terça-feira, 29 de novembro de 2016

Turquia invade Síria para derrubar governo

Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse nesta terça-feira (29) que o Exército de seu país entrou na Síria para acabar com o governo do presidente Bashar Assad, a quem acusou de terrorismo de Estado; "Entramos na Síria para acabar com o regime do tirano Assad que aterroriza com terror de Estado. Não entramos por qualquer outra razão", declarou Erdogan. O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse nesta terça-feira (29) que o Exército de seu país entrou na Síria para acabar com o governo do presidente Bashar Assad, a quem acusou de terrorismo de Estado.
"Entramos na Síria para acabar com o regime do tirano Assad que aterroriza com terror de Estado. Não entramos por qualquer outra razão", disse o presidente turco em um simpósio interparlamentar em Istambul, citado pelo jornal Hurriyet. Erdogan disse ainda que Ancara não tem reivindicações territoriais na Síria, mas quer entregar o poder à população síria para restaurar "a justiça".
"Por que entramos? Não estamos de olho em solo sírio. A questão é fornecer terras a seus verdadeiros proprietários. Ou seja, estamos lá para o estabelecimento da justiça", disse ele.
Ele continuou afirmando que de acordo com as suas "estimativas", quase um milhão de pessoas morreram na Síria, e que isso o fez se perguntar "onde estava a ONU" e "o que ela estava fazendo". Em dado momento, disse Erdogan, a Turquia perdeu a paciência e "teve que entrar" no país árabe para lutar "junto com o Exército Livre da Síria".
Nenhum grupo de monitoramento fornece números de vítimas semelhantes aos declarados por Erdogan. Os últimos dados da ONU calculam que, em cinco anos, o conflito sírio matou cerca de 400 mil pessoas. As tropas turcas entraram na Síria em 24 de agosto, lançando a chamada operação Escudo do Eufrates com tropas terrestres e força aéreo no norte do país vizinho, com o objetivo declarado de ajudar a retomar as regiões controladas pelo Daesh (autodenominado Estado Islâmico).
No entanto, grande parte dos analistas considera que Ancara pretende sobretudo suprimir as forças curdas no norte Síria, a fim de evitar a conexão de três regiões curdas, que de facto são autônomas, em um único enclave ao sul da fronteira turca.
Em outubro, as forças aéreas da Turquia mataram entre 160 e 200 combatentes da milícia curda YPG em 26 ataques aéreos realizados em apenas uma noite. A campanha militar turca na Síria também levou a relações cada vez mais tensas entre Ancara e o governo de Assad. A Turquia foi forçada a suspender o apoio aéreo à sua incursão militar no final do mesmo mês, depois que Damasco prometeu derrubar os aviões da Força Aérea turca que estivessem sobrevoando seu espaço aéreo.

domingo, 27 de novembro de 2016

Tiroteio faz um morto e nove feridos em Nova Orleães

Um tiroteio ocorrido este domingo em Nova Orleães, nos Estados Unidos, tirou a vida a uma pessoa e feriu outras nove.
Segundo um comunicado do departamento da polícia local, publicado na sua conta do Twitter, o incidente aconteceu em Bourbon Street.
As vítimas são duas mulheres e oito homens, com idades compreendidas entre os 20 e os 37 anos, e duas pessoas já foram detidas por posse ilegal de armas, não se sabendo, no entanto, se estão relacionadas com o tiroteio.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Justiça determina que RJ dê informações sobre isenções fiscais

Liminar foi obtida por deputados do PSOL que não teve acesso às informações. TCE diz que RJ concedeu R$ 138 bilhões em benefícios.

O desembargador Cláudio Mello Tavares, da 11ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio concedeu liminar determinando que a Secretaria de Fazenda dê acesso imediato às informações sobre isenções fiscais concedidas pelo governo do Rio. O pedido foi feito pela bancada do PSOL na Assembleia Legislativa (Alerj). A Secretaria de Fazenda não se pronunciou sobre o assunto.
O pedido dos parlamentares à Justiça aconteceu após a recusa da Secretaria Estadual de Fazenda em prestar esclarecimentos sobre os benefícios fiscais concedidos nos últimos dez anos pelos dois governos de Sérgio Cabral (2007 a 2014) e pela administração de Luiz Fernando Pezão, a partir de 2015. Segundo a decisão do desembargador, o Estado deve dar acesso imediato às informações solicitadas pelos deputados estaduais.
Os deputados Marcelo Freixo, Flávio Serafini, Eliomar Coelho, Paulo Ramos e Wanderson Luiz Nogueira encaminharam pedido de informações sobre isenções em março deste ano. A resposta, negativa, veio apenas em agosto. De acordo com os parlamentares, uma auditoria feita pelos técnicos do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro constatou que foram concedidos, entre 2008 e 2013, R$ 138 bilhões em benefícios fiscais para empresas que atuam no estado.
O desembargador Cláudio Mello Tavares, da 11ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), concedeu liminar com base em mandado de segurança impetrado por um grupo de deputados estaduais contra ato da Secretaria estadual de Fazenda, que se recusou a prestar esclarecimentos sobre a relação das pessoas jurídicas que obtiveram benefícios fiscais nos últimos dez anos. O órgão também não forneceu informações sobre isenções tributárias concedidas.
A decisão do magistrado determina que o Poder Executivo dê imediato acesso às informações solicitadas pelos parlamentares, até para que sejam adotadas providências urgentes que se justificam pela atual situação financeira estadual, que dificulta o atendimento básico aos cidadãos.
“A receita tributária, como se sabe, integra o patrimônio público e, por tal razão, o Executivo não pode renunciar às mesmas sem adotar a transparência e a publicidade necessárias à prática de tal conduta”, destacou o desembargador, informando que o Poder Legislativo tem função de fiscalizar as ações executivas.
O magistrado lembrou ainda o impacto das isenções fiscais na situação financeira atual do Estado do Rio. “Considerando a gravíssima crise financeira por que passa o Estado do Rio de Janeiro, bem como o fato notório de que as concessões não se restringem às empresas que estruturam a economia, adequada se revela a pretensão dos impetrantes, que objetivam o imediato acesso às informações para que sejam adotadas providências urgentes que se justificam pelo colapso financeiro que vem dificultando o atendimento às necessidades básicas dos cidadãos” – finalizou o desembargador.
O grupo formado pelos deputados Marcelo Freixo, Flávio Serafini, Eliomar Coelho, Paulo Ramos e Wanderson Luiz Nogueira declarou ter encaminhado o pedido de informações em março deste ano, e recebeu a resposta negativa em agosto. De acordo com os parlamentares, uma auditoria feita pelos técnicos do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro constatou que foram concedidos, entre 2008 e 2013, R$ 138 bilhões em benefícios fiscais para empresas que atuam no estado.
“Não acarreta a divulgação de dados particulares e sigilosos relacionados às pessoas jurídicas, não se configurando, assim, a violação ao referido dispositivo legal” relata o desembargador, que acrescenta.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Candidata à presidência dos EUA deve pedir recontagem de votos das eleições

A candidata do Partido Verde à presidência dos EUA, Jill Stein, está preparando um pedido de recontagem dos votos das eleições americanas em vários dos estados-chave para se ganhar nas eleições, de acordo com o jornal britânico The Guardian.
Stein lançou uma página na internet para angariar fundos, buscando US$ 2 milhões em doações, que, segundo ela, são necessários para solicitar recontagem de votos nos estados de Michigan, Pensilvânia e Wisconsin.
Segundo a publicação, Stein afirmou que estava agindo devido a "provas convincentes de anomalias na votação", baseada em dados que indicaram "discrepâncias significativas nos totais de votos".
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ganhou da candidata democrata Hillary Clinton na Pensilvânia e em Wisconsin. Michigan ainda não divulgou resultados das eleições.
Acadêmicos e partidários republicanos estão pressionando a campanha de Hillary Clinton para participar do pedido de Stein, de acordo com o Guardian. Um relatório, que pede a recontagem, deverá se entregue ao Congresso e a autoridades federais, de acordo com duas pessoas envolvidas.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Ataque suicida mata dezenas em Cabul

Atentado reivindicado pelo "Estado Islâmico" deixa mais de 30 mortos e 85 feridos em mesquita xiita na capital do Afeganistão. Presidente Ashraf Ghani condena o "brutal ataque", que classifica de "crime imperdoável".Um atentado suicida reivindicado pelo grupo terrorista "Estado Islâmico" (EI) deixou mais de 30 mortos e 85 feridos nesta segunda-feira (21/11) num templo em Cabul, no Afeganistão. O ataque ocorreu durante uma cerimônia religiosa da comunidade hazara, uma minoria xiita de língua persa.
O balanço de vítimas, que inclui mulheres e crianças, foi divulgado pelo porta-voz do Ministério afegão da Saúde, Ismail Kawusi. Ele afirmou, no entanto, que o número de mortos e feridos pode aumentar nas próximas horas.
O ataque ocorreu por volta do meio-dia (horário local), quando um homem-bomba se explodiu em meio a dezenas de pessoas na mesquita xiita de Baqir-ul-Olom, situada numa área da minoria hazara no oeste da capital afegã, afirmou o Ministério do Interior do país.
O porta-voz da polícia de Cabul, Basir Mujahid, disse que, neste domingo, várias mesquitas e centros religiosos de todo o país comemoram o Arbain, uma importante celebração na qual os xiitas lembram a morte do imã Hussein, neto do profeta Maomé, em meio a fortes medidas de segurança.
"Algumas pessoas realizaram nesta segunda-feira outra cerimônia após o Arbain e, infelizmente, um suicida entrou na mesquita de Baqir-ul-Olom, detonando seus explosivos", afirmou Mujahid.
O Talibã já havia negado sua participação no ataque quando o EI reivindicou a autoria. "A imolação de um combatente do Estado Islâmico atingiu um santuário xiita na cidade de Cabul", diz um comunicado em árabe publicado na agência Amaq, vinculada ao grupo extremista sunita.
Em nota, o presidente afegão, Ashraf Ghani, condenou o "brutal ataque" e manifestou sua "mais profunda tristeza" pela tragédia que, segundo ele, é um "crime imperdoável". O Ministério do Exterior, em outro comunicado, enviou suas condolências às famílias das vítimas e a todo povo afegão.
Atentados de caráter sectário têm se tornado frequentes no Afeganistão, com alvo na minoria xiita, especialmente na comunidade hazara. Em julho deste ano, um ataque suicida durante uma manifestação hazara em Cabul deixou mais de 80 mortos e 300 feridos.

sábado, 19 de novembro de 2016

Tiroteio interrompe trânsito em via expressa do Rio

Um tiroteio entre policiais e bandidos interrompeu o trânsito na manhã deste sábado (19) na Linha Amarela, uma das principais vias expressas do Rio, que liga a zona oeste à zona norte da cidade.
Policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade de Cidade de Deus entraram em confronto com bandidos armados durante um patrulhamento de rotina na favela, por volta das 9h30.
Houve perseguição, e a Linha Amarela teve o trânsito interrompido para garantir a segurança de quem passava pelo local, segundo informações da Coordenadoria de Polícia Pacificadora.
Agentes do Batalhão de Polícia Militar de Jacarepaguá (18º BPM) reforçaram o policiamento na região. Segundo a polícia, alguns suspeitos foram conduzidos à delegacia para checar se tinham antecedentes criminais. Não há informações sobre feridos até o momento.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Lancha e joias foram compradas por grupo de Cabral para lavar dinheiro

O esquema de arrecadação de propina revelado na operação que prendeu, nesta quinta-feira (17), o ex-governador Sérgio Cabral, usava para lavar dinheiro a compra de bens que incluíram vestidos de festa, joias e até uma lancha avaliada em R$ 5 milhões
Os procuradores da força-tarefa da Lava Jato afirmaram que a lavagem de dinheiro ficava caracterizada pelos bens apreendidos, e que foram adquiridos em dinheiro vivo. Cerca de R$ 950 mil foram gastos desta forma.
A lancha apreendida estava guardada na marina do condomínio Portobello, em Mangaratiba, no Rio, onde Cabral tem casa. Ela está registrada no nome de MPG Participações, empresa do investigado Paulo Fernando Magalhães, mas pertenceria, de fato, a Sérgio Cabral.
Veja lista dos itens adquiridos com dinheiro de propina:
- Seis vestidos de festa para Adriana Ancelmo
- Uma lancha avaliada em R$ 5 milhões
- Um helicóptero
- Uma motoaquática
- Diversas obras de arte
- Joias
- Móveis de escritórios
- Equipamentos e máquinas agrícolas
- Automóveis
- Blindagem de carros

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Fala de Temer sobre Lula expõe iminência de caos no país

Presidente revelou temer instabilidade com possível prisão.

O mais importante da entrevista do presidente Michel Temer no programa Roda Viva, desta segunda-feira (14), foi o sentido de preocupação em termos de insegurança pública frente a uma eventual prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente receia pelo surgimento de grandes manifestações de movimentos sociais contra uma decisão do Judiciário sobre o petista. "Se Lula for preso, isso causa instabilidade para o país, porque haverá movimentos sociais de contestação à decisão do Judiciário. Isso pode, sim, criar problemas. Eu não tenho dúvidas", disse Temer.
A frase do presidente da República reverbera, também, o discurso da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) no mesmo dia. Ao criticar a proposta de emenda constitucional (PEC) 55 que visa implantar um limite no teto dos gastos públicos do governo federal, a parlamentar disse que o povo tem que se manifestar. “O governo têm plena consciência de que está cada vez mais difícil convencer a população sobre tamanha falácia, e por isso tem muita pressa em aprovar a medida e não querem ouvir a opinião do povo”.
A sintomática fala de Michel Temer sobre Lula é sobre o Brasil
A sintomática fala de Michel Temer sobre Lula é sobre o Brasil
Com precisão, a senadora concluiu que “para o andar de cima, a PEC 55 não existe” e que “vai sobrar para o dependente do SUS, para o pai que tem filho em escola pública e para os extremamente pobres que dependem do amparo do Estado. É por isso que eles têm medo do referendo, medo de enfrentar o debate popular”, disse Gleisi.
Em entrevista à Folha de S.Paulo desta terça-feira (15), um novo alerta: Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência durante o governo Lula, reclamou do estardalhaço criado pela Polícia Federal em torno de obras na piscina do Palácio da Alvorada, alvo de investigação por ter sido reformada pela Odebrecht, mas que, defende Carvalho, estava num consórcio com mais outras 21 empresas contratadas.
"É irresponsabilidade e, dessa forma, a PF desmerece o trabalho sério que acreditamos que ela sempre praticou (...) É um guerra jurídica na qual a acusação não é mais importante, mas fazer a desconstrução da pessoa [Lula]", concluiu Gilberto Carvalho.
A situação pré-falimentar de todos os municípios e estados do país ganha contornos assustadores no Rio de Janeiro, às vésperas da votação na Alerj do pacote de medidas do governador Luiz Fernando Pezão. Os áudios que estão circulando no Rio com referência à votação são de uma violência que deve estar preocupando todos os órgãos de segurança do país.
O Jornal do Brasil acredita que quando Temer externa preocupação com uma possível prisão de Lula, o pano de fundo é um caos bem mais generalizado, já que o país vive um dos momentos mais difíceis em toda a sua história republicana.
Ao ser proclamada em 1889, num Brasil cuja população não ultrapassava 15 milhões de pessoas, a República buscava, além do sentido de liberdade, o encontro estrito com o próprio significado do termo, a Res publica, a “coisa do povo, coisa pública”. Essa população nacional de outro momento é hoje inferior à do Rio de Janeiro, estado na mais crítica situação com o funcionalismo público de meio milhão de pessoas, numa crise conjugada com o alto desemprego e a explosão da Petrobras.
Os municípios fluminenses, por tabela, refletem essa crise e enfrentam dificuldades das mais sérias em termos de segurança pública. As cidades serranas, vítimas de catástrofes nos últimos anos, obrigaram o estado a promover auxílio. Agora, este mesmo estado se vê obrigado a interromper, por falta de dinheiro, a ajuda. As consequências vêm e começam a ser sentidas pela população, a ponto de se comentar que o recente arrastão na Ponte Rio-Niterói pode ter vindo de uma das comunidades desassistidas.
A entrevista do presidente Michel Temer deveria ser muito considerada e vista com atenção, porque o que foi dito não foram palavras soltas. São palavras de um chefe de Estado que detém informações e que sabe muito mais daquelas simples frases ditas aos jornalistas do que a interpretação que outros podem dar a elas.

domingo, 13 de novembro de 2016

Alterações Climáticas. Donald Trump quer desistir do Acordo de Paris

Donald Trump pretende desvincular os Estados Unidos da América do Acordo de Paris, que pretende impedir o aumento da temperatura mundial. O acordo entrou em vigor a 4 de novembro.
Donald Trump sempre se mostrou cético em relação ao aquecimento global. É "um mito", chegou a dizer
Donald Trump quer que os Estados Unidos da América se desvinculem do Acordo de Paris antes do fim do período de quatro anos que o país ficou obrigado a respeitar. De acordo com a Reuters, que cita uma fonte próxima da equipa de transição do presidente eleito, Trump quer encontrar uma forma que permita aos Estados Unidos abandonar o acordo firmado em maio do ano passado.
“Foi imprudente que o Acordo de Paris tenha entrado em vigor antes das eleições”, afirmou a fonte. O acordo, assinado por 195 países, entrou em vigor a 4 de novembro, quatro dias antes das presidenciais norte-americanas que deram a vitória ao candidato republicano.
Destinado a substituir o Protocolo de Quioto em 2020, o Acordo de Paris tem como objetivo manter o aumento da temperatura média mundial “muito abaixo de dois graus celsius” (o limite que os cientistas acreditam ser seguro) em relação aos níveis pré-industriais. Este prevê ainda que os líderes mundiais trabalhem no sentido de reduzir a emissão de gazes com efeito de estufa.
Barack Obama, que assinou o documento em 2015, teve um papel importante na mobilização de outros estados para a assinatura do acordo. Em setembro deste ano, os Estados Unidos e a China entregaram simbolicamente na ONU ratificações ao acordo. Os dois representam cerca de 38% das emissões globais. 
Trump sempre se mostrou cético em relação ao aquecimento global, chegando mesmo a afirmar publicamente tratar-se de “um mito” inventado pelos chineses para prejudicar a competitividade da indústria norte-americana. Já durante a campanha, mostrou-se decidido em pôr um travão ao processo desencadeado pelo Acordo de Paris. Numa entrevista à Reuters, disse que pretendia, “no mínimo”, “renegociar os compromissos”.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Partido britânico da oposição vai tentar impedir negociações do Brexit

O partido de oposição do Reino Unido disse hoje que votaria contra o início das negociações do Brexit com a União Europeia a menos que o governo prometa um novo referendo antes de deixar o bloco.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, quer começar a tratar da separação até 31 de março, mas a Suprema Corte decidiu que o Parlamento deve votar sobre isso antes. O governo está recorrendo e as audiências devem começar já em dezembro.
Nesse ínterim, alguns legisladores pró-União Europeia estão tentando conseguir apoio para apoio para bloquear o movimento. O líder dos Liberal Democratas, Tim Farron, disse que o seu partido iria votar contra o acionamento do Artigo 50 do tratado europeu que desencadeia as negociações de separação.
Farron disse que os que votaram decidiram deixar a UE em junho, mas não sobre o tipo de relacionamento que o Reino Unido deve procurar ter com o bloco. Ele afirmou que é preciso haver "um referendo no final desse processo para que nada seja imposto a alguém que não votou por isso". Fonte: Associated Press

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Sete mortos e mais de 50 feridos em descarrilamento de bonde perto de Londres

Pelo menos cinco pessoas morreram, e mais de 50 ficaram feridas, quando um bonde descarrilou nesta quarta-feira (9) em um túnel de Croydon, ao sul de Londres - anunciou a polícia britânica.
"Podemos confirmar a morte de ao menos sete pessoas. Mais de 50 foram hospitalizadas", indicou a polícia, que anunciou a prisão de um homem de 42 anos "suspeito de homicídio culposo", o qual, segundo a imprensa britânica, seria o condutor do veículo.
O acidente ocorreu por volta das 6h10 no horário local (4h10 de Brasília), quando o bonde saiu dos trilhos no momento em que entrava em uma curva.
"Nossos agentes ainda estão trabalhando no local do acidente, e o organismo responsável analisa as causas do descarrilamento", disse a polícia.
"Os primeiros indícios sugerem que o bonde circulava em uma velocidade significativamente superior à máxima autorizada", informou, por sua vez, um comunicado do Serviço de Investigação de Acidentes Ferroviários (RAIB, em inglês).
O RAIB também explicou que o acidente ocorreu em um trecho, no qual a velocidade é limitada a 20 km/h, por conta da curva fechada na esquerda.
"Todo mundo saiu literalmente voando", relatou à agência local Press Association Martin Bamford, um morador de Croydon, de 30 anos, que estava no trem.
"Uma mulher caiu por cima de mim, tinha sangue po todo lado. Não acho que ela tenha sobrevivido", lamentou.
Ao ser questionado sobre o que aconteceu com o condutor, Bamford respondeu: "eu perguntei para ele se estava bem. Ele respondeu que sim. Quando perguntei para ele o que aconteceu, disse que achou que tinha 'apagado'", descreveu.
O diretor do serviço de emergências do St. George's Hospital, Phil Moss, disse ter tratado 20 pacientes ligados ao descarrilamento.
"Os pacientes que tiveram de ser submetidos a cirurgias vão, certamente, continuar internados até amanhã, ou até por vários dias, ou semanas", revelou o médico.
O sistema de bonde de Londres, que usa a tecnologia VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), recém-inaugurado no Rio de Janeiro no momento dos Jogos Olímpicos, opera no subúrbio do sul da capital inglesa, com 28 quilômetros de trilhos. Inaugurado em 2010, transportou mais de 27 milhões de passageiros no período 2015-2016.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Curdos afirmam que 250 militares dos EUA participam de ofensiva em Al Raqqa

Pelo menos 250 soldados e oficiais dos Estados Unidos participam da ofensiva lançada pelas Forças da Síria Democrática (FSD), uma aliança armada curdo-árabe, para expulsar o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) da cidade de Al Raqqa.
Essa informação foi revelada nesta segunda-feira pelas Unidades de Proteção do Povo (YPG, em sua sigla em curdo), principal componente das FSD, em sua página no Facebook.
As YPG afirmaram que centenas de membros de forças de elite internacionais, entre eles os militares americanos, fazem parte da operação "A Ira do Eufrates" contra o EI em Al Raqqa.
Essas forças se encontram na Síria no marco da coalizão internacional formada contra os extremistas.
Anteriormente, o porta-voz da Frente dos Revolucionários de Al Raqqa (facção integrada nas FSD), Mahmoud Hadi, tinha afirmado à Agência Efe por telefone que a coalizão internacional oferece à aliança curdo-árabe tanto cobertura aérea como assessoria militar no terreno.
Por sua vez, o Observatório Sírio de Direitos Humanos informou hoje que reforços militares dos EUA chegaram ao enclave curdo-sírio de Kobani, sob controle das FSD e no norte da província de Aleppo, vizinha a Al Raqqa, para participar da ofensiva "A Ira do Eufrates".

sábado, 5 de novembro de 2016

Fracasso do diálogo na Venezuela pode causar derramamento de sangue

Um eventual fracasso do diálogo político entre governo e oposição na Venezuela, com o apoio do Vaticano, pode ocasionar derramamento de sangue, alertou neste sábado ao jornal argentino La Nación o enviado do papa Francisco, arcebispo Claudio María Celli.
"Se por caso uma delegação ou a outra quiserem acabar com o diálogo, não é o papa, mas o povo venezuelano que vai perder, porque o caminho poderá verdadeiramente ser o do sangue", disse o sacerdote.
As negociações entre governantes e opositores transcorrem com dificuldades que ameaçam uma rápida solução para a crise venezuelana. Os primeiros dias de trégua, com insultos e posturas irreconciliáveis em torno da saída do chavismo do poder complicam o panorama.
As partes conflitantes voltarão a se reunir em 11 de novembro. Em meio a uma grande crise interna, a oposição exige um referendo revogatório do mandato do presidente Nicolás Maduro.
"Tem gente que não tem medo de que haja derramamento de sangue. Isto é o que me preocupa. (O papa) Francisco está desempenhando um papel muito forte. Corremos um risco. Vamos ver, que Deus nos ajude", pediu o arcebispo, em Roma, após retornar de uma visita a Caracas.
Celli disse que "é o povo venezuelano que se afunda mais". "Quando me reuni com os representantes da oposição, na manhã de segunda-feira, disse-lhes claramente: 'Meu medo é que haja mortos na manifestação de quinta-feira. E se houver mortos, o diálogo, que diálogo é esse?'. A oposição refletiu e, graças a Deus, suspenderam esta manifestação", relatou.
O enviado revelou que na primeira reunião com Maduro, o presidente lhe garantiu: "Prometi ao papa que vou dialogar e cumprirei minha promessa". Celli contou que na segunda reunião com o presidente, disse a Maduro: "Senhor presidente, esta manhã me encontrei com a oposição e há três pedidos. Deve dar sinais e estes não necessitam tempos bíblicos. Deve dar sinais de que o diálogo é o único caminho".
Consultado sobre como encontrou o país, respondeu que "não há dúvidas de que a situação está muito feia. Não somente em nível político, mas em nível social, econômico. Não há comida, não há medicamentos. É inegável que o país está enfrentando uma situação muito difícil".
Ao ser questionado sobre se o Vaticano considera a missão uma mediação, Celli respondeu que não. "A Santa Sé acompanha". "As partes compreendem que ou escolhem o caminho da violência ou escolhem o caminho do diálogo", declarou.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Palocci e mais 14 se tornam réus na Lava Jato

Juiz Sérgio Moro aceita denúncia do MPF contra ex-ministro e outras 14 pessoas, incluindo Marcelo Odebrecht e ex-dirigentes da Petrobras. Acusado de corrupção, Palocci teria recebido 128 milhões de reais em propina.O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, aceitou nesta quinta-feira (03/11) uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-ministro Antonio Palocci. Assim, ele se torna réu na ação, que envolve os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Palocci, preso preventivamente em Curitiba desde 26 de setembro, é acusado de receber propina do grupo Odebrecht. Em troca, teria agido em favor da construtora em diversos projetos controlados pelo governo federal, incluindo a contratação de sondas para exploração do pré-sal pela Petrobras.
Segundo mostram planilhas apreendidas durantes as investigações, o ex-ministro teria solicitado e coordenado o pagamento de 128 milhões de reais pela empresa. Os documentos também apontam que a empreiteira mantinha uma "conta-corrente de propina" com o PT, que seria gerida por Palocci.
Os investigadores acreditam que o codinome "Italiano", visto nessas planilhas, seja em referência ao ex-ministro. "Há razões fundadas para identificar Antonio Palocci Filho como a pessoa identificada pelo codinome 'Italiano' no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht", diz Moro no despacho.
As investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) destacaram que Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empresa, "era o principal ator corruptor nos fatos ora investigados, tendo mantido incessante contato com Antonio Palocci Filho, de 2003 a 2015", afirmaram os investigadores.
Outros 14 acusados
A denúncia aceita nesta quinta-feira envolve ainda outras 14 pessoas, incluindo nomes que já respondem a outras ações penais na Lava Jato, como o próprio empresário Marcelo Odebrecht, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, o ex-gerente da Área Internacional da estatal Eduardo Musa, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o publicitário João Santana.
No despacho, Moro ordenou que os réus sejam intimados com urgência, dando um prazo de 10 dias para as respostas de defesa. Ele não se manifestou sobre o pedido do MPF para que fossem bloqueados cerca de 284,6 milhões de reais das contas de todos os acusados, referentes ao pagamento de propinas e às operações de lavagem de dinheiro apuradas na investigação.
Palocci - que foi ministro da Casa Civil no governo Dilma Rousseff e da Fazenda durante o governo Lula - foi preso durante a 35ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada no fim de setembro.
O indiciamento do político, sob a suspeita de relação criminosa com a construtora Odebrecht, foi realizado pela Polícia Federal no dia 24 de outubro, envolvendo a princípio seis pessoas. Quatro dias mais tarde, o MPF ofereceu denúncia à Justiça Federal, acrescentando nove acusados ao processo.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

7 perguntas para entender o escândalo dos emails de Hillary

A polêmica sobre os emails particulares de Hillary Clinton ganhou um novo capítulo. O fato, revelado pela primeira vez em 2015, voltou aos holofotes na última sexta-feira, quando o FBI anunciou que vai reabrir a investigação sobre o uso de um servidor particular por Hillary durante sua gestão como secretária de Estado americana, de 2009 a 2013.
Foto: Getty Images
A notícia caiu como uma bomba às vésperas da eleição que vai definir se será a democrata ou republicano Donald Trump o próximo presidente dos Estados Unidos.
Entenda o escândalo.

1) Como tudo começou?

Pouco antes de assumir a Secretaria de Estado, em 2009, Hillary instalou um servidor particular em sua casa, em Nova York.
A então secretária usou esse servidor para todas as suas trocas de email - sejam profissionais ou pessoais - durante os quatro anos no cargo.
Hillary também teria usado esse servidor para criar contas de e-mail para Huma Abedin, sua assessora, e Cheryl Mills, chefe de gabinete. Ela não teria usado, nem sequer ativado, a conta de email "state.gov", hospedada nos servidores de propriedade do governo dos Estado Unidos.
O uso do email particular por Hillary foi revelado em março do ano passado pelo jornal The New York Times.

2) Mas por que ela fez isso?

Na ocasião, Hillary justificou o ato dizendo que era apenas "conveniência". Em entrevista a jornalistas, ela afirmou que preferia usar só um ‎‎telefone, com uma única conta de email, do que andar com dois dispositivos - um para trabalho e outro para assuntos pessoais.
"Achei que usar um único dispositivo seria mais simples e, obviamente, não funcionou assim", declarou.
Os críticos argumentam, no entanto, que a verdadeira razão para Hillary ter usado um servidor particular seria ter total controle sobre suas correspondências.
Ao usar seu próprio servidor, Hillary teria o poder de decidir o que compartilhava com o governo ou tornava público para partes interessadas, como à comissão do Congresso que investigou o ataque ao consulado americano em Benghazi, na Líbia, em 2012.
Segundo relatório de 2010 do inspetor-geral do Departamento de Estado, Hillary teria dito ao subchefe de gabinete que sua preocupação em relação aos emails era "não correr o risco de que assuntos pessoais se tornassem acessíveis".
Uma investigação do FBI concluiu que Hillary usou "diversos dispositivos pessoais" e vários servidores de email enquanto esteve à frente do cargo.
Foto: Getty Images

3) A medida é ilegal?

Provavelmente não, já que o email particular de Hillary foi criado em meio a uma zona nebulosa da legislação.
Quando ela se tornou secretária de Estado, a interpretação da Lei Federal de Registros, de 1950, dizia que os funcionários que usassem contas de email pessoal deviam assegurar que toda correspondência oficial fosse entregue ao governo.
Dez meses após a democrata assumir o cargo, um novo regulamento permitiu o uso de emails particulares desde que os dados federais fossem "arquivados no sistema de manutenção de registros adequado".
Hillary argumenta que esse requisito foi cumprido, uma vez que a maioria dos emails de sua conta particular teria sido enviada ou encaminhada para usuários de contas do governo, de modo que teriam sido arquivados automaticamente.
Todas as outras trocas de mensagens teriam sido entregues a funcionários do Departamento de Estado, quando solicitadas, em outubro de 2014.
Em novembro do mesmo ano, o presidente Barack Obama assinou uma nova lei que obriga os funcionários a entregarem toda a correspondência oficial ao governo num prazo de 20 dias.
Mas mesmo sob o ponto de vista dessa lei, as sanções à então secretária de Estado seriam apenas de caráter administrativo, e não penal.
Relatório do inspetor-geral do Departamento de Estado, publicado em maio deste ano, concluiu que Hillary violou as regras da agência ao usar o seu email pessoal, lembrando que ela não pediu permissão prévia para utilizá-lo.
As transgressões, no entanto, não constituiriam conduta criminosa.

4) Quais foram as conclusões da primeira investigação do FBI?

A polícia federal americana conduziu uma apuração paralela e decidiu que Hillary não deveria ser processada.
Ao término da investigação, em julho deste ano, o diretor da agência, James Comey, disse que a forma como a então secretária de Estado tratou um material sensível durante seu mandato foi "bastante descuidada", mas a isentou de qualquer ação criminosa.
A agência encaminhou o caso para o Departamento de Justiça, que arquivou o processo contra Hilllary e seus assessores sem apresentar acusação.
Desde então, o Departamento de Estado retomou a investigação para apurar se Hillary e os auxiliares violaram a política do governo ao tratar informações sigilosas.

5) O que provoca polêmica?

O artigo publicado pelo The New York Times foi baseado em informações passadas pela comissão do Congresso que investigava um ataque à embaixada dos EUA na Líbia, em 2012.
O conteúdo do email pessoal da então secretária de Estado foi incluído na investigação e, segundo os críticos, não haveria como verificar se Hillary tinha fornecido todas as informações relevantes para a apuração.
Muita gente não acredita na explicação dada por ela sobre a "conveniência" de usar um único telefone, uma vez que, como secretária de Estado, ela viajou sempre acompanhada de uma grande comitiva, capaz de levar um telefone adicional.
E, em fevereiro de 2015, Hillary disse em uma entrevista na TV que agora carrega vários dispositivos.
Além disso, os críticos tanto de direita quanto de esquerda chamaram a atenção para o fato de que, ao usar um servidor "em casa", a então secretária estava mais suscetível a ataques de hackers e espionagem de serviços de inteligência de outros países.

6) Por que o FBI voltou a investigar o caso?

Na última sexta-feira, o FBI enviou uma carta ao Congresso dizendo que descobriu novos emails ligados ao uso de um servidor privado na época
Os emails mais recentes foram descobertos como parte de uma investigação separada que envolve o ex-marido da assessora de Hillary, Huma Abedin.
Equipamentos dela e do ex, Anthony Weiner, que era um deputado de alto escalão do Congresso americano, foram apreendidos em uma investigação para descobrir se ele havia enviado emails "de conteúdo sexual explícito" a uma garota de 15 anos da Carolina do Norte.
Segundo James Comey, os investigadores é quem vão determinar se os emails contêm informações sensíveis.
A carta, no entanto, é extremamente vaga - não diz o número de emails ou que informação levou à reabertura do inquérito.

7) Qual é o impacto do escândalo na campanha?

Enquanto isso, Trump aproveitou a reabertura das investigações para atacar a adversária na disputa eleitoral.
Segundo ele, "esse é o maior escândalo político desde o Watergate", caso da década de 1970, em que descobriu-se que a invasão ao Comitê Nacional do Partido Democrata havia sido feita a pedido do então candidato à Presidência republicano, Richard Nixon, para colocar escutas telefônicas no local. O escândalo resultou na renúncia de Nixon.
Hillary pediu, por sua vez, ao FBI que explicasse o quanto antes o motivo de ter reaberto a investigação.
"Os americanos merecem saber com detalhes todos os fatos imediatamente. É essencial que as autoridades expliquem o que está em questão, o que quer que seja, sem atrasos."