira vez para o território sírio, depois de evitar se envolver na guerra civil iniciada naquele mesmo ano.
A coalizão ainda inclui vários Estados árabes, todos liderados por muçulmanos sunitas alarmados com a ascensão do Estado Islâmico.
O Estado Islâmico emergiu como grupo sunita mais poderoso combatendo os governos apoiados por xiitas no Iraque e na Síria. Seus combatentes também enfrentam facções sunitas rivais na Síria e curdos sírios e iraquianos.
FUGINDO DOS ATAQUES
Mais de um mês desde que Washington começou a atacar posições do Estado Islâmico no Iraque, e quatro dias depois de incluir a Síria em sua campanha, há sinais de que os militantes estão se fazendo mais escassos nas áreas que controlam para se tornarem um alvo mais difícil.
O general Martin Dempsey, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, declarou que os ataques desta semana em solo sírio desmantelaram o comando, o controle e a logística do Estado Islâmico.
Mas as incursões aéreas ainda precisam deter o avanço dos radicais na Síria, onde os combatentes sitiaram uma cidade curda na divisa turca e afugentaram 140 mil refugiados pela fronteira desde a última semana, o êxodo mais acelerado no conflito civil de três anos e meio.
A principal batalha no norte da Síria tem sido visível do outro lado da fronteira, na Turquia. "Estamos com medo. Nós estamos levando o carro e indo embora hoje", disse Huseyin, de 60 anos, dono de uma vinha, enquanto o disparo de armas leves soavam nas colinas sírias.
Os militares dos EUA afirmaram que seus aviões explodiram quatro tanques do Estado Islâmico no leste sírio e atingiram uma série de alvos no Iraque.
O governo do presidente sírio, Bashar Al Assad, não fez oposição à campanha liderada pelos norte-americanos contra alguns de seus piores inimigos. Washington diz querer derrotar o Estado Islâmico sem ajudar Assad a permanecer no poder, e espera que outros grupos anti-Assad preencham o eventual vácuo de sua saída.
No Iraque, militantes do Estado Islâmico estão mudando de tática, trocando comboios muito visíveis por motocicletas e fincando suas bandeiras negras em residências de civis para confundir os aviões.
“Eles levaram toda a mobília, veículos e armas. Depois plantaram bombas de beira de estrada e destruíram seu quartel-general”, disse o xeique Anwar al-Assy al-Obeidi, líder de uma grande tribo de Kirkuk, no Iraque, à Reuters. “Eles estavam executando pessoas como quem bebe água… agora os ataques aéreos estão muito ativos e diminuíram sua capacidade (dos militantes)”.

Imprensa da Coreia do Norte admite que o líder Kim Jong-un sofre de 'desconforto'

Depois de um "sumiço" do líder norte-coreano Kim Jong Un que já dura quase três semanas, a mídia estatal da Coreia do Norte reconheceu que o ditador está sofrendo com um "desconforto".
É a primeira vez que o regime admite oficialmente que Kim tem problemas de saúde.
Kim, 31, que frequentemente aparece como protagonista nas peças de propaganda do país comunista, provavelmente o mais isolado do mundo, não tem sido visto em público desde 3 de setembro, quando compareceu a um concerto acompanhado de sua mulher.
Sua ausência também foi sentida nesta quinta-feira (25), quando o líder não compareceu à Suprema Assembleia do Povo, encontro de membros do partido, militares e outras organizações nacionais.
Segundo a CNN, o número de aparições públicas de Kim caiu de 24 eventos para julho para 16 em agosto.
Desde um evento com membros do regime em julho ele já foi visto usando bengala e em cenas de um documentário veiculado pela mídia estatal parece ter dificuldade em andar.
Desde que seu pai morreu de um ataque do coração em 2011, Kim, que o sucedeu como líder máximo do país, ganhou peso rapidamente, como mostram fotos oficiais.
Observadores da Coreia do Norte especulam se o peso e o histórico familiar de Kim podem ter relação com os problemas de saúde, agora confirmados.
"Pelo seu andar, parece que ele tem gota, que pode ser consequência de sua alimentação e predisposição genética", disse Michael Madden, um especialista em Coreia do Norte e colaborador do site 38 North, que cobre a Coreia do Norte.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

FBI identifica militante em vídeos de decapitação do Estado Islâmico


O militante mascarado do Estado Islâmico visto nos vídeos de decapitação de dois norte-americanos foi identificado, disse o diretor do FBI, James Comey, nesta quinta-feira, mas sem informar seu nome ou sua nacionalidade.
Os vídeos das execuções dos jornalistas norte-americanos James Foley e Steven Sotloff mostram um militante mascarado do Estado Islâmico com uma faca e falando inglês com sotaque britânico.
Uma fonte ligada ao governo europeu envolvida com as investigações disse que o sotaque indicava que o homem era de Londres, provavelmente de uma comunidade de imigrantes asiáticos. Autoridades dos EUA e da União Europeia disseram que os trabalhos de investigação foram conduzidos por agências governamentais britânicas.
“Acredito que o identificamos. Não vou dizer a vocês quem acho que é”, declarou Comey a um pequeno grupo de repórteres. Ele disse saber a nacionalidade do homem, mas se recusou a dar maiores detalhes à imprensa.
As decapitações em si não são exibidas nas filmagens, divulgadas em agosto e setembro. Os vídeos sugerem que o militante mascarado parece ser quem conduziu as execuções, embora o mostrem apenas fazendo um discurso. Após a fala, o vídeo é cortado e passa para imagens dos corpos decapitados.
O vídeo deixa implícito que o homem disfarçado é a pessoa que realizou as execuções, mas os investigadores ainda trabalham para determinar quem realizou as decapitações.
O embaixador britânico nos Estados Unidos, Peter Westmacott, disse à rede de televisão CNN pouco depois do assassinato de Foley, em agosto, que a Grã-Bretanha está fazendo um grande esforço para identificar o suspeito usando tecnologia de reconhecimento de voz. Westmacott afirmou na ocasião que as autoridades estavam perto de identificar o homem.
Comey disse aos repórteres que se sabe que cerca de uma dúzia de norte-americanos estão combatendo com os militantes na Síria, e que muitos dos que lutaram no país já voltaram aos Estados Unidos. Anteriormente, autoridades norte-americanas disseram que cerca de 100 americanos se juntaram ao Estado Islâmico.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Marina encontra sindicalistas e defende revisão do fator previdenciário

A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, encontrou-se, na tarde de hoje (24), na Casa de Portugal, no centro da capital paulista, com líderes sindicais de diversas categorias, principalmente de entidades filiadas à União Geral dos Trabalhadores (UGT), à Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e à Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
Os líderes sindicais entregaram a Marina cópia de um documento assinado por dirigentes de várias confederações de trabalhadores, com uma lista de reivindicações. O documento já tinha sido entregue em dezembro ao ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, então candidato do PSB à Presidência, que morreu em agosto deste ano, em acidente aéreo. No texto, os sindicalistas reclamam da inflação alta e da falta de diálogo com o governo e pedem o fortalecimento do Ministério do Trabalho, a continuidade da política da valorização do salário mínimo, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem diminuição do salário, o fim do fator previdenciário, a erradicação do trabalho escravo e infantil e a reforma agrária.
Durante o evento, o candidato a vice na chapa de Marina, Beto Albuquerque, disse aos sindicalistas que o fator previdenciário, cálculo que leva em consideração o tempo de contribuição à Previdência, a idade e a expectativa de vida do trabalhador, será revisado, caso a ex-senadora acriana seja eleita. “Vamos revisar, sim, o fator previdenciário, que é injusto. Essa revisão não será feita por mim ou Marina. Vamos chamar os trabalhadores para encontrar um caminho que não puna o trabalhador”, disse Beto, em discurso.
Marina comprometeu-se com os sindicalistas a não “retroceder um milímetro nas conquistas dos trabalhadores” e a discutir com eles o fator previdenciário, embora isso não esteja previsto em seu programa de governo. “Vamos manter e aperfeiçoar as conquistas. É preciso aperfeiçoar e revisitar o fator previdenciário. Queremos revisitar para encontrar uma forma correta, que não penalize o aposentado, nem o trabalhador.” Marina disse também que vai dialogar com eles e que este foi apenas um dos encontros que pretende manter com os sindicalistas.
Durante o encontro, Marina também fez críticas à maneira como estão sendo conduzidas as empresas estatais ou ligadas ao governo federal. “Vamos corrigir os erros. Não vamos ser complacentes com os erros, como aqueles que estão acabando com a Petrobras, a Eletrobras e que agora estão desmoralizando, além das agências reguladoras, uma instituição tão respeitada quanto o IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Até o IBGE, com técnicos respeitados, agora tem que passar por vexame”, disse ela. Marina prometeu que, em seu governo, as instituições “serão do Estado, e não estarão a serviço de partido ou de governo”.

TSE nega recurso de Paulo Maluf para concorrer a deputado federal

Por maioria dos votos, o Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou, na sessão plenária desta terça-feira (23), provimento ao recurso ordinário interposto pela defesa de Paulo Maluf, que buscava concorrer ao cargo de deputado federal pelo Estado de São Paulo. Com isso, a Corte manteve a decisão do Tribunal Regional Eleitoral paulista (TRE-SP) que indeferiu o registro de candidatura.
Paulo Maluf foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) em 4 de novembro de 2013 pela prática de improbidade administrativa na construção do  túnel Ayrton Senna, quando era prefeito da capital paulista, em 1996. Entre as sanções impostas ao candidato, consta o pagamento de multa e a proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de empresa da qual seja sócio majoritário pelo prazo de cinco anos, além de suspensão dos direitos políticos pelo mesmo prazo.
Julgamento
A relatora do processo, ministra Luciana Lóssio, votou pelo desprovimento do recurso, ao afastar o argumento da defesa de que a condenação de Maluf pelo TJ-SP se deu somente a título de culpa, não tendo sido preenchido requisito para aplicação de inelegibilidade que requer a prática de ato doloso de improbidade administrativa.
A ministra entendeu que o dolo vontade de praticar o crime ficou evidenciado no caso. Ela ressaltou que “a Lei de Improbidade Administrativa, como regra, não teve a intenção de responsabilizar o agente público, servidor ou não, pelo simples resultado danoso, considerando somente o fato e não o autor”. “Não basta a comprovação do dano e do nexo de causalidade entre o dano e o agente causador”, disse, acrescentando que a lei adotou a teoria subjetiva para responsabilizar o agente por ato de improbidade.
Por fim, a ministra Luciana Lóssio considerou não haver dúvida de que os fatos apurados na ação de improbidade configuraram lesão ao erário e enriquecimento ilícito. O voto da relatora foi acompanhado pelos ministros Luiz Fux, Admar Gonzaga e Maria Thereza.
O ministro Gilmar Mendes abriu divergência ao dar provimento ao recurso ordinário. Para ele, o Tribunal de Justiça de São Paulo afirma de forma clara que a conduta foi culposa. “Forçosa é a majoração da pena e a reformatio in pejus reforma que prejudica a situação do réu”, disse.
Da mesma forma votaram os ministros João Otávio de Noronha e o presidente da Corte, Dias Toffoli. Segundo entendimento dos ministros, a condenação está baseada em conduta culposa e deve haver fidelidade ao título judicial condenatório, pois o acórdão não foi omisso, uma vez que o TJ-SP não reconheceu o dolo de modo expresso.

População de Itu pede a prefeito para decretar estado de calamidade

Depois de uma manifestação na tarde da última segunda-feira (22), por conta da falta de água que a cidade enfrenta há quase um ano, moradores de Itu, no interior paulista, esperam uma resposta da prefeitura, que já recebeu determinação do Ministério Público para decretar estado de calamidade pública. O protesto, em frente a Câmara Municipal, terminou em tumulto, com alguns participantes arremessando ovos, tomates e pedras contra o prédio. A polícia respondeu com bombas de efeito moral.
Em nota, a Prefeitura informou que avalia positivamente os manifestos pacíficos, enquanto exercícios da cidadania e de expressão de opinião, característicos de um regime democrático. Entretanto, lamenta atitudes de depredação e de vandalismo. Salientou que, mesmo antes da manifestação, a administração municipal já havia tomando medidas possíveis para enfrentar a situação da falta de água na cidade.
Entre as ações, está a exigência à empresa concessionária da obra da adutora Mombaça, que terá vazão de aproximadamente 280 litros de água por segundo. Conforme previsões da concessionária, a obra ficará pronta no início de 2015.
A prefeitura explicou que, para solucionar o problema, aguarda recursos dos governos estadual e federal. Em Itu, o sistema de abastecimento de água é feito por meio de concessão, ou seja, por uma empresa particular de capital próprio. A empresa Águas de Itu adiantou que não se pronunciará sobre o assunto.
Conforme  a nota, mesmo sem o emprego da calamidade pública, a prefeitura decretou a utilização de água de áreas particulares, liberação da área para a passagem de uma obra emergencial de captação (adutora Mombaça) e cerceamento de novo consumo de água, proibindo novos loteamentos.
De acordo com a advogada e organizadora do protesto Soraia Escoura, a manifestação foi iniciada em uma rede social e cresceu, reunindo 2 mil pessoas em frente à Câmara Municipal. Segundo ela, o que motivou a população foi a falta de água há pelo menos dez meses e o racionamento declarado há oito meses. “Há quatro meses, a situação se agravou. Numerosas casas estão há quase um mês sem uma gota de água. Nas escolas não há mais merenda”, acrescentou.
Soraia explicou que, mês passado, o Ministério Público determinou que a prefeitura liberasse o fornecimento de água a cada 48 horas. No entanto, logo após o aviso, a administração apenas adotou novo esquema de rodízio. “Temos passado mais de 48 horas sem água. Por isso, resolvemos pressionar os vereadores. Eles fizeram um ofício, sem valor legal, para requerer à prefeitura a declaração do estado de calamidade na cidade”, assinalou.
Uma nova manifestação, dessa vez em frente à Prefeitura, está prevista para segunda-feira (29), às 16h. A ideia é que o ato seja pacífico, sem a presença debaderneiros. “Foi um número reduzido de pessoas que promoveu a quebradeira. Sabemos quem é esse grupo e podemos garantir que a bagunça não foi orquestrada pela organização”, reforçou a advogada.
Soraia revelou, ainda, a existência de um abaixo-assinado solicitando ao Ministério Público a edição de um requerimento pedindo intervenção no município. A intenção da população é que o governo nomeie um interventor para gerenciar e investigar a falta de água. Com isso,  o prefeito perderia momentaneamente o cargo.
“Itu já tem problema de abastecimento de água há muitos anos, mas nunca chegou nessa situação. As pessoas estão pegando água de bicas ou comprando caminhões para garantir o mínimo necessário”.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Genro de Bin Laden é condenado à prisão perpétua

Suleiman Abu Ghaith, genro de Osama bin Laden e ex-porta-voz do grupo terrorista Al Qaeda, foi condenado hoje, dia 23, à prisão perpétua em um tribunal em Manhattan.   
Em março, Abu Ghaith foi julgado culpado de ter conspirado contra os Estados Unidos com a intenção de cometer ataques contra cidadãos daquele país e seus bens, além de fornecer assistência material ao terrorismo.   
O terrorista de 48 anos nascido no Kuwait é o maior expoente da Al Qaeda já julgado por um tribunal federal dos Estados Unidos.   
Seu rosto foi visto mundialmente pela primeira vez após os ataques às Torres Gêmeas em setembro de 2001, em um vídeo no qual reivindicava a autoria dos atentados.

Comissão da Verdade pressiona militares por acesso a prontuários do HCE

A CNV (Comissão Nacional da Verdade) pressiona os militares para ter acesso ao prontuário médico de presos políticos que passaram pelo HCE (Hospital Central do Exército), em Benfica, zona norte do Rio, durante a ditadura militar (1964-1985). Depois da descoberta de que um paciente --Raul Amaro Nin Ferreira-- foi torturado dentro das instalações hospitalares, vindo a morrer em agosto de 1971, a comissão solicitou os prontuários médicos de uma série de presos políticos, mas o Exército disse não dispor dos papéis. Nesta terça-feira (23), membros da comissão, quatro ex-presos políticos e parentes de vítimas visitaram o HCE. Os ex-presos políticos tiveram dificuldade de reconhecer o local devido às muitas modificações no prédio. Enquanto isso, representantes da CNV participaram de reunião com os militares para cobrar informações sobre os prontuários. Foram recebidos pelo diretor do hospital, general Vítor César dos Santos, e pelo comandante da 1ª Região Militar, general Carlos Alberto Barcellos. Da reunião, de cerca de duas horas, ficou encaminhada sugestão para que o Ministério da Defesa organize uma comissão exclusiva para apurar o que foi feito com os prontuários. "O objetivo é obter essa informação até dezembro", comentou Rosa Cardoso, uma das integrantes da CNV. É o prazo final de funcionamento da comissão. Mais cedo, a CNV e a comissão estadual da Verdade visitaram o antigo DOI-Codi do Rio onde 33 pessoas desapareceram e outras 15 morreram durante a ditadura, segundo dados da CNV. No antigo prédio, funciona hoje o Quartel de Policia do Exército. "A visita foi muito boa para detalharmos o local o que permitirá a CNV cumprir com nossa finalidade de relatar os fatos. Houve, claramente, um desvio de finalidade dos órgãos militares", afirmou Pedro Dallari, coordenador da CNV. No olhar de seis ex-presos, ao deixar o local, a emoção de visitar o espaço onde foram torturados. "O prédio está a mesma coisa. Voltei onde fui parar no pau de arara, fui torturado e em que Rubens Paiva morreu. Saio com a sensação de cumprir uma missão histórica", afirmou o jornalista Alvaro Caldas, preso por três meses no local.

Estudante encontrado morto na USP tinha escoriações

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) informou na tarde desta terça-feira, em entrevista coletiva, que o estudante Vitor Hugo Marques, 20 anos, apresentava escoriações no lábio e marcas roxas no olho direito ao ser encontrado mais cedo, na Universidade de São Paulo (USP).
O corpo do estudante foi encontrado submerso na raia olímpica da USP e reconhecido por familiares. Morador de Osasco, na Grande São Paulo, ele foi visto pela última vez na sexta passada durante uma festa pelos 111 anos da Escola Politécnica, realizada no velódromo da universidade.
Segundo a diretora do DHPP, delegada Elisabete Sato, ainda não é possível afirmar, a partir das marcas e da aparente ausência de marcas de afogamento no corpo, que o jovem teria sido vítima de homicídio.
Mesmo assim, salientou, relatos de participantes da festa em redes sociais indicam que um jovem com descrição semelhante à do estudante teria sido retirado de forma agressiva da festa, supostamente por seguranças, e não teria mais sido visto.
>> Corpo de estudante desaparecido em festa é encontrado na USP
Segundo o delegado do 93º DP, Paulo Bittencourt, que acompanha o caso no local, o corpo “aparentemente não tem sinais de ferimento”. A conclusão oficial, porém, só será revelada após laudo do Instituto Médico Legal.
jovem cursava design gráfico no Senac e foi visto pela última vez na festa de 111 anos do Grêmio Politécnico da USP na sexta. “Ele foi visto pela última vez dentro da festa. Ele se afastou para comprar uma
Estudante desapareceu em uma festa na USP na última sexta-feira
Estudante desapareceu em uma festa na USP na última sexta-feira
"Vamos traçar um perfil do que aconteceu, ouvindo a organização da festa e a empresa de segurança que atuava até em função de informações levantadas por esses amigos. Já temos os nomes da empresa e das equipes técnicas de apoio", disse a diretora.
Ainda segundo a delegada, foi coletado material para realização de exames citológico, que informará se há ou não água nos pulmões da vítima, e toxicológico,  em busca de substâncias como álcool ou drogas.
"Esses exames e a necropsia do cadáver vão nos dizer se a morte aconteceu antes ou após o Vitor chegar à raia olímpica", completou a delegada, conforme a qual as câmeras de monitoramento do campus até foram buscadas, mas não ajudarão a investigação. "Porque elas apenas monitoram, mas não gravam as imagens", constatou.
A perita Renata Gaeta, que participou da perícia onde o corpo foi encontrado, disse que não foram identificados no local vestígios que apontassem, por exemplo, que o jovem teria sido arrastado até lá.
"Foram encontradas marcas de sangue perto do local da festa,  e esse material será confrontado com o a coleta de material genético que fizemos no corpo", concluiu.
Os exames têm prazo de até 30 dias para ficar prontos. Até agora,  o DHPP ouviu oito pessoas, entre as quais, os pais e o irmão do estudante.

Ataque dos EUA contra Estado Islâmico mata 70 na Síria

O Observatório Sírio de Direitos Humanos, que monitora a guerra na Síria, disse que pelo menos 70 combatentes do Estado Islâmico foram mortos nos bombardeios da aviação norte-americana que atingiram no mínimo 50 alvos em Raqqa, Deir al-Zor e em províncias de Hasakah, no leste sírio.
Os ataques aéreos foram uma promessa do presidente Barack Obama de atuar na Síria contra o Estado Islâmico. O governo sírio declarou que foi informado dos ataques horas antes.
Na tarde desta terça-feira, Obama disse que os Estados Unidos não estão sozinhos na luta contra os militantes do grupo radical. O Comando Central dos EUA informou que Barein, Jordânia, Catar, Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos participaram ou apoiaram os ataques contra os alvos do EI nos arredores das cidades de Raqqa, Deir al-Zor, Hasakah e Albu Kamal, no leste da Síria.
A operação é a primeira feita pelos EUA contra o Estado Islâmico na Síria, que  enfrenta uma guerra civil há mais três anos.
Os ataques norte-americanos contra os alvos jihadistas foram realizados "para prevenir um ataque contra os EUA e os interesses ocidentais", planejado por veteranos do grupo terrorista Al-Qaeda, conhecidos como o grupo "Khorasan", considerado pelos EUA mais perigoso que o EI , informou o comando central norte-americano (Centcom) citado pela BBC. Por sua vez, o jornal árabe al Hayat disse que os bombardeios atingiram bases do Khorasan no oeste de Aleppo. Os ataques aéreos depois acertaram alguns locais do EI na província de maioria curda de Hasake, no nordeste sírio.
A aviação de Damasco também bombardeou o Líbano na fronteira entre os dois países contra alvos de milicianos anti-regime em Qalamun, informou o televisão al Manar do movimento Hezbollah, cujos milicianos jihadistas há dois anos combatem ativamente na Síria ao lado das forças de Damasco.

Combate às mudanças climáticas não é danoso à economia, diz Dilma na ONU

A presidenta Dilma Rousseff defendeu hoje (23), na Cúpula do Clima, um esforço global para ampliar investimentos no combate às mudanças climáticas e disse que o Brasil é um exemplo de que crescimento econômico e preservação ambiental não são contraditórios.
“Os custos para enfrentar a mudança do clima são elevados, mas os benefícios mais que compensam. Precisamos reverter a lógica de que o combate às mudanças climáticas é danoso à economia. A redução das emissões e as ações de adaptação devem ser reconhecidas como fonte de riqueza, de modo a atrair investimentos e lastrear novas ações de desenvolvimento sustentável”, disse, em discurso durante a reunião. A cúpula, convocada pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, ocorre na sede da entidade, em Nova York, a um dia da 69ª Assembleia Geral.
Apesar da defesa de investimentos globais, Dilma destacou o princípio das “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”, que guia a negociação climática na ONU. Ela lembrou que os países desenvolvidos cresceram com base em economias sustentadas por altas emissões de gases de efeito estufa.
“Não queremos repetir esse modelo, mas não renunciaremos ao imperativo de reduzir as desigualdades e elevar o padrão de vida da nossa gente. Nós, países em desenvolvimento, temos igual direito ao bem-estar e estamos provando que um modelo socialmente justo e ambientalmente sustentável é possível”, avaliou.
A presidenta citou medidas tomadas pelo governo brasileiro nos últimos anos para redução de emissões de gases de efeito estufa, principalmente as relacionadas à queda do desmatamento na Amazônia.
“Ao longo dos últimos dez anos, o desmatamento no Brasil foi reduzido em 79%. Entre 2010 e 2013, deixamos de lançar na atmosfera, a cada ano, em média, 650 milhões de toneladas [de gases de efeito estufa]”, listou. “As reduções voluntárias do Brasil contribuem de forma significativa para a diminuição das emissões globais no horizonte de 2020. O Brasil, portanto, não anuncia promessas, mostras resultados”, acrescentou.
Dilma ressaltou que os desastres naturais provocados pelas mudanças climáticas “têm ceifado vidas e afetado as atividades econômicas em todo o mundo”, principalmente entre as populações pobres dos centros urbanos. Ela citou a Política Nacional de Prevenção e Monitoramento de Desastres Naturais como uma resposta brasileira ao problema. Segundo a presidenta, até o fim deste ano, o governo deve lançar o Plano Nacional de Adaptação.
Em relação ao novo acordo climático global, que deverá ser fechado na 21ª Conferências das Partes sobre o Clima (COP-21), em Paris, Dilma disse que o Brasil defende um texto ambicioso, mas que respeite as diferenças entre países ricos e nações em desenvolvimento.
“O novo acordo climático precisa ser universal, ambicioso e legalmente vinculante, respeitando os princípios e dispositivos da convenção-quadro [da ONU], em particular, os princípios de equidade e das responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Esse acordo deverá ser robusto em termos de mitigação, adaptação e meios de implementação”, ponderou.
Amanhã (24), Dilma fará o discurso de abertura da 69ª Assembleia Geral da ONU.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Candidatos ao governo do Rio participam de debate na OAB nesta segunda

Os candidatos ao governo do Estado do Rio de Janeiro participaram na manhã desta segunda-feira (22/9) do debate eleitoral promovido pela Ordem dos Advogados do (OAB-RJ), em parceria com a Revista Veja e a Universidade Estácio.
O debate foi quente. O candidato Anthony Garotinho afirmou que na mesa havia um ladrão e, ao ser interpelado sobre quem seria este ladrão, ele apenas respondeu: "Ficou claro". Garotinho ainda exibiu uma foto do ex-governador Sérgio Cabral de mãos dadas com dois homens que, segundo ele, seriam milicianos. Garotinho chamou ainda Cabral de "traidor", já que teria sido ele, Garotinho, que teria alavancado sua carreira política. Garotinho lembrou ainda que Cabral trabalhou com sua mulher, Rosinha, e que sempre pedia a ele, Garotinho, cargos.
O candidato Marcelo Crivella também foi incisivo em suas colocações, e o candidato Lindberg Farias (PT) teve direito de resposta quando foi acusado por Pezão sobre gastos não comprovados na prefeitura de Nova Iguaçu. Lindberg esclareceu que,  na época em que foi prefeito, não houve gastos não comprovados, e que os problemas vieram da administração anterior, de Nelson Bornier.
A mediação foi do jornalista e colunista Augusto Nunes. O debate foi composto por cinco blocos, em dois deles, candidato perguntou para candidato, com tema livre. Em outros dois, as perguntas foram feitas por jornalistas da revista, representantes da OAB e da universidade, sendo em um deles destinado ao tema pré-determinado (transporte, segurança, educação, orçamento e saúde), e o outro, livre. O último bloco foi reservado às considerações finais.

domingo, 21 de setembro de 2014

Explosão no Egito mata 3, incluindo testemunha do julgamento de Mursi


Uma explosão ao lado do ministério das Relações Exteriores do Egito matou três policiais neste domingo, incluindo uma testemunha-chave de um julgamento do deposto presidente islâmico Mohamed Mursi.
A explosão, o pior ataque no Cairo em meses, matou dois tenentes-coroneis e um recruta, de acordo com o ministério das Relações Exteriores.
Ajnad Misr, o grupo militante islâmico que realizou o último ataque significativo no Cairo, reivindicou responsabilidade pela explosão em um comunicado publicado em sua conta no Twitter.
"Esta nova operação mostra que podemos penetrar e atingir os arredores do ministério de Relações Exteriores para destruir oficiais das criminosas agências de segurança e fazê-los sentir o gosto do que eles fizeram os muçulmanos provarem", disse.
"Operações de retribuição e revanche deste grupo abençoado não cessarão", disse o grupo, cujo nome significa Soldados do Egito.
A explosão foi o mais novo ataque da insurgência contra o governo apoiado pelos Estados Unidos, trazendo à tona desafios de segurança para o presidente Abdel Fattah al-Sisi.

Presidente turco diz que não foi pago resgate pela libertação de reféns


O presidente turco Tayyip Erdogan afirmou neste domingo que nenhum resgate foi pago pela libertação de reféns turcos mantidos pelo Estado Islâmico no Iraque e que isso foi resultado de negociações diplomáticas e políticas.
Agentes da inteligência turca levaram 46 reféns sequestrados por militantes do Estado Islâmicos no norte do Iraque de volta à Turquia no sábado após mais de três meses, no que Erdogan descreveu como uma operação de resgate secreta.
"Uma negociação material está totalmente descartada...Esse é um sucesso diplomático", disse ele antes de viajar para a Assembléia Geral da ONU.
Os reféns, incluindo o cônsul-geral da Turquia, filhos de diplomatas e soldados de forças especiais, foram sequestrados no consulado turco em Mosul em 11 de junho durante avanço dos insurgentes sunitas.

sábado, 20 de setembro de 2014

Turquia liberta reféns sob poder do Estado Islâmico


A inteligência turca trouxe de volta para a Turquia neste sábado 46 reféns sequestrados pelo Estado Islâmico no norte do Iraque, após mais de três meses em cativeiro, em uma ação que o presidente turco, Tayyip Erdogan, descreveu como uma operação de resgate secreta.
Fontes de segurança disseram à Reuters que os reféns foram soltos durante a madrugada na cidade de Tel Abyad, no lado sírio da fronteira com a Turquia, depois de serem transferidos da cidade síria de Raqqa, um reduto do Estado Islâmico. Autoridades se negaram a dar detalhes sobre a operação de resgate. Os reféns, que incluem o cônsul-geral da Turquia, filhos de diplomatas e soldados das forças especiais, foram levados do consulado turco em Mosul no dia 11 de junho, durante um avanço inicial dos insurgentes sunitas.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Pezão diz que caso Amarildo abalou projeto de UPPs

Candidato ainda comentou outros escândalos: Betlhem, Cabral e PM.

Durante sabatina promovida pelo O Globo nesta sexta-feira (19), o governador do Rio Luis Fernando Pezão, candidato a reeleição, disse que a morte do pedreiro Amarildo foi um “baque” no projeto das UPPs.
Segundo ele, os policiais militares do Rio são preparados para guerra e que pretende investir na formação de policiais diferenciada para as Unidades. Ele lamentou a morte do pedreiro mas disse que o governo dele foi o que mais “cortou a própria carne” e que “foi uma investigação feita graças ao aparelhamento na comunidade”.
>> Permanência de Exército na Maré mostra despreparo na execução de UPP
>>UPP: "Os moradores têm mais medo da polícia do que do tráfico"
>>Rocinha: "Falam de aproximação com o morador, mas a entrada da UPP é um terror"
Pezão diz que seu governo foi o que mais "cortou a própria carne"
Pezão diz que seu governo foi o que mais "cortou a própria carne"
Com os recentes casos de corrupção dentro da PM, com policiais do 14º Batalhão de Bangu, Pezão foi questionado sobre a manutenção do secretário de Segurança, José Beltrame. Ele afirmou que “seria extraordinário se ele quisesse continuar”.
O candidato também negou que Sérgio Cabral possa fazer parte de seu governo. Cabral era o governador do Rio até o começo de 2014, quando deixou o cargo para o vice, Pezão, em busca de uma vaga no Senado. Ainda sim, disse que “tem orgulho dessa convivência de sete anos e meio” e que Cabral é uma pessoa com quem ele “vai se aconselhar”.
>>Corrupção no alto escalão da PM é exemplo da falência da segurança no RJ
Já sobre o escândalo envolvendo Rodrigo Betlhem (PMDB), ex-secretário municipal da gestão de Eduardo Paes e ex-titular de uma subsecretaria estadual, Pezão declarou que tinha se “surpreendido”. Bethlem foi denunciado pela ex-mulher, que gravou conversas do casal e entregou a uma revista semanal. Bethlem sugeria ter desviado dinheiro.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Sobrevivente britânico do ebola vai aos EUA para doar sangue


Um britânico que sobreviveu ao vírus ebola após receber tratamento em Londres viajou aos Estados Unidos para tentar ajudar outro paciente com a doença, informou a Secretaria de Relações Exteriores do Reino Unido nesta quinta-feira.
De acordo com a mídia, William Pooley planeja doar seu sangue, que provavelmente contém anticorpos que podem ajudar a combater o vírus, para uma transfusão emergencial a um paciente com ebola no Estado norte-americano de Atlanta.
Um médico dos EUA que trabalhava para a Organização Mundial da Saúda (OMS) está recebendo tratamento no hospital da Universidade Emory, em Atlanta, após ser infectado pelo ebola em Serra Leoa.
Um porta-voz do hospital Emory não confirmou, nesta quinta-feira, se o médico, que não teve seu nome revelado, receberá doação de sangue do britânico, alegando a proteção da privacidade do paciente.
Há dois pacientes com ebola em tratamento nos Estados Unidos atualmente. Um porta-voz do hospital de Nebraska onde outro norte-americano está recebendo tratamento para o vírus disse que o britânico não estava a caminho do local.
Pooley, de 29 anos, contraiu o vírus enquanto trabalhava como enfermeiro voluntário em Serra Leoa. Ele recebeu alta este mês de uma unidade especial de isolamento no Hospital Royal Free, em Londres.
O jornal inglês Evening Standard disse que Pooley e o médico que ele espera ajudar nos EUA seriam amigos próximos, após terem trabalhado juntos em Kenema, Serra Leoa. Ambos tem o mesmo tipo sanguíneo, o que faz de Pooley um doador perfeito, segundo o jornal.
Não há qualquer cura comprovada para o ebola, um vírus letal que foi descoberto há quase 40 anos em florestas na África. O pior surto registrado da doença, que já matou mais de 2.630 pessoas na África Ocidental, levou a uma corrida contra o tempo em busca de tratamentos ou vacinas para o vírus.

Por que é tão difícil investigar abusos por policiais? Conheça 5 razões

Cena de crime (Foto: Thinkstock)
Modificação de cenas de crimes é um dos maiores obstáculos nas investigações de abusos.
Investigar e punir policiais que cometem crimes é um dos maiores desafios dos órgãos de segurança pública brasileiros, segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil. Entre as maiores dificuldades envolvidas no processo estão enfrentar o corporativismo das polícias e convencer testemunhas a vencer o medo e prestar depoimentos contra agentes da lei responsáveis por crimes.
"Investigar abusos e crimes cometidos por policiais é difícil porque predomina a cultura de autoproteção e imunidade quanto a esses crimes", diz Átila Roque diretor executivo da Anistia Internacional no Brasil.
Por todo o país, são relativamente comuns os casos em que policiais são flagrados recebendo propina, envolvidos em roubos e até atuando como "seguranças" de criminosos. Porém, o crime que mais preocupa organizações de defesa de direitos humanos e os policiais encarregados de investigar os próprios colegas são os assassinatos cometidos por policiais.
Segundo Roque, embora haja alguns casos de órgãos corregedores competentes e atuantes, o controle da violência policial ainda é uma realidade distante no Brasil. "Como fazer isso em um país onde não se sabe nem ao certo quantas pessoas são mortas por policiais por ano?".
A BBC Brasil conversou com policiais envolvidos na investigação de crimes cometidos por policiais. Sem se identificar (para não sofrer represálias de seus superiores) eles apontaram cinco fatores que tornam mais difícil a obtenção de provas e o esclarecimento de crimes cometidos por agentes da lei.

Medo das testemunhas

Uma das tarefas mais difíceis na investigação de homicídios cometidos por policiais é encontrar testemunhas dispostas a se apresentar às autoridades.

SEGURANÇA E ELEIÇÃO

A abordagem dos temas da violência policial e da violência contra os policiais como parte da cobertura especial da BBC Brasil sobre as eleições de 2014 foi sugerida em uma consulta com leitores promovida pelo #salasocial - o projeto da BBC Brasil que usa as redes sociais como fonte de histórias originais.
Na página da BBC Brasil no Facebook (www.facebook.com/bbcbrasil), leitores participam do debate e fazem comentários sobre a questão. Dê você também sua opinião!
Especialmente em regiões mais periféricas, pessoas que testemunharam abusos de policiais temem ser assassinadas caso denunciem esses crimes a órgãos corregedores ou à Justiça.
Os programas de proteção à testemunha existem, mas muitas preferem o silêncio a aderir a eles. Isso porque os programas implicam que a pessoa mude de casa, de nome, de emprego e corte totalmente os laços com familiares e amigos por longos períodos de tempo.
Dessa forma, mesmo que identificada pelos órgãos de investigação, as testemunhas em geral preferem não se envolver, mesmo depois de receberem todas as garantias de proteção e anonimato.

Cena do crime

A análise correta da cena de um crime por peritos pode fornecer as provas necessárias para processar um policial que tenha cometido irregularidades, mesmo que não haja nenhuma testemunha.
Exames de balística podem, por exemplo, determinar que um tiro partiu da arma de determinado policial e não de um criminoso. Os peritos conseguem dizer também se a vítima foi baleada quando trocava tiros com a polícia, se foi executada sem chance de defesa, quando o crime aconteceu, entre outas informações.
A análise do local do crime serve, portanto, para reforçar a versão de um policial envolvido em uma ação suspeita ou desmascarar uma fraude criada por ele para encobrir um assassinato.
Porém, por vezes, policiais que cometem delitos tentam alterar a cena do crime com o objetivo de reforçar sua versão dos fatos.
Algumas das práticas já identificadas são a introdução de elementos na cena do crime (armas, drogas, entre outros) ou a remoção de cadáveres do local. Ou seja, os maus policiais matam um suspeito e, em vez de preservar a cena do crime para os peritos, levam o cadáver a um hospital – alegando posteriormente que a pessoa morreu no caminho.
Policiais de São Paulo disseram à reportagem que estimam que cerca de 80% dos locais onde houve supostos confrontos entre policiais e suspeitos sejam corrompidos de alguma forma antes da chegada dos peritos.

Uso de armas "frias"

Thinkstock
Para burlar controle de armas e munições, policiais que cometem crimes usam armas frias.
Alguns Estados brasileiros controlam a quantidade de munições usadas por policiais e adotam um calibre específico a ser usado pelas forças de segurança cujo uso é proibido a civis.
Medidas como essas ajudam as equipes de investigação a obter indícios da participação de policiais em crimes de assassinato.
Mas para dificultar essa identificação, foi constatado por autoridades que alguns policiais usam armas apreendidas ilegalmente de suspeitos para cometer crimes. Essas armas são então descartadas para que não sejam analisadas por peritos criminais.

Corporativismo

O corporativismo é um dos fatores que enfraquecem a atuação de órgãos corregedores e dificultam que policiais denunciem colegas de trabalho que cometam atos ilegais.
Mas o silêncio dos companheiros e a falta de ação não são os únicos problemas de quem investiga a própria polícia. Segundo policiais ouvidos pela reportagem o próprio cenário político em um Estado em determinadas ocasiões pode influir na disposição de superiores hierárquicos para incentivar ou não a investigação e a punição de policiais que tenham cometido algum crime.

Represálias

Em alguns casos mais graves, as ameaças feitas por policiais suspeitos não se restringem às testemunhas de seus crimes. Policiais encarregados de investigar colegas disseram à reportagem que já sofreram ameaças ou têm amigos que já foram vítima desse tipo de ação.
Segundo eles, policiais que cometeram crimes chegam a fazer ameaças por telefone e até mesmo a passar em veículos fazendo disparos próximo das casas dos investigadores.
As ações de intimidação não chegam a impedir os investigadores de continuar com o trabalho, mas os desestimulam e tornam suas atividades mais difíceis.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Ebola pode custar bilhões de dólares das economias africanas, diz Banco Mundial


O maior surto de Ebola da história pode drenar bilhões de dólares das economias do oeste da África até o final do ano se a epidemia não for contida, disse o Banco Mundial em uma análise divulgada nesta quarta-feira.
A entidade global de auxílio financeiro previu que a demora na contenção do vírus mortal em Guiné, Libéria e Serra Leoa pode levar a um contágio regional mais amplo, particularmente em consequência do turismo e do comércio.
Na pior das hipóteses, o crescimento econômico da Guiné pode ser reduzido em 2,3 pontos percentuais no ano que vem, e o crescimento de Serra Leoa pode sofrer um corte de 8,9 pontos percentuais. A Libéria seria a mais atingida, com uma redução de 11,7 pontos percentuais no próximo ano.
“Realmente precisamos intensificar nossa reação, e o que descobrimos com este estudo é que o tempo é crucial”, disse o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, aos repórteres.
Mesmo na melhor das hipóteses, os países precisariam de uma intensificação “de grande porte” em sua reação para conter a doença nos próximos quatro a seis meses, afirmou o banco.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que o surto exige gastos de um bilhão de dólares para limitar sua disseminação. “Esse um bilhão de dólares é algo de que precisamos já, e pode aumentar rapidamente se não reagirmos”, afirmou Kim.
Na terça-feira os Estados Unidos anunciaram que irão enviar três mil soldados para ajudar a lidar com o surto de Ebola.
O próprio Banco Mundial prometeu cerca de 200 milhões de dólares em assistência emergencial para Guiné, Libéria e Serra Leoa, os três países mais afetados.
A entidade previu que as três nações perderão 359 milhões de dólares de sua produção econômica este ano, além de já terem uma carência significativa de fundos da ordem de quase 300 milhões de dólares.
A inflação e o preço dos alimentos também começaram a subir devido à escassez, ao armazenamento e à especulação, segundo o banco.
A incapacidade de conter a febre hemorrágica logo também pode afetar os negócios com países vizinhos como Nigéria – que também tem casos de Ebola –, Gana e Senegal.
“A análise mostra que os maiores efeitos econômicos da crise não são resultado dos custos diretos... mas daqueles resultantes da aversão desencadeada pelo temor de contágio”, afirmou a entidade em um comunicado.