sexta-feira, 31 de outubro de 2014

PM ingere alimento contaminado com fezes de rato em Manaus

Um tenente da Polícia Militar do Amazonas foi internado às pressas em um hospital da zona centro-sul de Manaus após ingerir alimento contaminado com resíduos semelhantes a fezes de rato. Isso aconteceu na quinta-feira em um quartel da corporação. Ele passou a noite em observação, foi medicado e depois liberado.
Segundo um soldado da 1° Companhia Interativa Comunitária (Cicom), unidade militar localizada no bairro Praça 14 de Janeiro, onde o fato aconteceu, a comida foi fornecida pela empresa Ripasa, que é terceirizada, e apresentou os resíduos misturados ao feijão tropeiro. "O tenente começou a vomitar e reclamar de muita dor no estômago. Daí fomos olhar a comida e encontramos o cocô de rato", disse o PM que pediu para ter a identidade preservada por medo de represálias do comando da corporação.
Levado para o Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto, o tenente André Evangelista passou por exames. Segundo uma nota da unidade hospitalar, o paciente não foi diagnosticado com um quadro de intoxicação, porém, devido ao estado clínico em que foi internado, precisou ser medicado e submetido a uma lavagem intestinal. Evangelista ainda ficou algumas horas em observação e recebeu alta durante a madrugada.
No final da manhã, o tenente ficou de conversar com o Terra, mas não atendeu mais as ligações. Segundo um colega de trabalho, ele recebeu ordens para não dar entrevistas sobre o assunto.
O comando da PM foi procurado, mas se limitou a emitir uma nota com o conteúdo idêntico à nota emitida pela assessoria de imprensa do Hospital 28 de Agosto. Questionada se houve recolhimento de amostras da comida supostamente contaminada, a assessoria de imprensa informou que só poderá se pronunciar mais detalhadamente na segunda-feira.
A Ripasa Alimentos também não retornou os contatos feitos por telefone. No entanto, a copeira da empresa, que trabalha na cantina da 1 Cicom, informou que a comida servida é produzida por eles na cozinha do Comando Geral da PM, que fica no bairro de Petrópolis. Essa comida é encaminhada aos quartéis das zonas centrais da cidade acondicionadas em panelões de alumínio, transportadas por kombis.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Presidente de Burkina Fasso dissolve governo

O presidente da Burkina Fasso, Blaise Compaoré, dissolveu o governo e decretou estado de emergência em todo o território nacional, após uma onda de manifestações tomar conta das principais cidades do país. Por meio de um comunicado, o mandatário afirmou que iniciou consultas com a oposição para acabar com a crise política.
"Neste momento doloroso que está atravessando o nosso povo, quero dizer que compreendi a mensagem [dos protestos populares] e dissolvi o governo para criar as condições para uma nova perspectiva", declarou.   
Compaoré ainda fez um apelo para os líderes oposicionistas acalmarem os ânimos. Nesta quinta-feira (30), manifestantes invadiram e saquearam o Parlamento da nação africana, localizado na capital Uagadugu, para evitar que fosse votada uma polêmica revisão constitucional que permitiria ao presidente, no poder há 27 anos, prolongar o próprio mandato.   
Além disso, centenas de pessoas irromperam na sede da TV estatal RTB - situada na mesma cidade -, embora não tenham conseguido acessar nenhum estúdio. "Compaoré é como o ebola", gritaram alguns manifestantes em Uagadugu. Por conta dos atos, o governo decidiu anular a deliberação do projeto que beneficiaria o mandatário.
Dona de um dos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) mais baixos do planeta, Burkina Fasso fica no Oeste da África, perto do deserto do Saara, e tem uma economia baseada na agricultura.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

GO: operação prende policiais que trabalhavam para o tráfico

Uma  operação conjunta da Polícia Militar e da Polícia Civil de Goiás deflagrada nesta quarta-feira cumpre 23 mandados de prisão contra policiais suspeitos de estar atuando em colaboração com traficantes de drogas e com o crime organizado na cidade de Anápolis (a 55 Km de Goiânia).
Pelo menos 18 mandados já foram cumpridos em Anápolis, e também em Alvorada do Norte e em Luziânia. A chamada Operação Malavita tem como suspeitos, dentre o total de envolvidos, 14 policiais militares, dentre eles dois capitães, e quatro policiais civis, que atuavam no esquema que engloba inquéritos de 2011 a 2014. Pessoas que não eram da PM e da Polícia Civil também participavam  das ações criminosas, que tinham como fundo a disputa por espaço e poder entre traficantes.
Segundo a investigação da polícia, os policiais e os outros envolvidos executavam atividades como cobrança de dívidas e cometeram sequestros, homicídios, extorsões, além de lesão corporal e ameaças, dentre outros crimes. Trinta e nove mandados de busca e apreensão também foram cumpridos. O secretário de Segurança Pública de Goiás, Joaquim Mesquita, em entrevista concedida a imprensa na sede do órgão, disse que não se trata de um grupo de extermínio. "Tecnicamente não se enquadra neste conceito. O que temos efetivamente são ações relacionadas ao tráfico de drogas", observou.
“Eles começaram exigindo que um traficante não atuasse na área do outro, depois passaram a cobrar dívidas”, disse na mesma coletiva o delegado-geral da Polícia Civil, João Carlos Gorski. “Isso resultou em homicídio, em extorsão e em sequestro”, detalhou.
O Comandante-geral da PM goiana, Tenente-coronel Sílvio Benedito Alves, informou que processos administrativos contra os suspeitos militares serão instaurados, com penas que podem ir de advertência a exclusão do serviço público. “Vamos cortar na própria carne. Não aceitamos desvio de conduta”, assegurou. 

terça-feira, 28 de outubro de 2014

PSDB quer comissão externa para acompanhar internação de Youssef

O deputado Nilson Leitão (PSDB-MT) disse que vai apresentar ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, o pedido de criação de uma comissão externa para acompanhar a internação do doleiro Alberto Youssef, delator do esquema de corrupção na Petrobras.
O pedido, segundo Leitão, tem a assinatura de 17 líderes partidários. Para ele, é fundamental que os parlamentares ajudem a proteger o doleiro, que se tornou peça-chave das investigações e teria implicado a cúpula do Palácio do Planalto no esquema, segundo reportagem da revista Veja.
Youssef foi preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e agora coopera com as investigações. Ele foi internado no sábado, em Curitiba, com problemas cardiológicos. Desde então, vários boatos surgiram na internet sobre a condição do doleiro.
“Essa Casa tem o poder de proteger esse delator, que denunciou a presidente da República e o ex-presidente junto com toda a diretoria da Petrobras", disse Leitão.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Presidente da Ucrânia conquista bancada aliada pró-Ocidente, mas Rússia preocupa


Partidos pró-Ocidente vão dominar o Parlamento da Ucrânia após uma eleição que deu ao presidente Petro Poroshenko um mandato para encerrar um conflito separatista e tirar o país da órbita da Rússia em direção à Europa.
Poroshenko planejou começar conversas de coalizão nesta segunda-feira após pesquisas de boca de urna e resultados preliminares terem mostrado que a maioria dos grupos que barravam reformas legais e democráticas, exigidas pela União Europeia, haviam sido removidas do Parlamento nas eleições de domingo.
No entanto, ele ainda enfrenta grandes problemas: a Rússia resiste às medidas de Kiev de um dia entrar para a União Europeia, um cessar-fogo no leste do país ainda é muito frágil e forças do governo combatem separatistas pró-Rússia, e a economia está em má situação.
O presidente russo, Vladimir Putin, ainda pode influenciar eventos, não apenas como o principal apoiador dos rebeldes no leste, mas também com o papel de Moscou no fornecimento de gás natural para a Ucrânia e a UE.
Mas com seu próprio bloco e partidos liderados por seu aliado, o primeiro-ministro Arseny Yatseniuk, o presidente deve ser capaz de dominar o Parlamento.
“A maioria dos eleitores foi a favor das forças políticas que apoiam o plano de paz do presidente e buscam uma solução política para a situação em Donbass”, disse Poroshenko pouco após o fechamento das urnas, referindo-se à região leste onde a luta havia sido a mais pesada.
Os resultados finais das votações nas listas partidárias e assentos únicos só serão conhecidos em questão de dias. Mas os números já apurados indicam que Poroshenko será capaz de formar um forte governo de coalizão.
O magnata do setor de doces, de 49 anos, deve continuar trabalhando próximo a Yatseniuk, o qual, possivelmente, continuará como primeiro-ministro para realizar conversas sensíveis com o Ocidente sobre a economia do país, prejudicada pela guerra.
O governo de Kiev diz esperar por um modesto crescimento no ano que vem após uma queda estimada de 6 por cento em 2014, mas o Banco Mundial acredita que a economia do país continuará encolhendo. 
Poroshenko e seus aliados estão tentando restaurar a normalidade nesse país de 46 milhões de pessoas após o tumulto e a violência que começaram há um ano com manifestações populares contra o predecessor de Poroshenko, o ex-presidente Viktor Yanukovich, um político alinhado com Moscou.
Yanukovich foi deposto em fevereiro, em um episódio que a Rússia considerou um “golpe fascista”. Moscou respondeu ao ocupar e anexar a península da Crimeia, antes território ucraniano, e ao apoiar rebeliões separatistas nas regiões do leste.
Mais de 3.700 pessoas já morreram nos combates, incluindo quase 300 passageiros de um avião comercial da Malásia que foi abatido, aparentemente por engano, enquanto sobrevoada a região do leste ucraniano, território dominado por rebeldes separatistas.

domingo, 26 de outubro de 2014

Presidente do PT pede mobilização e condena onda de boatos

O presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) e coordenador-geral da campanha de Dilma Rousseff à reeleição, Rui Falcão, criticou a onda de boatos que corre o país no dia do segundo turno, pediu empenho à militância na fiscalização do pleito e falou sobre os avanços nos últimos 12 anos. “É hora de mobilização, de votar e fiscalizar. A boataria é muito forte. É hora de fazer prevalecer as nossas propostas, o país precisa continuar mudando”, afirmou.
Rui responsabilizou o discurso de ódio, mentiras e à distribuição indiscriminada de matérias sem autoria que descumprem a legislação eleitoral pelo incentivo ao acirramento da disputa eleitoral para as ruas.
“O que existe hoje é uma divisão eleitoral muito polarizada. Infelizmente os nossos adversários, que têm políticas que representam o retorno ao passado, têm recorrido a métodos que muitas vezes excitam tensões e espalham boatos”, comentou.
A defesa da campanha baseada em propostas para o futuro e a retrospectiva das realizações nos 12 anos dos governos Lula e Dilma, na visão de Rui Falcão, são decisivas para o Brasil recuperar a unidade após as eleições. “O nosso Governo promoveu política de inclusão social, distribuição de renda e redução das desigualdades, que é o melhor caminho para você ter um País homogêneo e unido”.
Rui voltou comparar os programas ao considerar o perigo da volta à política do candidato de oposição, Aécio Neves (PSDB) e pediu que a militância vote com orgulho e demonstre empenho na apuração.
“Não podemos admitir o retorno ao passado, o cancelamento de direitos, a volta das políticas de arrocho, desemprego e recessão. É um voto consciente o voto no 13 na Dilma. Vamos mostrar coragem, desfraldar nossas bandeiras e fiscalizar a apuração”.

sábado, 25 de outubro de 2014

Professora impediu que aluno matasse mais colegas

Uma professora, de 24 anos, é apontada pelas testemunhas do tiroteio na escola secundária de Marysville-Pilchuck, no Estado de Washington, como a heroína que impediu Jaylen Fryberg de fazer mais vítimas. O jovem de 15 anos matou uma rapariga e feriu outros quatro alunos, dois dos quais são seus primos.
 
Jason Redmond/REUTERS
Vigília reuniu a comunidade de Marysville-Pilchuck após o tiroteio na escola secundária
A manhã de sexta-feira na escola secundária de Marysville-Pilchuck, no Estado de Washington, ficou marcada pelos disparos de Jaylen Fryberg, de 15 anos, junto à mesa do bar onde estavam cinco colegas.
No relato dos acontecimentos, os alunos que assistiram ao tiroteio destacam a atitude da professora Megan Silberberger, de 24 anos. Terá sido ela a evitar um número mais elevado de vítimas, ao agarrar o braço do jovem atirador, quando este parou de disparar para recarregar a arma.
Jaylen Fryberg matou uma rapariga e feriu outros quatro colegas (dois rapazes e duas raparigas), antes de virar a arma contra si e se suicidar.
"Acredito que ela é uma heroína", disse Erick Cervantes, o primeiro aluno a ligar para os serviços de emergência para dar o alerta, em declarações a uma televisão local, citadas pelo "The Telegraph".
"Foi ela que o enfrentou quando estava armado. Ela tentou afastar a mão dele e ele tentou disparar e acabou por disparar sobre si mesmo no pescoço", acrescentou.
"Não foi uma luta. Ela simplesmente o agarrou no braço, demorou uns dois segundos, e ouvi o último disparo", contou. "Começou com uma discussão, mas depois quando olhei eram só tiros e pessoas a cair no chão".
Disparou sobre os primos
Dos quatro feridos graves, os rapazes são primos do atirador: Andrew Fryberg, de 15 anos, atingido na cabeça e Nate Hatch, de 14 anos, ferido na mandíbula. Estão ambos hospitalizados nos cuidados intensivos.
"Os três são primos e viviam próximos uns dos outros", disse Don Hatch, avô dos jovens, a uma televisão local parceira da CNN.
As autoridades ainda estão a tentar perceber o que motivou o tiroteio. Colegas revelaram que Jaylen Fryberg estaria zangado devido a uma disputa que envolvia a namorada.
Na véspera, lia-se na sua conta do Twitter: "Não vai durar... nunca irá durar".
Em agosto, já tinha feito ameaças a um potencial rival: "Não vais gostar do que vai acontecer".

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Desaparecimento de 43 estudantes leva governador mexicano a abandonar cargo

O governador do estado mexicano de Guerrero, Ángel Aguirre, anunciou hoje (24) que deixará o cargo após os protestos pelo desaparecimento de 43 estudantes e a morte de seis pessoas há um mês. Em uma mensagem, o político do Partido da Revolução Democrática disse que apresentava ao Congresso sua renúncia, para favorecer um clima político que permita resolver a situação de emergência social causada por aqueles casos de violência.
A saída de Ángel Aguitrre do poder era uma das principais exigências dos familiares dos 43 alunos da Escola Normal de Ayotzinapa que desapareceram em 26 de setembro em Iguala e dos colegas, que protagonizaram numerosos protestos para exigirem a volta dos jovens para casa.
Na quarta-feira (22), manifestantes incendiaram o edifício da Câmara Municipal de Iguala, Sul do México, em protesto. Alguns dos manifestantes invadiram o edifício que estava vazio e incendiaram parte das instalações.
O procurador-geral mexicano, Jesús Murillo Karam, disse que o presidente da Câmara, José Luis Abarca, e sua mulher, María de los Ángeles Pineda, foram os autores intelectuais do desaparecimento dos estudantes, há 26 dias. Eles permanecem com paradeiro desconhecido. Segundo as investigações da polícia federal, agentes policiais de dois municípios locais podem ser os principais responsáveis pelas mortes e pelo desaparecimento dos estudantes. Eles teriam saído de Ayotzinapa, também no estado de Guerrero, para Iguala.
Karam disse que Abarco deu a ordem de atacar os estudantes para evitar que intervissem num evento do qual participava sua mulher.
Após a recente detenção do líder do cartel Guerreros Unidos foi possível descobrir que o crime organizado estava infiltrado na Câmara Municipal de Iguala, que recebia do cartel de narcotraficantes entre 2 milhões e 3 milhões de pesos por mês (entre 115 mil e 174 mil euros).

Serial killer de GO está isolado em cela de 10 m²

Chegada em prisão foi marcada por troca de insultos e ameaças de morte com outros detentos.
O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 26 anos, está sozinho em uma cela e não faz nenhuma atividade junto com os demais detentos. A cela tem cerca de dez metros quadrados, com chuveiro, vaso sanitário e pia. Ele tem direito a banho de sol diário e poderá receber visitas nos fins de semana.
Rocha mudou sua versão para o número de mortes que tinha assumido, reduzindo dez vítimas. O novo depoimento, no qual assume 29 mortes e não mais 39, foi feito antes de ele ser transferido para a ala de segurança máxima do Núcleo de Custódia do Complexo Prisional. A chegada ao local, no início da tarde de quarta-feira (22), foi marcada por troca de insultos e ameaças de morte entre Rocha e outros presos.

Segundo o titular da Delegacia de Investigações de Homicídios, Murilo Polati, ao chegar ao Núcleo de Custódia, o vigilante começou a gritar que tinha vontade de matar alguém por lá e foi rechaçado pelos presos, que também o ameaçaram. O episódio ocorreu logo depois que Rocha agrediu um fotógrafo que fazia a cobertura da transferência dele. O comportamento agressivo do rapaz foi interpretado por Polati como tentativa de se afirmar, "mostrar poder lá dentro", mas a retaliação dos presos fez com que Rocha ficasse quieto, segundo relato de agentes prisionais ao delegado.
Exame confirma que mais duas vítimas foram mortas com arma encontrada na casa de serial killer
Serial killer de GO: suspeito morava com a mãe e os avós; conheça mais sobre ele
Em novo depoimento, vigilante diminuiu de 39 para 29 o número de pessoas que teria assassinado Montagem/R7
Sobre a mudança no depoimento, o delegado explicou que isso aconteceu por orientação da nova defesa do vigilante. O novo interrogatório foi acompanhado pelas advogadas que a família de Tiago contratou nesta semana e que assumiram a causa afirmando que ele foi coagido a confessar 39 homicídios, quando seria o autor de um número menor de mortes.
Desistência
A Polícia Civil desistiu de encaminhar o vigilante para que o psicólogo forense da Polícia Científica de Goiás Leonardo Faria realizasse o exame de sanidade mental. A análise será feita por equipe multidisciplinar convocada pela Justiça.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Valdemar Costa Neto pede ao Supremo progressão de regime

A defesa do ex-deputado federal Valdemar Costa Neto, um dos condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão, pediu progressão de regime ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2012, Costa Neto foi condenado a sete anos e dez meses de prisão em regime semiaberto.
O ex-deputado alega que tem direto a cumprir o restante da pena em regime aberto por ter cumprido um sexto da pena, requisito exigido pela Lei de Execução Penal. De acordo com os cálculos da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, Valdemar já cumprir dez meses e 19 dias no semiaberto e tem 155 dias para abater da pena total, por trabalhar durante o dia como gerente de um restaurante industrial em Brasília.
O pedido será analisado pelo ministro Luís Roberto Barroso, responsável pela execução penal dos condenados no processo do mensalão.
Se conseguir a progressão de regime, Valdemar vai cumprir o resto da pena em casa.
De acordo com o Código Penal, o regime aberto deve ser cumprido em uma casa de albergado, para onde os presos retornam somente para dormir. No Distrito Federal, pela inexistência de estabelecimento desse tipo no sistema prisional, os juízes determinam que o preso fique em casa e cumpra algumas regras, como horário para chegar, não sair da cidade sem autorização da Justiça e manter endereço fixo.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

MT: corpo de empresário é achado boiando no Lago de Manso

O Corpo de Bombeiros finalizou as buscas, na tarde desta quarta-feira (22), pelo empresário Thiago Rockenbach, de 32 anos, no Lago de Manso, a 86 quilômetros de Cuiabá (MT). O empresário, que desapareceu nas águas do lago no último sábado, foi encontrado por amigos, que ajudavam na busca.
No dia do acidente, ele estava se divertindo com duas amigas, a bordo de um jetski, no balneário frequentado pela elite local, quando uma delas caiu na água. O empresário, que conhece o balneário e sabe nadar, pulou da lancha na água, para tentar ajudá-la. Nesse momento ele sumiu. O mau tempo estava formando ondas que teriam tragado Thiago.
O vento forte levou a embarcação com as duas mulheres para a margem onde elas ficaram, perdidas, na noite de sábado para domingo, com frio e fome, conforme a advogada Eliana Braga, que as resgatou no domingo, por acaso, ao passar por ali com o marido.
O corpo do empresário foi encontrado já boiando e em estado de decomposição na região do Morro do Chapéu, após mais de três dias de incessantes buscas.
O Instituto Médico Legal (IML) foi para o local, para recolher o corpo, assim como a família do empresário para fazer o reconhecimento formal.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

SC: TRE cassa mandatos de prefeito e vice de Penha

Os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC) decidiram, por unanimidade, cassar os mandatos de Evandro Eredes dos Navegantes e Mário Guaracy de Souza, prefeito e vice da cidade de Penha, por prática de abuso de poder. Na mesma decisão, foi decretada inelegibilidade de ambos por oito anos. A decisão, da qual ainda cabem recursos, foi publicada nesta terça-feira.
De acordo com o TRE, os então candidatos à reeleição foram acusados de realizar reunião com servidores públicos municipais em 2012 para pedir votos e engajamento na campanha eleitoral.
Os acusados alegaram que não houve qualquer ato ilegal. “Afinal de contas, a reunião em questão ocorreu com os servidores fora de seu horário de expediente; não houve nenhum ato de coerção no convite dirigido aos servidores; não houve nenhuma conduta apta a configurar captação ilícita de sufrágio”, diz um dos argumentos de defesa.
O relator juiz Ivorí Luis da Silva Scheffer, que julgou parcialmente procedente a ação contra o prefeito e vice por abuso do poder de autoridade, afirmou ainda que os votos conferidos a eles em 2012 devem ser anulados. “E, como essa nulidade compreende mais da metade dos votos válidos (os candidatos obtiveram 52,13%), há necessidade de realização de uma nova eleição",

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Brasil Colônia

Brasil Colônia ou Brasil colonial foi o período colonial brasileiro da forma definida pela historiografia, em que o território brasileiro era uma colônia do império ultramarino português. Foi marcado pelo início do povoamento (fim do período pré-colonial brasileiro, em 1530) e não do descobrimento do Brasil pelos portugueses, se estendendo até a sua elevação a reino unido com Portugal, em 1815.
Antes do descobrimento pelos europeus - alcançado por uma expedição portuguesa -, em 1500, o território que hoje é chamado de Brasil era habitado por indígenas.
A economia do período colonial brasileiro foi caracterizada pelo tripé monocultura, latifúndio e mão de obra escrava, e, apesar das grandes diferenças regionais, manteve-se, no período colonial, a unidade linguística, tendo se formado, nessa época, o povo brasileiro, junção e miscigenação de europeus, africanos e ameríndios, formando uma cultura autóctone característica.
Em contraste com as fragmentadas possessões espanholas vizinhas, a colónia portuguesa, construída na América do Sul, manteve a sua unidade e integridade territorial e linguística mesmo após a independência, dando origem ao maior país da região.

Colonização inicial

Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro no ano de 1500, por Oscar Pereira da Silva (Museu Histórico Nacional).
Um engenho de cana-de-açúcar em Pernambuco colonial, por Frans Post (Fundação Maria Luisa e Oscar Americano).
De 1500 a 1530, quando o território ainda era chamado Terra de Santa Cruz, o contato dos portugueses com a terra limitou-se a expedições rápidas para coleta e transporte de pau-brasil e também de patrulha. É a partir de 1531, devido à ameaça francesa, que a nova colônia passará a ser povoada, durante a expedição de Martim Afonso de Sousa. Em 1532, é fundada a vila de São Vicente.
A terra agora chamada Brasil (nome cuja origem é contestada) foi reivindicada por Portugal em abril de 1500, com a chegada da frota portuguesa comandada por Pedro Álvares Cabral. A colonização foi efetivamente iniciada em 1534, quando D. João III dividiu o território em doze capitanias hereditárias, mas esse arranjo se mostrou problemático, e em 1549 o rei atribuiu um governador-geral para administrar toda a colônia. Os portugueses assimilaram algumas das tribos nativas, enquanto outras foram escravizadas ou exterminadas por doenças europeias para as quais não tinham imunidade, ou em longas guerras travadas nos dois primeiros séculos de colonização, entre os grupos indígenas rivais e seus aliados europeus.
O açúcar era um produto de grande aceitação na Europa, onde alcançava grande valor de venda. Após as experiências positivas de cultivo na região Nordeste do Brasil, já que a cana se adaptou bem ao clima e ao solo, teve início o plantio em larga escala. Seria uma forma de Portugal lucrar com o comércio do açúcar, além de começar o povoamento do Brasil .Em meados do século XVI, quando o açúcar de cana tornou-se o mais importante produto de exportação do Brasil, os portugueses deram início à importação de escravos africanos, comprados nos mercados de escravos da África ocidental. Assim, estes começaram a ser trazidos ao Brasil, inicialmente para lidar com a crescente demanda internacional do produto, naquele que foi chamado ciclo da cana-de-açúcar.
Para melhor organizar a colônia, o rei resolveu dividir o Brasil em capitanias hereditárias. O território foi dividido em quinze faixas de terras doadas aos donatários. Estes podiam explorar os recursos da terra, mas ficavam encarregados de povoar, proteger e estabelecer o cultivo da cana-de-açúcar. Em geral, o sistema fracassou, em função da grande distância da Metrópole, da falta de recursos e dos ataques de indígenas e piratas. As capitanias de Pernambuco e São Vicente, que focaram no cultivo da cana-de-açúcar, foram as únicas que apresentaram resultados, graças aos investimentos do rei e de empresários. No início do século XVII, Pernambuco, então a mais próspera das capitanias hereditárias, chegou a atingir o posto de maior e mais rica área de produção de açúcar do mundo.

Expansão territorial e invasões estrangeiras

As Batalhas dos Guararapes, episódios decisivos na Insurreição Pernambucana e considerados a origem do Exército Brasileiro. Quadro de Victor Meirelles (Museu Nacional de Belas Artes).
Ignorando o tratado de Tordesilhas de 1494, os portugueses, através de expedições conhecidas como bandeiras, paulatinamente avançaram sua fronteira colonial na América do Sul para onde se situa a maior parte das atuais fronteiras brasileiras, tendo passado os séculos XVI e XVII defendendo tais conquistas contra potências rivais europeias. Desse período destacam-se os conflitos que: rechaçaram as incursões coloniais francesas (no Rio de Janeiro em 1567 e no Maranhão em 1615) e expulsaram os holandeses do nordeste (ver Nova Holanda), após o fim da União Ibérica. Sendo o conflito com os holandeses, parte integrante da Guerra Luso-Holandesa.
As invasões francesas do Brasil registram-se desde os primeiros tempos da colonização portuguesa, chegando até ao ocaso do século XIX. Inicialmente dentro da contestação de Francisco I de França ao Tratado de Tordesilhas, ao arguir o paradeiro do testamento de Adão e incentivar a prática do corso para o escambo do pau-brasil (Cæsalpinia echinata), ainda no século XVI evoluiu para o apoio às tentativas de colonização no litoral do Rio de Janeiro (1555) e na costa do Maranhão (1594).
Entre os anos de 1630 e 1654, o Nordeste brasileiro foi alvo de ataques e fixação de neerlandeses. Interessados no comércio de açúcar, os neerlandeses implantaram um governo no território. Sob o comando de Maurício de Nassau, permaneceram lá até serem expulsos em 1654. Nassau desenvolveu diversas obras em Recife, modernizando a cidade.

Administração colonial

Largo do Pelourinho em Salvador, capital colonial entre 1549 e 1763
Prevendo a possível invasão do território por potências rivais, a Coroa portuguesa lança mão de um instituto já utilizado na ilha da Madeira: a capitania.
A instalação das primeiras capitanias no litoral nordeste brasileiro traz consigo uma consequência trágica: os conflitos com os índios do litoral que - se até então foram aliados de trabalho, neste momento passam a ser um entrave, uma vez que disputavam com os recém chegados o acesso às melhores terras. Destes conflitos entre portugueses e índios o saldo é a mortandade indígena causada por conflitos armados ou por epidemias diversas.
Após a tentativa fracassada de estabelecer as capitanias hereditárias, a coroa portuguesa estabeleceu no Brasil um Governo-Geral como forma de centralizar a administração, tendo mais controle da colônia. As capitanias hereditárias fracassadas foram transformadas em capitanias gerais.
O primeiro governador-geral foi Tomé de Sousa, que recebeu a missão de combater os indígenas rebeldes, aumentar a produção agrícola no Brasil, defender o território e procurar jazidas de ouro e prata.
Também começavam a existir câmaras municipais, órgãos políticos compostos pelos "homens-bons". Estes eram os ricos proprietários que definiam os rumos políticos das vilas e cidades. O povo não podia participar da vida pública nesta fase.
As instituições municipais eram compostas por um alcaide que tinha funções administrativas e judiciais, juízes ordinários, vereadores, almotacés e os "homens bons". As juntas do povo decidiam sobre diversos assuntos da Capitania.
A capital do Brasil neste período foi Salvador, pois a região Nordeste era a mais desenvolvida e rica do país, uma vez que a Capitania de Pernambuco era o principal centro produtivo da colônia. Além disso, Salvador, como cidade litorânea, exercia grande papel na facilitação de envio dos produtos canavieiros à Europa, via Navios. Posteriormente, com a ascensão de outras regiões econômicas, outros estados coloniais foram criados, como o Estado do Maranhão e Piauí e o Estado do Grão-Pará e Rio Negro, com capitais respectivamente em São Luís e Belém. Desta forma, administrativamente, o território colonial do Brasil dispôs de três capitais até 1775: Salvador (alternadamente com o Rio de Janeiro) no Estado do Brasil; São Luís no Estado do Maranhão e Piauí; e Belém no Estado do Grão-Pará e Rio Negro.
Evolução territorial do Brasil Colônia:

Revoltas coloniais e conflitos

Guerra dos Emboabas,
autor desconhecido, século XVIII
Escultura em bronze de Zumbi dos Palmares, herói da resistência negra contra a escravidão, instalada na Praça de Sé, Salvador.
Em função da exploração exagerada da metrópole, ocorreram várias revoltas e conflitos neste período:
  • Entrincheiramento de Iguape: A força portuguesa, liderados por Pero de Góis, ao desembarcar na barra de Icapara, em Iguape, foram recebidos sob o fogo da artilharia, sendo desbaratada. Na retirada, os sobreviventes foram surpreendidos pelas forças espanholas emboscadas na foz da barra do Icapara, onde os remanescentes pereceram, sendo gravemente ferido o seu capitão Pero de Góis, por um tiro de arcabuz.
  • Guerra dos Emboabas: os bandeirantes paulistas queriam exclusividade na exploração do ouro nas minas que encontraram; Entraram em choque com os imigrantes portugueses que estavam explorando o ouro das minas.
  • Guerra de Iguape: Ocorreu entre os anos de 1534 e 1536, na região de São Vicente, São Paulo. Ruy Garcia de Moschera e o "Bacharel de Cananeia", aliados aos espanhóis, embarcaram em um navio francês, capturado em Cananeia e atacaram a vila de São Vicente, que saquearam e incendiaram, deixando-a praticamente destruída, matando dois terços dos seus habitantes.
  • Guerra dos Mascates: que se registrou de 1710 a 1711 na então Capitania de Pernambuco.
  • Guerras Guaraníticas: espanhóis e portugueses (apoiados pelos ingleses) entram em conflito com os índios guaranis catequizados pelos jesuítas, de 1751 a 1758.
  • Revolta de Felipe dos Santos: ocorrida em Vila Rica, representou a insatisfação dos donos de minas de ouro com a cobrança do quinto e das Casas de Fundição. O líder Felipe dos Santos Freire foi preso e condenado à morte pela coroa portuguesa.
  • Revolta de Beckman: Ocorreu em fevereiro de 1684, no estado do Maranhão, liderado pelos irmãos Manuel e Tomas Beckman, apenas reivindicando melhorias na administração colonial, o governo português reprimiu violentamente o movimento.
  • Inconfidência Mineira (1789): liderada por Tiradentes, os inconfidentes mineiros eram contra a execução da Derrama e o domínio português. O movimento foi descoberto pelo rei de Portugal e os líderes condenados.
  • Conjuração Baiana (1798): Também conhecida como "Revolta dos Alfaiates". Revolta de caráter emancipacionista ocorrida na então Capitania da Bahia. Foi punida duramente pela Coroa de Portugal.

Economia

Ciclo do açúcar

Centro Histórico de Olinda, Patrimônio Cultural da Humanidade. Olinda foi a primeira sede da Capitania de Pernambuco, que, no início do século XVII, chegou a atingir o posto de maior e mais rica área de produção de açúcar do mundo.
A base da economia colonial era o engenho de açúcar. O senhor de engenho era um fazendeiro proprietário da unidade de produção de açúcar. Utilizava a mão-de-obra africana escrava e tinha como objetivo principal a venda do açúcar para o mercado europeu. Além do açúcar, destacou-se, também, a produção de tabaco e de algodão. As plantações ocorriam no sistema de plantation, ou seja, eram grandes fazendas produtoras de um único produto, utilizando mão-de-obra escrava e visando o comércio exterior .
O Brasil se tornou o maior produtor de açúcar nos séculos XVI e XVII. As principais regiões açucareiras eram Pernambuco, Bahia, parte do Rio de Janeiro e São Vicente (São Paulo). O pacto colonial imposto por Portugal estabelecia que o Brasil (colônia) só podia fazer comércio com a metrópole, não devendo concorrer com produtos produzidos lá. Logo, o Brasil não podia produzir nada que a metrópole produzisse.
O monopólio comercial foi, de certa forma, imposto pelo governo da Inglaterra a Portugal, com o objetivo de garantir mercado aos comerciantes ingleses. A Inglaterra havia feito uma aliança com Portugal, oferecendo apoio militar em meio a uma guerra pela sucessão da Coroa Espanhola e ajuda diplomática a Portugal, em troca, os portugueses abriam seus portos a manufaturas britânicas, já que Portugal não tinha grandes indústrias. Nessa época, Portugal e suas colônias, inclusive o Brasil, foram abastecidas com tais produtos. Portugal se beneficiava do monopólio, mas o país era dependente comercialmente da Inglaterra. O Tratado de Methuen foi uma das alianças luso-britânicas. A colônia vendia metais, produtos tropicais e subtropicais a preços baixos, estabelecidos pela metrópole, e comprava dela produtos manufaturados e escravos a preços bem mais altos, garantindo assim o lucro de Portugal em qualquer das transações.

Ciclo do ouro

Ouro Preto, uma das principais vilas formadas durante o Ciclo do Ouro. A cidade preserva sua arquitetura colonial e é Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade.
Prisão de Tiradentes, único condenado a morte pelo envolvimento naquele que é hoje o mais conhecido movimento por independência ocorrido no Brasil Colonial. Quadro de Antônio Parreiras (Museu Júlio de Castilhos).
Foram os bandeirantes os responsáveis pela ampliação do território brasileiro além do tratado de Tordesilhas. Os bandeirantes penetravam no território brasileiro, procurando índios para aprisionar e jazidas de ouro e diamantes. Foram os bandeirantes que encontraram as primeiras minas de ouro nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
Ao final do século XVII, devido à concorrência colonial as exportações de açúcar brasileiro começaram a declinar, mas a descoberta de ouro pelos bandeirantes na década de 1690, abriu um novo ciclo para a economia extrativista da colônia, promovendo uma febre do ouro no Brasil, que atraiu milhares de novos colonos, vindos não só de Portugal, mas também de outras colônias portuguesas ao redor do mundo, o que por sua vez acabou gerando conflitos (como a Guerra dos Emboabas), entre os antigos colonos e os recém-chegados.
Após a descoberta das primeiras minas de ouro, o rei de Portugal tratou de organizar sua extração. Interessado nesta nova fonte de lucros, já que o comércio de açúcar passava por uma fase de declínio, ele começou a cobrar o quinto do ouro, imposto equivalente a um quinto (20%) de todo o ouro que fosse encontrado no Brasil. Esse imposto era cobrado nas casas de fundição, responsáveis por fundir o ouro; dessa forma, a cobrança dos impostos era mais rigorosa.
A descoberta de ouro e o início da exploração das minas nas regiões auríferas (Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás) provocaram uma verdadeira "corrida do ouro" para estas regiões. Procurando trabalho na região, desempregados de várias regiões do país partiram em busca do sonho de ficar rico da noite para o dia. Cidades começaram a surgir e o desenvolvimento urbano e cultural aumentou muito nestas regiões. Foi neste contexto que apareceu um dos mais importantes artistas plásticos do Brasil: o Aleijadinho. Vários empregos surgiram nestas regiões, diversificando o mercado de trabalho na região aurífera. Para acompanhar o desenvolvimento da região sudeste, e impedir a evasão fiscal e o contrabando de ouro, a capital do país foi transferida para o Rio de Janeiro.
Para garantir a manutenção da ordem colonial interna, além da defesa do monopólio de exploração econômica do Brasil, o foco da administração colonial portuguesa se concentrou tanto em manter sob controle e erradicar as principais formas de rebelião e resistência dos escravos (a exemplo do Quilombo dos Palmares); como em reprimir todo movimento por autonomia ou independência política (como a Inconfidência Mineira).
No final de 1807, forças espanholas e napoleônicas ameaçaram a segurança de Portugal Continental, fazendo com que o Príncipe Regente D. João VI, em nome da rainha Maria I, transferisse a corte real de Lisboa para o Brasil. O estabelecimento da corte portuguesa trouxe o surgimento de algumas das primeiras instituições brasileiras, como bolsas de valores locais e um banco nacional, e acabou com o monopólio comercial que Portugal mantinha sob o Brasil, liberando as trocas comerciais com outras nações, o que pôs fim ao período colonial brasileiro.

Cultura

Interior da Igreja de São Francisco em Salvador, Bahia, uma das mais ricas expressões do barroco brasileiro.
Os naturais do Brasil eram portugueses; diferenciavam-se dos ameríndios e dos escravos que não tinham direitos de cidadania. Nesta época o vocábulo "brasileiro" designava apenas o nome dos comerciantes de pau brasil. Só depois da independência do Brasil se pode diferenciar brasileiros e portugueses, visto que é um anacronismo chamar brasileiro a quem morreu português antes da independência. Distinguia-se o cidadão português natural do Brasil dos outros portugueses da metrópole e províncias ultramarinas (português de Angola, português de Macau, português de Goa, etc) designando-o de Português do Brasil, Luso Americano ou pelo nome da cidade de nascimento. A partir do século XVII o termo "reinóis" era usado popularmente no Brasil para designar os portugueses nascidos em Portugal e os distinguir daqueles nascidos no Brasil. Dentro do Brasil podiam-se diferenciar os cidadãos em nível regional, por exemplo os pernambucanos dos baianos, no entanto a nível nacional e a nível internacional eram todos conhecidos como portugueses. Os escravos davam o nome de "mazombo" aos filhos de portugueses nascidos no Brasil, e mais tarde a qualquer europeu.
A sociedade no período açúcar era marcada pela grande diferenciação social. No topo da sociedade, com poderes políticos e econômicos, estavam os senhores de engenho. Abaixo, aparecia uma camada média formada por pessoas livres (feitores, capatazes, padres, militares, comerciantes e artesãos) e funcionários públicos. E na base da sociedade estavam os escravos, de origem africana, tratados como simples mercadorias e responsáveis por quase todo trabalho desenvolvido na colônia.
Era uma sociedade patriarcal, pois o senhor de engenho exercia um grande poder social. As mulheres tinham poucos poderes e nenhuma participação política, deviam apenas cuidar do lar e dos filhos .
A casa-grande era a residência da família do senhor de engenho. Nela moravam, além da família, alguns agregados. O conforto da casa grande contrastava com a miséria e péssimas condições de higiene das senzalas (habitações dos escravos).

Alimentação

Frutas brasileiras,
por Albert Eckhout
Os portugueses que vieram para o Brasil tiveram que alterar seus hábitos alimentares. O trigo, por exemplo, foi substituído pela farinha de mandioca, o mais importante alimento da colônia. A mandioca, de origem indígena, foi adotada no Brasil por africanos e portugueses, sendo usada para fazer bolos, sopas, beijus ou simplesmente para se comer misturada ao açúcar. Além da farinha, no engenho também se consumiam: carne-seca, milho, rapadura, arroz, feijão e condimentos como pimenta e azeite de dendê. As verduras, as frutas, a manteiga e os queijos eram raros e só entravam na alimentação dos ricos. Mas não faltavam doces, que eram consumidos em grande quantidade, tanto no campo como nas cidades.
Alimentação diferente experimentaram os moradores de Recife e Olinda durante a invasão holandesa (1624-1625 e 1630-1654), uma vez que vinha da Holanda o toucinho, manteiga, azeite, vinho, aguardente, peixe seco, bacalhau, trigo, carne salgada, fava, ervilha, cevada e feijão. Tanto nas casas mais humildes como nas dos senhores de engenho, as refeições eram feitas utilizando a mão, devido à ausência de garfo, este só começando a integrar o dia a dia a partir o século XIX. Outro costume de todas as classes era o de comer sentado no chão.
As bebidas alcoólicas consumidas eram principalmente a bagaceira e o vinho, trazidos de Portugal. Nos engenhos de açúcar logo foi descoberto o vinho de cana, ou seja, o caldo de cana fermentado, muito apreciado pelos escravos. Na primeira metade do século XVII descobriu-se que os subprodutos da produção do açúcar, o melaço e as espumas, misturados com água fermentavam e podiam ser destilados obtendo-se a cachaça. Ela também podia ser fabricada com o vinho de cana. Devido ao baixo preço e facilidade de produção, aos poucos foi caindo no gosto da população, ao menos entre os escravos e as pessoas de baixo poder aquisitivo. Com o tempo, as classes abastadas foram paulatinamente também adotando a cachaça .

Suécia 'investiga boato de submarino russo operando em sua costa'

As autoridades na Suécia decidiram proibir os voos de baixa altitude de aeronaves em uma área próxima a Estocolmo em meio a uma megaoperação que investiga se as águas próximas à capital sueca foram invadidas por um submarino russo não-autorizado.
A operação, que teve sua área ampliada, chegou ao quarto dia e envolve navios e helicópteros, e sensores estão sendo usados para descobrir movimentos de submarinos na região.
O Ministério da Defesa da Rússia negou qualquer "situação irregular" envolvendo suas embarcações e alegou que um submarino holandês pode ter acionado o alerta na Suécia, depois de realizar exercícios na área. Mas essa hipótese foi descartada pelo Ministério da Defesa holandês.
Uma fonte sueca disse à BBC que uma embarcação submarina foi vista no Mar Báltico a cerca de 25 km de Estocolmo.

Tensão

Rádios suecas afirmam que a área de busca foi expandida para incluir mais ilhas do Báltico, mais distante de Estocolmo.
O site de notícias sueco The Local afirma que navios e tropas foram posicionados desde Moeja, no norte de Estocolmo, a Ornoe, ao sul da capital.
A tensão cresceu na região do Báltico durante os últimos meses quando o conflito no leste da Ucrânia voltou a despertar o medo de uma agressão russa nos ex-países soviéticos da região – Estônia, Letônia e Lituânia.
A observação de submarinos da URSS durante a Guerra Fria deflagrou alertas de segurança na Suécia nos anos de 1980.
Oficialmente, os militares suecos afirmam apenas estar investigando "atividade subaquática estrangeira". Eles negaram estar procurando um submarino.
O contra-almirante Anders Grestad afirmou que "é provável que atividade subaquática estrangeira esteja acontecendo no arquipélago de Estocolmo".
"Nos últimos dias, observações foram feitas em três locais diferentes, e consideramos que todas essas observações têm credibilidade".
Ele também disse que "essa é uma área de interesse para potências estrangeiras", mas evitou nomear Moscou.
Um jornal local da Suécia disse que as autoridades do país interceptaram um sinal na Rússia.
Moscou tem diversos submarinos baseados em Kaliningrado, um exclave russo na fronteira entre a Polônia e a Lituânia, além de uma frota muito maior na região de Murmansk, na Península de Kola (a leste da Suécia e da Finlândia).
No mês passado, outro jornal sueco, Expressen, relatou a incursão de dois aviões militares de fabricação russa, modelo Sukhoi Su-24, em território nacional. A Suécia teria chegado a acionar sua Força Aérea.

PM morre com tiro na cabeça na zona sul de São Paulo

O soldado Edson Santos da Silva, de 30 anos, que pertencia às Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam) do 46º Batalhão da Polícia Militar, morreu após levar um tiro que atingiu sua cabeça enquanto trabalhava na zona sul de São Paulo. Silva chegou a ser socorrido, mas não resistiu à gravidade do ferimento.
Silva realizava patrulhamento com colegas na Rua José Pereira Cruz, na Vila Livieiro, na noite do sábado, 18, quando tentou abordar um suspeito. De acordo com a PM, o homem era suspeito de traficar drogas e fugiu deixando uma mochila no local.
Enquanto os PMs vistoriavam a mochila, foram surpreendidos a tiros. O soldado foi ferido na nuca e foi levado ao Pronto Socorro do Hospital Heliópolis, mas morreu. O responsável pelo crime não foi identificado e fugiu do local. O soldado estava na PM há oito anos.

domingo, 19 de outubro de 2014

Aécio diz que reconhecimento de desvio na Petrobras é "avanço" da parte de Dilma


O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, afirmou neste domingo que a admissão da presidente Dilma Rousseff de que houve desvio de recurso na Petrobras é um avanço, ainda que tardio, mas disse que a adversária não tomou providências contra o tesoureiro do PT que seria suposto receptor de parte do dinheiro desviado.
"Eu reconheço que é um avanço, a presidente, pelo menos, admitir que isso aconteceu, talvez um pouco tarde, mas a admissão é algo positivo", disse o candidato tucano em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, onde participou neste domingo de manhã de uma caminhada pela orla de Copacabana.
"Agora, as providências, eu não vi até agora nenhuma atitude da presidente em relação àquele que é denunciado pelo delator Paulo Roberto (Costa) como receptor da parcela que caberia ao PT, que é o seu tesoureiro", acrescentou.
Um suposto esquema de corrupção na Petrobras envolvendo partidos políticos foi revelado durante a disputa eleitoral e tem sido detalhado à Justiça pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa em um acordo de delação premiada.
Em depoimentos à Justiça Federal, Costa afirmou que grandes empresas fecharam contratos com a estatal por anos com sobrepreço e que a maior parte do dinheiro desviado tinha como destino partidos da base governista.
Segundo ele, o operador do PT no esquema era o tesoureiro da legenda, João Vaccari.
Dilma, candidata à reeleição pelo PT, reconheceu no sábado, pela primeira vez, que houve desvio de recursos na estatal e disse que pedirá ressarcimento desse dinheiro, mas que isso não está ao alcance do governo no momento. [L2N0SD0UZ]
A uma semana do segundo turno da eleição, Aécio e Dilma vão estar frente à frente na noite deste domingo em mais um debate eleitoral na televisão. Os dois travaram na quinta-feira o debate mais agressivo da campanha até o momento, com ataques generalizados de ambos os lados, deixando as propostas de governo em segundo plano.
O candidato tucano fez um "convite" a Dilma para que ambos possam debater propostas e deixar as ofensas de lado. "Que nós possamos debater propostas, falar do futuro do Brasil, permitir aos brasileiros que possam conhecer de forma mais clara e mais profunda aquilo que nos separa", disse.
Aécio escolheu o Rio para iniciar sua última semana de campanha ao lado de diversos aliados em busca de votos em um Estado onde ficou em terceiro lugar no primeiro turno, atrás de Dilma e de sua agora aliada Marina Silva (PSB), terceira colocada na votação nacional de 5 de outubro.
O senador eleito por São Paulo José Serra (PSDB), o presidente do PPS, Roberto Freire, e o candidato a vice-governador de Luiz Fernando Pezão (PMDB) no Rio, Francisco Dornelles, foram algumas das figuras políticas ao lado de Aécio no evento, que também contou com a presença do ex-jogador Ronaldo.
Uma multidão lotou a orla de Copacabana com bandeiras de Aécio e do Brasil, em um domingo de sol em que os apoiadores do candidato se misturaram a turistas e moradores que aproveitavam a manhã na praia. Aécio percorreu um trecho de cerca de 1,5 quilômetro em cima de um carro aberto e depois seguiu viagem para São Paulo, onde participará do debate.

População se prepara para adaptar rotina a horário de verão

O início do horário de verão nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste para reduzir o consumo de energia pode exigir cuidados para a adaptação do organismo e provocar alterações na rotina, sobretudo com o retorno às atividades escolares e ao trabalho, a partir desta segunda-feira (20). A mudança no horário de sono traz inclusive modificações imediatas para o desempenho físico e o humor.
Segundo o fisiologista do exercício, Renato André Silva, a explicação é que nosso corpo tem ritmos compatíveis com presença e ausência de luz. “Alguns hormônios são secretados de acordo com a presença de luz. Quando você muda o seu horário de sono e de vigília, sente imediatamente modificações relacionada ao desempenho físico e aspectos psicológicos, como humor e motivação para atividades diárias. Isso se dá por conta do chamado ritmo circadiano”, justifica.
Para amenizar os impactos, o fisiologista recomenda ajustes na rotina, como manter a carga horária de sono. “As pessoas reclamam que têm que acordar mais dedo e na primeira e segunda semana do horário de verão não se ajustam para dormir mais cedo”, diz. A dica do profissional é observar a média de sono dos três dias anteriores à mudança nos relógios e manter o ritmo.
A servidora pública Larissa Carvalho, de 27 anos, mora em Brasília e conta que busca equilibrar o sono logo no início para se adaptar ao horário de verão. Ela procura dormir mais cedo para sentir menos o efeito da mudança ao levantar pela manhã. “A minha adaptação muda porque eu acordo mais cedo e daí tento dormir mais cedo para não ficar tão cansada no outro dia e, no inicio, tento me programar bem”, explica.
Quem faz exercício físico pela manhã sentirá o impacto de demorar mais para ver a luz do sol, segundo Renato Silva. “Uma hora mais cedo para quem vai para academia e quem pratica exercícios como ciclismo, remo e corrida, significa alteração térmica. A ausência de luz faz mudar muito a sensação térmica, e a temperatura faz mudar as respostas fisiológicas. Quanto mais frio estiver, mais calor o corpo tem que produzir. Eu teria, então, um gasto calórico adicional para minimizar as chances da minha temperatura baixar”.
O horário de verão, instituído pela primeira vez em 1931 com o objetivo de aproveitar melhor a luminosidade do dia nesta época do ano, reduz o consumo de energia nos horários de pico e, consequentemente, diminui o uso de energia gerada por termelétricas, que é mais cara e mais poluente do que a gerada pelas hidrelétricas.
No entanto, há quem veja com descrença o impacto da medida, como Larissa Carvalho. Ela diz acreditar que a medida não cumpre com tanta eficiência a meta de economizar energia. “Não sei se economiza realmente, pois acho que, com o fato da acordarmos mais cedo, não muda nada. As pessoas continuam usando a energia do mesmo jeito, seja a hora que for, então, efetivamente, acho que não tem tanta mudança, economicamente falando”, disse.
O horário de verão 2014/2015 deverá evitar um gasto de R$ 280 milhões com o acionamento de usinas térmicas, que seria necessário para suprir a demanda no horário de pico, de acordo com o Ministério de Minas e Energia. Pela estimativa, o ganho econômico deve ser menor que o do horário de verão 2013/2014, quando chegou a R$ 405 milhões, a economia com a redução da necessidade de energia de térmicas.
Este ano, o horário de verão será estendido em uma semana, por causa do carnaval, encerrando no dia 22 de fevereiro de 2015. Pelo decreto que instituiu o horário de verão, a medida é iniciada no terceiro domingo de outubro e encerrada no terceiro domingo de fevereiro do ano subsequente. No ano em que houver coincidência com o domingo de carnaval, o fim deve ocorrer no domingo seguinte. O objetivo é evitar que, em meio a um feriado, algumas pessoas esqueçam de ajustar os relógios.

sábado, 18 de outubro de 2014

Municípios adotam racionamento ou rodízio para enfrentar falta de água em SP

Cidades do interior de São Paulo estão adotando racionamento ou rodízio de água. A causa é o longo período de estiagem que atinge o estado desde o início do ano. Cada prefeitura estuda a melhor forma para enfrentar o problema.
Um dos municípios mais atingidos pela falta de água, Itu enfrenta um racionamento oficial desde fevereiro. A estiagem na cidade já provocou diversos protestos de moradores e mais de mil reclamações da população ao Ministério Público.
Na quinta-feira (16), por exemplo, o município de Barretos passou a adotar o racionamento de água de forma oficial. Segundo a prefeitura, a medida foi tomada, após a constatação de que o Ribeirão Pitangueiras, responsável por 60% da água consumida na cidade, registrou grande queda no volume, com a profundidade baixando 60 centímetros e atingindo um 1,2 metro. Com isso, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) da cidade decidiu aplicar multa de R$ 264,6 nos moradores flagrados lavando calçados ou veículos. Em caso de reincidência, o valor será dobrado.
Na capital paulista, muitos moradores reclamam de falta de água em diversos bairros, mas a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) não admite o racionamento. Para diminuir o consumo, desde fevereiro a companhia concede descontos para consumidores do Sistema Cantareira que economizarem água.
Em Guarulhos, o rodízio começou dia 14 de março. Conforme o Saae da cidade, o consumo é liberado um dia sim e outro não. Dados do Saae indicam que aproximadamente 13%  da água disponibilizada na cidade são de sistemas próprios, que utilizam captações superficiais e subterrâneas poços profundos. Do restante operado pela Sabesp, 62% saem do Sistema Cantareira um dos mais prejudicados com a estiagem e 25% do Sistema Alto Tietê. Para enfrentar a crise, o Saae também decidiu oferecer descontos para consumidores que reduzirem o consumo.
O rodízio em Bauru é operado, desde quarta-feira (15), de maneira diferenciada. A cada 24 horas das 6h as 6h, o abastecimento é alternado entre as regiões do centro zona sul e da Vila Falcão Bela Vista. Assim, uma área fica sem água para que outra ser abastecida. Segundo a prefeitura, a combinação de escassez de chuvas e altas temperaturas, que aumenta o consumo de água, provocou a redução do nível do Rio Batalha. A medição do manancial passou dos 2,25 metros, registrados na última sexta-feira (10), para 1,27 metro, na tarde de segunda-feira (13). De acordo com a prefetura, a situação, que afeta 38% da população da cidade o restante é abastecido com água de poços, seguirá por tempo indeterminado, até o retorno do período de chuvas.
Em Mauá, a prefeitura criou o Projeto Revezamento de Abastecimento, que ocorre de segunda à sexta-feira e envolve toda a cidade. A cada quatro dias com água, o consumidor enfrenta um dia sem. O projeto foi adotado no dia 1º de outubro e passará a funcionar na próxima segunda-feira (20).
A prefeitura de Cruzeiro implantou rodízio programado desde a última terça-feira (14), com interrupção do serviço por 24 horas, em dias alternados. Na cidade, o rodízio também só será suspenso com a volta das chuvas.
Em Mirassol, o Rio São José dos Dourados, que abastece mais de 30% da cidade, está praticamente sem água. Enfrentando problemas técnicos também no poço Guarani, que dá suporte à captação no rio, a região central da cidade entrou em estado de atenção. Com isso, cerca de 40% da população enfrentará problemas com a falta de água até a semana que vem. Enquanto isso, a prefeitura deve oferecer caminhões-pipa para abastecer locais de emergência, entre eles escolas e postos de saúde.
Em Americana, o rodízio, sem previsão de término, foi anunciado na terça-feira (14), quando se confirmou o baixo nível do Rio Piracicaba, que abastece a cidade.
Cidade próxima de Itu, Salto enfrenta reduções noturnas no abastecimento.  Principal fonte de água do município, o Ribeirão Pirahy está com 20% do nível de fornecimento. A capacidade do Ribeirão Buru e Ribeirão Ingá (Lagoa da Conceição), chega, respectivamente, a 30% e 50%. O período de contenção começou na segunda-feira (13) e ocorrerá todos os dias, entre 21h e 6h.
Em Araras, desde quinta-feira (16), o racionamento inclui todos os bairros. O fornecimento de água é interrompido entre 6h e 18h. Segundo a prefeitura, sem a redução do consumo, as atuais reservas de água bruta de Araras seriam suficientes apenas para 50 ou 60 dias.
A cidade de Casa Branca também adotou racionamento, estabelecendo cronograma de abastecimento e corte de água até o fim de outubro. A ideia é que a população fique 12 horas seguidas com água e um dia inteiro sem água.
O município de São Sebastião da Grama decretou estado de alerta e decidiu aplicar multas de R$ 291,4 no consumidor que exceder  no consumo de água. A represa que abastece a cidade tem somente 20% de sua capacidade. A prefeitura estuda a implantação do rodízio.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Aécio diz que responderá ataques de Dilma à altura


O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, lamentou nesta sexta-feira o tom do debate presidencial da véspera na TV e disse que irá responder à altura aos ataques que receber da adversária no segundo turno, a presidente Dilma Rousseff (PT).
O tucano reuniu-se nesta sexta com a ex-presidenciável do PSB Marina Silva, que declarou apoio a ele no segundo turno e disse que a aliança inaugura um novo movimento na política brasileira.
Aécio e Dilma travaram na quinta-feira, nos estúdios do SBT, o debate mais agressivo da campanha com ataques generalizados de ambos os lados, deixando as propostas de governo em segundo plano.
O tucano voltou a culpar a petista pelo tom do encontro e disse que seguirá apresentando propostas, mas sem deixar de responder aos ataques.
"Vamos enfrentar, eu vou responder sempre no mesmo nível aos ataques que eu vier a receber", disse Aécio, em uma declaração que sinaliza o tom que deve ter o próximo debate entre presidenciáveis na noite de domingo, na TV Record.
O tucano classificou o apoio recebido de Marina como um "momento histórico" e exaltou a "generosidade" de sua neoaliada.
"Hoje nós estamos nos somando em um movimento, um movimento a favor do Brasil", disse Aécio ao lado de Marina, que no último domingo anunciou seu apoio ao candidato do PSDB, mas só nesta sexta apareceu em público ao lado dele.
Apesar do encontro, segundo Aécio, ainda não se discutiu como será a participação da ex-presidenciável na campanha, nem se ela participará de um eventual governo, em caso de vitória tucana.
De acordo com Aécio, seria "desrespeitoso" tratar agora de eventual participação no governo. Além disso, ele garantiu que Marina não exigiu nada para apoiá-lo.
Assim como fez ao anunciar o apoio a Aécio no domingo, Marina voltou a elogiar o tucano por, segundo ela, ter interpretado corretamente o que aconteceu no Brasil nos últimos 20 anos e destacou o caráter "programático" da aliança.
"Ouço com alegria a sua manifestação, candidato Aécio, de que a partir de agora você trabalha como um movimento, um movimento da mudança. A mudança que não é a mudança pela mudança, mas é a mudança qualificada, que preserva as conquistas, que encara os desafios, que não é complacente com os erros, mas que tem a humildade de compreender que algo grandioso não se faz por um grupo, por um partido, por uma pessoa", disse Marina.
Tanto Aécio quanto integrantes do PSB afirmaram que não foram tratados eventuais cargos para o partido em um eventual governo tucano, mas membros da sigla que abriga Marina, como o ex-candidato a vice Beto Albuquerque e o coordenador do programa de governo Maurício Rands, disseram que, com o apoio dado a Aécio, a legenda estará na base de sustentação em um eventual governo do PSDB.
Ao receber o apoio formal do PSB na semana passada, Aécio disse que contaria com o partido não só na campanha, mas também no governo.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Obama autoriza envio de reservistas para missão de combate ao Ebola na África


O presidente norte-americano, Barack Obama, autorizou o uso de reservistas do Exército nesta quinta-feira para ajudar nos esforços de ajuda humanitária contra o surto de Ebola na África Ocidental.
Em uma carta aos líderes do Congresso dos Estados Unidos, Obama disse que um número indeterminado de reservistas será usado ​​para ajudar nas operações em apoio à missão contra o Ebola naquela região.
A mobilização poderá incluir de engenheiros a pessoal de logística e especialistas em comunicação. Nenhum indivíduo ou unidade foi identificado até agora pela convocação.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Governo Fernando Henrique Cardoso

O Governo Fernando Henrique, também chamado Governo FHC, teve início com a posse da presidência por Fernando Henrique Cardoso, em 1 de Janeiro de 1995, e terminado em 1 de janeiro de 2003, quando assumiu Luiz Inácio Lula da Silva.
Fernando Henrique Cardoso foi presidente por dois mandatos consecutivos (de 1995 a 1998 e de 1999 a 2002). Suas principais marcas foram a consolidação do Plano Real, a introdução do programas de transferência de renda como o Bolsa Escola, além de profundas reformas econômicas.

Economia

A política de estabilidade e da continuidade do Plano Real foi a principal bandeira da campanha eleitoral de 1998 para a reeleição de FHC. Ele foi reeleito já no primeiro turno. Promoveu inúmeras privatizações em setores como telecomunicações, distribuição de energia elétrica, mineração e financeiro. Essas privatizações eram contestadas por sua oposição, principalmente do PT .
Ao longo de seu mandato presidencial a economia brasileira2 se manteve estável, em consequência do controle da inflação conseguido com o Plano Real.

Início da expansão econômica

Durante o Plano Real e sucessivamente, houve um maciço ingresso de investimentos externos na área produtiva, sendo essa entrada de dólares uma das âncoras do plano. Só na área da indústria de automóveis, entraram com fabricação no país durante o governo de Fernando Henrique nada menos que onze marcas (Peugeot, Renault, Citroën, Audi, Mitsubishi, Nissan, Land Rover, Toyota - até então uma pequena fabrica artesanal de jipes, Honda, Mercedes-Benz automóveis, Dodge-Chrysler, fora a (na época) brasileira Troller). Ainda no setor de caminhões a Volkswagem implantou fábrica em Resende-RJ, a Iveco em Minas e a Internacional/Agrale no Rio Grande do Sul. Entraram em atividade também montadoras de motocicletas como Kasinski e Sundown em Manaus. A produção de veículos no país cresceu expressivamente ultrapassando a marca de 2 milhões/ano.Investimentos perderam fôlego por causa das crises em vários países emergentes que ainda afetavam o Brasil.
Nesse período o país começava a viver uma expansão econômica, depois de sofrer os efeitos de várias crises internacionais nos anos anteriores. A expansão econômica embrionária, no entanto, trouxe efeitos colaterais sérios, gerados pela ausência de investimento e planejamento em produção de energia no Brasil, que não se organizara para seu crescimento.

Crises econômicas enfrentadas

Pedro Malan, ministro da Fazenda no governo FHC, à direita do então secretário do Tesouro dos EUA, Paul O'Neill
FHC enfrentou diversas crises mundiais durante seu governo, como a crise do México em 1995, a crise asiática em 1997-98, a crise russa em 1998-99 e, em 2001, a crise argentina, os atentados terroristas nos EUA em 11 de setembro de 2001, a falsificação de balanços da Enron/Arthur Andersen. Internamente, enfrentou uma crise em 1999, quando houve uma forte desvalorização do real, depois de o Banco Central abandonar o regime de câmbio fixo e passar a operar em regime de câmbio flutuante. Em 2002, a própria eleição presidencial no Brasil, em que se previa a vitória de Lula, causou mais uma vez a fuga de hot-money, elevando o preço do dólar a quase R$ 4,00.
Opositores de seu governo afirmam entretanto que tendo Fernando Henrique incentivado o fluxo de capitais externos especulativos de curto prazo no Brasil (hot-money) - que supostamente inundariam o país para equilibrar o balanço de dólares, exatamente o oposto do desejado se deu: a cada crise que surgia em outros países emergentes, a economia brasileira sofria uma retirada abrupta desses capitais internacionais especulativos, o que obrigava FHC a pedir socorro ao FMI, o que fez três vezes.  sendo a última já com concordância de Lula, recem-eleito. Seus defensores lembram que FHC pegou o país falido, praticamente sem divisas em dólar e com uma hiper-inflação que chegou a mais 70% em um único mês, tendo que abrir mão de diversas frentes para estabilizar o país e entregá-lo ao seu sucessor com as finanças devidamente organizadas.
As principais marcas positivas do governo FHC foram a continuidade do Plano Real, iniciado por Itamar Franco que tinha o próprio Cardoso como Ministro da Fazenda; o fim da hiperinflação, e a criação de programas sociais pioneiros, como o bolsa-escola, o vale-gás e o bolsa-alimentação. Além de mudanças amplas no Estado brasileiro, com a implementação da Advocacia Geral da União, da Lei de Responsabilidade Fiscal, do Ministério da Defesa e a implantação do PROER - programa de restruturação do sistema financeiro brasileiro - concentrando e transformando os bancos brasileiros em instituições fortemente fiscalizadas, o que rendeu elogios do próprio presidente Lula na ocasião da crise econômica mundial de 2008.
Logotipo e slogan, Trabalhando por todo o Brasil, utilizado no governo Fernando Henrique entre 1999 e 2002

Salário Mínimo

O salário mínimo passou, em oito anos, de 70 para 200 reais em termos absolutos. Em termos reais seu crescimento foi de 44,28%

PIB

A taxa média de crescimento do PIB do período FHC foi de 2,3% ao ano.

Aumento da dívida pública

Quando Fernando Henrique Cardoso assumiu a Presidência da República, a dívida pública federal interna e externa somavam cerca de R$ 153 bilhões e as dívidas de estados e municípios permaneciam descontrolados.
No seu governo, a dívida pública do Brasil, que era de US$ 60 bilhões em julho de 1994, saltou para US$ 245 bilhões em novembro de 2002, principalmente devido as altas taxas de juros e pela absorção da dívidas dos estados da federação com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Com as privatizacões de empresas estatais conseguiu gerar para o Tesouro Nacional uma receita de US$ 78,61 bilhões, sendo 95% em moeda corrente).

Lei de Responsabilidade Fiscal

A Lei de Responsabilidade Fiscal provocou uma mudança substancial na maneira como é conduzida a gestão financeira dos três níveis de governo. Até então, o governo federal não tinha mecanismos para medir o endividamento total do país. Como medida de contingênciamento para a implantação da LRF, o governo tomou para si as dívidas públicas estaduais e municipais, tornando-se credor dos estados e municípios altamente endividados. Com a LRF, impediu que os prefeitos e governadores endividassem novamente os estados e municípios além da capacidade de pagamento.

Índice de Desenvolvimento Humano

Entre 1995 e 2000, o Brasil melhorou seu IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,753 para 0,789.

Saúde

O programa de combate à AIDS foi copiado por outros países e apontado como melhor programa de combate a Aids pela ONU. No período, foi criada também a lei de incentivo aos medicamentos genéricos, o que possibilitou a queda do preço dos medicamentos no Brasil. Eliminou os impostos federais dos medicamentos de uso continuado. Foi regulamentada ainda a lei de patentes, com resolução encaminhada à Organização Mundial do Comércio para licenciamento compulsório de fármacos em caso de interesse da saúde pública. Foi organizado também o Sistema Nacional de Transplantes e a Central Nacional de Transplantes.
Durante o Governo FHC, foi sancionado a Lei nº 10.167, de 2000 que tornou mais rigorosa a política antitabagista no Brasil, com a proibição da publicidade e a introdução das imagens de impacto em embalagens de cigarro. Também foi introduzida a vacinação dos idosos contra a gripe e criada a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Também tinha os "Mutirões da Saúde".

Crises e acusações de corrupção

Reeleição

No primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, foi aprovada uma emenda constitucional que permitiu a reeleição para os cargos executivos em todos os níveis. Tornando-se FHC o primeiro presidente brasileiro a ser reeleito posteriormente. Gravações colocaram sob forte suspeita a emenda que permitiu a reeleição do FHC. Dois deputados do PFL admitiram terem desembolsado dinheiro junto a Sérgio Motta (Ministro das comunicações) para votar a favor da emenda. Os deputados acusados, após serem investigados pela Comissão de Constituição e Justiça, se viram obrigados a renunciar para evitar a cassação de seus mandatos.
Tendo formado uma base de sustentação coesa, principalmente através do apoio total do PFL e de parte do PMDB, FHC manteve uma relativa estabilidade política neste período.
Em maio de 1997 grampos telefônicos publicados pela Folha de S. Paulo revelaram conversas entre o então deputado Ronivon Santiago e outra voz identificada no jornal como Senhor X. Nas conversas, Ronivon Santiago afirma que ele e mais quatro deputados receberam 200 mil reais para votar a favor da reeleição, pagos pelo então governador do Acre, Orleir Cameli
A oposição ao governo, liderada pelo PT, baseada em gravações de conversas telefonicas divulgadas pelo jornal Folha de S. Paulo que demonstravam como quatro deputados federais venderam seus votos por US 200 mil cada, passou a acusar pessoalmente Fernando Henrique Cardoso, de ter comprado os votos dos deputados. Esse, por sua vez, defendeu-se, alegando que vários foram os beneficiados pela emenda, uma vez que governadores e prefeitos também poderiam ser reeleitos e que as escutas mostravam o envolvimento de um governador e seus deputados, não o governo federal.
O episódio foi investigado na época pela Comissão de Constituição e Justiça - numa investigação que durou poucas horas - e anos depois foi abordada pela CPI do Mensalão. Em ambas as circunstâncias, não se conseguiu comprovar a efetiva compra de votos diretamente por FHC
Após a investigação da CCJ os deputados Ronivon Santiago e João Maia renunciaram a seus mandatos, para evitar sua cassação.

Crise do apagão

Após toda uma década sem investimentos na geração e distribuição de energia elétrica no Brasil, na passagem de 2000 para 2001, um racionamento de energia foi elaborado às pressas e atingiu diversas regiões do Brasil, principalmente a Região Sudeste. O Governo FHC foi surpreendido pela necessidade urgente de cortar em 20% o consumo de eletricidade em quase todo o País (a região sul não participou do racionamento, tendo em vista que suas represas estavam cheias). Enquanto a energia sobrava em alguns estados, onde chovia muito, como no Rio Grande do Sul, faltava em outros onde não chovia. A ausência de linhas de transmissão com capacidade suficiente para transferir as cargas gerava essa desigualdade.
O governo estipulou benefícios aos consumidores que cumprissem a meta e punições para quem não conseguisse reduzir seu consumo de luz. Introduziu também no Brasil em tempo recorde uma rede de usinas termoelétricas para funcionar como segunda opção em casos de estiagens longas. Até então o país era totalmente dependente da geração de energia através de recursos hidricos.
No final de 2001, o nível de chuvas melhorou e o racionamento pôde ser suspenso em fevereiro de 2002.