segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Barbosa critica corrupção no Brasil e dispara: “Só não aplica a lei aquele juiz que é medroso”

Ministro pede que juiz não tenha ‘que passar com um pires na mão para conseguir promoção’
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Joaquim Barbosa, criticou , nesta segunda-feira (30), toda e qualquer forma de corrupção e pediu “paz” para os juízes brasileiros aplicarem as leis. Barbosa afirmou ainda que o número excessivo de partidos é prejudicial ao sistema político-eleitoral do País.
Em encontro com empresários em São Paulo, Barbosa afirmou que os magistrados brasileiros precisam de “tranquilidade” e “estar livre de qualquer tipo de influência”.
— Quando o juiz quer, ele decide, ele aplica. Só não aplica a lei aquele juiz que é medroso, comprometido ou é politicamente engajado em alguma causa que lhe distrai ou lhe impeça de se dedicar à sua missão. Leis, nós temos. Leis não são perfeitas, mas lei que combate a corrupção nós temos. [...] O que temos que examinar é por que eles não decidem. [...] É preciso deixar o juiz em paz.
Excesso de partidos prejudica sistema político brasileiro, diz Joaquim Barbosa
O presidente da mais alta Corte brasileira criticou ainda a progressão da carreira dos juízes no Brasil, que assumem cargos públicos e não tem uma possibilidade de crescimento sem interferências políticas. Barbosa usou um exemplo de um juiz federal que quer ascender para Tribunais Federais.
— No caso dos nossos juízes que ingressam por concurso público, na expectativa de progressão das suas carreiras, entra em jogo um fenômeno dos mais perniciosos. Imagine um juiz federal aqui de São Paulo. Naturalmente, ele tem a expectativa de subir na sua carreira, mas não há mecanismos que criem automatismos que permitam a esse juiz ser promovido sem ter que passar por aí com um pires na mão para conseguir essa sua promoção. Deixem o juiz em paz, de forma que ele evolua na sua carreira de maneira natural. [...] Vamos atracar o problema na sua raiz.
O ministro recomendou ainda cautela com “juiz que vive travando relações políticas aqui e ali”.
— Você jamais vai querer ter seu patrimônio ou aspectos importantes da sua vida nas mãos de juiz com essas características. Nosso sistema permite que esse tipo de influência negativa seja exercida sobre determinados juízes. É claro que há juízes que sabem driblar isso muito bem.
Lula
O presidente do Supremo não quis repercutir a entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao jornal Correio Braziliense, do último domingo (29), em que disse que seria mais criterioso ao escolher ministros da Corte se estivesse na Presidência da República hoje.
— Não tenho nada a dizer. Ele foi presidente da República, eu não sou presidente da República, não tenho nenhum papel na nomeação de ministros do supremo e nunca procurei exercer influência sobre esse papel. Ele não me cabe.

Senado dos EUA rejeita orçamento, e governo caminha para paralisação

O Senado em Washington rejeitou nesta segunda-feira, por 54 votos a 46, uma proposta de orçamento que havia recebido anteriormente o aval da Câmara dos Representantes (deputados), ampliando a possibilidade de uma paralisação no governo americano.
O texto votado na Câmara, que tem maioria republicana, e rejeitado pelo Senado, onde a maioria dos legisladores são democratas, aprovava o orçamento desde que a controversa reforma do sistema de saúde, defendida pelo presidente democrata Barack Obama, só entre em vigor em um ano - com o que os democratas não concordam.
Se não houver acordo para a aprovação do orçamento até a meia-noite (hora local, 23h em Brasília), todos os serviços não essenciais de caráter federal serão suspensos nos EUA pela primeira vez em 17 anos. Mais de 700 mil funcionarios públicos podem ser mandados para casa por tempo indeterminado.
Parques e museus federais podem fechar; aposentados e pessoas que ganham benefícios do governo podem deixar de receber e serviços como emissão de vistos e passaportes devem ser afetados.

Crise da dívida

Parte da lei que contempla a reforma da saúde - apelidada nos Estados Unidos de Obamacare -, aprovada em meio a uma batalha política em 2010 e validada pela Suprema Corte após contestação republicana, deve entrar em vigor na terça-feira.
Após a rejeição no Senado da proposta orçamentária, o líder democrata no Senado, Harry Reid, culpou os republicanos pelo possível fechamento dos serviços federais.
"Será uma interrupção republicana do governo, pura e simples", disse. "Não vamos negociar isso (reforma da saúde). Já fizemos tudo e tentamos ser justos e razoáveis."
Após a derrota no Senado, os republicanos reagiram rapidamente, apresentando uma contraproposta que permitiria a aprovação do orçamento, mas impondo um adiamento de um ano na exigência do Obamacare de que as pessoas adquiriam um plano de saúde ou sejam multadas.
A proposta também prevê que membros do Congresso tenham que pagar integralmente por sua própria cobertura, eliminando a prevista contribuição do governo.
Dessa forma, o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, irá comandar uma terceira tentativa de enfraquecer o Obamacare, depois de ter buscado primeiramente eliminar a refoma por completo e, depois, atrasar sua implementação por um ano.
“Nós iremos nos mobilizar aqui nas próximas horas para analisar a proposta do Senado, adicionar o atraso de um ano na obrigação individual imposta aos americanos e eliminar a isenção aos membros do congresso”, disse ele.
“Trata-se de uma questão de justiça para com os americanos.”
Obama fez um pronunciamento após a votação no Senado em que disse que ainda é possível evitar uma paralisação do governo e acusou os republicanos na Câmara de criar uma crise que irá prejudicar a economia.
“Uma paralisação terá um impacto muito real e imediato sobre as pessoas”, alertou.

Endividamento

A ameaça de paralisação do governo, porém, não é a única crise que o governo americano enfrenta no momento.
Democratas e republicanos também se desentendem a respeito do aumento do limite de empréstimos por parte do governo.
O Secretário do Tesouro, Jack Lew, alertou que os Estados Unidos vão atingir o teto da dívida pública no dia 17 de outubro, ficando com a metade do dinheiro necessário para arcar com seus compromissos.
No início deste mês, Lew disse que a menos que o país possa expandir seu limite de crédito, o país terá cerca de US$ 30 bilhões para pagar dívidas, que podem chegar a US$ 60 bilhões.
Um eventual fracasso em elevar o teto da dívida pode levar o país a ficar inadimplente, o que, na avaliação de Obama, pode ser mais perigoso do que um eventual fechamento do governo.
Washington enfrentou um impasse similar em 2011. Republicanos e democratas só chegaram a um acordo no dia em que expirava o prazo para decidir sobre o aumento do teto da dívida.
Não tivesse sido resolvida, a briga poderia ter levado o país a falhar em honrar com seus compromissos financeiros. Ainda assim, o impasse foi suficiente para que a agência de crédito Standard & Poor rebaixasse pela primeira vez a nota de dívida do país.

Empresa lança planta híbrida de tomate e batata

Uma empresa britânica desenvolveu uma planta capaz de produzir simultaneamente tomates e batatas.
O vegetal híbrido foi batizado de TomTato ─ uma combinação das palavras "tomato" e "potato" (tomate e batata, respectivamente, em inglês).
Sediada em Ipswich, no leste da Inglaterra, a companhia responsável pelo produto, Thompson and Morgan, afirmou que as plantas híbridas não foram geneticamente modificadas.
Plantas similares já foram criadas no Reino Unido, mas a empresa disse que é a primeira vez que elas foram produzidas em escala comercial.
Guy Barter, da Sociedade Real de Horticultura (RHS, na sigla em inglês), afirmou que a entidade está acompanhando a descoberta com "interesse real".

Sabor

Barter disse que já foram criadas muitas dessas plantas – partir de uma técnica conhecida como enxertia –, mas que o sabor dos seus frutos sempre foi um problema.
"No passado, nunca botamos fé nessas plantas – não eram muito boas –, mas a enxertia vem funcionando a trancos e barrancos nos últimos anos", disse ele.
"(Mas) a Thompson and Morgan é uma companhia de reputação e tem muito a perder; não descartaria que (a planta híbrada) possa ser valiosa para eles. Muitas pessoas não têm muito espaço em seus jardins, e imagino que o produto desperte seu interesse."
Paul Hansord, diretor da Thompson and Morgan, disse que os tomates da planta híbrida são mais saborosos do que muitos dos comprados nos supermercados e afirmou que a planta exigiu uma década de trabalho.
"Foi muito difícil desenvolver essa planta porque o caule do tomate e o caule da batata são muito grossos para que a enxertia funcione", explicou.
"É uma operação que exige bastante qualificação. Nós já vimos produtos similares no mercado. No entanto, ao observarmos mais detalhadamente, percebemos que muitos dos nossos concorrentes são, na verdade, uma batata plantada em um vaso com um tomate plantado no mesmo vaso. Já a nossa planta é única e não produz folhagem de batata."
A empresa diz que as plantas duram uma estação e, quando os tomates estão maduros para serem colhidos, as batatas também podem ser desenterradas.
A Thompson and Morgan acrescentou que ambas as extremidades das plantas foram testadas para o composto alfa-solanina – um veneno que pode ser produzido dependendo das condições de crescimento e armazenamento do vegetal – e foram consideradas seguras por autoridades alimentares.
Um produto similar, batizado de "Potato Tom", foi lançado em jardins da Nova Zelândia nesta semana.

Inspetores da OPAQ perto de iniciar plano de destruição de arsenal químico sírio

Os inspetores encarregados de supervisionar a destruição do arsenal químico da Síria são esperados na terça-feira em Damasco, de onde saíram nesta segunda-feira os especialistas da ONU que investigam o suposto uso de armas químicas no conflito.
O presidente sírio, Bashar al-Assad, declarou que o país acatará a resolução das Nações Unidas sobre armas químicas adotadas na sexta-feira pela ONU e destruirá o arsenal sob a supervisão da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).
Mas novas divergências entre russos e ocidentais no Conselho de Segurança poderiam comprometer o andamento dos trabalhos.
Nesta segunda-feira, o Conselho deve analisar um projeto de declaração pedindo a Damasco para facilitar o acesso à população pelas agências humanitárias da ONU.
No campo de batalha, os ataques aéreos do regime prosseguem sobre posições rebeldes nas províncias de Homs (centro) e Aleppo (norte), enquanto um carro-bomba "matou e feriu uma dezena de membros das forças de Assad" em uma barreira ao oeste de Damasco, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Os seis especialistas em armas químicas da ONU deixaram a Síria nesta segunda-feira, ao fim da investigação sobre a suposta utilização deste tipo de armamento em sete locais perto de Damasco e no norte do país.
Os especialistas, liderados por Aake Sellström, já haviam investigado um ataque com armas químicas em 21 de agosto, perto de Damasco, que provocou quase 1.500 mortes, segundo Washington. Em seu relatório, publicado em meados de setembro, eles destacaram o uso de gás sarin em larga escala no ataque, sem apontar os responsáveis.
Durante a atual missão, os especialistas "receberam vários documentos e amostras e realizaram várias entrevistas", segundo a ONU.
Os especialistas da ONU abrem espaço para um grupo de 20 inspetores da OPAQ, que desembarcaram nesta segunda-feira em Beirute, antes de viajar para Damasco na terça-feira para inspecionar locais de produção e armazenamento de armas químicas na Síria.
"Até o momento, não temos razões para duvidar das informações fornecidas pelo regime sírio", declarou um funcionário da OPAQ.
Damasco forneceu à OPAQ em 19 de setembro uma lista de locais de produção e de armazenamento de seu arsenal, como parte de um acordo russo-americano de desarmamento químico da Síria.
De acordo com especialistas, a Síria tem mais de 1.000 toneladas de armas químicas, incluindo gás sarin e mostarda.
O governo alemão reconheceu nesta segunda-feira ter autorizado a exportação para a Síria de 360 toneladas de produtos que poderiam servir para a fabricação de armas químicas entre 1998 e 2011.
Diante da Assembleia Geral da ONU, o ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Mouallem, repetiu que seu país cumprirá "plenamente" seus compromissos em matéria de desarmamento químico. Ele voltou a acusar os países ocidentais de fornecer produtos tóxicos a grupos da oposição e de submeter a Síria a sanções "desumanas".
A resolução também cobra a realização de uma conferência internacional em Genebra para decidir uma solução política para o conflito.
Durante uma entrevista à rede italiana Rai 24, Assad assegurou que respeitará a decisão da ONU.
"Nossa história demonstra que sempre respeitamos nossa assinatura em todos os tratados que firmamos".
Assad, no entanto, disse que a Europa não tem a capacidade necessária para desemprenhar um papel-chave nas negociações de paz sobre a Síria.
"Sinceramente, a maioria dos países europeus não tem a capacidade de desemprenhar um papel na Genebra 2 (conferência de paz sobre a Síria), já que não possui o que é necessário para ter sucesso neste papel", afirmou.
Quanto a oposição, Assad ressaltou que para ele, "os homens armados são terroristas".
"Não importa qual partido político participe da conferência de Genebra, mas não podemos, por exemplo, conversar com organizações ligadas à Al-Qaeda ou com terroristas. Não podemos negociar com pessoas que pedem uma intervenção militar na Síria", declarou, em referência à Coalizão Nacional de oposição síria.
Outro ponto que pode dificultar os próximos passos é o projeto de "declaração da presidência" proposto por Luxemburgo e Austrália.
Ele prevê autorizar comboios de ajuda a partir de países vizinhos. Segundo diplomatas, a Rússia pode se opor, já que a ajuda chegaria diretamente à oposição.
Em Genebra, o comitê executivo do Alto Comissariado da ONU para os refugiados (Acnur) falou de uma catástrofe humanitária e alertou para a desestabilização a longo prazo dos países vizinhos da Síria, que já receberam mais de dois milhões de refugiados, no "maior deslocamento populacional no mundo" em 30 anos.
O governo sírio estimou que o conflito custou desde março de 2011 cerca de 1,5 bilhão de dólares ao setor de turismo, que representava em 2010 12% do PIB sírio e 11% dos empregos gerados.

Número de vítimas de ataques no Iraque se aproxima de pico de 2008

Os últimos atentados a bomba que sacudiram Bagdá estão gerando temores de que o Iraque volte a passar por uma onda de violência semelhante à de 2008, quando mais de 6,7 mil pessoas morreram.
Uma série de explosões com carros-bomba na hora do rush da manhã nesta segunda-feira matou um total de ao menos 41 pessoas e feriu mais de 130 na capital iraquiana.
Foram 13 ataques que tiveram como alvo mercados e estacionamentos em distritos com maioria xiita da cidade. Em um dos mais sangrentos, sete pessoas morreram e 75 ficaram feridas em uma feira movimentada no bairro de Cidade Sadr, no leste da capital.
Desde o início do ano, quase cinco mil pessoas morreram em episódios de violência semelhantes no Iraque, segundo dados das Nações Unidas.

Violência sectária

Nenhum grupo assumiu a autoria dos atentados desta segunda-feira, mas insurgentes sunitas têm sido apontados como autores de episódios similares ocorridos recentemente.
O ministro do Interior acusou rebeldes ligados à al-Qaeda de explorar divisões políticas e conflitos regionais para disseminar a violência.
Desde 2008, o número de mortes em atentados no Iraque vinha diminuindo até atingir 2,7 mil em 2011. Em 2012, voltou a aumentar, fechando o ano com 3,2 mil mortes.
A onda de violência aumentou em abril, quando o governo realizou uma incursão armada contra um acampamento sunita montado como forma de resistência ao governo no norte da capital.
Incursões desse tipo, visando supostos esconderijos da al-Qaeda em distritos sunitas de Bagdá, teriam aumentado o ressentimento dessa parcela da população.
Muitos muçulmanos da minoria sunita se sentem excluídos da tomada de decisões e dizem sofrer abusos por parte das forças de segurança.
No dia 21 de setembro, 60 pessoas haviam sido mortas em um velório em Cidade Sadr.

Síria

Segundo o repórter da BBC no Iraque Rafid Jaboori, o aumento da violência no Iraque ocorre em um momento em que um processo político que poderia pacificar o país avança com dificuldade.
Há duas semanas, líderes de um grupo formado pelos principais partidos do país assinaram um acordo com o objetivo de frear a violência.
Eles o chamaram de “código de honra”, mas o acordo não impediu que novos atentados ocorressem.
Depois dos atentados desta segunda-feira, o porta-voz do Ministério do Interior disse a Jaboori que a violência na Síria estava já se fazendo sentir no Iraque. O porta-voz disse que o desafio de pacificar o Iraque é imenso, e o processo político instável só o torna mais difícil.
A Al-Qaeda no Iraque, um grupo extremista sunita, já assumiu responsabilidade pela maioria dos ataques contra áreas xiitas. Entretanto, nenhum partido político ligado aos sunitas tem respaldado o uso de violência contra os xiitas.

Rixa sobre plano de saúde agita votação-chave no Congresso dos EUA

O governo americano corre o risco de ficar à beira da paralisação por causa da estratégia do Partido Republicano de evitar a aprovação do orçamento até o prazo final para um acordo no Congresso americano — que expira na meia noite de segunda-feira.
Por causa dessa estratégia, líderes e congressistas republicanos têm sido acusados de fazer pirraça à moda do movimento ultraconservador Tea Party e chegaram a ser comparados a homens-bomba ou motoristas adolescentes irresponsáveis.
O que pode acontecer à meia noite desta segunda-feira, quando acaba o prazo para o Congresso aprovar um novo orçamento para os próximos 12 meses, não chega a ser um Armagedom, mas não vai ser bonito de se ver.
Se os congressistas não passarem o orçamento, cerca de um terço dos dois milhões de funcionários públicos federais vai ser orientada a ficar em casa.
Parques e museus federais vão fechar; aposentados e pessoas que recebem benefícios do governo vão sofrer calote, e serviços como emissão de vistos e passaportes, assim como outros serviços considerados não essenciais, devem ser afetados.
No centro do debate entre democratas e republicanos está o polêmico projeto de lei de reforma da Saúde de Obama, conhecido como Obamacare.
Na manhã de domingo, a Câmara dos Representantes, de maioria republicana, aprovou emendas na lei orçamentária proposta pelo Senado que preveem a remoção de financiamento para o Obamacare, aumentando as chances de suspensão do programa.
O líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, prometeu vetar a proposta republicana.
"O Senado fará exatamente o que dissemos que faríamos: rejeitar as medidas", disse Adam Jentleson, porta-voz de Reid.
"Neste momento, os republicanos vão se confrontar com a mesma opção com que já se confrontaram no passado: aprovar o orçamento ou forçar a paralisação do governo."

Vontade das pessoas

O porta-voz da Casa Branca Jay Carney disse que qualquer membro do Partido Republicano que votar a favor das alterações propostas pelo partido estará apoiando a estagnação do governo, acrescentando que o presidente Obama vetará as propostas.
Os republicanos na Câmara dos Comuns são todos conservadores, todos odeiam o Obamacare e acham que os gastos do governo são irresponsáveis e escapam pelas mãos.
Sua estratégia é insistir em que sua posição é "a vontade das pessoas" - que, segundo eles, também odeiam o Obamacare.
Eles se baseiam não apenas em vacilantes pesquisas de opinião, mas no que ouvem de eleitores em seus distritos e programas de rádio.
Este é um ponto de discórdia entre dois tipos de republicanos, os que correm às barricadas e querem ser conhecidos como "heróis de uma revolução" e os que acham que a questão não faz muito sentido, mas não querem ser tachados de traidores e covardes.

Crise da dívida

Uma eventual estagnação do governo seria a primeira em 17 anos, mas não seria a única crise que o governo americano enfrenta no momento.
Democratas e republicanos também se desentendem a respeito do aumento do limite de empréstimos por parte do governo.
O Secretário do Tesouro, Jack Lew, alertou que os Estados Unidos vão atingir o teto da dívida pública no dia 17 de outubro, ficando com a metade do dinheiro necessário para arcar com seus compromissos.
No início deste mês, Lew disse que a menos que o país possa expandir seu limite de crédito, o país terá cerca de US$ 30 bilhões para pagar dívidas, que podem chegar a US$ 60 bilhões.
Um eventual fracasso em elevar o teto da dívida pode levar o país a ficar inadimplente, o que, na avaliação de Obama, pode ser mais perigoso do que um eventual fechamento do governo.
Washington enfrentou um impasse similar em 2011. Republicanos e democratas só chegaram a um acordo no dia em que expirava o prazo para decidir sobre o aumento do teto da dívida.
Não tivesse sido resolvida, a briga poderia ter levado o país a falhar em honrar com seus compromissos financeiros. Ainda assim, o impasse foi suficiente para que a agência de crédito Standard & Poor rebaixasse pela primeira vez a nota de dívida do país.

domingo, 29 de setembro de 2013

Explosões deixam mais de trinta mortos no Paquistão

Atentados ocorreram em mercado lotado. Há ao menos setenta feridos

Explosões individuais no noroeste do Paquistão cidade de Peshawar no Paquistão
Explosões deixam mais de trinta mortos em Peshawar, noroeste do Paquistão (Khuram Parvez/Reuters)
Duas explosões em Peshawar, noroeste do Paquistão, perto da fronteira com o Afeganistão, deixaram ao menos 33 mortos e setenta feridos neste domingo. Segundo a polícia, pelo menos uma das explosões foi causada por um carro-bomba. As explosões atingiram um mercado lotado.
Os ataques ocorrem uma semana depois de dois atentados suicidas deixarem oitenta mortos em uma igreja protestante na cidade. Na última sexta, ao menos 17 pessoas forma mortas na explosão de um ônibus que transportava funcionários do governo e passava perto de Peshawar.
Leia também: Paquistão liberta ex-número dois dos talibãs afegãos
A cidade tem sido alvo de vários ataques de responsabilidade dos talibãs nos últimos anos. As explosões deste domingo, contudo, ainda não foram assumidas por nenhum grupo e um porta-voz dos grupo Tehrik-i-Taliban condenou o ato.
O número de mortos ainda pode aumentar, uma vez que muitos dos feridos estão em estado crítico. Dezoito pessoas de uma mesma família que participaria de um casamento na cidade morreram no ataque, informou a rede americana CNN.
Os ataques colocam em dúvida a capacidade do primeiro-ministro Nawaz Sharif garantir a segurança no país. Após uma reunião de autoridades locais, foi anunciada neste domingo a criação de uma força tarefa para ajudar a controlar a situação em Peshawar. No início deste mês, o governo anunciou planos de realizar uma negociação de paz com os talibãs e retirar tropas da região noroeste, a mais volátil do país.

Cabral critica ocupação do plenário da Câmara do Rio por professores e defende diálogo

Ter a participação da população é muito importante.O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, disse hoje (29) que a melhor forma de defender as reivindicações é por meio de diálogo, ao falar sobre a ocupação do plenário do Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara Municipal do Rio, por professores. Cabral não quis comentar se houve excessos da Polícia Militardurante a desocupação, na noite de ontem (28), conforme informaram professores. Ele disse que não viu as imagens e por isso não pode julgar o comportamento dos policiais.
“Ter a participação da população é muito importante”, avaliou. “A democracia estabelece ritos e deve ser sempre, em tese, dessa maneira. Como ex-parlamentar e [ex-]chefe do Legislativo, [acho que] a participação da população deve ser sempre dentro do que se chama direitos e deveres, mas, se houve enfrentamento ou não, eu não sei. Não vi as imagens. Em tese, ocupar também o plenário do Poder Legislativo não é a melhor forma de se dialogar e de se acompanhar qualquer tipo de debate”, disse.
O governador deu as declarações durante a inauguração das obras da Cidade da Polícia, no Jacarezinho, zona norte do Rio, que teve um investimento de R$ 170 milhões. No local funcionará um complexo destinado à investigação policial, equipado para receber 13 delegacias especializadas, além da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), de cinco órgãos da Chefia de Polícia e de uma prefeitura para cuidar da área administrativa. Segundo o governo do estado, a polícia do Rio ganhará agilidade na troca de informações entre as delegacias especializadas.

RJ: PM nega uso de gás em professores, mas diz ter sido 'enérgica'

Professores da rede municipal fizeram novo protesto na manhã deste domingo

O comandante da polícia militar do Rio de Janeiro, Luis Castro, negou o uso de violência por parte da tropa de choque na desocupação dos professores da Câmara de Vereadores na noite de sábado. "Em momento algum usamos gás de pimenta ou lacrimogêneo dentro da Câmara" afirmou, admitindo, por outro lado, o uso de força do lado de fora.
"Quiseram dificultar o trabalho da polícia e tivemos que ser mais enérgicos", disse durante a inauguração da Cidade da Polícia, na manhã deste domingo, no Rio. Castro negou também o uso de balas de borracha. "Desde o dia 3 de setembro não utilizamos mais balas de borracha", garantiu.


Na ausência do prefeito Eduardo Paes na cerimônia, apesar de estar na lista de convidados, coube ao governador Sérgio Cabral fazer uma análise da greve dos professores, que segue tanto no Estado quanto no município.
Cabral, contudo, não quis opinar sobre a ação da polícia. "Não vi as imagens e não posso dar opinião se houve ou não truculência", declarou, criticando a ocupação do plenário da casa por parte dos professores.
"Como ex-chefe do poder legislativo, a participação da população deve se dar sempre dentro das normas de direitos e deveres", disse. Para Cabral, ocupar uma casa como a Câmara dos Vereadores não é a melhor forma de dialogar e ganhar qualquer tipo de debate.
Os professores da rede municipal que ainda estão na frente da Câmara dos Vereadores fizeram novo protesto na manhã deste domingo. Já os professores da rede estadual prometem para a próxima terça-feira uma grande passeata.
A concentração está marcada para as 11h, no Largo do Machado, de onde vão marchar em direção ao Palácio Guanabara. Depois, caminham até a Câmara de Vereadores em apoio aos professores da rede municipal e, finalmente, encerram a passeata com um ato em frente à Assembleia Legislativa do Rio.

Bióloga brasileira ficará presa por dois meses na Rússia

Ana Paula Maciel | Foto: Greenpeace
Bióloga ficará detida por dois meses com outros ativistas até o fim das investigações
A Justiça russa ordenou a prisão preventiva da bióloga brasileira Ana Paula Maciel, que foi detida a bordo de um navio do Greenpeace no norte do país nesta semana, juntamente com outros ativistas do Greenpeace.
Em uma nova audiência neste domingo, as autoridades decidiram manter presos por dois meses oito dos ativistas do barco Arctic Sunrise que ainda precisavam depor - entre eles a brasileira.
Na quinta-feira passada, o tribunal na cidade de Murmansk decidiu que outros 20 ativistas da ONG ambiental teriam que ficar presos por cerca de dois meses, até o fim das investigações. Eles são acusados de pirataria.
Ao todo, 28 ativistas de 18 países – além de um fotógrafo e um cinegrafista que cobriam a ação – permanecem sob custódia por este período.
Em nota, o Greenpeace negou as acusações e disse que vai recorrer da decisão.
Organizações ambientais e de direitos humanos, como WWF e Anistia Internacional, divulgaram notas em apoio aos manifestantes do Arctic Sunrise.
Em comunicado em seu site, a organização Repórteres sem Fronteiras disse que a prisão do fotógrafo Denis Sinyakov, que cobria a ação, é uma "violação inaceitável ao direito à informação".

Jaulas

A embarcação do Greenpeace foi interceptada pela guarda costeira russa no mar ao norte do país no dia 18 de setembro.
Os membros da tripulação foram levados em ônibus para a sede do Comitê Investigativo de Murmansk, e depois detidos em diferentes locais.
Um dia antes, em um protesto contra a exploração de petróleo no Ártico, dois deles subiram em uma plataforma operada pela empresa russa Gazprom na região.
Os ativistas foram conduzidos ao tribunal de Murmansk algemados e colocados dentro de jaulas de metal. Lá, ouviram a argumentação da promotoria - que os acusa de "pirataria de grupo organizado" - de que eles poderiam tentar escapar se a prisão não fosse mantida.
Na última quarta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, havia dito que "obviamente" os ativistas "não são piratas", mas afirmou que eles violaram leis internacionais ao se aproximar perigosamente de uma plataforma de petróleo.
"Não infringimos nenhuma lei e acreditamos que houve uso da força desproporcional pela guarda costeira e pela polícia russa", afirmou Fabiana Ferreira Alves, coordenadora da campanha de clima e energia do Greenpeace no Brasil.
"A acusação de pirataria não tem fundamentos porque nosso grupo não fez uso da força."

Professores do Rio seguem mobilizados após violenta desocupação na Câmara

Professores foram agredidos com gás de pimenta e armas elétricas, durante a violenta desocupação da Câmara, na madrugada deste domingo
A Polícia Militar do Estado do Rio obrigou os professores e pessoal de apoio às escolas a saírem da Câmara Municipal, no Centro do Rio. Dois professores que estavam na ocupação foram presos – Gustavo Kelly e Ercio Novaes. Foram usadas armas de choque e um dos manifestantes, mesmo desmaiado, foi levado pela polícia. Eles foram conduzidos à 5ª DP, na Avenida Gomes Freire, para onde a direção do Sepe e advogados seguiram. Ambos foram liberados na manhã deste domingo.
Mas a ação violenta da PM não desanimou os profissionais, que seguem mobilizados do lado de fora da Câmara. Mesmo fora do Plenário, a PM também agiu com violência: profissionais que apoiavam os professores e funcionários da ocupação (a maioria formada por mulheres), foram atingidos por bombas de efeito moral, bombas de gás, gás de pimenta e cassetetes.
Para marcar o repúdio contra a falta de democracia dos governos Paes e Cabral e contra a violência da PM, os profissionais de educaçao da rede municipal promoveram neste domingo um “piquenique” na porta da Câmara de Vereadores. O ato está teve início às 10h, bem em frente à entrada lateral do prédio, onde parte da categoria se encontra acampada desde quinta-feira.
No início da manhã, ocorreu um bate-boca entre policiais e manifestantes do grupo Ocupa Câmara depois que dois carros do Choque estacionaram perto da entrada lateral do palácio. Uma hora depois, os veículos foram retirados.

Líder do Al-Shabab é 'culto e estudioso'

O grupo militante islâmico Al-Shabab da Somália foi o responsável pelo ataque em Nairóbi
Ele é um dos homens mais procurados pelos Estados Unidos. O governo americano, que o colocou em sua lista de terroristas, oferece uma recompensa de US$ 7 milhões (R$ 15,7 milhões) por sua captura.
Mas encontrá-lo não será nada fácil. Embora raramente seja visto em público, suas mensagens são amplamente divulgadas na Internet, e aqueles que o conhecem o descrevem como um sujeito cruel e brutal.
Seu nome é Ahmed Abdi Aw-Mohamed Godane, um dos fundadores da Karakat Shabaab al-Mujahedin, ou Al-Shabab, o grupo que nos últimos dias fez manchetes pelo mundo após o ataque no Shopping Westgate, no Quênia.
Nascido em Hargeisa, na região separatista da Somalilândia, no norte da Somália, acredita-se que Godane tenha entre 30 e 40 anos.

Culto e implacável

"Ele é conhecido como culto e estudioso. Muitas vezes recitava poemas para ilustrar seus discursos. Cita versos do Corão, e artigos acadêmicos obscuros", diz Yonis Nur, jornalista somali da BBC África.
"Ele fala bem tanto em árabe como em somali e, geralmente, grava e posta suas mensagens na Internet".
Mas Godane, também conhecido como Abu Zubeyr ou Moktar Ali Zubair, foi capaz de eliminar impiedosamente muitos de seus rivais pelo poder no Al-Shabab.
"Estudou no Paquistão no anos 1990, e lá se envolveu com círculos do jihad. Em seguida viajou para o Afeganistão, onde foi treinado pela Al Qaeda", disse Nur.
Dahir Aweys se rendeu ao governo da Somália, no que foi visto como um "golpe" dentro do Al-Shabab.
"Quando voltou para Somalilândia, ele organizou diversos grupos religiosos fundamentalistas locais e se juntou ao Al-Shabab".
Mas em 2008, quando o então líder supremo da organização, Moalim Aden Hashi Ayro, morreu em um ataque aéreo liderado pelos Estados Unidos, Godane começou uma luta implacável pelo poder do Al- Shabab.
"Enquanto seus rivais dentro do grupo, como Sehikh Hassan Dahir Aweys, buscavam uma abordagem mais local dentro da Somália, o objetivo de Godane sempre foi marcar presença internacional", Nur acrescentou.
"Assim, em 2010 Godane anunciou sua parceria com a Al Qaeda."
Em julho passado, Hassan Dahir Aweys se entregou ao governo da Somália, e muitos de seus companheiros estão mortos.
Segundo Nur, essa rendição foi resultado de um "golpe" orquestrado por Godane, o que para muitos foi o triunfo da "linha dura" dentro Al-Shabab.

Linha dura

"Com apenas um golpe, Godane conseguiu realinhar a dinâmica da liderança radical do grupo e consolidou ainda mais seu poder ao se livrar de seus principais detratores", disse o analista somali Abukar Hassan, um especialista da Royal African Society na Grã-Bretanha.
Entre os detratores que morreram durante o "golpe" estavam o co-fundador do Al-Shabab, Ibrahim al Afghani, um aliado próximo de Osama bin Laden, e um outro líder, Burhan Maalim.
Godane saiu vitorioso desta luta pelo poder e, nos últimos meses, tem realizado uma série de ataques dentro e fora da Somália, sempre intensificando sua campanha militar para se estabelecer como uma força mais radical, violenta e com uma agenda mais ampla e internacional.
"A mensagem enviada por Godane após o ataque em Nairobi, o mais mortal realizado pelo grupo até hoje, foi a de que esta foi uma retaliação à presença das força armadas quenianas na Somália", disse Nur.
"Mas, na verdade, a intenção do ataque era consolidar sua posição como líder da organização, e sua nova agenda globalizada", acrescenta.
Na Somália, no entanto, o grupo é isolado.
Nas áreas controladas pelo Al-Shabab na Somália, Godane impôs a estrita lei islâmica Sharia, que foi posta em prática com execuções públicas, amputações e apedrejamentos.
"Isso gerou falta de apoio, e um isolamento do grupo na Somália. Mas eles continuam com a busca por jovens para se juntar à sua causa", diz Nur.

Estratégia globalizada

Hammami, ex-chefe de propaganda do grupo, foi morto em emboscada depois de criticar Godane
Apesar das críticas que recebe dentro do Al-Shabab, Godane continua a eliminar seus oponentes.
A vítima mais recente, acredita-se, foi Omar Shakif Hammami, um conhecido dos Estados Unidos que foi chefe de propaganda do grupo.
Em entrevista ao Voz da América este mês, Hammami classificou Godane como "controlador e obsessivo", e em seguida tuitou que o líder do Al Shabab "havia enlouquecido".
No dia 12 de setembro foi noticiado que Hammami havia sido morto em uma emboscada por militantes do Al-Shabab.
Os especialistas agora preveem que Godane continuará com sua estratégia jihadista "globalizada" contra alvos tanto na Somália como na região. E continuará a trabalhar em estreita colaboração com a Al Qaeda.
"Por mais de três décadas, (o Al-Shabab) sob o controle de Dahir Aweys definiu a narrativa do islâmismo político, que ganhou tanto amigos como inimigos dentro dos movimentos islâmicos", disse à BBC Abdi Aynte, analista e diretor-executivo do Instituto do Patrimônio de Estudos Políticos, com sede em Mogadíscio, na Somália.
"Aweys (classificado como terrorista pelos Estados Unidos em 2001), apoiava, principalmente, a ideologia nacionalista na Somália."
"Ele argumentava que o islâmismo era a única resposta para a Somália e o único fator unificador contra o tribalismo e as facções."
Mas a geração mais jovem que está sendo lidera por Godane, acrescenta o especialista, "simplesmente está presa ao culto ao martírio, alimentado pela Al Qaeda."
"Eles não se importam com a opinião pública. O que eles querem é estabelecer um Estado islâmico através da conquista militar. E o que eles desejam, ao invés de poder, é o martírio", diz Aynte.
E como diz Yonis Nur, "enquanto o caos reinar na Somália, as coisas não vão mudar no país."
"E o Ocidente, que até agora ignorou o que acontece na Somália, deve perceber que o problema, como demonstrou o ataque em Nairobi, não é algo local. Tornou-se um problema global."

EUA: agência de espionagem faz "mapa social" de cidadãos americanos

O objetivo seria rastrear conexões entre alvos estrangeiros dos serviços de inteligência e pessoas que moram nos EUA

Há quase três anos a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos vem coletando informações para mapear as conexões sociais de alguns americanos, permitindo o governo a identificar com quem se associando, por onde andam, quais companhias usam para viajar e outras informações pessoais, informou o jornal The New York Times no sábado. 
Citando documentos fornecidos pelo ex-analista de sistemas da agência Edward Snowden, o jornal diz que a NSA começou a permitir a análise de conversas telefônicas e de registros de e-mails em novembro de 2010 para examinar a rede de conexões de alguns americanos.


Segundo o NYT, um memorando interno da NSA de janeiro de 2011, a agência decidiu permitir a prática para ajudar a "descobrir e rastrear" conexões entre alvos estrangeiros da inteligência americana e pessoas que vivem dentro dos Estados Unidos. 
Segundo os documentos fornecidos por Snowden, a NSA coleta os dados a partir do sistema bancário, de fontes públicas e comerciais, perfis do Facebook, localização de GPS, registros de impostos, entre outras fontes.

sábado, 28 de setembro de 2013

A adolescência acaba aos 25 anos?

Psicólogos britânicos especializados no tratamento de jovens estão sendo orientados a considerar que hoje a adolescência vai até os 25 anos.
"Estamos nos tornando mais conscientes e valorizando o desenvolvimento que vai além (de 18 anos) e eu acho que é uma boa iniciativa", diz a psicóloga infantil Laverne Antrobus, da Clínica Tavistock de Londres.
"A ideia de que de repente aos 18 anos você é adulto não parece real," diz Antrobus.
"Na minha experiência com jovens eu percebi que mesmo depois dos 18 anos eles ainda precisam de muito apoio e ajuda."
Psicólogos infantis estão trabalhando com uma nova faixa etária, que vai de 0 a 25 anos, e não mais de 0 a 18 anos.

Desenvolvimento contínuo

A ideia por trás da nova orientação é ajudar a garantir que, ao completar 18 anos, os jovens possam usufruir do mesmo amparo e tratamento que vinham tendo dos sistemas públicos de saúde e educação.
A mudança acompanha os desenvolvimentos em relação à nossa compreensão sobre maturidade emocional, desenvolvimento hormonal e atividades específicas do cérebro.
"A neurociência tem feito esses enormes avanços que mostram que o desenvolvimento não para em uma determinada idade, e que há evidência de evolução do cérebro além dos vinte e poucos anos e que, na verdade, essa pausa no desenvolvimento acontece muito mais tarde do que pensávamos", diz Antrobus.
Existem três fases da adolescência — a adolescência inicial, que vai dos 12 ao14 anos; a adolescência intermediária, dos 15 ao17 anos; e adolescência final, dos 18 anos para cima.
A neurociência tem mostrado que o desenvolvimento cognitivo de um jovem segue adiante neste último estágio, e que sua maturidade emocional, autoimagem e julgamento serão afetados até o córtex pré-frontal do cérebro se desenvolver totalmente.
Juntamente com o desenvolvimento do cérebro, a atividade hormonal também continua até os vinte e poucos anos, diz Antrobus.
"Eu encontro crianças e jovens entre 16 e 18 anos com uma atividade hormonal tão grande que é impossível imaginar que esta vá se estabelecer no momento em que completarem 18 anos", diz Antrobus.
Ela diz que alguns adolescentes podem querer ficar mais tempo com suas famílias porque eles precisam de mais apoio durante esses anos de formação, e que é importante que os pais percebam que nem todos os jovens se desenvolvem no mesmo ritmo.

Jovens infantilizados

Há algum indício de que poderíamos estar criando uma nação de jovens que relutam em deixar a adolescência para trás?
Programas de televisão estão repletos desses estereótipos de jovens adultos que não querem assumir as responsabilidades da vida adulta.
E há aqueles personagens que querem romper com seus pais ou responsáveis autoritários e super protetores e virar adultos, mas têm dificuldade em cortar os laços familiares.
Frank Furedi, professor de sociologia na Universidade de Kent, diz que temos jovens infantilizados e que isso levou a um número crescente de homens e mulheres que aos vinte e poucos anos ainda vivem em casa.
"Questões econômicas são normalmente usadas como desculpa, mas na verdade não é esse o real motivo", disse Furedi.
"Há uma perda da aspiração por independência e um medo de viver sozinho. Na época em que fui para a faculdade, ser visto com os pais significava uma morte social, enquanto que hoje é uma norma."
"Então temos hoje esse tipo de mudança cultural que significa, basicamente, que a adolescência se estende em seus vinte e tantos anos, e que isso pode prejudicar você de várias maneiras. Eu acho que o que a psicologia faz é, inadvertidamente, reforçar esse tipo de passividade, impotência e imaturidade e normaliza essa situação. "
A série de TV americana 'Girls' fala sobre as dificuldades do início da vida adulta
Furedi diz que essa cultura infantilizada intensificou a sensação de "dependência passiva" que pode dificultar as relações adultas.
"Há um crescente número de adultos que estão assistindo filmes infantis no cinema," disse Furedi. "Se analisarmos os canais infantis de televisão nos Estados Unidos, veremos que 25% da audiência são adultos, e não crianças."
Ele não concorda que o mundo moderno seja mais difícil para os jovens viverem.
"Eu não acho que o mundo tenha se tornado mais cruel, mas a questão é que temos protegido demais as nossas crianças desde cedo. Quando elas têm 11, 12, 13 anos, não as deixamos sair sozinhos. Quando elas têm 14, 15 anos, nos metemos tanto na vida deles que os privamos de uma experiência de vida real. Tratamos estudantes de universidade da mesma maneira que tratávamos alunos de escola, e é esse tipo de efeito cumulativo de infantilização que eu acho ser o responsável por isso."

Rito tradicional

Mas será que os pais devem realmente incentivar mais os adolescentes a traçar o seu próprio caminho no mundo?
A série de televisão Girls — em que a personagem central Hannah Horvath luta com a vida adulta — capturou o zeitgeist (espírito da época). Os pais de Hannah não a ajudam mais financeiramente e ela tem que morar sozinha e cometer seus próprios erros.
Um dos ritos tradicionais de passagem para a vida adulta foi sempre sair de casa, mas a apresentadora de televisão, especialista em propriedades, Sarah Beeny, diz que os adolescentes não precisam sair da casa dos pais a fim de aprender a ser independentes, e que há enormes vantagens quando gerações diferentes vivem juntas.
"A solução para não se ter jovens inúteis de 25, 30 anos de idade vivendo com os pais não é colocá-los para fora da casa, e sim fazê-los lavar sua própria roupa, cuidar de seus gastos, pagar as contas, assumir a responsabilidade pela limpeza de seu quarto e não deixar que eles se acostumem é ter tudo feito para eles", diz Beeny.
Ela diz que os pais devem desempenhar um papel no ensino de responsabilidades-chaves, e que os jovens, em troca, podem manter seus pais atualizados.
"Eu sei que soa como um sonho utópico, mas é provavelmente o que deveríamos estar buscando. Para mim, esse é o Santo Graal... nem todo mundo que vive sozinho, em sua própria casa, está pensando: ótimo, eu estou pagando uma hipoteca."
Com tamanha atividade hormonal, e com a adolescência durando mais tempo do que se pensava, como saberemos quando realmente atingimos a idade adulta?
Para Antrobus, é quando a independência "parece algo que você deseja muito e pode adquirir".
Mas para aqueles adolescentes eternos entre nós, talvez a definição de Beeny seja mais apropriada.
"Para mim, a vida adulta é perceber que não há adultos e que todo mundo está sendo levado pela vida", diz Beeny.

Irã: Rouhani tem recepção mista após conversa com Obama

Hassan Rouhani | Foto: Reuters
Rouhani recebeu tem aval de líder supremo iraniano para negociar sobre programa nuclear
De repente, um mundo que se preocupa com um Estado nuclear imprevisível foi surpreendido por um novo tipo de poder.
Agora, é a "ofensiva de charme" do Irã que está causando uma comoção.
Um país cuja imagem costuma ser a de véus negros e punhos cerrados agora tem um presidente que sorri, pisca, tuíta e se aproxima do Ocidente.
Quando, na sexta-feira, foi divulgada a notícia de um telefonema em Nova York entre o presidente americano e o iraniano, as mídias sociais foram tomadas de excitação e euforia.
"Considerando o quão indolor foi (a conversa), e quantos milhões de pessoas aquilo deixou contentes, é impressionante que tenha demorado 34 anos para que essa ligação acontecesse", diz o especialista em Irã Karim Sadjadpour, do 'think tank' Carnegie Endowment for International Peace.

Maior tabu

Um dos tweets mais extraordinários da conta do presidente iraniano, (Clique @HassanRouhani) foi: "Em uma conversa telefônica entre os presidentes iraniano e americano agora: Clique @HassanRouhani: "Tenha um bom dia!" e Clique @BarackObama: "Obrigado, Khodahafez (Até logo, em persa)."
Depois de três décadas sem falar um com o outro, os líderes dos dois países parecem estar falando a mesma linguagem, ao menos em algumas das palavras usadas para completar os 140 caracteres no Twitter.
"O maior tabu da política iraniana foi quebrado", disse Ali Vaez, da ONG International Crisis Group.
"O maior tabu da política iraniana foi quebrado."
Ali Vaez, da ONG International Crisis Group
Em sua viagem a Nova York durante a Assembleia Geral da ONU, o presidente Rouhani até deixou de usar um dos mais marcantes slogans anti-americanos da Revolução Islâmica. Ele se referiu aos Estados Unidos como "a grande nação", ao invés de "o grande Satã".
Mas como uma celebração noturna que perde seu brilho na luz do dia, o alvoroço da conversa telefônica logo perdeu um pouco da sua atração.
Quando o presidente iraniano e sua comitiva aterrissaram em Teerã, a série de tweets descrevendo sua conversa de 15 minutos com Obama havia sido removida de sua conta.
E após uma visita a Nova York que pareceu cuidadosamente coreografada, o retorno a Teerã se tormou um lembrete caótico da política 'irritadiça' do Irã.
"Ele voltou à realidade quando pisou no solo", observou meu colega iraniano Amir Paivar, que acompanhava de Londres a chegada de Rouhani à capital.
A chamada para a realidade ao presidente veio da recepção que teve dos dois lados de uma população frequentemente dividida a respeito da abertura para o Ocidente. "Vida longa a Rouhani, mudança perpétua", cantava um dos lados, enquanto gritos de "Morte à América" eram ouvidos do outro.
Até mesmo ovos e sapatos foram atirados nele.
Rouhani chega a Teerã | Foto: AFP
População iraniana se divide em relação a abertura para o Ocidente
Thomas Erdbrink, do jornal americano The New York Times, um dos poucos jornalistas ocidentais em Teerã, disse que o "presidente Rouhani estava tentando sorrir, mas seguranças tentaram protegê-lo com um guarda-chuva, o colocaram dentro de um carro e saíram".
A proteção política foi dada pela autoridade que o recebeu - Ali Akbar Velayati, o representante do principal político do Irã, o líder espiritual aiatolá Ali Khamenei. Isso mandou um sinal de que o presidente eleito Rouhani é o homem escolhido pelo aiatolá, com poderes conferidos a ele para conseguir resultados, especialmente quando se trata de fazer diminuir as sanções que prejudicam a economia iraniana.
"A excitação está lá fora, mas ainda não a sentimos aqui", disse a mim um alto homem de negócios em Teerã por telefone. "Nada aconteceu ainda no que se refere às sanções."

Radiante

Ainda assim, as mídias sociais no Irã foram inundadas pelas esperanças cautelosas das pessoas de uma geração mais nova com acesso à internet, que vivem frustradas uma vida de regras e restrições.
Um tipo de otimismo também ficou evidente em um tweet que não foi removido da conta do presidente Rouhani. Uma fotografia mostra o clérigo de 64 anos radiante logo depois de terminar sua momentosa ligação telefônica e entrar em um avião para casa.
"O presidente Rouhani é um político pragmático. Ele teve a coragem de cultivar esse momento histórico para o descongelamento das relações com os Estados Unidos, mantendo a prudência de fazê-lo de um modo que reduziria os riscos de um retrocesso doméstico", disse Ali Vaez.
"No passado, um lado estava pronto e o outro não estava. Agora os dois lados estão se movendo ao mesmo tempo."
Trita Parsiin, presidente do Conselho Nacional Iraniano-Americano
Observadores informados acreditam que o aiatolá Khamenei, conhecido por suspeitar bastante das intenções do Ocidente, deu ao presidente reformista uma janela para mostrar resultados.
Isso pode explicar por que o presidente Rouhani falou, com surpreendente otimismo, de um acordo nuclear nos próximos três a seis meses. Mas muito dependerá de como a comunidade internacional responde a esta tentativa.
"No passado, um lado estava pronto e o outro não estava. Agora os dois lados estão se movendo ao mesmo tempo", comentou Trita Parsiin, presidente do Conselho Nacional Iraniano-Americano, falando sobre anos de oportunidades perdidas para algum tipo de conversa entre os países.
O presidente Obama deixou claro que "ainda que haja obstáculos importantes para seguir em frente e que o sucesso não esteja garantido de forma alguma, acredito que podemos encontrar uma solução abrangente".
Em Nova York, Rouhani reiterou sua principal demanda em anos de conversas prolongadas sobre a questão ncuclear. "Nós nunca iremos renunciar ao nosso direito inerente de nos beneficiarmos da tecnologia nuclear pacífica, incluindo o enriquecimento (de urânio)."
Mas ele também enfatizou que o Irã "não deixaria nenhuma pedra sem virar" para garantir ao mundo que seu programa nuclear é inteiramente pacífico.
Ainda há algum ceticismo e cinismo a respeito deste novo Irã. O maior alerta veio do primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu, que foi descrito pelo presidente iraniano como "um lobo em pele de cordeiro".
Barack Obama ao telefone com Rouhani | Foto: AFP
Estados Unidos e aliados pedem que Irã abandone completamente o enriquecimento de urânio
A mudança de tom será testada na próxima rodada de conversas entre o Irã e as potências mundiais em Genebra em meados de outubro.
O primeiro encontro em Nova York, onde o ministro das Relações Exteriores Javad Zarif, educado nos Estados Unidos, abriu a reunião e sentou perto do secretário de Estado John Kerry, mandou uma mensagem substancial de mudança ainda maior que a ligação dos presidentes.
No fim, a situação se resumirá a muitos meses de conversas face a face entre os dois países, com um histórico de inimizade e visões de mundo fundamentalmente diferentes, que agora perceberam que têm boas razões para se empenharem em um diálogo.
Certamente também haverá muito mais chamadas telefônicas mundanas e, talvez, uma série de tweets mais contidos.
De repente, um mundo que se preocupa com um Estado nuclear imprevisível foi surpreendido por um novo tipo de poder.

Conselho de Segurança adota resolução sobre armas químicas na Síria

Os 15 membros do Conselho de Segurança aprovaram por unanimidade resolução sobre a Síria
O Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade uma resolução para acabar com as armas químicas na Síria.
Em uma sessão em Nova York, os 15 membros apoiaram o projeto de documento acordado anteriormente pela Rússia e os Estados Unidos.
O acordo rompe um impasse de dois anos e meio na ONU sobre a Síria, onde acontece uma dura batalha entre forças do governo e rebeldes.
A votação aconteceu logo após o comitê executivo da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) ter concordado em um plano para destruir o arsenal da Síria até meados de 2014.

Decisão histórica

Falando após a votação em Nova York, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, descreveu a decisão como "histórica".
Ele pediu que o governo sírio implemente a resolução "fielmente e sem atrasos", e também anunciou uma data provisória de meados de novembro para uma nova conferência de paz em Genebra.
O secretário de Estado americano John Kerry disse que a ONU demonstrou que "a diplomacia pode ser tão poderosa que pode pacificamente desarmar as piores armas de guerra".
O chanceler russo, Sergei Lavrov também elogiou a medida, e disse que Moscou estava pronta para participar de "todas as operações" na Síria.
No entanto, ele ressaltou que o sucesso dos esforços internacionais "não era apenas sobre os ombros de Damasco" e que a oposição síria deve cooperar.
A resolução da ONU condena o uso de armas químicas, mas não atribui culpa.
O texto tem duas exigências obrigatórias: que a Síria abandone seu arsenal de armas, e que os especialistas em armas químicas recebam acesso irrestrito.
Apesar de o projeto se referir ao Capítulo 7 da Carta da ONU, que permite o uso da força militar, uma segunda resolução autorizando tal medida seria necessária.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse mais cedo que um acordo entre os membros do Conselho sobre a questão seria uma "enorme vitória para a comunidade internacional".
Tentativas anteriores de uma resolução não se concretizaram devido a divergências entre a Rússia e os Estados Unidos sobre como lidar com a crise na Síria.
Os Estados Unidos - apoiados pela França e Grã-Bretanha - haviam insistido por uma ação militar contra as forças armadas do presidente sírio, Bashar al-Assad, mas a Rússia não concordou.
Reagindo à votação, o embaixador sírio junto à ONU, Bashar Jaafari, disse que a resolução cobria a maior parte das preocupações de Damasco.
Mas ele ressaltou que países que apoiam os rebeldes sírios também devem respeitar o documento aprovado.

'Mensagem inconfundível'

A votação da ONU veio poucas horas depois de a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) adotar o que chamou de "uma decisão histórica sobre a destruição de armas químicas da Síria".
Em um comunicado, após uma reunião em Haia, a organização disse que seu conselho executivo "concordou com um programa acelerado para alcançar a completa eliminação das armas químicas da Síria em meados de 2014. A decisão exige que inspeções na Síria comecem a partir de 1º de outubro 2013".
"A decisão também prevê metas ambiciosas para a destruição que serão fixadas pelo Conselho (executivo) até 15 de Novembro."
O diretor geral da Opaq, Ahmet Uzumcu disse que a medida"envia uma mensagem inconfundível de que a comunidade internacional está se unindo para trabalhar pela paz na Síria".
Estas são questões desconhecidas para a Opaq, uma pequena organização que nunca realizou um trabalho desse porte ou complexidade, segundo o correspondente da BBC Paul Adams.
O documento da Opaq agora faz parte da resolução da ONU, que estabelece governar todo o processo.
Enquanto isso, a violência continua na Síria. Ativistas disseram que um carro-bomba matou pelo menos 20 pessoas perto de uma mesquita em Rankus, uma cidade ao norte de Damasco, logo após as orações da sexta-feira.
A ONU disse que sua equipe de inspetores, atualmente na Síria, está investigando três supostos ataques com armas químicas que acorreram após o ataque de 21 de agosto em Damasco, que deixou centenas de mortos e provocou uma ameaça de ação militar dos Estados Unidos.
Os três ataques estão entre os sete incidentes que ONU disse que sua equipe está investigando.
A ONU disse que sua equipe, liderada por Ake Sellstrom, chegou à Síria para sua segunda visita no dia 25 de setembro, e espera terminar o seu trabalho na segunda-feira.
A equipe está trabalhando em um "relatório completo" que deve ficar pronto até o final de outubro.
A ONU classificou os supostos ataques, todos este ano, como Khan al-Assal no dia 19 de março; Sheikh Maqsoud no dia 13 de abril; Saraqeb no dia 29 de abril; Ghouta no dia 21 de agosto; Bahhariya no dia 22 de agosto; Jobar no dia 24 de agosto e Ashrafieh Sahnaya no dia 25 de agosto.
Damasco insistiu para a investigação dos três incidentes pós-21 de agosto, acusando "militantes" da utilização de gás químico contra o exército em Bahhariya, Jobar e Ashrafieh Sahnaya.

Motorista que disputava racha e atropelou jovens não tem habilitação

Polícia Civil informou que condutor já dirigia há 20 anos sem carta.
Acusado confessou que ingeriu bebida alcoólica antes de racha.

O motorista Reginaldo Ferreira da Silva, de 41 anos, confessou em depoimento à Polícia Civil que havia ingerido bebida alcoólica antes de disputar o racha que matou seis pessoas em um acidente em Mogi das Cruzes (SP), na madrugada deste sábado (28).
Segundo o delegado Daniel Miragaia, que registrou o caso, Reginaldo Ferreira da Silva dirige há 20 anos sem habilitação. Na noite de sexta-feira (27), ele, outros três homens e uma mulher estavam em uma festa. Eles ingeriram bebida alcoólica e entraram no carro para ir à outra festa. O motorista contou que, no caminho, foram ultrapassados por outro veículo que fez sinal para um racha, e os dois veículos começaram a disputa, que terminou no acidente.
O veículo perdeu o controle e atingiu um grupo de dez jovens entre 13 e 22 anos que estavam reunidas em um terreno. Após a colisão, o carro capotou. O acidente aconteceu por volta das 00h30 deste sábado e seis pessoas morreram no local. Outros três jovens tiveram ferimentos leves e um menino de 15 anos foi socorrido para a Santa Casa de Mogi das Cruzes e passa bem. Já os corpos aguardam documentação para serem transferidos para o IML da cidade.
Os ocupantes do veículo também tiveram ferimentos leves. Reginaldo foi preso em flagrante por homicídio doloso e embriaguez ao volante. De acordo com a Polícia Militar, Reginaldo tentou fugir mas foi impedido. Segundo o delegado, ele não tem direito a fiança. Já o condutor do outro veículo fugiu. Um pára-choque com a placa do carro pode ajudar a polícia a encontrá-lo.
A velocidade permitida na Avenida Japão é de 50 km/h mas o velocímetro de um dos veículos travou em 120 km/h no momento da colisão. Uma perícia deve indicar a real velocidade em que os carros estavam.
Vítimas
Júlio Baptista estava entre o grupo de jovens que foi atingido. "Foi Deus mesmo. Eu nem vi o que eu fiz", se lembra. "Não sei o que eu fiz, eu bati a mão no capô do carro e acabei pulando mais pra trás e depois caí inconsciente".
Segundo a manicure Lucimara Costa, o grupo de jovens tinha o costume de se reunir todas as noites no terreno em que houve o acidente. "Todas as noites eles ficavam aqui. Era um ponto de encontro deles e eles saiam de casa e iam para lá", disse.

Irã: presidente mudou o tom sobre programa nuclear, mas líder supremo tem palavra final

O tom do presidente Rauhani é muito diferente do de seu predecessor
"No Irã, nós não temos homossexuais como vocês têm em seu país. No Irã, nós não temos esse fenômeno." disse o então presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad em Nova York, em setembro de 2007.
"Eu gostaria de dizer ao povo americano: eu trago paz e amizade dos iranianos para os americanos." disse o atual presidente Hassan Rouhani, também em Nova York, em setembro deste ano.
O tom do presidente Rouhani em Nova York foi surpreendentemente diferente do de seu predecessor. Durante sua viagem anual aos Estados Unidos para o encontro da Assembleia Geral da ONU, Mahmoud Ahmadinejad apreciava incitar, provocar e tentar (sem sucesso) converter sua audiência à sua maneira de pensar.
Em contraste, Hassan Rouhani, usou sua primeira viagem a Nova York para se envolver delicadamente com um velho inimigo, e colocou em prática uma estrutura para as negociações sobre o programa nuclear iraniano. Mas ele também não quis quebrar três décadas de tradição na República Islâmica - e se recusou a encontrar com o presidente americano, Barack Obama.
O ex-presidente, Mahmoud Ahmadinejad, gostava de provocar os Estados Unidos
As ações de Hassan Rouhani em Nova York mostram um homem que lida com a inerente, esmagadora contradição de seu trabalho: ele tem um mandato popular, sem poder real.
Em junho, o eleitorado do Irã unanimemente aprovou a sua promessa de engajamento e moderação. Mas a presidência do Irã dá à Rouhani muito pouco poder formal para cumprir sua promessa.
No Irã, o poder do presidente é ofuscado pelo líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei. A seção 1, do artigo 110 da Constituição estabelece que o líder supremo tem a responsabilidade de "Delineação das políticas gerais da República Islâmica do Irã, após consulta com o Conselho de Exigência da Nação."
Por mais de três décadas, essas políticas gerais incluíram ódio dos Estados Unidos. O novo presidente do Irã não pode alterar esta política por conta própria. Hassan Rouhani conhece a regra fundamental da política iraniana - se há discordância entre o líder supremo e o presidente, o líder supremo sempre vence.

Amigo de confiança

De 1997 a 2005, o presidente reformista Mohammad Khatami tentou trazer mudanças - mas ele não conseguiu convencer o líder supremo de que essas mudanças valiam a pena. Assim, a decisão do líder supremo prevaleceu, e as reformas de Khatami falharam.
Hassan Rouhani optou por evitar cometer o mesmo erro. Ele está optando trabalhar em estreita aliança com o aiatolá. O fato dos dois homens se conhecerem há décadas ajuda - eles são da mesma geração fundadora da Rapública Islâmica, que derrubou o Xá em 1979.
A chave para toda a presidência de Rouhani será sua capacidade de persuadir o aiatolá, e seus aliados na Guarda Revolucionária, a dar-lhe espaço suficiente para explorar a diplomacia. A questão não é se o presidente do Irã deseja mudança, mas sim se este é um desejo do líder supremo.
Durante os últimos 24 anos, o aiatolá suprimiu todos as críticas à natureza conservadora da República Islâmica. Em 2009, suas forças acabaram com as manifestações lideradas pelos partidários do Movimento Verde de oposição. No início deste ano, os aliados de Ali Khamenei no Conselho dos Guardiães desclassificaram da eleição presidencial um número de candidatos que não eram vistos como partidários de confiança.
O ocidente quer que o Irã acabe com suas atividades nucleares
Mas o aiatolá permitiu que Hassan Rouhani se candidatasse. Pode ser que, aos 74 anos, Ali Khamenei confie em seu velho amigo para trazer uma mudança limitada, sem ameaçar a natureza da república. Assim, o líder supremo endossou de forma limitada o desejo de seu presidente de buscar a diplomacia.
Em um discurso proferido no dia 17 de setembro, em Teerã, Ali Khamenei aprovou o uso de "flexibilidade heróica" na diplomacia. O que pode ser traduzido como uma instrução ao presidente Rouhani que diz: veja o que você pode conseguir dos americanos, mas não saia por aí apertando a mão do presidente Obama.
A aprovação do aiatolá à busca por diplomacia em Nova York resultou nas primeiras negociações diretas sustentadas entre os Estados Unidos e o Irã, com participação de seus ministros das Relações Exteriores, em mais de 30 anos.

'Parar, fechar, enviar'

Contatos diretos entre os dois países continuarão em Genebra, em 15 e 16 de outubro, quando o Irã e os Estados Unidos se juntaram ao Reino Unido, China, França, Rússia e Alemanha para uma ronda formal de negociações sobre o programa nuclear da República Islâmica.
Em rodadas anteriores de negociações, as potências mundiais fizeram três exigências ao Irã: parar o enriquecimento de urânio, fechar as instalações de enriquecimento fortificada em Fordo, e exportar sua oferta de baixo e médio urânio enriquecido (uma demanda conhecida como "parar , fechar, enviar").
O Irã rejeitou essas demandas. Em vez disso, ele quer que as sanções sejam levantadas – e que o direito da República Islâmica de enriquecer urânio seja reconhecido.
Ainda não está claro se essas exigências e contra-exigências serão ou não o ponto de partida para a nova rodada de negociações em Genebra em outubro. Mas é claro que as negociações reiniciam em um ambiente melhor.
Rodadas anteriores (eu assisti a todas as sete nos últimos três anos) eram muitas vezes monólogos paralelos com pouca negociação real.
Desta vez, todos os lados parecem estar mais dispostos a dar e receber. Eles conseguiram até evitar o comum argumento sobre onde eles devem se encontrar.
Negociações anteriores foram adiadas porque o Irã não aceitava que as reuniões acontecessem em Genebra. Como resultado, as negociações fizeram uma turnê mundial não oficial por Istambul, Bagdá, Moscou e Almaty.
O ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, representará o Irã nas negociações. Zarif vai se reportar diretamente ao presidente Rouhani, que, por sua vez, apresentará um relatório ao líder supremo.
Hassan Rouhani pode ser capaz de recomendar um acordo, e de explicar como as concessões são a melhor maneira de ter as sanções levantadas, e melhorar a vida do povo iraniano. Mas, no final, é o líder supremo que terá a palavra final.

Polícia grega prende líder e parlamentares de partido de extrema-direita


ATENAS, 28 Set (Reuters) - A polícia grega prendeu neste sábado o líder e outros importantes membros e parlamentares do partido de extrema-direita Aurora Dourada, depois que a morte de um rapper antifascista por um apoiador do partido gerou indignação e protestos por todo o país.
O líder do partido, Nikolaos Mihaloliakos, o porta-voz Ilias Kassidiaris, dois outros parlamentares e 10 membros foram presos sob a acusação de financiar uma organização criminosa. Eles devem se apresentar perante um tribunal neste fim de semana para serem formalmente acusados.
A polícia confiscou dois revólveres e um rifle de caça na casa da Mihaloliakos, afirmando que ele não tinha licença para essas armas.
O Aurora Dourada, terceiro partido mais popular da Grécia, está sob investigação pelo assassinato de Pavlos Fissas, que morreu após ser esfaqueado duas vezes por um simpatizante do partido.
"Vergonha para eles, o povo vai erguer o Aurora Dourada mais alto", disse a jornalistas Ilias Panagiotaros, um parlamentar do partido, antes de sua prisão.
Centenas de simpatizantes do partido se reuniram do lado de fora da sede da polícia gritando slogans e tremulando bandeiras gregas. Em seu website, o partido convocou protestos em solidariedade ao seu líder.
O governo do primeiro-ministro Antonis Samaras resistiu até agora em banir o partido, temendo que isso possa torná-lo ainda mais popular em um momento de crescente irritação diante de novas medidas de austeridade. Em vez disso, tem procurado abalar o partido ordenando investigações que possam tirar dele recursos estatais.
Samaras descartou antecipar eleições por conta das prisões.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Extremistas alugaram espaço no shopping para realizar ataque no Quênia

Mlitantes no shopping | Reuters
Ao menos 66 pessoas morreram no cerco ao shopping, que durou quatro dias
Os militantes responsáveis pelos ataques a um shopping em Nairóbi, no Quênia, haviam alugado um espaço comercial no local semanas antes do cerco, segundo apurou a BBC junto a altas fontes de segurança do país.
A tática deu aos militantes acesso aos elevadores de serviço no shopping Westgate, possibilitando que eles estocassem armamentos e munição no local. O estoque foi vital para que o grupo pudesse enfrentar as forças de segurança.
Pelo menos 66 pessoas morreram no cerco, que durou quatro dias. Segundo a Cruz Vermelha, outras 61 continuam desaparecidas. Investigadores ainda buscam provas e corpos no local.
O grupo extremista islâmico Al-Shabab, da Somália, parte da rede Al-Qaeda, assumiu a autoria do ataque.

Identidades falsas

Para alugarem o espaço, os militantes usaram carteiras de indentidade falsificadas, fornecidas por funcionários públicos corruptos após o pagamento de proprina.
Segundo as informações às quais a BBC teve acesso, os extremistas estacionaram dois carros fora do complexo, antes de forçar a entrada dos veículos no local.
O grupo possivelmente usou um tubo de ventilação no primeiro andar como esconderijo. Fontes da segurança confirmaram uma mudança na tática dos militantes no fim do sábado. Eles passaram a usar metralhadoras no momento em que os militares assumiram o cerco, no lugar dos policiais.
Há relatos de que a troca de guarda foi confusa. Os chefes de vários órgãos de segurança foram convocados a dar explicações no Parlamento, em meio a dúvidas sobre o preparo das autoridades para um ataque como esse.
O presidente do Comitê de Defesa do Parlamento, Ndung'u Gethenji, disse à BBC que é preciso "saber os lapsos exatos no sistema de segurança que possivelmente abriram caminho para isso acontecer".
Ele també disse que é preciso entender "a anatomia de toda a operação de resgate", em meio à confusão sobre quem estava a cargo da operação.
Também não se sabe quantos eram os militantes nem sua exata nacionalidade.

Desabamento

Um alto funcionário disse à agência Associated Press que o Exército foi o responsável pelo colapso de parte da estrutura do shopping. A autopsia das vítimas deve mostrar se elas já estavam mortas antes do desabamento ou não.
Há relatos de que militares decidiram explodir uma das colunas de sustentação para pôr fim ao cerco, ignorando a vida dos reféns.
Acredita-se que o ataque do Al-Shabab, que pode ter entre 7 mil e 9 mil membros, foi uma retaliação à atuação de cerca de 4 mil homens do Exército queniano em uma operação conjunta da União Africana na Somália.