terça-feira, 30 de abril de 2013

Twitter pede a empresas de comunicação medidas contra hackers

O Twitter enviou na segunda-feira um email de alerta pedindo que órgãos de imprensa intensifiquem medidas de segurança eletrônica depois de uma série de ataques de hackers sírios contra eles.
A BBC, o jornal britânico The Guardian e a agência de notícias Associated Press foram todos vítimas de ataques de um grupo chamado Exército Eletrônico Sírio.
No caso da BBC, os hackers publicaram diversos tweets com notícias favoráveis ao presidente sírio, Bashar al-Assad.
O Twitter enviou o email para vários órgãos de imprensa pedindo que os responsáveis analisem com cuidado as medidas de segurança que cada um adota ao lidar com redes sociais.
Entre os conselhos dados pelo Twitter estava o de usar senhas com mais de 20 caracteres, com letras e números aleatórios.
O site de microblogging também aconselhou que as organizações tenham apenas "um computador para usar o Twitter", para diminuir a possibilidade de que alguém com más intenções possa descobrir a senha.
"Não use este computador para ler email ou navegar na web, para reduzir as chances de infecção por malware (código malicioso)", sugeriu o email do Twitter.
O Twitter pediu ainda que as organizações tenham uma relação mais próxima com o site, para garantir que as informações de segurança sejam atualizadas.
"Nos ajude a proteger você. Estamos trabalhando para garantir que tenhamos a informação mais atualizada sobre as contas de nossos parceiros", sugeriu o site.

Medidas do Twitter

Especialistas em segurança online, contudo, afirmam que é o Twitter que precisa tomar mais medidas para proteger os usuários.
Rik Ferguson, da companhia TrendMicro, afirmou que a orientação do site, de se usar apenas um computador para a conta no Twitter, é, de certa forma, inviável.
"O objetivo do Twitter é ser instantâneo, você pode reagir instantaneamente. Se você tem que correr de volta para o escritório para ir a um computador específico para usar o Twitter, isto obviamente vai gerar um impacto no uso", disse.
Foram feitos ao site pedidos específicos de profissionais do setor de segurança, como o uso de uma autenticação de dois fatores.
Esta autenticação requer dois passos: a senha e também outra ação.
No Facebook, por exemplo, esta autenticação é pedida quando o usuário tenta entrar em sua página de uma forma inesperada, como de um computador em um país diferente.
Imagem dos falsos tuítes na BBC (AP)
Os tuítes de previsão do tempo da BBC foram invadidos pelos hackers
Mas, para Rik Ferguson, como o Twitter é um serviço grátis, sustentado por publicidade, este tipo de autenticação pode sair cara para o site.

Falsos tuítes

O Exército Eletrônico Sírio usa algumas táticas já consideradas marcas registradas do grupo, como o envio de emails de phishing para conseguir as informações de log-in das vítimas.
Com as informações da vítima, o grupo então começa a postar tuítes e, em alguns casos, até imita o estilo da vítima.
A técnica causou mais problemas no caso da Associated Press. Quando a conta principal da agência de notícias, a @AP, foi invadida, o grupo postou que o presidente americano Barack Obama tinha sido ferido em uma explosão na Casa Branca.
Obviamente, a informação era falsa e foi corrigida rapidamente por outras organizações e, mais tarde, pela própria AP. Mas, a notícia gerou a fuga temporária de US$ 136 bilhões da Bolsa de Valores de Nova York.
As autoridades financeiras americanas anunciaram uma investigação sobre o incidente.
Um usuário anônimo que estaria trabalhando para o Exército Eletrônico Sírio deu uma entrevista para a revista Vice.
"Eles já começaram a nos afastar da internet ao fechar nossas contas, nossas páginas e suspender nossos registros de nomes de domínio, mas eles fracassaram e vão continuar fracassando."
"Não vamos parar ou nos desesperar. Se eles fecharem uma conta de Twitter, vamos abrir uma nova, se eles fecharem uma conta do Facebook, vamos criar outra, se eles suspenderem nossos registros de nomes de domínio, vamos comprar novos", acrescentou o usuário.

Sonda registra furacão gigante no norte de Saturno

A sonda espacial Cassini captou imagens impressionantes de um furacão no polo norte do planeta Saturno.
As imagens foram captadas em novembro passado a 420 mil quilômetros de altura pela sonda americana, que foi lançada em 1997.
O olho do furacão tinha 2 mil quilômetros de diâmetro, o equivalente a 20 vezes o tamanho médio do olho de um furacão terrestre e 12 vezes o tamanho do Reino Unido.
O furacão foi registrado por meio de ondas infravermelhas e recebeu a coloração vermelha artificialmente para mostrar seus detalhes. Segundo cientistas, seus ventos atingiam até 531 km/h.

Inverno

Acredita-se que o furacão exista há anos em Saturno, mas só agora a região onde ele está pôde ser fotografada pela Cassini.
Era inverno no hemisfério norte de Saturno quando a sonda chegou a ele, em 2004, e o polo norte estava em total escuridão. Como o ano em Saturno equivale a 29 anos terrestres, a região demorou para receber luz a ponto de permitir à sonda registrar o furacão.
Estas são as primeiras imagens iluminadas pelo Sol dessa região desde que a sonda Voyager 2 enviou fotos do planeta, em 1981.
Os cientistas agora esperam aprender mais sobre os furacões da Terra, estudando o fenômeno gigante em Saturno.
Em 2006, a mesma sonda registrou, no polo sul de Saturno, um furacão ainda maior, com um diâmetro de cerca de 8 mil quilômetros - aproximadamente dois terços do diâmetro equatorial da Terra.
Saturno (crédito: Nasa)
O polo norte de Saturno permaneceu anos no escuro, impossibilitando imagem

Para ONU, alimentação forçada de presos em Guatánamo é ilegal

A ONU afirmou nesta terça-feira que a alimentção forçadas de presos em greve de fome na prisão americana de Guantánamo vai contra a legislaçâo internacional.
Rupert Colville, porta-voz do Comitê da ONU para os Direitos Humanos, disse que na visão do órgão essa atitute é cruel, desumana e degradante, além de ser ilegal.
Cerca de 100 prisioneiros de Guantánamo estão em greve de fome atualmente e pelo menos 20 estão sendo alimentados por meio de tubos nasais.
O presidente Barack Obama afirmou que ele não quer que nenhum prisioneiro morra em Guantánamo e fez um apelo para que haja novos esforços para fechar a prisão:
"Ela é ineficiente, nos prejudica na nossa posição perante a comunidade internacional, enfraquece cooperaçãos com nossos aliados para lutarmos contra o terrorismo, é uma arma de recrutamento para extremistas. Guantánamo precisa ser fechada."

Recontagem revela diferença de votos mais apertada na Venezuela

Os primeiros resultados da recontagem de votos e auditoria das últimas eleições presidenciais venezuelanas apontam que a diferença de votos entre o chavista Nicolás Maduro, vencedor, e o oposicionista Henrique Capriles caiu para 1,49 pontos percentuais, ou menos de 225 mil votos.
Já foi concluída somente a recontagem dos votos computados no exterior, e os novos números foram incorporados, alterando as cifras do resultado oficial da eleição.
Até o momento acreditava-se que Maduro havia vencido por 1,8 pontos percentuais de diferença.
Capriles pediu, logo após a divulgaçaõ dos resultados, uma recontagem total dos votos – o que o Conselho Nacional Eleitoral do país negou.
O que ocorre no momento e deve durar até junho é uma auditoria parcial, de 56% sdas urnas.
A tensão entre os partidos tem se manifestado no Parlamento, onde o presidente da Casa, Diosdado Cabello, disse que os parlamentares que não reconhecerem Maduro como presidente da Venezuela não poderão falar.

Vírus modificado pode tratar problema cardíaco

Pacientes britânicos farão parte de um teste clínico que vai avaliar se um vírus geneticamente modificado pode auxiliar no tratamento de insuficiência cardíaca.
A medicina tem avançado consideravelmente em tratamentos que resultam em altos índices de sobrevivência entre pacientes de ataques cardíacos, mas que passam a conviver com outros problemas, como a insuficiência cardíaca.
Mais de 750 mil pessoas no Reino Unido sofrem do problema, um termo médico que define situações em que o coração não consegue bombear o sangue para o resto do corpo de forma eficiente. Isto pode acontecer após um ataque cardíaco, por exemplo.
Pesquisadores do Imperial College London concluíram que os níveis da proteína SERCA2a são mais baixos em pacientes com este tipo de problema e modificaram geneticamente um vírus para que este produza mais quantidade da substância, muito importante para o bom funcionamento do coração.
O vírus alterado será liberado no músculo cardíaco de 200 pacientes por meio de um tubo inserido na perna que transportará o organismo pelos vasos sanguíneos.
O professor Sian Harding, do Imperial College London, espera que a experiência leve os pacientes para o estado de saúde em que se encontravam antes de sofrer danos no coração.
"Nós acreditamos que este é um tratamento que pode melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas", diz Harding.
O médico Alexander Lyon, cardiologista no Royal Brompton Hospital, onde alguns pacientes vão receber o vírus modificado, disse que este é o primeiro teste de terapia genética para tratar insuficiência cardíaca.
"Nosso objetivo é lutar contra insuficiência cardíaca revertendo algumas mudanças moleculares que ocorrem quando o coração falha", diz.
A organização British Heart Foundation disse que a ideia tem "um grande potencial, mas precisa ser provada em testes clínicos".
"Apesar de haver medicamentos eficientes, ainda não há tratamentos que restaurem a função cardíaca dos que sofrem de problemas no coração", disse Peter Weissberg, diretor da British Heart Foundation.

Bomba explode no centro da capital da Síria e deixa ao menos 13 mortos

Ao menos 13 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas após uma bomba ser detonada no centro de Damasco, capital da Síria, nesta terça-feira, informam ativistas e a imprensa estatal.
A bomba explodiu em uma praça no bairro de Marjeh, na região central da cidade.
O correspondente da BBC no Líbano, Jim Muir, diz que a área de Marjeh é um centro de compras bastante movimentado e inclui um hotel, um shopping center e um prédio do Ministério do Interior.
Segundo a ONU, mais de 70 mil pessoas já morreram na guerra civil entre as tropas do presidente Bashar al-Assad e os rebeldes oposicionistas que exigem sua renúncia e que já dura mais de dois anos.

Filha de ministro da ditadura argentina vira rainha da Holanda

A Holanda passou a ter um rei pela primeira vez em mais de 100 anos e também a primeira rainha-consorte na Europa nascida na América Latina após a coroação, nesta terça-feira, de Willem-Alexander. Ele recebeu a coroa de sua mãe, Beatrix, após um reinado de 33 anos (1980-2013).
A argentina Máxima Zorreguieta, uma economista de 41 anos, se casou há 11 anos com o então príncipe herdeiro do trono e passa a ser agora rainha da Holanda.
Willem-Alexander foi coroado nesta terça-feira em uma cerimônia em Amsterdã; ele é o primeiro rei holandês desde 1890 e ascendeu ao trono após a abdicação de sua mãe.
A história recente da Holanda tem reservado o trono do país às mulheres: Emma (rainha regente de 1890 a 1898), Wilhelmina (1898 a 1948), Juliana (1948 a 1980) e Beatrix (1980 a 2013).
A rainha havia anunciado seu desejo de abdicar ainda em janeiro, dizendo que o filho estava "pronto para reinar" e que era chegada a hora de o trono ser ocupado por "uma nova geração".
Após a assinatura de documentos oficiais, Beatrix anunciou, diante da Dam Square (praça central de Amsterdã onde está localizado um dos três palácios usados pela realeza holandesa): "Estou feliz e grata de apresentá-los seu novo rei, Willem-Alexander".
Representantes de famílias reais de todo o mundo estiveram presentes, entre eles o príncipe Charles e a duquesa da Cornuália, além de príncipes e princesas da Espanha, da Dinamarca e de países árabes.
Após o encerramento das cerimônias terá continuidade o Queen's Day, celebração anual do aniversário da rainha, e espécie de "carnaval holandês", quando as ruas do país (sobretudo de Amsterdã) são tomadas por milhares de pessoas vestindo laranja, a cor nacional. A partir do ano que vem a festa passa a se chamar "King's Day".

Argentina

Parte dos holofotes também esteve voltada à nova rainha-consorte, a argentina que caiu nas graças dos holandeses por sua simpatia, carisma e estilo emotivo.
Onze anos atrás, quando se casou com o príncipe Willem-Alexander, a economista era desconhecida no pequeno reino europeu e o fato de seu pai, Jorge Zorreguieta, ter sido ministro de Agricultura do governo ditatorial de Jorge Rafael Videla (1976-1981) na Argentina era uma mancha em sua reputação.
Mas o choro pela ausência do pai, proibido de participar da cerimônia de casamento pelas autoridades holandesas, e também da mãe, que optou por não ir sozinha, reverteu a situação drasticamente.
Sua demonstração pública de emoção foi vista com bons olhos e nos últimos anos sua popularidade chegou a ser maior do que a do marido e da própria sogra, a rainha Beatrix, que nesta terça-feira passou a coroa ao filho.

Trajetória em comum

Máxima em uma escola holandesa (AFP)
Máxima conquistou os holandeses com seu conhecimento de história e tradição do país
A trajetória da nova rainha consorte da Holanda tem pontos em comum com a da rainha Sílvia, da Suécia, nascida na Alemanha e filha de pai alemão e mãe brasileira e que residiu em São Paulo entre 1947 e 1957.
As duas têm um passado de plebeias pertencentes à elite. Máxima estudou no famoso colégio bilíngue Northlands, em um bairro nobre de Buenos Aires.
Depois de se formar em economia, em 1995, ela se mudou para Nova York, onde trabalhou em uma série de instituições financeiras, entre elas o Deutsche Bank.
Após um tempo de carreira e períodos de trabalho nos Estados Unidos e na Europa, foi apresentada a Willem-Alexander por uma amiga aristocrata durante uma viagem.
Dois anos depois, estava casada com o futuro chefe da monarquia Orange-Nassau.

Emotiva e cultural

Máxima se destacou pelo seu tom emotivo, mas também pelo interesse pela cultura local e pela rapidez com que aprendeu a falar holandês.
Rainha Beatrix abdicou do trono em favor do filho, após 33 anos no cargo
Em 2009, foi nomeada como representante de um programa especial das Nações Unidas para avançar o desenvolvimento inclusivo por meio do microcrédito e viajou por diversos países.
Mas ela e o marido também já foram alvos de acusações, como de haverem cometido evasão fiscal e de terem hábitos extravagantes.
Em 2011, um jornal holandês acusou os dois de evasão de impostos por meio de um paraíso fiscal. A polêmica surgiu por um projeto do casal de construir uma casa de veraneio em Moçambique – que logo foi descartado.

Monarquia holandesa

A família real holandesa é tradicionalmente informal quando comparada a outras monarquias europeias. Os príncipes costumam estudar em escolas públicas, e as cerimônias são menos pomposas.
Mas os mesmos monarcas que patinam no gelo ao lado dos súditos mantêm a casa real mais cara da Europa: de acordo com um informe divulgado em 2011, os gastos anuais dos Orange-Nassau superam os US$ 50 milhões anuais (cerca de R$ 100 milhões).
Apesar dos altos gastos da família real, 59% dos holandeses dizem confiar nos Orange-Nassau, enquanto apenas 12% demonstram confiança nos políticos, e 75% apoiam a manutenção da monarquia constitucional.
O rei e a rainha já anunciaram que por ora continuarão vivendo em Wassenaar, uma pequena cidade de 25 mil habitantes em uma das áreas mais ricas da Holanda, e que devem levar alguns anos até se mudarem para o palácio real de Bosch, em Haia.
Além disso, manterão a herdeira do trono holandês e suas irmãs na escola pública onde estudam.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Prisão de Guantánamo recebe médicos para lidar com greve de fome

Os Estados Unidos reforçaram sua equipe médica na prisão de Guantánamo, em Cuba, para tentar lidar com uma greve de fome em expansão entre os detentos.
O tenente-coronel Samuel House disse que cerca de 40 enfermeiras e médicos foram mandados à base de Guantánamo no fim de semana. Ele afirmou que cem dos 166 detentos aderiram ao protesto. Alguns dos prisioneiros estão recebendo alimentação por meio de tubos nasais.
A greve de fome começou há cerca de três meses como uma forma de protesto contra a forma como os americanos manuseavam o Corão. Porém, ela se transformou em uma reação generalizada às condições de vida no local e a detenção sem data para terminar.

Embraer anuncia venda de 30 jatos à United Airlines

A Embraer anunciou nesta segunda-feira um contrato que pode atingir US$ 2,9 bilhões (R$ 5,8 bilhões) para vender 30 jatos para a United Airlines.
O contrato pode ser extendido para a produção de um total de 70 jatos Embaer 175.
A United Airlines disse que os aviões substituirão aeronaves mais antigas. Eles devem gastar menos combustível e reduzir as emissões de CO2 da empresa.

Testas de ferro se oferecem na web para controlar empresas ‘obscuras’

Os paraísos fiscais não são só para os ricos. Um cidadão comum como você ou eu pode ganhar seus reais – ou pesos ou dólares – se tornando um diretor de centenas ou talvez milhares de empresas.
Não é necessário ter um um diploma da Universidade de Harvard. Na realidade, para a carreira de testa de ferro não é necessario nem boa aparência.
Isso tem levado a uma proliferação, na Internet, de pessoas que se mostram interessadas em desempenhar a função, aparentemente cientes de que podem estar se envolvendo em atividades ilegais.
O testa de ferro é a cara visível da empresa registrada no paraíso fiscal. Muitas vezes, suas funções se limitam a emprestar seu nome e, em contrapartida, receber um pagamento anual.
Em alguns casos é preciso responder algumas cartas e dar um alerta caso a empresa comece a ser investigada.

Anúncios

Richard Murphy, diretor da ONG britânica UK Tax Justice, que denuncia casos de evasão de divisas, explicou à BBC Mundo como os testas de ferro operam nos paraísos fiscais.
"Quando aceitam o trabalho, assinam uma carta de renúncia sem dada para que os verdadeiros diretores possam demití-lo quando queiram. Sua principal função é esconder o verdadeiro dono da companhia, que não quer seu nome divulgado por razões políticas ou de dinheiro irregular", disse Murphy.
A remuneração anual por esses serviços vai de US$ 300 a US$ 5 mil. As ofertas dos testas de ferro podem ser encontradas por meio de uma busca simples na internet.
Ao buscar em sites em inglês por nominee director (tradução livre de testa de ferro), é possível obter 134 milhões de resultados correspondentes a países de todo o mundo, desde a Finlândia até Cingapura.
Um dos anúncios diz: "Se você quer que a propriedade de sua companhia permaneça anônima, este é o serviço ideal".
"No diretório de companhias da Grã-Bretanha é requerido que se inclua o nome, o endereço, a data de nascimento e a nacionalidade do diretor. Um testa de ferro pode atuar como tal, salvaguardando sua privacidade", oferece a empresa britânica paramount Company Formations, Ltd.
Se a busca for feita em espanhol (usando a palavra testaferro), encontra-se cerca de 136 mil resultados, entre eles anúncios bem explícitos como o do site espanhol Mil Anúncios, sob o título de Sócios Capitalistas: "Bom dia, me ofereço como testa de ferro para seus negócios. Sou espanhol, de 43 anos, sério e responsável, sem nenhuma obrigação ou laços. Sei me calar. Se tiver que me mudar, os gastos serão por sua conta. Não te decepcionarei".

Poucas funções

O termo em inglês straw man, ou "homem de palha" em tradução livre, também é usado para designar esse tipo de prática. Trata-se da figura que busca representar o que não é para encobrir uma empresa obscura.
O diretor do departamento internacional da UK Tax Justice, John Cristensen, não só conhece o mecanismo como afirmou que já foi um testa de ferro de várias companhias.
Ele trabalhou por 16 anos na Ilha de Jersey (dependência britânica entre a Grã-Bretanha e a França) para uma importante entidade financeira multinacional e, depois, como assessor do governo britânico, em uma tentativa de compreender a fundo o mecanismo dos paraísos fiscais.
"“É comum contratar advogados, contadores, banqueiros, administradores, mas o que eles fazem é apenas dar seu nome. Não assumem nenhuma responsabilidade concreta. Às vezes têm que assinar alguns documentos. Raramente fazem algo mais"
John Cristensen, diretor do departamento internacional da UK Tax Justice
“É comum contratar advogados, contadores, banqueiros, administradores, mas o que eles fazem é apenas dar seu nome. Não assumem nenhuma responsabilidade concreta. Às vezes têm que assinar alguns documentos. Raramente fazem algo mais”, disse Cristensen à BBC Mundo.
A flexibilidade das leis é tal que muitos paraísos fiscais nem solicitam que os testas de ferro sejam residentes, basta que um endereço postal seja fornecido.
Segundo um dado divulgado durante o ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos), um grupo de 28 testas de ferro atuavam como diretores de 21,5 mil empresas.
No final de 2012, uma investigação conjuta do grupo, do diário britânico The Guardian e do programa Panorama da BBC revelou que só um casal atuava na direção de mais de 2 mil entidades.
Não surpreende então a discrepância entre a população e o número de companhias em pequenas ilhas que funcionam com paraísos fiscais.
Nas Bahamas há 115 mil empresas registradas para 307 mil habitantes. Nas ilhas de Jersey, da Grã-Bretanha, também há um grande desequilíbrio: 33 mil empresas para 91 mil habitantes.
O presidente amaricano, Barack Obama, já chegou até a se referir a um edifício nas ilhas Cayman que abrigaria os registros de mais de 18 mil empresas.

Buscando o dono

No programa Panorama, Jesse Hester, diretor da empresa Atlas Corporative Services - em outro paraíso fiscal, as Ilhas Maurício (Oceano Índico) -, disse a um jornalista disfarçado de cliente que as autoridades locais jamais saberiam se ele era dono real ou não de uma empresa.
"Eles não têm recursos para fazer isso. Eles calculam que a possibilidade de se rastrear o verdadeiro nome de um dono é igual à de ganhar na loteria", disse Hester.
Mas a falta de recursos não é o único problema: há várias falhas nas legislações nacionais e internacional.
"O testa de ferro sempre pode dizer que não sabia das atividades ilegais de uma empresa. Na maioria dos países é exigido que os diretores sejam responsáveis pelas empresas que dirigem. Mas isso parece mudar quando se tratam de firmas offshore. Seria necessária uma absoluta transparência sobre quem são os donos reais das empresas", afirmou Cristensen.

Mudanças

Mas, com a crise econômica, as coisas estão mudando. Os ajustes fiscais, a recessão em muitos países desenvolvidos, os resgates multimilionários a bancos e notórios casos de evasão fiscal colocaram o tema em debate.
Um sinal claro dessa mudança é a adoção do intercâmbio automático de informação sobre contas bancárias de não residentes, adotado por nove países europeus: Espanha, Grã-Bretanha, Itália, França, Alemanha, Polônia, Holanda, Bélgica e Romênia.
Esse princípio, defendido por organizações como a UK Tax Justice, foi também aceito como uma norma futura na cúpula de ministros das Finanças do G20, realizada neste mês.
Segundo Richard Murphy, a principal razão para a ofensiva é econômica. “A realidade é que muitos países têm uma problema muito sério de déficit fiscal e necessitam arrecadar mais, porque não podem continuar pressionando a própria população com impostos e ajustes. De modo que finalmente está se podendo avançar neste favor”, disse Murphy.

Conheça a argentina que será rainha da Holanda

Bastou uma lágrima para que a argentina Máxima Zorreguieta, de 41 anos, conquistasse a simpatia de toda a Holanda, país do qual será rainha consorte a partir desta terça-feira.
Onze anos atrás, quando se casou com o príncipe Willem-Alexander, a economista era desconhecida no pequeno reino europeu e o fato de seu pai, Jorge Zorreguieta, ter sido secretário de Agricultura do governo ditatorial de Jorge Rafael Videla (1976-1981) na Argentina era uma mancha em sua reputação.
Mas o choro pela ausência do pai, proibido de participar da cerimônia pelas autoridades holandesas, e também da mãe, que optou por não ir sozinha, reverteu a situação drasticamente.
Sua demonstração pública de emoção foi vista com bons olhos e nos últimos anos sua popularidade chegou a ser maior do que a do marido e da própria sogra, a rainha Beatrix, que nesta terça-feira passa a coroa ao filho.
Esta é a primeira vez em mais de 120 anos que a Holanda terá um rei – a história recente tem reservado o trono do país às mulheres: Emma (rainha regente de 1890 a 1898), Wilhelmina (1898 a 1948), Juliana (1948 a 1980) e Beatrix (1980 a 2013).
E a linha de sucessão após o novo monarca começa com a princesa Catharina-Amalia, filha de Máxima e de Willem-Alexander. A herdeira do trono holandês tem ainda duas irmãs, Alexia e Ariane.

Plebeia

Máxima seria a primeira nascida na América Latina (no caso dela, em Buenos Aires) a ocupar o posto de rainha-consorte em um país europeu.
Maxima e Ban Ki-moon | Foto: AP
Máxima Zorreguieta foi nomeada para ser representante de programa da ONU
A rainha Sílvia, da Suécia, nascida na cidade alemã de Heidelberg, é filha de pai alemão e mãe brasileira e morou em São Paulo entre 1947 e 1957. Ela fala português fluentemente e ocupa o posto na monarquia sueca desde 1973, quando o Carl 16º Gustaf se tornou rei.
Em comum, as duas têm um passado de plebeias pertencentes à elite. Máxima estudou no famoso colégio bilíngue Northlands, em um bairro nobre da capital argentina, e, depois de se formar em economia, em 1995, se mudou para Nova York, onde trabalhou em uma série de instituições financeiras, entre elas o Deutsche Bank.
Após um tempo de carreira e períodos de trabalho nos Estados Unidos e na Europa, foi apresentada a Willem-Alexander por uma amiga aristocrata durante uma viagem e dois anos depois estava casada com o futuro chefe da monarquia Orange-Nassau.

Destaque e acusações

Além da personalidade latina, emotiva, Máxima se destacou pelo interesse pela cultura local e a rapidez com que aprendeu a falar holandês.
Em 2009 foi nomeada como representante de um programa especial das Nações Unidas para avançar o desenvolvimento inclusivo por meio do microcrédito e viajou por diversos países.
Máxima Zorreguieta e o rei holandês | Foto: AFP
Máxima e Willem-Alexander já foram alvo de acusações de evasão fiscal na Holanda
Mas ela e o marido também já foram alvos de acusações.
Em 2011, um jornal holandês acusou os dois de evasão de impostos por meio de um paraíso fiscal. A polêmica surgiu por um projeto do casal de construir uma casa de veraneio em Moçambique – que logo foi descartado.
A imprensa holandesa também já levantou a questão das férias extravagantes do casal, para lugares caros e exóticos.

Monarquia holandesa

A família real holandesa é tradicionalmente informal quando comparada a outras monarquias europeias. Os príncipes costumam estudar em escolas públicas, e as cerimônias são menos pomposas.
Mas os mesmos monarcas que patinam no gelo ao lado dos súditos mantêm a casa real mais cara da Europa: de acordo com um informe divulgado em 2011, os gastos anuais dos Orange-Nassau superam os US$ 50 milhões anuais (cerca de R$ 100 milhões).
Apesar dos altos gastos da família real, 59% dos holandeses dizem confiar nos Orange-Nassau, enquanto apenas 12% demonstram confiança nos políticos, e 75% apoiam a manutenção da monarquia constitucional.
O rei e a rainha já anunciaram que por ora continuarão vivendo em Wassenaar, uma pequena cidade de 25 mil habitantes em uma das áreas mais ricas da Holanda, e que devem levar alguns anos até se mudarem para o palácio real de Bosch, em Haia.
Além disso, manterão a herdeira do trono holandês e suas irmãs na escola pública onde estudam.
A festa de coroação ocorre na terça-feira, no tradicional Queen’s Day, ou Koninginnedag – o Dia da Rainha – quando as ruas e canais de Amsterdã e do resto do país se vestem de laranja para celebrar o aniversário da rainha.

Jogador de basquete americano declara ser homossexual

O jogador de basquete americano Jason Collins afirmou que é homossexual. Foi o primeiro caso dessa natureza envolvendo um atleta profissional dos Estados Unidos.
Collins declarou sua opção sexual em uma revista de esportes popular do país. Ele disse que não planejou ser o primeiro atleta gay jogando em um grande time esportivo americano, mas afirmou estar feliz em iniciar um debate sobre o assunto.
O ex-presidente americano Bill Clinton estava entre o grupo de pessoas que enviou mensagens de apoio ao jogador.
Em 2007, um outro jogador de basquete, John Amaechi assumiu sua opção sexual. Porém, ele já estava aposentado havia dois anos.

Polícia ocupa favelas para implantar a 33ª UPP do Rio

Cerca de 400 homens da Polícia Militar ocuparam na manhã desta segunda-feira as favelas do Cerro-Corá, Guararapes e Vila Cândido, no bairro do Cosme Velho, zona sul do Rio, para implantar a 33ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Estado.
De acordo com o governo do Estado, as forças policiais levaram cerca de 30 minutos para dominar os territórios e não teriam enfrentado resistência por parte de traficantes.
A ocupação das comunidades - que ficam nas proximidades da entrada do Cristo Redentor – acontece pouco menos de três meses antes da visita que o papa Francisco fará ao Brasil como parte da programação da Jornada Mundial da Juventude, que deve trazer cerca de 2 milhões de jovens católicos ao Rio de Janeiro.
Após a ocupação, as forças de segurança realizaram operações de busca de criminosos e apreensão de armas, drogas e objetos roubados. A UPP Cerro-Corá contará com um efetivo fixo de 190 homens e deve ser instalda em cerca de um mês.
De acordo com informações divulgadas pelo governo do Rio, as autoridades esperam que a ocupação resulte em uma diminuição gradual no número de roubos a pedestres e de veículos na região.
Segundo o governo, com a pacificação de outras regiões da zona sul, ciminosos haviam buscado refúgio da comunidade do Cerro-Corá.
“São comunidades que sofriam dois tipos de de problema: o poder paralelo, com um nível de tensão menor que em outros lugares (...) e o refúgio de ilícitos cometidos”, disse o governador, Sergio Cabral.
Dados do Instituto Pereira Passos com base no Censo de 2010 apontam que 2.803 pessoas vivem nas comunidades ocupadas nesta segunda-feira.

Comissão Europeia vai restringir pesticidas suspeitos de matar abelhas

A Comissão Europeia anunciou nesta segunda-feira que vai restringir o uso de pesticidas suspeitos de dizimar populações de abelhas.
A decisão foi tomada após uma votação entre os países do bloco, que não atingiu maioria ampla. Quinze países votaram a favor da proibição dos pesticidas, oito contra e quatro se abstiveram.
O órgão executivo da UE disse que vai restringir a partir de julho e durante dois anos o uso de três pesticidas da família dos neonicotinóides.
O uso dos produtos químicos deverá ficar restrito a plantações que não atraem abelhas ou outros polinizadores.
Um relatório publicado em janeiro pela Agência Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) concluiu que os pesticidas impõem um "alto risco" para polinizadores, incluindo abelhas.
No entanto, muitos algricultores e especialistas contestam este tipo de pesquisa.

domingo, 28 de abril de 2013

Jovem ateia fogo ao próprio corpo na Tunísia

Um jovem desempregado ateou fogo ao próprio corpo neste domingo na cidade de Sidi Bouziz, na Tunísia.
Ele foi encaminhado a um hospital local com graves queimaduras por todo o corpo.
Segundo testemunhas, o homem não disse nada antes de atear fogo sobre si mesmo, mas amigos do rapaz afirmaram à imprensa local que ele não tinha emprego e vivia na pobreza.
Em 2011, um ato similar foi o estopim para o início dos protestos que culminaram com a derrubada do governo do então presidente Zine El Abidine Ben Ali.
Na ocasião, a onda de manifestações que se seguiu à auto-imolação do jovem Mohamed Bouazizi espalhou-se rapidamente para outros países da região e ficou conhecida como 'Primavera Árabe'.
No entanto, dois anos após a queda do regime de Ben Ali, as perspectivas econômicas da Tunísia pouco mudaram.
A taxa média de desemprego é de 18%, e o índice é ainda maior entre a população mais jovem.

Peru busca balão desaparecido

Autoridades do Peru iniciaram neste domingo as buscas por um balão que, com sete pessoas a bordo, desapareceu no Oceano Pacífico.
O diretor da companhia que fazia passeios com o balão afirmou que o piloto teria reclamado de baixa visibilidade em seu último contato com a equipe de solo.
Na ocasião, o objeto estava a 200 quilômetros ao sul da capital do país, Lima.
Investigadores acreditam que fortes ventos teriam levado o balão para o mar.
As buscas estão sendo realizadas com o apoio da Marinha peruana.
A empresa informou que espera encontrar o piloto e os seis turistas com vida, uma vez que, segundo ela, o cesto do balão flutuaria na água.

Conheça grandes discursos nunca ditos

O que teria acontecido se John F. Kennedy tivesse retornado com segurança de Dallas no fatídico dia 22 de novembro de 1963? O Congresso teria aprovado a Lei dos Direitos Civis? Milhões de pessoas não teriam sido mortas na Guerra do Vietnã?
A história não é formada apenas pelos fatos que se sucederam, mas também por aqueles que, por motivos conhecidos ou desconhecidos, nunca ocorreram.
Há apenas um lugar em que é possível imaginar como a história seria modificada caso eles tivessem realmente acontecido: nos arquivos.
São neles que se guarda um tesouro: notas de discursos escritos, mas nunca proferidos.
Quando os Estados Unidos enviaram homens para a Lua, tinham certeza de que os astronautas chegariam a seu destino, mas não de que conseguiriam trazê-los de volta são e salvos.
Foi por isso que William Safire, o brilhante autor dos discursos do ex-presidente dos EUA Richard Nixon, convenceu seus colegas da Casa Branca sobre a necessidade de escrever um texto "no caso de um desastre na Lua".
A versão original é, apesar de nunca proferida, uma peça brilhante.

Perdidos no Espaço

Neil Armstrong / Getty
Richard Nixon escreveu discurso em caso de morte do astronauta Neil Armstrong
"Esses bravos homens, Neil Armstrong e Edwin Aldrin, sabem que não há esperança de que voltem para casa. Mas também sabem que há esperança para a humanidade em seu sacrifício."
"Estes dois homens estão dando suas vidas para o objetivo mais nobre da humanidade: a busca de sua verdade e compreensão".
"Serão chorados por suas famílias e amigos, serão chorados por sua nação, serão chorados pelos povos do mundo, serão chorados por uma Mãe Terra que se atreveu a enviar dois de seus filhos ao desconhecido".
"Em sua exploração, fizeram com que todo o mundo se sentisse unido, em seu sacrifício, estreitaram mais a irmandade entre os homens".
"Na Antiguidade, os homem olhavam as estrelas e viam seus heróis nas constelações. Em tempos modernos, fazemos o mesmo, mas nossos heróis são homem épicos de carne e osso".
"Outros seguirão seus passos, e certamente regressarão a suas famílias. Essa busca não será negada ao homem. Mas esses homens foram os primeiros e continuarão sendo os mais importantes em nossos corações".
"Porque cada ser humano que olhe para a Lua nas noites que estão por vir saberá que há um lugar no outro mundo que sempre será da humanidade".

Ameaças de guerra

Dois dos antecessores de Nixon tiveram discursos prontos sobre desastres ainda piores, mas que nunca ocorreram.

Escritos mas não ditos

Richard Nixon, em caso de um desastre na Lua: "O destino determinou que os homens que foram explorar a Lua em paz permaneçam na Lua para descansar em paz".
Dwight D. Eisenhower, no caso do fracasso do Dia D: "Nosso desembarque na área de Cherburgo e El Havre não alcançou uma posição satisfatória e retirei as tropas. Minha decisão de atacar neste momento e neste lugar baseou-se na melhor informação disponível. Os soldados, a Força Aérea e a Marina fizeram tudo o que puderam em sua missão, com valentia e devoção. Se há alguma culpa, ela é somente minha".
John F. Kennedy, um outro discurso sobre a Crise dos Mísseis em Cuba: "Dei uma ordem - que foi seguida pela Força Aérea dos Estados Unidos – para que operações militares com armas convencionais fossem executadas de modo a eliminar uma das principais reservas de armas nucleares no solo de Cuba."
O general Dwight D. Eisenhower, que comandou os Estados Unidos de 1953 a 1961, por exemplo, chegou a rascunhar algumas palavras caso o desembarque do Dia D, operação que deu início a libertação da Europa na Segunda Guerra Mundial, fracassasse. No discurso, Eisenhower assumia responsabilidade pelo eventual "erro": "Se há alguma culpa nessa intenção, ela é somente minha".
John F. Kennedy também escreveu em papel seus preparativos para uma possível invasão dos Estados Unidos a Cuba.
"Com um peso no coração, e no necessário cumprimento de meu juramento ao cargo", começava o discurso de Kennedy.
O objetivo dele era anunciar o início das operações militares para retirar armas nucleares de Cuba, durante a Crise dos Mísseis de 1962.
Tal ação, se realizada, poderia provocar uma guerra nuclear.
Mas na maioria dos casos, escrever discursos era uma tarefa mais prosaica, em momentos de ócio ou rotineiros. Isso também é evidente em outro discurso que Kennedy nunca pronunciou: um texto que ele preparou para ler em novembro de 1963, na cidade de Dallas, no Texas.
Kennedy morreu em 22 de novembro de 1963, após ser baleado na cabeça enquanto desfilava em carro aberto em Dallas.
"Nós, neste país, nesta geração, somos – por destino mais do que por opção – os guardiãos dos muros da liberdade mundial. Pedimos, portanto, que sejamos dignos de nosso poder e responsabilidade, que exercitemos nossa força com sabedoria e moderação, e que possamos lograr nesta era e por todos os tempos a antiga visão de 'paz na Terra para os homens de boa vontade'".
"Essa deve ser sempre a nossa meta, a retitude da nossa causa sempre deve sustentar a nossa força. Porque, como se escreveu há muito tempo: "se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela."

Sorte ou azar?

A tarefa de escrever discursos é altamente criativa, mas se depara, na maioria das vezes, com o engessamento da burocracia. Ou um acidente.
Trabalhando durante a noite do primeiro discurso para a conferência do Partido Conservador britânico de William Hague, eu mesmo já fui vítima do acaso.
Naquele dia, alguém pisou no cabo da impressora e uma página do texto sobre deliquência desapareceu por completo.
No dia seguinte, alguns jornalistas liberais felicitaram a equipe por trás do discurso (incluindo a mim) por omitir a referência tipicamente conservadora sobre o crime no Reino Unido.
Mas os discursos originais que permaneceram contam sua própria - e verdadeira - história.
O discurso jamais pronunciado de um líder é uma pequena pista do que teria acontecido. Trata-se, ao fim e ao cabo, de um indício de um futuro que se converteu em passado sem ser presente.

Japão comemora aniversário do fim da ocupação dos aliados

O Japão comemorou pela primeira vez neste domingo o aniversário do fim da ocupação dos aliados, que se seguiu à derrota do país na Segunda Guerra Mundial.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que propôs a realização da cerimônia durante sua campanha eleitoral no ano passado, prometeu tornar o Japão um país mais forte por meio do orgulho nacional.
Abe também aproveitou a ocasião para reforçar a revisão da constituição pacifista escrita pelos Estados Unidos com o intuito de flexibilizar as restrição impostas às forças armadas do país desde então.
O premiê japonês tem provocado a ira de outras nações asiáticas ao dar indicações de que não mais defenderá a declaração emitida em 1995 pela qual o Japão se desculpou por seus crimes de guerra.

Centro-direita vence eleições na Islândia

Após ter sido culpada pela quebra dos três principais bancos do país em meio à crise financeira internacional, a oposição de centro-direita voltou ao poder na Islândia.
Neste domingo, foi divulgado que o Partido Independência e o Progressista ganharam a maioria das cadeiras no Parlamento islandês.
As eleições parlamentares ocorreram no último sábado, 27 de abril.
Agora, analistas preveem que as duas siglas formem uma coalizão para comandar o país.
Durante a campanha, ambas as legendas reafirmaram seu compromisso com a recuperação da economia e apoiaram a retirada do pleito da Islândia de integrar a União Europeia.
A vitória foi vista por analistas como uma evidência da insatisfação da população islandesa com as medidas de austeridade fiscal introduzidas pelo Partido Social Democrata, que até então governava o país.

Núcleo da Terra tem temperatura da superfície do Sol, diz estudo

Novas medições sugerem que o centro da Terra é muito mais quente do que se pensava anteriormente e que teria uma temperatura de 6.000ºC, semelhante à da superfície do Sol.
O núcleo sólido de ferro é cristalino e está rodeado pelo núcleo externo, líquido e em movimento.
Mas a temperatura na qual esse cristal pode ser formado vinha sendo objeto de um longo debate.
Um novo experimento usou raios X para analisar pequenas amostras de ferro sob uma extraordinária pressão com o objetivo de examinar como esse material cristalino se forma e se funde. Os resultados foram publicados na revista especializada Science.
A análise das ondas sísmicas geradas após os terremotos em todo o mundo pode proporcionar muita informação sobre a grossura e a densidade das camadas da Terra, mas não podem indicar sua temperatura.
Isso deve ser calculado em um laboratório ou a partir de modelos informatizados que simulam o interior da Terra.

Medida crucial

As medições feitas no início dos anos 1990 das "curvas de fundição" - a partir das quais a temperatura do núcleo terrestre pode ser deduzida - sugeriam uma temperatura de cerca de 5.000ºC.
"Esse era só o início desse tipo de medição, então eles fizeram uma primeira estimativa para determinar a temperatura dentro da Terra", afirmou Agnes Dewaele, da agência de pesquisas francesa CEA, coautora do novo estudo.
"Outros pesquisadores fizeram outras medições e cálculos por computador e não se chegou a nenhum acordo. Não é bom para nosso campo de trabalho não conseguirmos concordar uns com os outros", disse ela à BBC.
Determinar a temperatura do núcleo terrestre é crucial para uma série de disciplinas que estudam regiões do interior do planeta que nunca serão acessadas diretamente - guiando nossos entendimento sobre questões como terremotos ou o campo magnético da Terra.
"Temos que dar respostas aos geofísicos, aos sismólogos, aos pesquisadores de geodinâmica. Eles precisam de certos dados para alimentar os modelos informatizados", explica Dewaele.

Todos de acordo

Sua equipe de pesquisadores acaba de reconsiderar esses mais de 20 anos de medições utilizando as instalações do European Synchrotron Radiation Facility, na França, laboratório mantido em conjunto por 19 países e que possui uma das mais intensas fontes de raios X do mundo.
Para replicar a enorme pressão no limite do núcleo terrestre - mais de um milhão de vezes a pressão ao nível do mar - eles usaram um dispositivo que mantém uma minúscula amostra de ferro entre duas pontas de diamantes sintéticos.
Após submeter as amostras a altas pressões e altas temperaturas usando um laser, os cientistas usaram feixes de raios X para promover uma difração, ou seja, para rebater todos os raios X sobre o núcleo dos átomos de ferro e ver como mudava o padrão à medida em que o ferro mudava de sólido para líquido.
Esses padrões de difração oferecem informações sobre os estados do ferro parcialmente fundido, que é o que os pesquisadores agora acreditam que os primeiros pesquisadores mediram nas experiências originais.
Eles sugerem agora uma temperatura de cerca de 6.000ºC, com uma margem de erro de 500ºC para mais ou para menos - aproximadamente a mesma temperatura estimada para a superfície do Sol.
Mas o mais importante, segundo observa Dewaele, é que "agora todo mundo concorda" com as estimativas.

Cineasta dos EUA é indicado na Venezuela por conspiração

Um cineasta americano acusado de fomentar a violência pós-eleitoral na Venezuela foi formalmente indiciado por um tribunal de Caracas neste domingo.
Timothy Tracy, da Califórnia, é acusado de conspiração, associação para fins criminosos e uso de documentos falsos.
Um juiz ordenou que Tracy permaneça na prisão até segunda ordem.
Amigos do cineasta dizem que ele estava na Venezuela para trabalhar em um documentário e que não tem objetivos políticos.
O governo americano também afirmou que ele é inocente.
Nove pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nos protestos após a eleição presidencial realizada há duas semanas, cujo resultado foi contestado pela oposição.

Dono de prédio que desabou em Bangladesh é preso

O proprietário do edifício que caiu em Bangladesh na quarta-feira, matando ao menos 360 pessoas, foi preso neste domingo.
Segundo a polícia, Mohammed Sohel Rana, que estava foragido desde o desastre, foi capturado perto da fronteira com a Índia.
No local do desabamento, as pessoas comemoraram quando souberam da prisão.
O Exército está se preparando para usar maquinário pesado para retirar os escombros do prédio, enquanto as equipes de resgate continuam procurando por sobreviventes.
Neste domingo, ao menos mais duas pessoas foram retiradas com vida dos escombros. Dezenas ainda estão desaparecidas.
O prédio abrigava quase 3.000 pessoas no momento do desabamento.

Após 5 anos, debate sobre como sair da crise permanece

Mais de cinco anos após o início da crise financeira internacional, alguém poderia pensar que os especialistas em matéria econômica já soubessem qual o melhor caminho a seguir para superá-la.
Mas não. Ou, pelo menos, não existe ainda um consenso econômico global como o que existia antes da crise de 2008.
Isso ficou evidente após um recente seminário do Fundo Monetário Internacional (FMI) para repensar a política econômica, organizado pelo seu próprio economista-chefe, Oliver Blanchard, e três especialistas na área.
Um deles, o prêmio Nobel de Economia George Akerlof, da Universidade da Califórnia, ilustrou com uma vívida analogia o estado de incerteza em que se encontra a profissão de economista.
"É como se um gato tivesse subido numa árvore enorme. O gato, logicamente, é a crise. Minha posição é: 'Meu Deus, esse gato vai cair e eu não sei o que fazer!'", disse.
Outro dos organizadores, David Romer, da mesma universidade, aproveitou a analogia e acrescentou: "O gato está sobre a árvore há cinco anos. Está na hora de obrigá-lo a descer e a garantir que ele não volte a subir".
O problema para os economistas, segundo o quarto dos anfitriões da conferência, o também prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz, é que "não há uma boa teoria econômica que explique por que o gato ainda está na árvore".

Um mundo diferente

Joseph Stiglitz
Para Joseph Stiglitz, crise demonstrou que as economias não se autocorrigem necessariamente
A analogia dos gatos usada pelos especialistas dá uma ideia do grau de incerteza reinante nesse grupo estelar de economistas.
Este é um mundo muito diferente ao mundo aparentemente mais cômodo em que vivíamos antes da crise.
Quais eram as características chave desse mundo?
O principal instrumento de política econômica estava nas mãos dos bancos centrais.
Eles se encarregavam de fixar as taxas de juros, subindo-as para manter baixa a inflação e cortando-as quando a economia estava frágil.
A política fiscal - o gasto público e os impostos - já não era considerada como parte do jogo de ferramentas rotineiras para manter a economia nivelada.
A regulamentação financeira era, na maioria dos casos, relativamente superficial.
O resultado foi a pior crise financeira e a recessão mais profunda na economia global desde a Grande Depressão nos anos 1930.

Controle

Para Joseph Stiglitz, a crise foi a evidência que provou seu ponto de vista de que "as economias não são necessariamente estáveis ou se autocorrigem".
No seminário, notou-se o apoio a essa visão e a ideia de que diversas agências estatais têm um papel importante para exercer o controle sobre a economia.
Muitos se mostraram a favor de mais regulamentação financeira, particularmente por medidas que tentem estabilizar todo o sistema financeiro, não tanto as que estão dirigidas a bancos individuais.
Eles falaram de algo chamado política macroprudencial, uma ideia que vem ganhando impulso nos últimos anos.
Um exemplo é impor um limite no tamanho dos empréstimos relativos ao preço do bem que se vai comprar, como uma casa.
Soa razoável, mas os participantes reconheceram que ainda não entendiam bem esse tipo de política e seus efeitos.
E David Romer disse que não ter ouvido uma proposta suficientemente grande para produzir um sistema financeiro realmente robusto.

'Nenhuma ideia'

Impressão de dinheiro nos EUA
Uma das ferramentas anti-crise, flexibilização quantitativa também é questionada
Por outro lado, está a política monetária.
Antes da crise, a ferramenta principal eram as taxas de juros, mas a caixa de ferramentas se expandiu desde então para incluir a chamada "flexibilização quantitativa", a prática de injetar dinheiro no sistema financeiro com a esperança de que isso estimule o consumo.
Há apoio para isso, mas não de maneira unânime.
Allan Meltzer, da Universidade Carnegie Mellon, de Pittsburgh, na Pensilvânia, acredita que foram grandes quantidades de estímulos com muito pouco efeito.
Os especialistas debateram também qual deve ser o objetivo da política monetária.
A ideia de estabelecer metas de inflação era geralmente aceita antes da crise. Agora se questiona se isso é suficiente, mas não há consenso sobre se é necessário mudar.
Romer apontou que essa estratégia pareceu funcionar por uns 20 anos, mas não serviu para gerar demanda suficiente.
Entretanto, Stefan Gerlach, da Universidade Goethe, de Frankfurt, argumentou que "não tem sentido repensar toda a estrutura da política monetária por causa de um evento que ocorre mais ou menos uma vez a cada século".
Muitos dos especialistas reunidos no seminário não se entusiasmam com o aumento rápido da dívida pública nos países ricos nos últimos anos, mas poucos foram tão longe como o conservador Allan Meltzer.
"Se o que queremos é estabilidade financeira e outras coisas boas, não deveríamos começar restringindo o déficit orçamentário? Formalmente, indefinidamente e para todo o futuro?", questionou.
O que nos deixa onde? Confusos? Você certamente não é o único a se sentir assim.
Muitas ideias foram expostas, seguramente, mas foi assim que o economista-chefe do FMI, Blanchard, encerrou a conferência: "Não sabemos nosso destino final... Onde chegaremos, não tenho nenhuma ideia".
Isso pode soar desconcertante, mas a crise tem sido um enorme solavanco para as políticas econômicas, e talvez fosse ainda mais preocupante se não parecesse haver um grande esforço para repensá-las.

sábado, 27 de abril de 2013

Conheça cinco mitos sobre segurança na internet

Será que estamos nos dando conta dos perigos que nos cercam na internet? Ou será que termos como phishing, spam e hackers são só palavras que ainda não entendemos e que simplesmente esperamos que nada disso aconteça conosco?
Uma pesquisa internacional recente indicou que seis em cada dez internautas utiliza a mesma senha para vários serviços online. Outra pesquisa no Brasil mostrou que uma das senhas mais comuns em serviços de e-mail é "123456".
Situações como essa mostram que a maioria das pessoas ainda está longe de conhecer os riscos de navegar pela rede.
Na relação abaixo, Alan Woodward, professor de informática da Universidade de Surrey, na Grã-Bretanha, analisa alguns dos mitos sobre como permanecer seguro na internet.

Mito 1 - Você somente infectará seu equipamento se descarregar ativamente um software

Provavelmente o mais comum dos mitos sobre segurança online é de que o computador não pode ser infectado somente por visitar um site na web que contenha um código malicioso.
Assim como muitos mitos, esse tem um pouco de verdade. Porém é possível que você não reconheça o instante em que está dando sua permissão para descarregar o vírus.
E com frequência, os hackers se aproveitam do fato de que os equipamentos podem estar configurados para dar permissão de forma predeterminada para certos tipos de download.
Para especialista, "as coisas nem sempre são o que parecem na internet"
Isso deu origem ao fenômeno dos "downloads não desejados".
Esses downloads podem acontecer de várias maneiras, enquanto os piratas informáticos desenvolvem novos métodos o tempo todo.
É possível que a técnica mais insidiosa se aproveite do que se conhece como "IFrames". A intenção dos IFrames era permitir que as páginas da web tivessem uma mistura de conteúdo variável e estático ao serem construídas, para usar os recursos informáticos de maneira mais eficiente.
Apresentados pela primeira vez em 1997, os IFrames permitem essencialmente incrustar numa página material "ativo" proveniente de outro lugar.
Quando é abusivo, o IFrame pode descarregar em segredo outra página que não é vista, já que podem ser tão pequenos quanto apenas um pixel, e que redirige a navegação a uma página que contém um exploit, uma espécie de software que se aproveita da vulnerabilidade de segurança do dispositivo.
Se o seu navegador e seu sistema estiverem vulneráveis a esse exploit, então o malware (código malicioso) pode ser descarregado em seu equipamento. E você não concordou com nada disso, não é mesmo?
Uma variante desse primeiro grande mito é que as páginas da web não podem ser descarregadas em seu computador sem que você aperte no botão "OK".
É possível que para isso seja necessário dar um clic em algum site, mas esse clic poderia ter uma intenção diferente da que você pensa.
Um truque habitual pode vir de um site comprometido no qual aparece um quadro - em geral uma propaganda - que você deve fechar se não se interessar. O ato de fechar o anúncio pode ser o clic que inicia um download.
As coisas não são sempre o que parecem na internet.

Mito 2 - Só os sites de má reputação contém malware

(foto: Reuters)
Maioria das pessoas não se considera um potencial alvo de ataque de hackers
Apesar de ser certo que alguns sites mais duvidosos são afetados dessa maneira com mais frequência, muitos sites conhecidos também estão comprometidos.
Um clássico exemplo é quando um site permite que comentários sejam publicados e os formulários no site não foram protegidos da maneira correta. Alguém pode escrever um comentário com código e esse código pode conter um IFrame.
Com páginas que muitas vezes são um amalgamado de conteúdo retirado de várias fontes, é muito difícil para os administradores das páginas fecharem todas as lacunas.
O jornal americano The New York Times descobriu isso em 2009, quando foi enganado ao publicar um anúncio que estimulava os leitores a descarregar um software falso de antivírus.
Na internet, deve-se confiar não somente no provedor da página, mas em toda a cadeia de suprimento de conteúdo.

Mito 3 - Sou muito insignificante para ser hackeado

A maioria de nós acreditamos que somos muito insignificantes para sermos atacados por hackers, que estão interessados somente nos peixes gordos.
Claro que alguns hackers investem uma grande quantidade de tempo tentando entrar em algum alvo que tenha um alto valor. Entretanto, a maioria dos delinquentes se deram conta há tempos que é mais rentável apontar a vários alvos de pequeno valor, como eu ou você.
Com a automatização e o alcance global da internet, só é necessário que uma pequena fração dos alvos dê certo para conseguir uma bela recompensa.
Pesquisas demonstraram que a razão pela qual os criminosos persistem com estratégias conhecidas há tempos, como os golpes com e-mails nigerianos, é que, por incrível que pareça, eles ainda funcionam.
Os criminosos investem relativamente pouco tempo e dinheiro, e a quantidade de gente que responde ainda é suficientemente alta para fazer valer a pena.

Mito 4- Meu computador não tem nada de valor

Todos os equipamentos conectados à internet estão vulneráveis, em maior ou menos grau
Lamento decepcionar você, mas qualquer computador é um tesouro para os delinquentes. O que ocorre com algo tão simples quanto sua agenda de contatos?
Os criminosos adoram as listas de contatos, já que obtêm endereços de e-mail válidos e a possibilidade de fingir ser... você!
E, logicamnte, quem não entra no site de seu banco, de uma loja, numa página do governo ou algo semelhante em seu computador?
Ao fazer isso, você deixa sua identidade digital no computador. E não há nada que os criminosos amem mais que uma identidade online válida.
Quantas pessoas apagam a memória, os cookies e os arquivos temporários quando fecham o navegador?
Na verdade, por conveniência muitos mantêm suas identidades digitais em seus navegadores para que não tenham que iniciar uma sessão a cada vez que querem usar um serviço online.

Mito 5 - Meu sistema operacional não é vulnerável

O último mito é o que conduz à mais pronunciada falsa sensação de segurança: que a marca do meu computador ou que meu sistema operacional não são vulneráveis aos problemas de segurança.
Para algumas pessoas, ter a proteção de um firewall - desenvolvido para bloquear o acesso não autorizado ao computador - lhes dá segurança. Mas elas não poderiam estar mais equivocadas.
Você pode pensar que está utilizando uma marca de computadores menos popular e que ainda precisa atrair a atenção dos criminosos, e que o firewall pode manter à distância alguns intrusos.
Mas todo os equipamentos, se estão conectados à internet, estão vulneráveis.
Alan Woodward é professor-visitante do departamento de informática da Universidade de Surrey. Ele trabalhou para o governo da Grã-Bretanha e atualmente assessora várias empresas da Bolsa de Valores de Londres sobre temas como segurança cibernética, comunicações secretas e informática forense.

Especialista explica métodos e empecilhos em identificar uso de armas químicas

Estados Unidos e Grã-Bretanha denunciaram nesta semana o possível uso de armas químicas na guerra civil da Síria, com a ressalva de que mais evidências são necessárias para comprovar a aplicação do tóxico gás sarin pela tropas do governo da Síria.
Investigações sobre o suposto uso de armas químicas envolvem várias técnicas para coletar e analisar diferentes tipos de provas, explica Ralf Trapp, consultor em desarmamento internacional e especialista em armas químicas e biológicas.
São necessárias entrevistas com sobreviventes de supostos ataques e com outras testemunhas oculares, como socorristas e médicos que trararam as vítimas.
Os inspetores precisam fazer exames médicos das vítimas e obter amostras biomédicas - urina ou sangue -, para buscar eventuais resíduos do agente químico ou de seus efeitos após o metabolismo do corpo, mesmo que tenha se passado algum tempo desde o incidente com armas químicas.
Trapp explica que investigadores coletam também amostras de pessoas e animais mortos.
"Inspeciona-se o local onde o suposto ataque ocorreu para entender seu contexto e para buscar provas, como fragmentos de armamento que podem ainda estar contaminados", diz o consultor.
Entre as amostras recolhidas estão também as de solo, destroços ou vegetação que possa ter tido contato com os agentes químicos.

Laboratórios móveis

Algumas das análises químicas iniciais são feitas em um laboratório móvel de campo, ainda durante as investigações.
Outras serão enviadas para análise sob rígidos protocolos, para proteger as amostras e garantir sua proteção. Nessa análise, a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW, na sigla em inglês) - agência que implementa a Convenção de Armas Químicas - estabeleceu uma rede internacional de "laboratórios designados" altamente competentes, diz Trapp.
Esses laboratórios são frequentemente submetidos a testes, para garantir a qualidade de suas análises.
No caso de denúncias de uso de armas químicas, dois ou três deles seriam selecionados para analisar amostras do local, bem como amostras de controle preparadas pelo laboratório da OPCW.

Dificuldades na Síria

Em casos como o do atual conflito na Síria, em que não há formas independentes de se checar informações, sempre será perigoso confiar em depoimentos de testemunhas, provas fotográficas e de vídeo e até mesmo em amostas enviadas para fora do país.
Ainda que sintomas descritos em depoimentos sejam consistentes com os agentes químicos que parecem estar sendo usados, esse tipo de provas costuma deixar muitas questões sem resposta.
Além disso, a análise de amostras é uma ferramenta poderosa para identificar qualquer agente químico utilizado, mesmo em pequenas quantidades, mas os resultados precisam ser lidos em contexto: será que a autenticidade da amostra foi confirmada e documentada? Será que a amostra foi protegida de qualquer interferência ou adulteração?
É exatamente por isso que analistas defendem que a equipe da ONU precisa ser autorizada a entrar em território sírio e possa conduzir uma investigação independente e profissional nas áreas onde armas químicas supostamente foram usadas.

EUA prendem acusado de ligação com carta envenenada a Obama

A polícia federal dos Estados Unidos anunciou neste sábado a prisão de um homem acusado de ter conexão com as cartas envenenadas enviadas ao presidente Barack Obama e duas outras autoridades.
Everett Dutschke foi preso em sua casa no Mississippi.
Na terça-feira, os promotores haviam retirado as acusações contra outro homem do Mississippi suspeito de enviar as cartas com ricina, um veneno letal.
O primeiro homem detido alegava ter sido vítima de um plano para incriminá-lo.
Além de Obama, as cartas foram enviadas para um senador e um juiz.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Obama volta a ameaçar Assad após uso de armas químicas na Síria

Presidente volta a dizer que ataques com arsenais são inaceitáveis, mas diz que evidências são preliminares

WASHINGTON - Um dia depois de o Pentágono ter declarado haver evidências de que o ditador sírio, Bashar Assad, atacou a população civil e rebeldes que tentam derrubá-lo com armas químicas, o presidente americano, Barack Obama, voltou a dizer ontem que o uso desse arsenal seria uma "linha vermelha" para medidas mais drásticas contra o regime sírio. Apesar do alerta, Obama ressaltou que as informações sobre o caso ainda são preliminares.
'Temos que agir com prudência', diz Obama - Mike Theiler/Reuters
Mike Theiler/Reuters
'Temos que agir com prudência', diz Obama
"Ademais do horror de massacrar civis indiscriminadamente com armas convencionais, o uso de armas de destruição em massa cruza uma nova linha do direito internacional", disse o presidente, em encontro com o rei Abdullah, da Jordânia. "Essa é a linha vermelha. Temos de agir com prudência e avaliar. Mas acredito que todos nós reconhecemos que não podemos cruzar os braços e permitir o uso de armas químicas contra civis."
Obama ainda prometeu uma investigação criteriosa sobre o uso do arsenal no conflito sírio. Na quinta-feira, secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, indicou que os serviços de inteligência haviam detectado o uso de armas químicas por parte do regime de Assad, especialmente gás sarin.
A pressão política por uma ação mais ampla contra Assad cresceu depois das declarações de Hagel. Um dos principais aliados ocidentais de Obama. o primeiro-ministro britânico, David Cameron, expressou ontem a preocupação de que uma possível intervenção na Síria seja evitada em razão de temores dos erros cometidos por Grã-Bretanha e EUA na Guerra do Iraque (2003-2011).
À rede de TV BBC, Cameron disse ter limitadas – porém cada vez mais concretas – evidências de que armas químicas foram usadas na guerra civil síria. "Eu escolho minhas palavras com cuidado, mas me parece que o regime sírio está cometendo crimes de guerra", disse o premiê. Quero assegurar ao público que as lições do Iraque foram aprendidas. Por isso é muito importante agir com clareza e prudência."
O primeiro ministro, no entanto, ressaltou que a resposta deverá ser feita de maneira política em vez de militar. "Na minha opinião, o que precisamos fazer - e já estamos fazendo uma parte disso - é formar a oposição, trabalhar com eles, treiná-los, orientá-las, ajudá-los para pressionar o regime e colocar um fim nisso", afirmou o premiê.
A Coalizão Nacional Síria (CNS), entidade que agrega os principais grupos de oposição a Bashar Assad, pediu nesta sexta-feira,26, uma rápida intervenção internacional para interromper o uso de armas químicas por parte do regime.
Em comunicado, o CNS afirmou que Damasco deve entender que, tal como disseram a ONU, os EUA e outros países, o emprego de armas químicas é uma fronteira cujo cruzamento terá resultados graves. "Se não forem tomadas medidas rápidas, o regime de Assad verá como um sinal de aceitação internacional ao uso de armas químicas", informou o grupo.
Segundo a entidade, nas últimas semanas habitantes de Alepo, Homs e da periferia de Damasco foram atacadas com armas químicas. Por isso, exigiu à ONU e aos membros permanentes do Conselho de Segurança que "ajam com urgência". Para o CNS, além de declarações, é necessário "uma ação real" - na prática, uma intervenção.
"A ONU deve ouvir os gritos do povo sírio de uma vez por todas e a Rússia tem de deixar de intervir, permitindo que o Conselho de Segurança cumpra seus deveres de manutenção da paz e da segurança", diz o texto.

Israel volta a prometer que não usará mais fósforo branco em armas

Autoridades militares israelenses afirmaram que o país deve interroper o uso de munições de artilharia com fósforo branco, utilizado para criar cortinas de fumaça.
As munições devem ser substituídas por outras que usariam apenas gases para causar o mesmo efeito.
Grupos de direitos humanos condenaram o uso de armas com fósforo branco durante o conflito de Gaza, por elas causarem sérios danos à população civil.
Leis internacionais restringem o uso de fósforo branco durante a guerra.
Ele é utilizado, além de ocultar movimento de tropas com uma cortina de fumaça, para marcar alvos inimigos ou até mesmo incendiar os oponentes.
Seus efeitos podem ser mortais. Em contato com a pele, a substância causa queimaduras que vão até o osso. O fósforo branco libera ainda um ácido nas feridas que pode causar o envenenamento da vítima.
Os militares israelenses afirmaram que as munições já existentes possuem "quantidades mínimas" de fósforo branco. Elas seriam desativadas "em breve".

Promessa renovada

Há três anos, após o conflito na faixa de Gaza, Israel já havia prometido criar novas regras para limitar o uso de armas com fósforo branco.
Na época, mais de 1,4 mil palestinos e 13 israelenses foram mortos em três semanas de conflito.
Durante a ofensiva, Irsael usou fósforo em áreas densamente povoadas, segundo a ONU e a ONG Human Rights Watch.
Parte de uma instalação da ONU se incendiou após ser atingida por pedaços desse armamento – que tem produtos químicos que entram em combustão em contato com o ar.
A Human Rights Watch afirmou que Israel "deliberadamente ou por negligência" usou fósforo branco em armamentos que violam o direito humanitário internacional, causando "mortes desnecessárias de civis".
Israel afirmou que o uso de fósforo branco em armas é permitido pela lei internacional e que teria tentado evitar mortes desnecessárias em Gaza.
Porém, um protocolo da Convenção de 1980 sobre armas convencionais bane o fósforo branco como uma arma incendiária contra populações civis ou em ataques aéreos contra forças inimigas em áreas civis.