sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Arqueólogos 'recriam' escola de gladiadores romana

Escola de gladiadores (M Klein/7reasons)
O local fazia parte da cidade de Carnuntim, um importante posto militar e de comércio do império romano
Arqueólogos conseguiram recriar digitalmente uma escola de gladiadores romana descoberta às margens do rio Danúbio, na Áustria.
As ruínas datam do século 2 a.C. e ainda permanecem em grande parte enterradas.
Para reconstruir virtualmente o local, os cientistas usaram radares de ponta capazes de penetrar no solo e mapear o que está sob a terra.
O trabalho dos arqueólogos foi publicado no periódico Antiquity.
Esta escola de gladiadores - elas eram chamadas de ludus na época - só perde em tamanho para outra que ficava atrás do Coliseu, em Roma, a Ludus Magnus.
A escola está numa área de 11 mil metros quadrados, cercada por uma muralha. O edifício propriamente dito ocupa 2,8 mil metros quadrados.
A escola ficava em Carnuntum, uma cidade romana que era um importante posto militar e comercial do império há 17 séculos. Estima-se que 50.000 pessoas viviam ali.
Escola de gladiadores (M Klein/7reasons)
A escola ocupa 11.000 metros quadrados
Segundo arqueólogos, a escola eram bem estruturada, tinha uma área circular de treinamento, celas para os gladiadores, áreas de banho e uma residência.
Estima-se que cerca de 100 escolas de gladiadores existiram durante o império romano, mas quase todos foram destruídos ou soterrados para que fossem erguidas novas construções sobre elas.

Ucrânia acusa Rússia de desembarcar tropas na Crimeia

Tropas não identificadas invadiram aeroporto da Crimeia (foto: AFP)
Comunicações e voos ligando a Crimeia à Ucrânia teriam sido cortados
O presidente interino da Ucrânia Oleksander Turchynov acusou a Rússia de enviar tropas para a Crimeia em uma tentativa de arrastar Kiev para um “conflito armado”.
Em um pronunciamento pela televisão, ele afirmou que Moscou deseja que o governo interino reaja às suas provocações para que tropas russas possam anexar a Crimeia.
O pronunciamento ocorre no mesmo momento em que surgem relatos não confirmados de que aeronaves russas teriam posicionado grande quantidade de militares na região.
O embaixador russo na ONU disse que os movimentos de tropas de seu país na Crimeia estariam previstos em um acordo prévio com a Ucrânia.
O presidente americano Barack Obama alertou a Rússia que qualquer intervenção na Ucrânia terá “custos”.
“Qualquer violação da soberania e integridade territorial da Ucrânia seria profundamente desestabilizadora, o que não está entre os interesses da Ucrânia, Rússia ou Europa”.
Ele disse que os EUA apoiam o governo interino da Ucrânia e elogiou "sua moderação e seu compromisso de defender suas obrigações internacionais".
O presidente Turchynov solicitou ao presidente Vladimir Putin que “pare com provocações e inicie as negociações”.
Ele afirmou que a Rússia está adotando o mesmo comportamento que teve antes de mandar tropas à Georgia em 2008 para atacar as regiões separatistas da Abkhazia e da Ossetia do Sul, que possuem grande número de moradores de origem russa.
“Eles estão implementando o mesmo cenário que realizaram na Abkhazia, onde depois de provocar um confronto, iniciaram a anexação do território”, disse Turchynov.

Locais estratégicos invadidos

Milícia vigia acesso à região da Crimeia (foto: AFP)
Presidente Barack Obama diz que intervenção na Crimeia pode "custar" à Rússia.
O pronunciamento do presidente ucraniano ocorreu horas após o Kremlin afirmar que Putin teria ressaltado para autoridades do Ocidente, por telefone, “a extrema importância de não permitir uma escalada maior da violência”.
Na manhã desta sexta-feira, em Rostov-on-Don, cidade no sul Rússia próxima à fronteira com a Ucrânia, o presidente deposto da Ucrânia, Viktor Yanukovych afirmou não reconhecer o novo governo estabelecido pela oposição ao seu governo em Kiev e que ainda se considera o presidente legítimo do país.
O espaço aéreo da Crimeia foi fechado e os voos ligando a capital Simferopol ao resto do mundo foram cancelados. Aeroportos teriam sido invadidos por militares de identidade não confirmada.
Sergiy Kunitsyn, um membro do alto escalão do governo ucraniano, disse à mídia local que 13 aeronaves russas pousaram em uma base em Simferopol e desembarcaram cerca de dois mil militares suspeitos. Contudo, a informação não foi confirmada.
As redes de comunicação de fibra ótica que ligavam a Crimeia com o resto da Ucrânia teriam também sido cortadas.
Segundo o correspondente da BBC em Simferopol, Oleg Boldyrev, a interrupção das comunicações de telefonia e dados na região é o sinal mais concreto de que a população local começa a viver uma situação de emergência.
Além de possuir moradores de origem étnica russa, a Crimeia possui importantes bases navais russas no mar Negro.

Protestos aprofundam crise econômica na Venezuela

Protestos na Venezuela | Foto: Reuters
Protestos anti-governo prejudicam distribuição de insumos e vendas no comércio
A livraria Lugar Común, localizada em frente à praça Altamira, centro nervoso dos protestos em Caracas, na Venezuela, opera de forma intermitente há semanas.
"Tem dias em que nem abrimos. Em outros funcionamos por apenas duas horas", diz o dono do estabelecimento, Garcilaso Pumar, à BBC Mundo, o serviço hispânico da BBC, apontando para as barricadas montadas nas ruas.
Apesar de não se opor às manifestações, ele admite que só conseguiu abrir sua loja em horário integral na última terça-feira.
O cotidiano de Pumar é um retrato fiel da arritmia que afeta o coração da economia venezuelana.
O país enfrenta uma das piores crises financeiras de sua história: a inflação é uma das mais altas do mundo, a escassez de alimentos chega a 23% e o déficit fiscal parece sem solução, apesar das seguidas desvalorizações do bolívar, a moeda local.
O cenário se agravou ainda mais com as manifestações, que vem dificultando qualquer esboço de recuperação da economia.
Na última quarta-feira, em uma reunião "para a paz", promovida pelo partido do presidente Nicolás Maduro com a participação de vários setores, uma das declarações mais fortes partiu do empresário Lorenzo Mendonza, presidente das Empresas Polar, do setor de alimentação e bebidas.
Segundo ele, a agenda nacional deixou de contemplar discussões sobre o andamento da economia do país.
"Enquanto 95% (do debate) envolve política, o resto - 5% - é dedicado à economia", disse ele. "O país precisa de uma reflexão profunda sobre a economia", acrescentou.
O presidente Maduro, por sua vez, reiterou que a economia é um tema central para o seu governo.
"Vamos parar com as guarimbas e com a violência, e estabelecer um bom nível de respeito à Constituição, para que possamos nos concentrar mais na economia."
As "guarimbas", como as barricadas montadas pelos manifestantes são conhecidas, vêm se espalhando por várias partes do país, especialmente na província de Táchira, onde os protestos ainda mantêm um nível alto de tensão.

Distribuição

Protestos na Venezuela | Foto: Reuters
Comerciantes fecham as portas temendo a escalada de violência
Com medo da escalada de violência, muitos comerciantes decidiram permanecer de portas fechadas. Nas últimas semanas, os poucos estabelecimentos que abriram ficaram às moscas e milhares de venezuelanos tiveram de trabalhar de casa.
Mas enquanto o varejo e o comércio são afetados por fechamentos, o setor da economia mais atingido é o da distribuição.
O próprio Maduro já disse acreditar que a escassez de produtos é uma das principais causas das manifestações.
Já para Eduardo Garmendia, presidente da Conindustria, confederação que reúne as principais indústrias da Venezuela, "a capacidade de entregar os produtos no varejo tem sido restrita, o que aumenta a escassez".
A distribuição na Venezuela encontra-se em estado crítico, uma vez que a produção e o volume de importações, ambos a um nível consideravelmente baixo, já não são suficientes para abastecer todos os estabelecimentos do país.
Na semana passada, Giovanni Lupi, presidente da Catracentro, câmara que reúne empresas de transporte terrestre de carga pesada, disse que a tensão política provocou um aumento de 20% nas paralisações na frota de distribuição na região central do país.
Segundo o jornal de economia El Mundo, soma-se a esse fato a paralisação de 40% da frota desde o início dos protestos.
"Há motociclistas encapuzados que queimaram veículos. Por causa disso, estamos protegendo os carros, quase ninguém está fazendo viagens de longas distâncias. Na última semana, como a tensão está mais forte, muitos de nós não podemos sair para trabalhar", disse Lupi ao jornal.
Segundo as secretarias de transporte dos Estados de Vargas e Carabobo, o efetivo do escritório foi reduzido em 60% devido às recentes manifestações.

Preocupação

Protestos na Venezuela | Crédito: AP
Empresários pediram que funcionários públicos trabalhem durante Carnaval para garantir distribuição
Garmendia, da Conindustria, disse à BBC Mundo que as empresas pediram ao governo, encarregado de autorizar as rotas de distribuição, que mantenha um efetivo trabalhando nos próximo dias, apesar do recesso de Carnaval.
"Dissemos ao governo que os funcionários públicos não podem sair de férias", afirmou Garmendia. "Depois de cinco dias com a distribuição parada, não há nada nas prateleiras."
Enquanto o governo tenta encontrar uma alternativa para a crise econômica, Pumar continua tentando manter a viabilidade do seu negócio apesar dos protestos.
"Dada a situação atual, acredito que todo empresário que opere hoje na Venezuela esteja preparado para um ou dois meses de baixa rentabilidade".
Mas, enquanto muitos enfrentam uma queda nas vendas, outros aproveitam as manifestações para catapultar os ganhos.
Este é caso da pizzaria Mesón de Altamira. De acordo com o gerente e filho do dono do estabelecimento, Alexandre Freitas, o restaurante tem vendido mais do que a média nos últimos dias.
"Os jovens vêm aqui comprar pizza para comer durante os protestos", afirmou.

Ucrânia: Crimeia sofre "invasão armada" com 2 mil soldados russos

A declaração foi feita nesta sexta-feira, 28, por um representante do presidente ucraniana na Crimeia.

A Crimeia sofreu nesta sexta-feira uma "invasão armada", com mais de 2.000 soldados russos em Simferopol, capital desta república autônoma do sul da Ucrânia, que também abriga a frota russa no Mar Negro, declarou uma autoridade ucraniana.
"Nós assistimos hoje a uma invasão armada russa (...). O espaço aéreo (da Crimeia) está fechado em razão do grande número de aterrissagens de aviões e helicópteros russos", declarou o representante do presidente ucraniano na Crimeia, Serguiï Kunitsyne, à televisão ART. Ele estimou que cerca de 2.000 militares russos desembarcaram em um aeroporto militar perto de Simferopol.

Blocão de insatisfeitos na Câmara ainda pode trazer problemas ao Planalto


O chamado "blocão", grupo de deputados insatisfeitos com o governo, já mostrou que tem força para bagunçar o coreto e, apesar de alegar que não pretende causar derrotas à presidente Dilma Rousseff, pode complicar a vida e trazer dor de cabeça ao Planalto.
Com a possibilidade de votar propostas contrárias ao governo na Câmara, esses parlamentares, que em sua maioria integra a base governista com exceção dos membros de uma sigla da oposição, pedem mais articulação política com o Planalto, liberação de emendas parlamentares e maior participação nas mudanças ministeriais promovidas pela presidente.
Mesmo que o objetivo não seja provocar derrotas, como alegam, o grupo pode usar seu "poder de voto" para forçar o Planalto a negociar os pontos que vêm sendo alvo de queixas.
Segundo um líder aliado que preferiu não ser identificado, o grupo serve tanto para demonstrar essa insatisfação com a condução política do Planalto, quanto para pressionar por cargos e emendas. E ainda pode, sim, segundo essa liderança, derrotar o governo em alguma votação para marcar posição.
"É para mostrar força e ao mesmo tempo nessa demonstração, de repente, alguma coisa de interesse do governo pode acabar não acontecendo", disse o parlamentar de um importante partido da base.
Na avaliação do cientista político e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) Ricardo Ismael, a situação aparentemente ainda não fugiu ao controle do Planalto. Mas isso não significa que o governo não tenha que arregaçar as mangas e tentar reduzir os riscos.
"É uma posição mais para negociar do que uma posição de ir para a oposição", disse à Reuters por telefone.
"É mais um bloco que se formou para marcar posição de insatisfação... Se por acaso (a insatisfação) não for bem administrada, pode implicar numa derrota numa votação importante."
O movimento não passou despercebido e trouxe preocupação ao governo que, na segunda-feira desta semana, acionou sua articulação política e anunciou uma série de medidas para tentar conter o clima pesado.
Sentou para conversar e, em reunião com líderes, colocou à disposição uma dúzia de ministros para resolver as demandas parlamentares, além de reforçar compromisso com liberação de emendas, instrumento, aliás, essencial para os deputados em época de eleição.
Ainda assim, o blocão demonstrou o estrago que pode provocar no dia seguinte à reunião e conseguiu colocar em pauta um requerimento da oposição para criar uma comissão para acompanhar investigação de denúncias de que empresa holandesa SBM teria pago propina a funcionários da Petrobras.
Na ocasião, durante votação de um requerimento para retirada de pauta da proposta de investigação da estatal, 261 deputados votaram contra o governo, contra apenas 80 que acompanharam a orientação alinhada com o Planalto.
O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), que coordenou o movimento nesta semana, disse que embora o bloco não tenha discutido o assunto, não se surpreenderia se fosse aprovado um pedido de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a estatal.
"O governo perdeu o controle sobre o resultado da pauta, o que é pior que perder o controle da pauta", disse Cunha à Reuters.
No horizonte deste grupo de deputados, há matérias como um projeto de decreto legislativo que obriga distribuidoras de energia elétrica a devolverem quantia bilionária a consumidores, e ainda um veto presidencial a projeto que mudava as regras de criação e fusão de municípios.
Nenhuma das duas conta com a simpatia do Planalto, que no retorno do recesso parlamentar, havia trabalhado para adiá-las.
Outra proposta que deve trazer dor de cabeça e pode ser palco de uma votação extremamente desfavorável ao governo é o já polêmico Marco Civil da Internet, projeto que estabelece uma série de regras no setor.
Na opinião do líder aliado consultado, o marco civil será o primeiro teste para o governo neste novo esforço de negociação com o Congresso em um ano atipicamente curto por conta da Copa do Mundo, em junho, e das eleições, em outubro.
"Primeiro que já há um desentendimento. E o governo quer aprovar meio que na marra. Não vai conseguir", afirmou. "Tem resistência ao projeto e o bloco vai aproveitar para mostrar força, pôr as garras de fora."
Apesar de mostrar preocupação com os insatisfeitos, o governo avalia que o movimento é limitado, segundo uma fonte do Executivo ouvida pela Reuters, uma vez que o blocão já registrou desistências -- caso do PSD -- e não teria forças para contaminar o ambiente no Senado.
"ALIANÇA INFORMAL"
Formado por siglas como PP, PR, Pros, PDT, PSC e PTB e o oposicionista Solidariedade, e liderado pelo PMDB, o bloco inicialmente tinha a intenção de canalizar a insatisfação e afirmar-se como uma iniciativa parlamentar para privilegiar suas pautas.
Mas, na avaliação de uma fonte peemedebista, pode ter se tornado um instrumento contra o governo no Congresso.
Segundo essa fonte, que não quis se identificar, o grupo contou com o apoio do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que chegou inclusive a participar da primeira reunião do bloco informal, numa tentativa de capitalizar o movimento a seu favor numa eventual reeleição à presidência da Casa em 2015.
Outra fonte que acompanhou o processo disse à Reuters que Henrique Alves considerava o movimento benéfico, inclusive, para destravar a pauta da Casa, trancada desde o ano passado, o que pode pegar muito mal para os deputados em ano eleitoral.
Os interesses do bloco expandiram-se e quem passou a comandá-lo informalmente foi o líder do PMDB, passando a beneficiar-se desse exército.
Na terça-feira desta semana, a situação quase resultou numa derrota ao governo, mas Henrique Alves encerrou a sessão, impedindo a continuidade do processo de votação do requerimento de investigação da Petrobras.
Segundo essa fonte do PMDB, o vice-presidente Michel Temer chegou a pedir a Henrique Alves que o grupo não se transformasse em um bloco de oposição a Dilma.
O líder da bancada peemedebista, por sua vez, nega que haja intenção de prejudicar o governo.
"Não é blocão. É uma aliança informal. Não sou líder de nada", afirmou Cunha. "É uma aliança em torno de pautas, vamos nos reunir toda semana e decidir temas que nos unem", disse à Reuters.
"Não é uma questão de apoiar pauta da oposição (como o requerimento da Petrobras). O requerimento é de quem defende a transparência, combate à corrupção, isso todos nós queremos."

Presidente afastado da Ucrânia reaparece e promete lutar pelo país

Viktor Yanukovych (AFP)
O ex-presidente ucraniano disse ter sido forçado a sair do país para proteger sua vida e a de sua família
O presidente afastado da Ucrânia, Viktor Yanukovych, reapareceu em público pela primeira vez desde que deixou o país na semana passada e prometeu “lutar pelo futuro da Ucrânia”.
Em uma coletiva realizada nesta sexta-feira em Rostov-on-Don, cidade no sul Rússia próxima à fronteira com a Ucrânia, Yanukovych afirmou não reconhecer o novo governo estabelecido pela oposição ao seu governo em Kiev e que ainda se considera o presidente legítimo do país.
"Continuarei a lutar pelo futuro da Ucrânia contra aqueles que não tentam ocupá-la por meio do medo e do terror", disse.
No entanto, o presidente disse não apoiar ações militares para reverter a situação no país: "Não há outra saída agora que seja uma solução pacífica".
Ele também afirmou ter “vergonha” dos acontecimentos em seu país nas últimas semanas.
"Tenho vergonha. Mais do que isso: peço desculpas a todos os ucranianos pelo que ocorreu na Ucrânia, por eu não ter tido a força necessária para manter a estabilidade no país e ter permitido esse completo desrespeito às leis que está acontecendo", afirmou Yanoukovych.

Deposto?

Yanukovych não era visto em público desde que um acordo foi fechado com a oposição no dia 20. O acordo previa a criação de um governo de união nacional, com representantes do então governo.
Mas, desde então, o Parlamento votou por afastar Yanukovich do poder e um novo gabinete de governo, sem a participação de representantes ligados a Yanukovych e seu Partido das Regiões, foi nomeado.
A crise começou em novembro quando Yanukovych recusou um acordo comercial com a União Européia (UE) que estreitaria os laços do país com o bloco em favor de uma aproximação da Rússia. Isso despertou a insatisfação de parte dos cidadãos e políticos que desejavam ver a Ucrânia mais próxima da UE.
Nas semanas seguintes, houve uma escalada da tensão no país, em que mais de cem pessoas morreram nos confrontos recentes entre manifestantes e a polícia, o que culminou com seu impeachment.
Crimeia, na Ucrânia
Tensão cresceu na Crimeia após saída de Yanukovych
Nesta sexta-feira, Yanokovych discordou que tenha sido deposto. "Ninguém me derrubou. Fui forçado a sair do país porque a vida e a de meus entes amados estavam ameaçadas pelos vândalos fascistas que tomaram o poder", disse.
O líder ucraniano questionou a legitimidade do novo governo instaurado no país nesta semana ao dizer que ele não tem nenhuma "autoridade genuína perante o parlamento".
"Assinamos um acordo de trégua que não foi respeitado pelo outro lado. Fui cinicamente enganado. Pessoas que pregam a violência tomaram o poder", declarou.

Crimeia

Desde sua saída da Ucrânia, a região da Crimeia, no sul do país, tornou-se o principal foco de tensão no país. Ali uma parcela significativa da população é russa e fala o idioma do país vizinho.
Nesta semana, manifestantes pró-Rússia e pró-Kiev entraram em conflito na frente do parlamento regional. Edifícios do governo foram invadidos por aqueles que não aceitam o novo governo em Kiev.
Diante desses embates, cresce o temor que um movimento separatista ganhe cada vez mais força na Crimeia.
Yanukovych disse considerar natural que haja embates na região porque seus cidadãos "não querem se subordinar ao pequeno grupo nacionalista que tomou o poder e, por isso, defendem suas casas e famílias".
Mas rechaçou a hipótese da Crimeia se separar da Ucrânia. "Não deixem que sangue seja derramado. Não permitam que haja conflito. A Crimeira deve permanecer como parte da Ucrânia", afirmou.

Putin

Ao explicar porque está na Rússia, Yanukovych disse ter um amigo de longa data em Rostov-on-Don que o está abrigando.
Ele afirmou ter falado por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin, desde que chegou, mas que eles ainda não se encontraram pessoalmente.
"Concordamos que nos encontraremos na primeira oportunidade possível, mas ainda não sei quando", afirmou.
Yanukovych disse não participará das eleições presidenciais convocadas para 25 de maio na Ucrânia porque elas não estão de acordo com as leis e a constituição do país.
Mas disse estar disposto a voltar ao país "assim que as autoridades garantam a segurança" de sua família e dele próprio.

Boeing cria smartphone que se 'autodestrói' quando é violado

A Boeing criou um smartphone voltado para comunicações secretas.
Além de criptografar ligações e mensagens, ele apaga automaticamente todos os seus dados e programas se alguém tenta abri-lo para mexer em suas peças.
Conhecida por seus aviões, a companhia disse que o produto está sendo feito para ajudar empresas e organizações a ter "um acesso confiável a dados para realizar suas missões".
Chamado Black, o aparelho faz parte de uma nova leva de smartphones de alta segurança que estão chegando ao mercado.
No Mobile World Congress, evento da indústria de celulares realizado anualmente em Barcelona, na Espanha, foi exibido um desses aparelhos, o Blackphone, voltado para consumidores e negócios preocupados com a segurança de seus dados privados.
A Boeing já fornece redes de comunicação seguras para oficiais do governo norte-americano, inclusive o presidente.
O Black não é voltado para o mercado consumidor - e ainda não teve seu preço e data de lançamento anunciados.

Lacrado

Segundo a fabricante, foram necessários três anos para desenvolvê-lo. Para sua criação, fora utilizados conhecimentos de recém-adquiridas empresas de tecnologia pela Boeing.
O smartphone tem entrada para dois chips, o que permite alternar entre as redes de telecomunicação governamentais e as comerciais.
Ele traz uma versão do sistema operacional Android, do Google,e uma série de programas de segurança criados pela Boeing.
Mas o Black vai além dos celulares comuns em seu hardware, que recebeu melhorias.
"Nenhuma de suas peças pode ser trocada ou ajustada. Se alguém tentar fazer isso, o produto é destruído", disse a companhia em documentos enviados à Comissão Federal de Comunicações, órgão equivalente à Anatel nos Estados Unidos.
"Ele é fabricado e depois lacrado, tanto com uma cola muito forte como também parafusos que recebem uma proteção no topo para impedir que se mexa neles e que qualquer tentativa de desmontá-lo deixe marcas.
"Qualquer tentativa de abri-lo dispara funções que apagam os dados e os programas, o que o inutiliza."
De acordo com a empresa, o Black pode ser conectado a sensores de leitura biométrica e satélites, além de um painel de energia solar e uma bateria extra.

Mais de 400 mil passageiros viajam pelos aeroportos paulistas no Carnaval

Pelo menos 430 mil pessoas devem passar pelos aeroportos paulistas entre hoje (28) e a próxima quarta-feira (5). Somente Congonhas, na capital paulista, deve receber 268,8 mil pessoas, segundo a estimativa da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). No ano passado, o movimento no período reuniu 216,2 mil pessoas.
De acordo com a Infraero, o pico da movimentação ocorre hoje (28), quando são esperadas 59,3 mil pessoas, cerca de 10 mil pessoas a mais que em dias comuns. Em todo o país, são esperados 3,1 milhões de passageiros nos 63 aeroportos administrados pela empresa.
Nos outros aeroportos paulistas, a expectativa é também de movimento intenso. Viracopos, na cidade  de Campinas, espera um público em torno de 160 mil no período do carnaval. Isso significa um crescimento de 10% por dia no fluxo de passageiros. Os picos devem ocorrer hoje e no retorno, na próxima quarta-feira.
O aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, que foi concedido à inciativa privada em novembro de 2012, não fez uma projeção sobre o número de passageiros que passarão pelos terminais. O aeroporto, que tem a maior movimentação da América Latina, registra normalmente cerca de 900 voos diários. Em 2013, Cumbica recebeu cerca de 36 milhões de passageiros.
A assessoria de imprensa de Cumbica informou que o terminal terá operação especial para o carnaval, com reforço na equipe. No total, 360 funcionários vão atender ao aumento na demanda. “Estarão distribuídos em pontos estratégicos dos terminais, como o saguão do aeroporto, as áreas de check-in, raios X, imigração e esteiras de restituição de bagagem”, informa a concessionária.
Desde a última quarta-feira (26), passageiros vêm enfrentando problemas em Cumbica. Uma queda de energia deixou, na quarta-feira, os sistemas de Cumbica sem operar durante 20 minutos. Um voo precisou ser transferido para outro aeroporto e pelo menos 12 registraram atraso. Na madrugada de hoje, 15 voos partiram com atraso e quatro foram cancelados por causa do tráfego aéreo intenso, provocado pelo mau tempo.

Funcionários públicos gregos protestam contra demissão de 11,5 mil

Funcionários públicos gregos em risco de serem demitidos manifestaram-se hoje (28) em Atenas. Os manifestantes marcharam até o Ministério das Finanças, na Praça Syntagma, em frente ao Parlamento grego, e foram dispersados pela polícia. A marcha ocorreu simultaneamente a uma reunião entre representantes do governo e da chamada Troika, formada pela Comissão Europeia,  pelo Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Os trabalhadores, em sua maioria professores, funcionários de limpeza e contínuos, protestavam contra a eliminação de 11,5 mil postos de trabalho prevista para este ano. A Grécia comprometeu-se com a Troika a eliminar os postos este ano, além de 3,5 mil pessoas já demitidas e 20 mil transferidas em 2013.
“O nosso compromisso foi [eliminar] 15 mil empregos no setor público em 2013 e 2014. Esse objetivo vai ser alcançado, disse o ministro da Administração Pública da Grécia, Kyriakos Mitsotakis.  Desde segunda-feira (24), a Troika e o governo fazem o exame regular das contas gregas, a fim de desbloquear a próxima prestação do empréstimo ao país, que está em crise.

SP: suspeito de empurrar mulher nos trilhos do Metrô é preso

A Polícia Civil prendeu na manhã desta sexta-feira o suspeito de ter empurrado uma mulher nos trilhos do Metrô na estação Sé, região central de São Paulo, na última terça-feira. O homem de 33 anos foi detido na cidade de Extrema, no sul de Minas Gerais, às 6h.
Segundo informações da Delegacia do Metropolitano (Delpom), a mulher aguardava o trem, por volta das 7h, quando o homem se aproximou por trás e a empurrou direto nos trilhos. A mulher foi atropelada por uma composição e socorrida por funcionários. Ela teve um braço amputado.
Imagens das câmeras de segurança da estação filmaram o ato. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo, o suspeito teve a prisão temporária decretada pela Justiça, sofre de esquizofrenia e tem passagem na polícia por agressão.
O homem está sendo transferido por uma equipe da Polícia Civil para São Paulo. Segundo a investigação, o rapaz não conhecia a moça que empurrou e teria explicado em depoimento que fez isso "para se vingar da sociedade". Ele irá responder por tentativa de homicídio.

Governos devem facilitar e não criminalizar manifestações, diz ONU

Policiais e manifestantes entram em confronto em São Paulo (foto: Getty)
Analistas criticam falta de órgão independente para investigar abusos de policiais
Em meio a manifestações ocorridas na Ucrânia e na Venezuela, autoridades da ONU e especialistas em direitos humanos afirmaram que os governos devem facilitar as manifestações em vez de criminalizá-las.
O alerta ocorre em um momento de frequentes manifestações contra a Copa do Mundo no Brasil e em que autoridades do país discutem um eventual endurecimento das leis para punir manifestantes violentos.
Em relação ao Brasil, os especialistas, que participavam de um debate nesta semana na Universidade de Genebra, criticaram o fato de que os policiais acusados de abusos em protestos são investigados por outros policiais – ao invés de órgãos independentes.
Segundo as Nações Unidas, o direito à assembleia, expressão e associação é garantido pelo direito internacional. "Mas é crucial que os Estados apoiem no nível nacional esses parâmetros", afirmou Christof Heyns, relator especial da ONU sobre execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias.
Heynes disse que os governos devem assegurar que defensores dos direitos humanos e jornalistas tenham acesso às manifestações e possam operar efetivamente no contexto dos protestos.
No caso do Brasil, duas questões atualmente levantam preocupações dos analistas: a aprovação de novas leis que podem inibir os direitos democráticos de manifestações populares e a impunidade no caso da investigação de policiais que teriam cometidos atos de violência na repressão a protestos.
O projeto de lei 499, que tramita no Senado, passou a ser tratado com prioridade depois da morte do cinegrafista da Rede Bandeirantes Santiago Andrade. A proposta aponta como crime inafiançável "provocar ou infundir terror generalizado" e estabelece como grupo terrorista a reunião de três ou mais pessoas "com o fim de praticar terrorismo".

Corregedoria

Em São Paulo, a Corregedoria que investiga denúncias de abuso de força por policiais pertence aos quadros da própria Polícia Militar. Segundo dados aos quais a BBC Brasil teve acesso por meio da Lei de Acesso à Informação, desde junho do ano passado foram instaurados 21 inquéritos na Corregedoria, mas nenhum foi concluído e nenhum policial foi punido.
Na ocasião o Comandante-Geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Benedito Roberto Meira disse que "o tempo mostrou que a Corregedoria é totalmente independente", citando investigações de policiais envolvidos de execuções.
"A polícia não deveria ser responsável por julgar membros da própria polícia", afirmou à BBC Brasil Neil Corney, especialista em procedimentos policiais da Omega Foundation, no Reino Unido. Segundo ele, órgãos independentes ou o Poder Judiciário poderiam estar à frente dos inquéritos.
O relator da ONU, Heyns, também destacou a importância do treinamento adequado das forças de segurança. "O uso de armas de fogo para conter protestos só é admissível em caso de proteção à vida", alertou.
Um relatório sobre o tema foi distribuído na Universidade de Genebra com mais recomendações detalhadas, entre elas: "O treinamento de policiais e soldados deve prever cenários reais, incluindo instruções sobre o uso de armas não letais no contexto dos protestos" e "os oficiais devem ser informados sobre os princípios e leis de Direitos Humanos".
Em junho de 2013, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu ao governo brasileiro moderação na resposta aos protestos sociais que se espalharam por várias cidades do país. Ela defendeu manifestações não violentas e condenou o uso excessivo de força por policiais.
"Com mais protestos planejados, nos preocupa que o uso excessivo da força por parte das forças policiais possa se repetir", afirmou Pillay em uma declaração escrita. Na ocasião, ela também declarou que seu escritório em Genebra recebeu "relatórios sobre feridos e detenções, incluindo a de jornalistas que cobriam os eventos".

RJ: PM de UPP é baleado na cabeça e fica em estado grave

Um soldado da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Vila Cruzeiro foi baleado na madrugada desta sexta-feira durante um confronto com supostos traficantes no Rio de Janeiro, e está internado em estado grave. A UPP fica no Complexo da Penha, na zona norte da capital fluminense. Policiais patrulhavam a comunidade quando foram atacados e houve troca de tiros, de acordo com informações da rádio CBN.
Um dos disparos atingiu um soldado na cabeça, entre os olhos. Ele foi socorrido e levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, onde se encontra em estado considerado gravíssimo. Homens da UPP da Vila Cruzeiro fazem buscas na região pelos criminosos. No início do mês, uma policial morreu durante um ataque à base da UPP do Parque Proletário, também no Complexo da Penha.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Governo de SP pedirá internação de líderes do PCC no RDD

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo vai pedir à Justiça a internação de quatro líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), entre eles Marcos Willians Camacho, o Marcola - um dos principais nomes do "partido do crime" -, no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) do Presídio Presidente Bernardes, no interior paulista.
A decisão foi anunciada nesta quinta-feira, 27, um dia depois de o estadão.com.br revelar que o PCC tem um plano para resgatar Marcola e os outros três líderes. As informações sobre o plano constam em um relatório sigiloso preparado pela inteligência das Polícias Civil e Militar e pelo Ministério Público Estadual (MPE), em mãos da Justiça paulista.
A facção começou seu plano em janeiro do ano passado. Os bandidos pretendiam resgatar os líderes utilizando helicópteros, inclusive camuflando uma das aeronaves para que se parecesse com o Águia, utilizado pela Polícia Militar. A outra aeronave carregaria uma metralhadora para dar proteção ao aparelho camuflado.

Curto-circuito causou apagão no aeroporto de Guarulhos

Um curto-circuito foi apontado como a causa do apagão que deixou o aeroporto internacional de Guarulhos, em Cumbica (SP), sem luz na noite desta quinta-feira. A falta de energia durou cerca de 20 minutos e provocou 12 atrasos acima de 30 minutos, além de uma transferência de voo.
Em nota, a concessionária do aeroporto informa que um dos cabos ligados a uma das subestações do Terminal de Passageiros 3 sofreu um curto-circuito às 21h50. O gerador de emergência chegou a ser acionado, mas foi desligado pelo sistema de segurança em função do curto. A situação foi regularizada às 22h10.
Segundo a concessionária, nenhum outro sistema de segurança foi comprometido durante a pane. A empresa afirma que trabalha para apurar a causa do curto-circuito. Com 90% das obras concluídas, o Terminal de Passageiros 3 de Guarulhos está ainda em fase de construção e deve ser inaugurado no dia 11 de maio.

Para EUA, prisões lotadas e abuso policial ameaçam direitos humanos no Brasil

Policiais em Pedrinhas, no Maranhão (Reuters)
Policiais entram no presídio de Pedrinhas, no Maranhão, para controlar rebelião de detentos
A superlotação das prisões brasileiras e os casos de abuso por parte de polícias estaduais são ameaças aos direitos humanos no Brasil, diz um relatório divulgado nesta quinta-feira pelo governo americano.
Assim como em edições anteriores, o relatório anual sobre direitos humanos do Departamento de Estado dos EUA, com dados relativos a 2013, critica as péssimas condições sanitárias das prisões brasileiras que, muitas vezes, “colocam em risco” a vida dos detentos.
No entanto, o documento observa que “muitos Estados fizeram esforços para melhorar as condições”, e cita os casos da Paraíba, que anunciou alas exclusivas para LGBT, e de Alagoas, com uma ala para deficientes.
O relatório também volta a criticar os supostos abusos de direitos humanos cometidos pelas polícias estaduais, incluindo execuções extrajudiciais, uso de força indiscriminada e intimidação contra testemunhas em casos que envolvem policiais.
O documento cita mortes de civis em algumas operações policiais de larga escala, principalmente nas favelas. Menciona também o caso do pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido em julho do ano passado depois de ser detido por policiais que atuavam na UPP da favela da Rocinha, no Rio.
O texto ressalta que, nos casos de civis mortos por resistir à prisão, “um número desproporcionado de vítimas eram jovem negros com menos de 25 anos”.

Protestos

O documento cita os protestos que ocorreram no Brasil desde o ano passado e afirma que as forças de segurança “ocasionalmente usaram força excessiva contra manifestantes pacíficos, particularmente durante os protestos de junho em São Paulo”.
“Durante os protestos em junho, forças de segurança usaram balas de borracha, spray de pimenta e gás lacrimogêneo contra manifestantes violentos, mas em geral as forças de segurança respeitaram os direitos de manifestantes pacíficos”, diz o texto.
Protesto pedindo justiça no caso Amarildo (AP)
Documento cita o caso do pedreiro Amarildo, desaparecido no ano passado após ser detido por policiais
Outros problemas citados pelo documento são tráfico sexual de crianças e adolescentes, trabalho forçado e corrupção.
Segundo o relatório, o governo continua a processar os que cometem abusos, mas o processo judicial ineficaz atrasa a justiça para vítimas e autores de violações de direitos humanos.

Síria

O relatório elaborado pelo Departamento de Estado e enviado todos os anos ao Congresso americano avalia a situação dos direitos humanos em quase 200 países.
Esta edição dedica grande espaço ao caso da Síria. Ao apresentar o documento, o secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou que o governo sírio “cometeu violações de direitos humanos escandalosas, em um conflito que já custou mais de 100 mil vidas, deslocou milhões de pessoas e criou uma janela para extremistas violentos, que continua a colocar em perigo a estabilidade regional e a nossa própria segurança nacional”.
A pressão do governo recém-deposto da Ucrânia sobre a sociedade civil, jornalistas e manifestantes também é criticada. “Mas, como nós todos acabamos de ver, os ucranianos demonstraram mais uma vez o poder do povo em determinar como é governado”, disse Kerry.
O relatório critica a Rússia por “continuar a restringir a sociedade civil e a oposição política” e pelo tratamento dado a populações marginalizadas, incluindo minorias religiosas e étnicas e a comunidade LGBT, e a China pela repressão a ativistas e dissidentes políticos.
Na América Latina, o país mais citado por Kerry foi a Venezuela, “onde o governo confrontou manifestantes pacíficos com vigilantes armados, prendendo estudantes e limitando a liberdade de expressão”, disse o secretário.
Segundo o relatório, entre os principais problemas de direitos humanos no país estão “corrupção, politização e ineficiência do sistema judicial e ações do governo para impedir a liberdade de expressão”.

Coreia do Norte lança mísseis de curto alcance em aparente exercício


A Coreia do Norte lançou quatro mísseis de curto alcance sobre o mar na costa leste do país nesta quinta-feira, informou um assessor do Ministério da Defesa sul-coreano, sem fornecer informações sobre o motivo do lançamento.
A Coreia do Norte fez os disparos às 17h42 do horário local (5h42 no horário de Brasília) a partir de um local montanhoso perto da fronteira com a Coreia do Sul, de acordo com o assessor.
Lançamentos pela Coreia do Norte de mísseis de curto alcance não são incomuns como parte de exercícios militares.
Os disparos aconteceram dias após o início de exercícios militares conjuntos anuais entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul, que são considerados pelo Norte como uma preparação para a guerra.
O governo norte-coreano ficou insatisfeito este mês quando um bombardeiro B-52 norte-americano, com capacidade nuclear, fez uma incursão sobre a Coreia do Sul, apesar de o voo não ter provocado qualquer escalada nas tensões.
A agência de notícias sul-coreana Yonhap disse que os mísseis disparados na quinta-feira eram provavelmente Scuds de curto alcance (cerca de 200 quilômetros), o que significa que podem acertar alvos na Coreia do Sul, mas não chegam até o Japão.

Alckmin confirma plano de resgate de líderes do PCC

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), confirmou nesta quarta-feira, 27, o plano de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) para resgatar quatro líderes da facção, incluindo Marcos Willians Camacho, o Marcola, um dos principais nomes do "partido do crime". Em entrevista à rádio Jovem Pan, ele disse confiar no trabalho da polícia paulista, que está de prontidão no entorno da Penitenciária-2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo.
Conforme revelou o Estado, no estadao.com.br, os criminosos pretendiam usar um falso helicóptero Águia da Polícia Militar para remover os presos do complexo. "São Paulo não retroage, não se intimida. É a maior polícia do Brasil, mais preparada", disse o governador. "Em relação a esse caso (o plano de fuga), a polícia investigou, lamentavelmente isso acabou vazando. Mas a polícia está toda preparada e nós temos um esforço grande nesse trabalho." Pela primeira vez em semanas, o governador não teve agenda pública.

Ativistas ameaçam atacar sites da Copa

Jérôme Valcke e Joseph Blatter no sorteio dos grupos da Copa / Crédito da foto: AFP
Patrocinadores da Fifa e sites oficiais da Copa podem sofrer ataques cibernéticos
Grupos de ativistas dizem planejar invadir sites vinculados à organização da Copa do Mundo ou de seus patrocinadores, como forma de protesto ao Mundial.
De acordo com a agência Reuters, o grupo conhecido como Anonymous já colocou os sites oficiais do torneio da Fifa como alvo para futuros ataques cibernéticos. Ainda assim, o governo brasileiro afirma que estará pronto para lidar com esse tipo de situação e evitar a atuação dos hackers durante a Copa no país.
"Seria imprudente para qualquer nação que dizer que é 100% segura com relação a uma ameaça digital, mas o Brasil está preparado para responder a isso", afirmou o general José Carlos dos Santos, chefe do comando cibernético do Exército.
A Reuters conversou com um dos hackers ativistas que prometem ataques contra os sites vinculados à Copa. Com o nome fictício de Eduardo Dioratto, ele afirma que os grupos saberão driblar a segurança cibernética brasileira para promover as invasões.
"Nós já estamos com tudo planejado, não acho que há muito o que eles possam fazer para nos impedir", disse.
Segundo os ativistas, a Copa do Mundo oferece uma audiência internacional muito grande que pode ser aproveitada para mostrar a indignação dos grupos com relação ao Mundial no Brasil.

'Rápido e prejudicial'

Uma das estratégias utilizadas pelo grupo Anonymous para os ataques cibernéticos é tirar um site do ar por meio de uma sobrecarga de acessos simultâneos. De acordo com outro ativista ouvido pela Reuters, essa e outras táticas serão utilizadas contra páginas de empresas parceiras da Fifa e terão um efeito "devastador".
"Os ataques serão direcionados aos sites oficiais e outros de empresas que patrocinam a Copa. Será rápido, devastador e relativamente simples de executar", explicou outro ativista com o nome fictício de Che Commodore.
Especialistas concordam que pouca atenção tem sido dada à estrutura de telecomunicações no Brasil e que a segurança cibernética ainda recebe pouco investimento.
"Não é uma questão de se a Copa será alvo desses ataques, mas sim de quando isso vai acontecer. Então a resistência e a resposta a esses ataques serão extremamente importantes", disse William Beer, especialista em segurança cibernética e consultor da empresa Alvarez&Marsal.
A Fifa, por enquanto, ainda não se pronunciou sobre o assunto.

PCC tem plano para resgatar Marcola com avião e helicópteros

A facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) tem um plano audacioso para resgatar um de seus líderes, Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, e mais três comparsas, da penitenciária de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, usando para isso dois helicópteros blindados, com as cores da Polícia Militar, e até um avião, além de armamento pesado. A ideia é resgatar os presos com o helicóptero e levá-los para um aeroporto em Loanda, no Paraná, distante 177 quilômetros de Presidente Venceslau. De lá, eles seriam levados para uma fazenda no Paraguai. O plano consta em um relatório secreto da inteligência da polícia e do Ministério Público de São Paulo, de acordo com reportagem publicada na noite dessa quarta-feira pelo jornal SBT Brasil.
Policiais e promotores acompanharam durante quase um ano todo o planejamento da facção e não faltam provas de que o crime organizado tem coragem e dinheiro para a fuga. Escutas mostram que a facção pagou curso de pilotagem para três pessoas no Campo de Marte, em São Paulo, no ano passado. Um dos professores, de acordo com o relatório, era Alexandre José de Oliveira Junior, preso por transportar mais de 400 kg de cocaína em novembro de 2013 no helicóptero do deputado federal Gustavo Perrella (SDD-MG).
Além de Marcola, seriam resgatados Claudio Barbará da Silva, Célio Marcelo da Silva, o Bin Laden, e Luiz Eduardo Marcondes Machado, o Du Bela Vista. Agentes penitenciários descobriram inclusive que Bin Laden já estava serrando a grade das janelas da cela. A segurança no presídio de Presidente Venceslau foi reforçada e policiais de elite fazem rondas permanentes no local. Segundo as investigações, o plano do PCC está pronto para ser executado a qualquer momento.

MA: mulher está há uma semana algemada à cadeira em delegacia

Uma mulher de 29 anos está há uma semana algemada a uma cadeira no corredor de uma delegacia de polícia no Maranhão. Clenúbia de Souza foi presa com o marido por tráfico de drogas no dia 19 de fevereiro. Ele foi levado para uma cela e ela ficou algemada no banco da delegacia de Codó porque no lugar não há cela feminina. A mulher só sai para ir ao banheiro e dorme no chão, sempre algemada. Na região, as presas eram levadas para a cadeia vizinha de Coroatá, que foi incendiada por presos há um ano e nunca foi recuperada. As informações são do Bom Dia Brasil.
"Nós estamos esperando abrir uma vaga em São Luís para transferir essa senhora", justificou o delegado Rômulo Vasconcelos. Em São Luís, onde fica o presídio feminino mais perto de Codó, a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária afirmou que vaga não é problema. A penitenciária que fica no complexo de Pedrinhas não está superlotada e tem quase 70 vagas disponíveis. A Secretaria de Segurança garantiu que a mulher vai ser transferida ainda nesta quinta-feira.
Recentemente, o Estado do Maranhão enfrentou uma crise dentro e fora do sistema carcerário que teve como principal foco o Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Segundo o Conselho Nacional de Justiça, 59 detentos foram mortos no presídio somente em 2013, o que revelou uma falta de controle no local. A situação desencadeou ataques a ônibus na capital São Luís, que teriam sido ordenados de dentro do presídio.
No dia 10 de janeiro, a presidente Dilma Rousseff divulgou pelo Twitter que “acompanha com atenção” a questão de segurança no Maranhão. O governo federal passou a oferecer vagas em presídios federais, ao mesmo tempo em que a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) visitou o complexo de Pedrinhas.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

STF deixa decisão sobre crime de quadrilha nas mãos do ministro Teori Zavascki

Fim da sessão de forma prematura deixou ministro com toda a pressão relacionada à possível absolvição de petistas

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, encerrou a sessão do julgamento dos embargos infringentes dos réus do mensalão de forma prematura e deixou a definição sobre a absolvição pelo crime de formação de quadrilha do ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e do ex-presidente do PT José Genoino e mais cinco réus nas mãos do ministro Teori Zavascki, que não participou do julgamento no ano passado.
STF: Barroso livra Dirceu e mais sete do crime de quadrilha e bate boca com Barbosa
Infringentes: Fux vota por manter condenação por formação de quadrilha no mensalão
Embargos infringentes: Entenda como recurso pode beneficiar os réus
Durante a análise dos embargos infringentes, iniciado nesta quarta-feira, o ministro Luiz Fux confirmou as condenações por formação de quadrilha contra Dirceu, Genoino e Delúbio mais outros cinco réus do mensalão. Os ministros Luís Roberto Barroso, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e Dias Tóffoli já proferiram votos a favor da reversão da condenação do crime de quadrilha. Durante a primeira fase do julgamento em 2012, a ministra Rosa Weber já havia votado pela absolvição e, como ela já teve um posicionamento a favor do réu, ela não pode alterar seu posicionamento.
Dessa forma, a definição sobre a reversão das condenações pelos crimes de quadrilha no julgamento do mensalão caberá ao ministro Teori Zavascki, no início da sessão desta quinta-feira, marcada para as 10h. Zavascki pretendia votar na sessão desta quarta-feira, tanto que ao ser questionado por jornalistas na saída do plenário sobre seu voto, o ministro fez apenas um sinal indicando que estaria pronto para fazer sua análise sobre a questão. Zavascki é conhecido por não dar declarações à imprensa principalmente durante os julgamentos.
Outros ministros, como Ricardo Lewandowski, Dias Tóffoli e até mesmo Marco Aurélio Mello queriam que o STF já concluísse o julgamento dos embargos infringentes aos condenados pelo crime de formação de quadrilha. “Meu voto tem uma linha”, disse o ministro Dias Toffoli, contrário ao encerramento da sessão por Barbosa.
Nos corredores do STF, acredita-se que Zavascki deve optar pela absolvição dos petistas por entender que não houve crime de quadrilha, apenas coautoria de delitos, conforme afirmou o ministro Luís Roberto Barroso nesta quarta-feira. Zavascki, por exemplo, disse durante a análise dos embargos declaratórios ser a favor da redução de pena dos petistas. Na época, ele ressaltou que qualquer alteração de pena ou de mérito no mensalão somente seria cabível no julgamento dos embargos infringentes. O posicionamento é visto nos corredores da Corte como sinal claro de que ele votará a favor da absolvição de Dirceu, Genoino e Delúbio no crime de formação de quadrilha.
O posicionamento de Barroso e a possibilidade de ser derrotado na condenação por formação de quadrilha irritou o presidente do Supremo Tribunal Federal. Segundo Joaquim Barbosa, houve “leniência que está encaminhando com a contribuição de Vossa Excelência [Barroso]”. “É fácil fazer discurso político e contribuir para aquilo que se quer combater”, disse o presidente do STF na sessão desta quarta-feira.
A estratégia de isolar um ministro para adotar um posicionamento polêmico não é nova. No ano passado, durante o julgamento relacionado à validade dos “embargos infringentes”, a Corte deixou o ministro Celso de Mello isolado, apesar de ele ter se manifestado na época que pretendia votar junto com os demais colegas.
Caso esses réus do mensalão sejam inocentados pelo crime de formação de quadrilha, deverá haver progressão de pena para alguns deles como Dirceu e Delúbio. Os dois, condenados a regime fechado, poderiam agora cumprir pena em regime semiaberto.
Na sessão desta quarta-feira, o ministro Luís Roberto Barroso confirmou aquilo que se falava antes mesmo dele assumir uma cadeira no Supremo Tribunal Federal: que ele seria a favor da absolvição pelo crime de formação de quadrilha dos réus do mensalão. O ministro Luiz Fux, relator dos embargos infringentes, foi o único ministro a confirmar a condenação pelo crime de quadrilha até o momento.
Mas antes de entrar no mérito sobre a ocorrência do crime de quadrilha, Barroso afirmou que a Corte se exasperou na aplicação das penas no quesito quadrilha apontando percentuais de aumento de pena, para esse crime, que variavam entre 63% e 75%. Em outros crimes considerados por ele mais graves, o percentual de aumento da pena não chegou a 30%. “Sem a exacerbação seletiva, as penas de quadrilha já estariam todas prescritas”, afirmou o ministro.
Sobre o mérito do crime de quadrilha, Barroso apenas afirmou que compartilhava da visão da ministra Cármen Lúcia do julgamento de 2012. Segundo a ministra, não existem elementos que possam ser aplicados para tipificar os integrantes do escândalo do mensalão como integrantes de quadrilha. Para a ministra, assim como Lewandowski, Tóffoli e Barroso, os integrantes da suposta quadrilha não planejaram o mensalão de forma conjunta, apenas estavam envolvidos em crimes semelhantes.
Uma visão completamente diferente do ministro Luiz Fux segundo a qual “uma quadrilha não precisa ter uma estrutura formal e cito o STF no sentido de que é prescindível a existência dessa estrutura, bastando a demonstração da organização e consciência de seus integrantes”, disse Fux.

RJ: tiroteio entre policiais e suspeitos de tráfico deixa 6 mortos

Seis homens foram mortos e um preso, na tarde desta quarta-feira, em Niterói (RJ), após confronto com policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) da Polícia Civil fluminense. 
De acordo com a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, o confronto ocorreu depois que os homens - apontados como traficantes da localidade de Sítio de Ferro, no bairro Badu - reagiram a tiros à abordagem feita pelos policiais, na altura do largo da Batalha. O grupo se deslocava para o morro do Viradouro, em Santa Rosa.
Segundo a pasta, o deslocamento do grupo do Sítio de Ferro para o morro do Viradouro foi identificado pela inteligência da secretaria. A Seseg não informou os nomes dos mortos nem do detido. O Terra não conseguiu contato com a Polícia Civil fluminense.

PI: polícia investiga grupo homofóbico que usa símbolo do nazismo

A Delegacia Especializada de Repressão às Condutas Discriminatórias em Teresina (PI) abriu inquérito policial para investigar a denúncia da suposta atuação de um grupo intitulado "irmandade homofóbica", que pede morte aos gays no Piauí. O grupo está distribuindo bilhetes nos quais usa o símbolo do nazismo.
Dados mais recentes, de 2012, revelam que o Piauí é terceiro Estado com mais mortes por homofobia, com 15 assassinatos contra os homossexuais no período.
A denúncia foi feita pelo grupo Matizes, entidade que trabalha em defesa dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais e travestis (LGBT) do Piauí. Os representantes da entidade entregaram um dos bilhetes que circulam na capital piauiense no qual o grupo divulga um número de celular e pede que as pessoas se filiem à irmandade. A equipe do Terra telefonou para o número, mas estava desligado. O bilhete pede “morte aos homossexuais” e assina com “IMHO Irmandade Homofóbica”.
O delegado Sebastião Escórcio, titular da Delegacia Especializada de Repressão às Condutas Discriminatórias, informou que pedirá a quebra de dados telefônicos para chegar aos autores do crime. “É preocupante, já que o grupo usa a cruz do nazismo e prega o crime de ódio. Vamos enquadrá-los na apologia ao nazismo, que tem penas mais duras, e ao crime ligado a orientação sexual”, disse o delegado.
Marinalva Santana, do Matizes, disse que o grupo não tinha conhecimento da atuação dessa irmandade homofóbica. “Recebemos a denúncia de uma empresária do ramo de estética que emprega homossexuais e que recebeu o bilhete”, contou.
Ela ressaltou que Teresina é uma das capitais com maiores índices de violência contra gays, lésbicas e travestis e que a denúncia precisa ser apurada. “Eles estão tão audaciosos que divulgam até um número de celular e pedem a filiação de pessoas. Isso é um crime grave e que merece atenção das autoridades”, pediu.

Cientistas criam vírus de computador que se espalha pelo ar 'como gripe'

Clientes usam a rede wi-fi de um café (Getty)
Redes domésticas e de pequenas empresas são mais vulneráveis, diz pesquisador
Cientistas de Liverpool, no Reino Unido, criaram um tipo de vírus de computador capaz de se espalhar pelo ar, por redes wi-fi, como "uma gripe comum".
Em áreas densamente habitadas, onde há muitas destas redes sem fio, o vírus pode ir de rede em rede, procurando por suas falhas.
Uma vez no controle de um ponto wi-fi, o vírus deixa vulneráveis os computadores conectados a esta rede .
O chefe da equipe de pesquisadores disse à BBC que o objetivo é criar um programa de computador capaz de evitar que esse tipo de ataque seja possível.
"Em vez de esperar que as pessoas criem senhas fortes, é melhor integrar sistemas capazes de detectar intrusos nesses pontos de acesso", disse Alan Marshall, professor de redes de comunicação da Universidade de Liverpool.
Ele não quis entrar em detalhes sobre os métodos usados para prevenir o uso desse tipo de ataque, mas disse que a tecnologia necessária para testar esses métodos foi criada na universidade.

Sob controle

Chamado de "camaleão", o vírus procura por pontos de acesso a redes sem fio - aparelhos que transmitem o sinal wi-fi - que não tiveram suas senhas de fábrica alteradas.
Essa senha é diferente das usadas para se conectar à rede sem-fio propriamente dita e, com frequência, não são alteradas por quem compra esses aparelhos.
Isso dá controle do ponto de acesso ao hacker, que pode acessar os computadores conectados à rede para roubar informações.

Disseminação

Mas é o próximo passo do vírus que é mais incomum.
Uma vez instalado no ponto de acesso, o vírus pode - sem ser controlado por um humano - buscar automaticamente outros pontos de acesso vulneráveis para assumir seu controle.
Marshall disse à BBC que é improvável que isso represente uma ameaça às redes wi-fi de grandes empresas, já que elas normalmente têm muitos mecanismos de segurança.
No entanto, redes domésticas ou de empresas menores, como restaurantes e bares, não costumam ter esses mecanismos.
Segundo o cientista, como sua equipe conseguiu provar que a ameaça é real, o foco agora é criar um programa capaz de prevenir esse sequestro de redes sem fio.

Câmara de Porto Alegre aprova proibição de máscara em protesto

Vereadores de Porto Alegre aprovaram nesta quarta-feira o projeto de lei da vereadora Mônica Leal (PP) que proíbe o uso de máscaras ou qualquer meio capaz de ocultar o rosto com o propósito de impedir a identificação em manifestações públicas na cidade. A proposta recebeu 21 votos favoráveis e 10 contrários.
O projeto determina ainda que o direito constitucional à participação em reunião pública para manifestações de pensamento será exercido de forma pacífica, sem o porte ou uso de quaisquer armas, e mediante aviso prévio à autoridade policial. O projeto especifica ainda que são consideradas armas as de fogo ou brancas, pedras, bastões, tacos e similares.
A emenda nº 1, do PT, solicitando a extinção do inciso que determina o aviso prévio das manifestações à autoridade policial, foi retirada pela própria bancada. No final, os partidos de oposição lançaram notas condenando a aprovação do projeto, entendendo que a proibição fere os direitos individuais do cidadão.
A vereadora Mônica Leal protagonizou um inesperado protesto na semana passada na Câmara de Porto Alegre e acabou alvo de piadas e ironia. A legisladora subiu mascarada à tribuna da casa como forma de crítica aos manifestantes que cobrem o rosto durante atos públicos.

NASA anuncia descoberta de centenas de novos planetas

A NASA anunciou nesta quarta-feira uma série de novos planetas descobertos pelo telescópio Kepler.
Um novo método de verificação de potenciais planetas levou à descoberta de 715 novos mundos, que orbitam 305 estrelas diferentes.
A missão do telescópio é encontrar estrelas semelhantes à Terra.
"Nós praticamente dobramos o número de planetas conhecidos", explicou Jack Lissauer, cientista da agência. O índice chegou a cerca de 1.700.
Não existem muitas informações sobre esses planetas, principalmente se eles realmente têm as condições necessárias para o surgimento da vida - água, superfície rochosa e uma distância de suas estrelas que os mantenha na temperatura ideal.
Cinco deles estão na zona habitável de suas estrelas e têm um tamanho semelhante ao da Terra, informou a NASA.
A maioria das novas descobertas está em um "sistema multi-planetário parecido com o nosso", e 95% tem um tamanho entre o da Terra e o de Netuno, que é quatro vezes maior do que o nosso planeta.
O novo método consiste em uma ferramenta que permite analisar diversos planetas ao mesmo tempo. Antigamente, cada planeta era confirmado de forma individual, dependendo do número de vezes que orbitasse em frente a sua estrela. Três voltas são suficientes para a confirmação.
O Kepler, lançado em 2009, observa 150 mil estrelas, entre as quais 3.600 são possíveis planetas.
Até agora, 961 desses candidatos foram confirmados.
Essas descobertas serão divulgadas em 10 de março na publicação científica americana "The Astrophysical Journal".

Grupos pró-Rússia e pró-Kiev se enfrentam no sul da Ucrânia

Manifestantes na Crimeia (Reuters)
Após a mudança de governo, rumores sobre a separação da Crimeia ganharam força
Grupos de manifestantes pró-Kiev e pró-Moscou entraram em confronto na frente do parlamento de Simferopol, capital administrativa da Crimeia, no sul da Ucrânia, em uma escalada da tensão gerada pela deposição do presidente Viktor Yanukovych na semana passada.
Milhares de pessoas foram para a frente do edifício por conta de rumores que a separação da região seria discutida na sessão desta terça-feira.
Apenas um cordão formado por policiais separava os dois grupos, um a favor da Rússia e o outro formado por tártaros da Crimeia (grupo étnico turco que vive na região) e pessoas que apoiam a mudança de governo em Kiev.
Manifestantes contrários à Rússia chegaram a invadir o parlamento. Uma pessoa morreu, provavelmente por causa de um ataque cardíaco, durante o embate.
Um novo governo de união nacional deve ser anunciado nas próximas horas. A expectativa é a de que sejam oferecidos cargos em ministérios aos ativistas do principal acampamento dos protestos em Kiev, o Maidan.
De acordo com o enviado da BBC à Kiev, David Stern, seja qual for a formação do novo gabinete, seus membros enfrentarão uma série de desafios, como a necessidade de reformar diversas áreas do governo.
Em um outro desdobramento da crise, as autoridades que comandam o país interinamente dissolveram as unidades de polícia de elite, que são consideradas responsáveis pela morte de dezenas de manifestantes na capital ucraniana na semana passada.

Provocação

Milhares de pessoas se envolveram nos embates em Simferopol, que ocorreram antes de uma sessão do parlamento na qual a situação da Crimeia seria discutida.
No entanto, o presidente do parlamento, Volodymir Konstantinov, disse depois que uma separação da Crimeia, que hoje tem autonomia em relação à Ucrânia, não seria discutida na sessão.
Em Simferopol, tártaros da Crimeia entoavam "Glória à Ucrânia!" enquanto os manifestantes pró-Moscou respondiam gritando "Rússia!".
O corpo de um idoso foi encontrado em meio ao confronto, segundo o ministro da Saúde da Crimeia em um comunicado. Como o homem não identificado não tinha sinais de ferimentos, acredita-se que ele tenha morrido de ataque cardíaco.
A Crimeia, onde grupos étnicos russos são maioria, foi transferida da Rússia para a Ucrânia em 1954.
Membros de grupos étnicos ucranianos leais a Kiev e tártaros muçulmanos, cuja animosidade em relação à Rússia vem desde as deportações promovidas por Stálin durante a Segunda Guerra Mundial, formaram uma aliança para se opor a qualquer movimento de retorno a Moscou.
Frota russa na Crimeia (BBC)
A Rússia mantém bases navais na Crimeia; Seu futuro é incerto
A mudança de governo em Kiev levantou questões sobre o futuro de bases navais russas em Sevastopol, uma cidade portuária também na Crimea, que tiveram seu arrendamento à Rússia estendido até 2042 pelo ex-presidente.
A maioria dos especialistas acredita que a nova liderança do país não forçará a retirada da frota russa, porque isso poderia ameaçar ainda mais a estabilidade interna da Ucrânia, assim como a já frágil relação do país com Moscou, afirma o jornalista Ilya Abishev, da BBC.
Em um comunicado publicado na última quarta-feira, três ex-presidentes ucranianos - Leonid Kravchuk, Leonid Kuchma e Viktor Yushchenko - condenaram o que consideram ser uma interferência russa na política da Crimeia.

Séria ameaça

Também na quarta-feira, o presidente russo ordenou que suas tropas nas áreas central e oriental do país, próximas da fronteira da Ucrânia, fizessem treinamentos para testar se estão prontas para o combate.

Crimeia

  • República autônoma dentro da Ucrânia
  • Transferida pela Rússia em 1954
  • Membros de grupos étnicos russos: 58,5% da população
  • Membros de grupos étnicos ucranianos: 24,4% da população
  • Tártaros da Crimeia: 12,1% da população
Fonte: Censo da Ucrânia de 2001
Junto com os Estados Unidos, o Reino Unido e a França, a Rússia comprometeu-se a proteger a integridade territorial da Ucrânia em um documento assinado em 1994.
O presidente interino da Ucrânia, Oleksandr Turchynov, expressou preocupação com o que chamou de "série ameaça" separatista gerada pela deposição de Yanukovych.
A Rússia vem considerando essa deposição uma violenta tomada de poder pela oposição do país, enquanto a maioria dos países da União Europeia apóia a mudança de governo.
Segundo o jornalista da BBC presente em Simferopol, Daniel Sandford, a violência na cidade ilustra a complexidade da situação da região, que piorou diante do vácuo de poder.
"Os crimenianos russos temem que o novo governo em Kiev represente uma ameaça a seus laços com a Rússia", afirmou Sandford.
Já os tártaros apoiam em massa a mudança porque sua desconfiança da Rússia vem de longa data por terem sido os primeiros ocupantes da região. Eles sofreram uma invasão russa no século 18 e, nos anos 1940, acabaram expulsos da região por Stalin, só retornando à Crimeia nos anos 1990.

Unidades de elite

Em Kiev, o atual Ministro do Interior, Arsen Avakov, anunciou que as unidades de elite da polícia, conhecidas como Berkut, foram dissolvidas.
Ele disse que os policiais serão investigados e os que foram considerados responsáveis pela morte de manifestantes contra o antigo governo "serão punidos".
Essas unidades tinham entre 4.000 e 5.000 membros distribuídos pela Ucrânia.
Odiada por muitos no país, a Berkut é apenas uma parte das agências de segurança ucranianas, que há muito tempo são acusadas por grupos defensores dos direitos humanos e cidadãos da Ucrânia de cometer abusos contra os direitos humanos.
Ainda na quarta-feira, Turchynov anunciou que ele havia assumido o cargo de chefe das Forças Armadas.
O presidente Yanukovych fugiu de Kiev no final de semana e seu paradeiro ainda é desconhecido.
As autoridades interinas emitiram um mandado de prisão em seu nome e, na quinta-feira, o parlamento votou a favor do seu julgamento pelo Tribunal Penal Internacional em Haia.
O presidente fugitivo é acusado de estar por trás das mortes de mais de cem manifestantes pelas mãos da polícia de choque.

PMs do DF protestam no Congresso contra prisão de colegas

Policiais militares do Distrito Federal ocuparam, na tarde desta quarta-feira, um dos acessos ao Congresso Nacional para protestar contra a prisão de colegas durante a chamada Operação Tartaruga, movimento da corporação em busca de aumento salarial. Na semana passada, a PM informou ter expedido mandado de prisão contra 12 de seus integrantes - pelo menos nove estão detidos.
Os PMs iniciaram marcha na Câmara Legislativa do Distrito Federal e foram para a Praça dos Três Poderes. Representantes do grupo entraram na Câmara dos Deputados para pedir apoio na libertação dos detidos e na restruturação da carreira da categoria.
Os policiais chegaram a ocupar um dos acessos à Câmara e sentaram em frente à chapelaria do prédio. “Cadeia é para bandido, abaixo à ditadura”, gritaram os policiais.
O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, assinou neste mês um reajuste no auxílio-alimentação e no auxílio-moradia de policiais e bombeiros depois do protesto, o que não agradou a categoria.

Cientistas 'desvendam' mistério de cemitério de baleias em deserto

Análise de fósseis em Cerro Ballena/Foto: Instituto Smithsonian
Cientistas usaram várias técnicas digitais para registrar e analisar os fósseis
Pesquisadores chilenos e americanos estabeceram uma teoria para explicar a existência de um misterioso cemitério de baleias pré-históricas ao lado da rodovia Pan-Americana, no deserto do Atacama, no norte do Chile.
Os cientistas acreditam que os cetáceos ancestrais podem ter morrido ao consumir algas tóxicas, e que seus corpos foram parar no local que se encontram hoje - conhecido como Cerro Ballena ("Colina da Baleia") – por causa da configuração geográfica da região.
Os animais estão no local há 5 milhões de anos, e este acúmulo de fósseis seria o resultado de não apenas um, mas de quatro grandes encalhes.
Os dados recolhidos sugerem que todas as baleias ingeriram as algas. Os mamíferos mortos e os que estavam morrendo foram então arrastados para um estuário e, em seguida, para a areia onde, com o passar do tempo, foram enterrados.
Os estudiosos usaram modelos digitais em 3D dos esqueletos no sítio arqueológico e, depois, retiraram os ossos do local para mais análises em laboratório.
Os resultados da pesquisa foram divulgados pela publicação especializada Proceedings B of the Royal Society.

Criaturas bizarras

Já se sabia que os fósseis bem preservados de baleias são comuns nesta área do deserto chileno, e eles podiam ser vistos saindo das rochas.
Mas apenas quando começaram as obras para o alargamento da rodovia Pan-Americana que os pesquisadores tiveram a chance de estudar mais detalhadamente o local onde estavam os fósseis.
Eles tinham apenas duas semanas para completar o trabalho de campo antes do início das obras na rodovia. Por isso, a equipe de cientistas apressou os trabalhos para registrar o máximo possível de detalhes do local e dos fósseis.
Na análise feita no local onde os fósseis estavam foram identificados os restos de mais de 40 baleias.
Análise de fósseis em Cerro Ballena/Foto: Adam Metallo/ Instituto Smithsonian
Esqueletos estão em ótimo estado de conservação
Os cientistas também encontraram, entre estes fósseis de baleia, outros, de predadores marinhos importantes e também de herbívoros.
"Encontramos criaturas extintas como a baleia-morsa – que desenvolveram uma face parecida com a de uma morsa. E também havia estas ‘preguiças aquáticas’ bizarras", disse Nicholas Pyenson, um paleontologista do Museu Nacional Smithsonian de História Natural.
"Para mim é incrível que, em 240 metros (de uma obra de) abertura de estrada, conseguimos amostras de todas as estrelas do mundo dos fósseis de mamíferos marinhos na America do Sul, no final do período Mioceno. É uma acumulação incrivelmente densa de espécies", afirmou o cientista à BBC.

Quatro eventos

A equipe de cientistas notou que quase todos os esqueletos estavam completos e as posições em que foram encontrados tinham pontos em comum. Muitos estavam voltados para a mesma direção e de cabeça para baixo, por exemplo.
Tudo isto aponta para a possibilidade de as criaturas terem morrido devido à mesma catástrofe repentina. Mas as pesquisas mostram que as mortes não ocorreram apenas em um evento, foram quatro episódios separados durante um período de milhares de anos.
A melhor explicação que encontraram é que todos estes animais foram envenenados pelas toxinas que podem ser geradas pela proliferação de algas.
Essa proliferação é uma das causas prevalentes para grandes encalhes de mamíferos marinhos que vemos hoje.
"Todas as criaturas que encontramos, sejam baleias, focas ou peixes-agulha, estão no topo da cadeia alimentar marinha e aquilo deve ter deixado (estes animais) muito suscetíveis a proliferações de algas tóxicas", disse Pyenson.
Os pesquisadores também acreditam que a configuração do que era a costa em Cerro Ballena na época da morte dos animais contribuiu para que os corpos das baleias fossem levados para a areia, provavelmente além do alcance de animais marinhos necrófagos, que teriam consumido os cadáveres.
Análise de fósseis em Cerro Ballena/Foto: Instituto Smithsonian
Centenas de fósseis ainda precisam ser analisados em Cerro Ballena
Além disso, por esta ser uma região que agora é um deserto, poucos animais terrestres apareceram nos últimos séculos para roubar os ossos.

Sem a prova 'definitiva'

No entanto, por enquanto, os pesquisadores não podem afirmar com certeza que algas tóxicas foram responsáveis pelos encalhes.
Não há fragmentos de algas nos sedimentos, algo que poderia ser visto como a prova "definitiva".
Cerro Ballena é uma região considerada como um dos sítios de fósseis mais densos do mundo. Os cientistas calculam que podem existir centenas de espécies na área que ainda precisam ser descobertas e investigadas.
No momento, a Universidade do Chile, em Santiago, está trabalhando para construir uma estação de estudos na área.