terça-feira, 31 de março de 2015

Petistas entregam a Janot mais provas contra Aécio

Deputados federais Adelmo Carneiro, Pedro Uczai, Fernando Morroni e Padre João e o estadual Rogério Correia se reuniram com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para incluir mais documentos que, segundo eles, provam o envolvimento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) no escândalo de Furnas; depois do pedido protocolado no dia 19, os parlamentares reforçaram hoje a solicitação de reabertura de inquérito sobre a ligação do tucano no esquema de corrupção descoberto em 2006; eles também apontam os depoimentos da Lava Jato como provas de que Aécio cometeu crimes; Padre João, que protocolou a petição, disse que sente confiante na investigação de Janot.Os deputados petistas Rogério Correia, Adelmo Carneiro, Pedro Uczai, Fernando Morroni e Padre João, das esferas federal e estadual, foram recebidos nesta terça-feira 31 pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a quem entregaram novos documentos que, segundo eles, provam o envolvimento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) no escândalo de Furnas.
Os deputados, que já haviam protocolado pedido no último dia 19, voltaram a pedir a reabertura de inquérito para investigar a ligação de Aécio Neves ao esquema de corrupção que veio à tona em 2006. Eles também apontam, no documento entregue hoje, que depoimentos da Operação Lava Jato também provam as irregularidades cometidas pelo tucano. Os documentos entregues nesta terça foram anexados, aditados à petição protocolada no dia 19.
"Fomos muito bem acolhidos pelo procurador, que manifestou-se claramente pela intenção de considerar todas as provas e evidências para instaurar o inquérito", afirmou o deputado federal Odelmo Leão (PT-MG) a jornalistas após o encontro. "Procuramos demonstrar que, com todas as provas, o caso Furnas não pode ficar sem abertura de processo: há, mais que indícios, provas de caixa dois com envolvimento do PSDB em que Aécio Neves é o principal responsável", acrescentou o deputado estadual Rogério Correia (PT-MG).
O deputado federal Padre João (PT-MG) se disse confiante na investigação de Janot. Em pronunciamento na tribuna da Câmara, ele afirmou que o Ministério Público Federal está no caminho certo. "Temos esperança e confiança no Dr. Rodrigo Janot. Apresentamos provas e pedimos que abra processo de investigação. Investigar não é condenar ninguém. Isto faz parte do estado democrático e de direito. Se a investigação concluir que houve ilícitos, crime, então que seja ofertada a denúncia ao Supremo Tribunal Federal. Simples assim", disse.

Edinho Silva toma posse como ministro da Comunicação Social

Nesta terça-feira (31), tomou posse como ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República o tesoureiro da campanha do PT ao Palácio do Planalto em 2014, ex-deputado estadual Edinho Silva (PT-SP).
No discurso de posse, Dilma destacou que preza a livre manifestação e garantiu que o governo jamais adotará medidas que possam afetar a liberdade de imprensa.
“Quem, como eu e todos da minha geração, viveu sob uma ditadura sabe o imenso valor da liberdade de expressão e de imprensa. Estamos comprometidos com o direito de se manifestar, de informar, de criticar. Somos contra a censura, a autocensura, as pressões, os lobbies e os interesses não confessados que podem coibir o direito a livre manifestação e à liberdade de imprensa”, disse a presidenta.
Edinho Silva substitui o ex-ministro Thomas Traumann, que pediu demissão na última quarta-feira (25). A Secom é responsável pela comunicação do governo e pela distribuição da verba publicitária.
“A liberdade de expressão e de imprensa é o exercício do direito de ter opinião, do direito de criticar e apoiar os políticos e o governo, do direito de ter oposições e do direito de externá-las sem consequências e sem repressão”, acrescentou Dilma durante breve discurso após assinar o termo de posse do novo ministro.
Segundo a presidenta, a Secom atua e vai continuar atuando de acordo com conceitos e princípios democráticos em relação à imprensa. “Em meu governo, a Secom terá como princípio o respeito à liberdade de todos se expressarem, seja na imprensa tradicional, na internet, na blogosfera, nas redes sociais, nas ruas e nas praças”, listou.
Dilma disse que a pasta adota “critérios justos e corretos” na divulgação dos serviços do governo, levando em conta brasileiros de todas as camadas sociais e todos os pontos do país. A presidenta defendeu ainda o papel da comunicação governamental para o ajuste nas contas públicas que o governo está tentando implementar.
“Temos obrigação de informar ao povo que passamos por uma conjuntura que exige maior esforço nos gastos públicos e a necessidade de ajuste para que o país possa crescer o mais breve possível.”
Dilma disse que a escolha de Edinho Silva para a Secom levou em conta a experiência dele como prefeito e parlamentar e a “capacidade de relacionamento cordial e construtivo com todos os setores da sociedade e da mídia e o conhecimento do papel da mídia numa sociedade democrática”.
O Jornal do Brasil, no momento em que Edinho Silva toma posse na Secretaria de Comunicação Social, reforça seus laços com a democracia, com o direito à livre manifestação e ao livre pensamento, na certeza de que estes são os princípios que regem a pasta e a própria trajetória do novo ministro.
Dilma Rousseff cumprimenta o novo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva
Dilma Rousseff cumprimenta o novo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva
Trajetória
Sociólogo e professor, Edinho Silva, graduou-se em Ciências Sociais na Unesp de Araraquara e obteve o título de Mestre em Engenharia de Produção, na Universidade Federal de São Carlos. Nascido em Pontes Gestal, pequena cidade da região de São José do Rio Preto, mudou-se aos 4 anos de idade para Araraquara. É pai de Pedro, Isabela e João.
Foi office-boy, trabalhou em Araraquara no Escritório Paulista e na Distribuidora Andrade de Publicações. Foi operário na Fábrica Meias Lupo e, em São Carlos, trabalhou como metalúrgico na extinta Clímax, hoje Eletrolux. Na década de 80 tornou-se atleta das categorias de base da Ferroviária.
Como cristão engajou-se nas pastorais da Igreja Católica e seguindo os passos da Teologia da Libertação. Orientou-se politicamente para o Partido dos Trabalhadores, no qual se filiou em 1985. Militante dedicado à construção do partido em Araraquara elegeu-se presidente do Diretório Municipal em 1989. Em 1990 integrou a assessoria da bancada de deputados estaduais do PT, durante os trabalhos da Constituinte Estadual.
Foi eleito vereador em 1992 e para o segundo mandato, em 1996. Nas disputas para prefeitura de Araraquara, venceu em 2000 e 2004. Em 2007 foi eleito Presidente do PT do estado de São Paulo, tendo sido reeleito para o mandato 2009-2013 com mais de 90% dos votos dos filiados.
Como prefeito (2001-2008), fundamentou seu governo em 3 marcas: participação popular, inclusão social e cidade moderna. Alterou de forma radical a relação prefeitura/comunidade, democratizando as decisões e instituindo mais de 80 projetos de inclusão social, articulando as áreas de saúde, educação, cultura, esporte, meio ambiente e desenvolvimento econômico.
Em 2010, se elegeu Deputado Estadual com 184.397 votos em mais de 500 municípios paulistas. Edinho foi o 1º mais votado da sua coligação (PT – PRTB – PR – PcdoB – PTdoB) e o 6º do estado. Também participou da coordenação das Campanhas Eleitorais de Aloizio Mercadante e Dilma Rousseff em São Paulo.
Como deputado estadual (2011-2015), foi integrante das Comissões de Saúde, de Esportes, de Segurança Pública e Direitos Humanos, presidiu as Frentes Parlamentares pela Elaboração Democrática do Plano Estadual de Educação e pela Citricultura. Um dos principais projetos apresentados na Assembleia, que se tornou Lei em 2015, tratou da instituição de uma Política Estadual de Acolhimento e Tratamento às Pessoas com Doenças Raras, por meio de Centros de Referência. Apresentou projetos também na área da segurança, educação, esportes e infraestrutura urbana. Procurou ser um elo entre os municípios e os governos estadual e federal, conquistando recursos para obras e programas.
Em 2011, exercendo o mandato parlamentar e também a função de presidente do PT Paulista, Edinho retornou à vida acadêmica se tornando Professor e Coordenador de Curso de Pós-Graduação da Universidade Nove de Julho.
Em 2014, foi convidado pela presidenta Dilma para ingressar a Coordenação da sua campanha à reeleição. Edinho foi o Coordenador financeiro e as contas da campanha foram aprovadas por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Por suas lutas e iniciativas inovadoras na forma de administrar Edinho recebeu diversos prêmios.
· Foi intitulado Amigo da Polícia Militar do Estado de São Paulo, em dezembro de 2000;
· Recebeu Menção Honrosa, em 2002, nas áreas de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, do Instituto Ambiental Biosfera;
· Foi condecorado com o Prêmio Prefeito Amigo da Criança, pelas duas gestões (2001 – 2004 e 2005 – 2008) da Fundação Abrinq, por suas políticas voltadas a crianças e adolescentes;
· Ganhou o título de Prefeito Amigo das Artes, em setembro de 2004, pela Prefeitura Municipal de Descalvado, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo, pelo apoio ao Projeto IntegrARTE Descalvado;
· Recebeu o Prêmio de Cidadão Amigo das Instituições Sociais, em dezembro de 2003, concedido pelo Fundo das Instituições Sociais de Araraquara.
· Ganhou o Prêmio Franz de Castro Holzwarth como homenagem às pessoas que se preocupam com a ressocialização e contribuem para a sua realização no município.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Homem decapita a namorada grávida e leva cabeça em delegacia de SP

Adolescente de 16 anos confessou traição; homem colocou cabeça em mochila e foi de ônibus até posto policial

Um homem de 23 anos matou e decapitou a namorada grávida e ainda levou a cabeça para a delegia onde se entregou. O crime aconteceu na última quinta-feira (26), no bairro de Pedreira, zona sul de São Paulo, mas José Ramos dos Santos só se apresentou na delegacia da Liberdade, na região central, no sábado (28).
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Após discussão, PM de folga mata vizinha e atira em mulher grávida, em SP
De acordo com informações da SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), Santos matou e decapitou a namorada Shirley Souza, de 16 anos, por que ela confessou que o traia. Eles estavam juntos há cerca de um ano.
Ele, que era usuário de droga, disse que já desconfiava da traição desde o final do ano passado. Mas a confirmação só veio no dia do crime, segundo depoimento. Santos cotnou que quando a namorada acreditava que ele estava sob efeito de droga, falava sobre relacionamentos que mantinha com outros homens.
A desconfiança, porém, ficou maior quando a adolescente engravidou. Ele contou que verificou o histórico médico da vítima, na carteirinha do posto, e notou que a última menstrução aconteceu em agosto, periodo em que estavam separados.
Na última quinta-feira, ele que mora com um irmão em uma casa na rua Manuel Rodrigues Mexelhão, esperou o outro ir trabalhar e convidou Shirley para um encontro na casa.
Após manterem relações sexuais, eles conversaram sobre traições e ela teria confessado que o traiu com um amigo do casal nas vésperas do Natal e Ano Novo. Ele então aplicou uma gravata na adolescente, que caiu desacordada. Ele foi tomar banho e, ao retornar, verificou que a adolescente estava morta.Ainda de acordo com depoimento de Santos á polícia, ele foi até a cozinha, pegou uma faca, cortou o pescoço e arrancou a cabeça antes enrolá-la em um saco plástico para posteriormente guardá-la em uma mochila. O corpo nu foi amarrado nos pés e troncos com sacos plásticos e enroladoem em um edredon. Santos ainda o escondeu atrás do botijão de gás.
Para o irmão não desconfiar, ele limpou a casa, jogou a roupa que usou para cometer o crime no lixo. A faca usada na decaptção foi levada e guardada dentro da gaveta de talheres.
Dois dias se passaram até que o irmão começasse a sentir mal cheiro pela casa. Ele disse que jogou o corpo na viela Tico-Tico, próxima à casa onde morava.
Os vizinhos acharam o corpo e chamaram a polícia. Ele pegou a mochila onde estava a cabeça e foi de ônibus até ao 1º DP, na região central, onde se entregou e mostrou a cabeça para os policiais. Ele foi indiciado por homicídio qualificado e está preso temporariamente.

Carta da mãe de Bernardo foi forjada

Família de Odilaine Uglione quer usar laudo para reabrir investigação.

Uma nova perícia particular contratada pela família lança suspeitas sobre a morte de Odilaine Uglione, a mãe do menino Bernardo Boldrini, assassinado em abril do ano passado no Rio Grande do Sul. Segundo peritos, a suposta carta suicida da enfermeira teria sido forjada, escrita por outra pessoa, como mostrou a reportagem do Fantástico. 
Odilaine foi encontrada morta em 2010, dentro da clínica do então marido, o médico Leandro Boldrini, em Três Passos, no Noroeste gaúcho. À época, a investigação da polícia concluiu que ela cometeu suicídio com um revólver, mas a defesa da mãe dela, Jussara Uglione, quer usar o laudo para reabrir o caso.
A família acredita que Odilaine foi assassinada por Leandro Boldrini. O pai de Bernardo está preso há quase um ano e é réu pela morte do menino, achado sem vida no dia 14 de abril de 2014 em Frederico Westphalen, a cerca de 80 km de Três Passos, onde a família residia.
Também são acusados pela morte do menino de 11 anos a madrasta do garoto, Graciele Ugulini, e os irmãos Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz. Os quatro respondem por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, entre outros crimes.
A suposta carta suicida teria sido escrita em 9 de fevereiro de 2010. “Ele pediu a separação. Perdi meu chão", são algumas das frases no papel assinado por Odilaine.
Também há um recado para o marido Leandro e pai de Bernardo, o único filho do casal. “Leandro, tu destruiu a minha família, meus sonhos, minha vida. Prefiro partir do que ver meu filho nas mãos de outras mulheres, meu amor em outros braços”.
A mãe de Odilaine diz que sempre desconfiou do bilhete. “Aquela carta nunca me confortou. Eu ainda disse: ‘Mas essa carta, essa letra não é da Odilaine’”, diz Jussara. Só que na época nem os parentes nem os amigos de Odilaine levaram a dúvida adiante.
O que realmente ocorreu dentro da clínica de Leandro Boldrini ainda intriga a família da enfermeira. Segundo a secretária do consultório, Odilaine estava com o marido na sala dele. “A porta se abriu e ele saiu correndo, chamando: 'Socorro, homicídio, suicídio. Chama a polícia'. Mas isso em questão de segundos. E aí deu o estouro lá dentro. Eu fui a primeira que correu lá dentro. Vi ela deitada no chão”, conta Andressa Wagner.
Com base no depoimento de testemunhas e nos laudos da perícia oficial, a polícia chegou à conclusão de que se tratava de suicídio. “A questão do suicídio ficou bem comprovada, que ela se deu um tiro”, diz a delegada Caroline Bamberg, responsável pelo caso.Perito diz que letras são diferentes
Depois da morte violenta de Bernardo, há um ano, a mãe de Odilaine começou a investigar o alegado suicídio da filha e contratou peritos particulares. Esta semana, um laudo ficou pronto e pode mudar os rumos do caso.
O documento foi elaborado por Ricardo Caires dos Santos, perito judicial em São Paulo há oito anos. Ele fez um “exame grafotécnico”: ou seja, analisou toda a suposta carta de suicídio e comparou com a letra e com a assinatura que são comprovadamente de Odilaine Uglione.
A conclusão, segundo o perito: a carta foi forjada, não foi escrita pela mãe de Bernardo. “Não foi a dona Odilaine que escreveu. São dois punhos totalmente diferentes. Pessoas diferentes que assinaram”, afirma Ricardo.
O perito mostrou a diferença entre as letras. Por exemplo: na carta, há as palavras “sexta-feira” e “exclusivamente”. Depois, ele comparou com o “x” escrito por Odilaine em um uma receita de doce e concluiu que o desenho das letras em cada carta é diferente. “É um ‘x’ desenhado”, explica.
O perito contratado pela mãe de Odilaine citou outros exemplos. “A estrutura do ‘t’, totalmente diverso do que é apresentado na carta. As letras ‘h’ são de punhos diferentes. Mais esses elementos para concluir o resultado final”, acrescenta Ricardo.
A assinatura que aparece na carta de suicídio também é diferente de assinaturas autênticas de Odilaine registradas em um contrato de locação, no diploma de auxiliar de enfermagem dela e em outro contrato de prestação de serviços.
O perito fala da diferença entre as letras “o”, que teria sido desenhada de forma diferente nas duas cartas. Segundo ele, mesmo que a mãe de Bernardo estivesse em uma situação máxima de estresse, a assinatura dela não mudaria desse jeito. “Olha o espaçamento que tem da letra ‘i’ para a letra ‘n’. O formato da letra ‘e’, explica Ricardo.
O perito concluiu também que a pessoa que teria elaborado a carta de suicídio tentou imitar a forma de escrever de Odilaine. “A pessoa que escreveu a carta tinha conhecimento de documentos dela. É uma pessoa que já conhecia a escrita dela, uma pessoa muito próxima a ela”, affirmou.
MP pediu novos documentos à polícia
Para a família de Odilaine, não houve suicídio e a morte da mãe de Bernardo tem que ser investigada de novo. O Ministério Público (MP) já pediu à polícia novas informações sobre a investigação feita na época e nos próximos dias deve dizer se vai pedir a reabertura do caso ou não.
“Odilaine foi morta. Ela não cometeu suicídio. Ela ia se separar, receber R$ 1,5 milhão. Uma pomposa pensão alimentícia para ela e para o filho”, diz o advogado Marlon Taborda, defensor de Jussara Uglione. “Sempre tive dúvidas e agora mais do que nunca. Eu quero que reabra pra isso ficar esclarecido”, acrescenta a mãe de Odilaine.
A delegada do caso Bernardo também foi a responsável pela investigação da morte da mãe do menino. Ela diz que não há nenhum indício de que Leandro tenha envolvimento no suicídio da mulher. “Não houve erro na investigação. O que não pode é querer forçar uma situação que não existiu, que não ficou provado. Eu não levo muita fé em pericia particular. Eu não posso me basear nisso. Eu tenho que me basear no quê? Em fatos”, diz Caroline.
Dois meses depois da morte de Odilaine, Leandro passou a morar com Graciele. “O pai e a madrasta não aceitavam o Bernardo. Consideravam ele como um ser que atrapalhava a nova unidade familiar que eles formaram: casal com a nova filha”, conta a promotora Silvia Inês Miron Jappe.
No próximo sábado (4), a morte de Bernardo completa um ano. Leandro Boldrini, Graciele, Edelvânia Wirganovicz e o irmão dela Evandro ainda não prestaram depoimento para o juiz do caso e os quatro continuam presos. A expectativa do MP é de que o julgamento ocorra ainda este ano.
Escutas telefônicas
Para a Promotoria de Justiça, as conversas telefônicas gravadas com autorização da Justiça logo depois da morte do menino são provas importantes contra os acusados. Em um dos telefonemas interceptados, Clarissa Oliveira, a madrinha de Bernardo, fala para Leandro que desconfia de Graciele, que também é chamada de Kelli.
“Não tem como não passar pela minha cabeça que essa guria, num momento de fúria, fez alguma coisa”, diz Clarissa.
“Mas a Kelli não tem esse perfil. Ó, o guri provocava ela de uma maneira assim. Ela deveria ter dado uma porrada nele, se fosse o caso”, responde Leandro.
O marido de Clarissa chegou a pressionar Leandro e Graciele, a Kelli, para que confessassem a participação no crime.
“Vocês não tão armando, cara? Leandro, eu tô falando sério”, diz o homem.
"Você quer falar com ela aqui?”, questiona Leandro. 
“Quero. Tu deu vassourada no guri na sexta-feira, Kelli”, acusa o homem.
“O quê?”, responde a mulher.
“Por que você tá transtornado desse jeito, cara?”, intercede Leandro.
“Uma semana teu piá tá sumido, rapaz. Tu tem culpa no cartório”, acusa o homem.
“Que culpa no cartório? Tu vai a..., meu”, responde o pai do menino.
Leandro Boldrini e Evandro Wirganovicz negam envolvimento na morte do menino. Já Graciele e a amiga dela, Edelvânia, falam em acidente. A madrasta diz que deu calmantes demais para o enteado.
“[Ela diz] que foi uma superdosagem e ele teria tomado a medicação e vindo a óbito, por circunstâncias alheias a vontade delas. E acabaram fazendo essa bobagem que foi a ocultação de cadáver”, sustenta o advogado Demetryus Grapiglia, advogado de Edelvânia.
“Não vai me devolver eles. Mas eu preciso saber a verdade”, diz Jussara, mãe de Odilaine e avó de Bernardo. “Fica uma saudade, fica um sentimento de não ter feito mais porque na verdade eu queria, eu sempre quis que o Bernardo ficasse comigo”, acrescenta Clarissa.

domingo, 29 de março de 2015

Liga Árabe: líderes fecham acordo para criação de força contra terrorismo

Os chefes de Estado reunidos na cúpula da Liga Árabe, no Egito, chegaram a acordo sobre o princípio da criação de uma força militar conjunta para combater "os grupos terroristas", disse hoje (29) o presidente egípcio, Abdel Fattah Al Sissi.
O anúncio surge em um momento em que uma dezena de países árabes leva a cabo uma ofensiva no Iêmen contra os rebeldes xiitas que controlam grande parte do país, uma operação militar considerada pelos líderes árabes como um "teste" para a futura força militar conjunta.
"Os líderes árabes chegaram a acordo sobre o princípio da criação de uma força militar árabe", afirmou Sissi, que lidera a presidência rotativa da Liga Árabe, no segundo e último dia da cúpula anual que ocorre em Sharm el Sheikh, a estação balneária do Sinai egípcio, sem detalhar como será essa força, os seus objetivos e a sua composição.
Dos 22 membros da Liga Árabe (incluindo o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas), 21 chefes de Estado e monarcas presentes ou representados concordaram com a resolução apresentada pelo Egito.
Sissi é há várias semanas o chefe de Estado que defende com maior insistência a criação dessa força árabe para combater principalmente o movimento do Estado Islâmico (EI), que multiplica as atrocidades no Iraque e na Síria e está ganhando terreno na Líbia e no Egito.
A Liga Árabe, que invocou em várias ocasiões a "necessidade urgente" de "uma força de combate aos grupos terroristas", o primeiro dos quais o Estado Islâmico (EI), tem agora um mês para finalizar os detalhes da composição e das missões da força, segundo os diplomatas presentes em Sharm el Sheik.

Levy lamenta interpretação sobre fala a respeito de Dilma

Ministro disse que a presidente tem desejo de acertar, mas nem sempre da maneira mais fácil.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, divulgou uma "manifestação pessoal" em que lamenta a interpretação dada pelo jornal Folha de S. Paulo a uma fala dele durante palestra em inglês, na última terça-feira, em São Paulo, a ex-alunos da escola de negócios da Universidade de Chicago (EUA).
Segundo o jornal, no encontro, Levy disse que a presidente Dilma Rousseff nem sempre faz as coisas da maneira mais fácil e efetiva, embora tenha um desejo genuíno de acertar. De acordo com a Folha, a fala do ministro foi uma crítica à "pessoa" da presidente. O áudio original da fala de Levy foi disponibilizado no site do jornal na tarde de sábado.
Na nota divulgada na noite deste sábado, a assessoria do ministro diz: "O ministro sublinha os elementos dessa fala que são os seguintes: aqueles que têm a honra de encontrarem-se ministros sabem que a orientação da política do governo é genuína, reconhecem que o cumprimento de seus deveres exige ações difíceis, inclusive da Exma. Sra. Presidente, Dilma Rousseff, e eles têm a humildade de reconhecer que nem todas as medidas tomadas têm a efetividade esperada", afirmou a nota, que destaca não ser oficial.
"Isto não é uma nota oficial, mas uma manifestação pessoal do ministro em face de uma matéria online que comenta a fala do ministro em uma conversa informal com membros do setor financeiro em que ele procurou transmitir os pontos principais do ajuste econômico em face da evolução economia global e da exigência de crescimento no Brasil, e a importância de se executá-lo rapidamente", diz o texto.

sábado, 28 de março de 2015

PSDB apresenta plano de reforma política em abril

O PSDB apresentará na semana após a Páscoa seu plano de medidas centrais para a reforma política, afirmou ontem à reportagem o presidente nacional do partido, senador Aécio Neves (MG). Em uma palestra em Lima, no Peru, Aécio disse acreditar que as mudanças no sistema sejam aprovadas "dentro de 2 ou 3 meses".
O pacote tucano terá cinco eixos: fim da reeleição e mandato de cinco anos; voto distrital misto; cláusula de barreira; financiamento misto de campanha; e fim das coligações proporcionais. "O Brasil tem uma última grande oportunidade de fazer uma reforma política que enxugue o quadro partidário. Se não fizermos agora, na próxima eleição teremos 40 partidos no Congresso", afirmou Aécio. "Não há quem possa achar que isso é governável. Infelizmente, o governo vai na contramão do bom senso e estimula a criação de novos partidos, achando que isso enfraquece a oposição e aliados do governo, como o PMDB."
O modelo proposto pelo PSDB para extinguir a reeleição - instituto criado na primeira gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso, em 1997 - e criar mandatos de cinco anos manteria as regras para os atuais detentores de cargos, com mudança gradual até que as eleições municipais coincidam com as gerais, em 2022. O voto distrital misto é bandeira tradicional do partido. A ideia vai contra o modelo desejado pelo PMDB, que luta pelo voto majoritário, apelidado de "distritão", e a ideia do PT, que prefere o voto só na legenda, em lista fechada. Com o distrital misto, metade do Legislativo seria eleito em votação majoritária em distritos eleitorais, e a outra metade seria composta por votação em lista partidária. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Homens armados matam 15 pessoas na Nigéria durante eleição tensa

Homens armados mataram ao menos 15 pessoas, incluindo um político da oposição, perto de estações eleitorais no nordeste da Nigéria neste sábado, lançando uma sombra sobre a primeira disputa eleitoral genuína desde o fim do regime militar em 1999.
O pleito é visto como a primeira eleição em que um candidato da oposição tem uma séria chance de desbancar o incumbente, presidente Goodluck Jonathan, mas amplos temores de que ela possa motivar violência já estão se tornando realidade.
Insurgentes islamitas do Boko Haram lançaram diversos ataques contra eleitores no nordeste, matando três no estado de Yobe e mais três em Gombe, disse a polícia.
Pelo menos oito pessoas, incluindo o candidato de oposição da Assembleia para Dukku em Gombe, também foram mortas por um atirador não identificado, disse um porta-voz para o Congresso de Todos Progressistas (APC, na sigla em inglês).
Militantes do Boko Haram, que estão tentando reviver um califado islâmico na Nigéria, rejeitam a democracia. O líder Abubakar Shekau ameaçou matar nigerianos que saiam para votar.
Separadamente, atiradores mataram um soldado nigeriano em uma emboscada na cidade petroleira de Port Harcourt, no sul, neste sábado, afirmaram militares. A cidade é um reduto de apoio a Jonathan, mas tem uma longa história de violência política.

sexta-feira, 27 de março de 2015

Carta manifesto de novo movimento político é lançada em SP

Foi lançada, nesta sexta-feira (27), a Carta Cidadania, um manifesto para a criação de um novo partido, o Raiz Movimento Cidadanista, que está sendo organizado por dissidentes da Rede Sustentabilidade, grupo criado por Marina Silva, e de partidos, como o PSB. A carta foi lançada pela deputada federal Luiza Erundina (PSB) e pelo historiador Célio Turino.
O partido-movimento, como eles se denominam, tem inspiração no partido de esquerda Syriza, na Grécia, que elegeu o primeiro-ministro do país, Alexis Tsipras. O Podemos, partido surgido na Espanha após a manifestação dos Indignados, em 2011, é outro exemplo para o Raiz Movimento Cidadanista.
  "Há que mudar a lógica do Sistema. “Os de acima abaixo e os de abaixo acima”, pois em uma democracia real “o povo manda e o governo obedece”. Ou assumimos este objetivo com coragem, clareza e determinação ou jamais mudaremos. E há exemplos de que pode ser assim. Da vitória do Syriza na Grécia ao Podemos da Espanha. Dos zapatistas no México à democracia direta na Islândia. Temos também os nossos vizinhos; a Bolívia, com a organização dos indígenas e pobres e o primeiro presidente indígena das Américas; o processo constituinte no Equador; o Uruguai da revolução tranquila; a cidade de Medellín, na Colômbia, antes conhecida pelo cartel das drogas e hoje reconhecida como a cidade mais inovadora do mundo", diz trecho do manifesto.
  Para um novo partido ser criado, é necessário conseguir a assinatura do 0,5% do eleitorado nacional na última eleição. Hoje este número está em aproximadamente 500 mil assinaturas. Em 2013, o Superior Tribunal Federal (STF) rejeitou a criação da Rede Sustentabilidade, organizada por Marina Silva, por faltarem 50 mil assinaturas para chegar ao número mínimo exigido.

Antártida perdeu quase 20% do seu gelo

Está a desaparecer o gelo flutuante que circunda o continente, diz estudo norte-americano.O gelo flutuante encontrado perto da costa da Antártida diminuiu cerca de 20%, acentuando o desgaste dos baluartes de gelo que sustêm os glaciares antárticos. A descoberta foi publicada num novo estudo reproduzido, esta semana, pelo Wall Street Journal.
O desaparecimento do gelo circundante diminui a proteção dos baluartes provocando um desgaste acentuado nos mesmos. Os baluartes são responsáveis pela sustentação dos glaciares. Caso desapareçam os glaciares podem escorregar em direção ao mar, provocando um rápido aumento do nível da água.
Francisco Paolo, investigador da Universidade da Califórnia, alerta que o desaparecimento de «18% [do gelo] ao longo de 18 anos é uma mudança bastante substancial». Ele, que é um dos autores do estudo, aponta para o facto de este mostrar «não só que o gelo está a derreter, mas também observamos uma aceleração na última década.
Os investigadores chegaram à conclusão que entre 1994 e 2003, as alterações de volume do gelo antártico foram muito poucas mas que, depois disso, as mudanças têm sido cada vez mais abruptas. Segundo os seus cálculos, a este ritmo o gelo antártico não durará mais de 200 anos.

Islândia mapeia o código genético de toda a sua população

A equipa de investigação deCODE criou uma base de dados com o código genético da população da Islândia, através da combinação de dados de ADN com árvores genealógicas.
Representantes da equipa revelaram que, através deste mapeamento, é possível encontrar todas as mulheres que podem vir a correr o risco de desenvolver cancro da mama, de uma forma tão simples como “o apertar de um botão”. Afirmam que seria um ato criminoso não usar essa informação para prevenir futuros problemas de saúde.
Através dos dados retirados da investigação científica, publicada no jornal Nature Genetics, foi possível realizar uma série de descobertas, como a idade do último ancestral em comum de todos os islandeses do sexo masculino.
O ADN é uma molécula que contém as instruções que um organismo necessita para se desenvolver, viver e reproduzir-se. Estas instruções são encontradas dentro de cada célula e são passadas ​​de pais para filhos, ou seja, através do código genético de uma criança, é possível mapear o ADN dos respetivos país e avós.
Neste estudo foram pesquisadas as sequências de ADN de dez mil pessoas, combinando os dados com árvores genealógicas.
Segundo o chefe executivo do deCODE, Kari Stefansson, através do uso dessas técnicas é possível prever, “com substancial exatidão, o genoma de toda a nação”.
Através desta pesquisa é possível detetar as mutações genéticas BRCA, com incidência familiar, que comprometem a produção normal de proteínas reparadoras do ADN, condicionando uma maior suscetibilidade ao cancro da mama. Foi o caso da atriz Angelina Jolie que, através do uso destas técnicas, decidiu remover os seios e os ovários.
Kari Stefansson afirma que é possível, na Islândia, “descobrir todas as mulheres que carregam mutações no gene BRCA2. (…) O risco poderia ser anulado com mastectomias e ovariotomias preventivas. Seria criminoso não tirar vantagem disso e estou convencido de que os meus compatriotas irão começar a usar estes dados.”
No entanto, estes dados ainda são anónimos e usar este tipo de informações na medicina poderia levantar questões éticas, nomeadamente como identificar genes mortíferos em indivíduos que nunca se voluntariaram para estudos de ADN.

Lava Jato: Polícia Federal prende presidente do Grupo Galvão

A Polícia Federal realizou na manhã desta sexta-feira mais uma etapa da operação Lava Jato, com o cumprimento de dois mandados de prisão preventiva e um mandado de busca e apreensão.
Segundo relatos de vários sites de notícias, foram presos o diretor-presidente do Grupo Galvão, Dario Galvão, e Guilherme Esteves, apontado pela PF como um dos operadores do esquema de corrupção.
Segundo a PF, os presos foram levado para a custódia da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba onde permanecerão à disposição da Justiça Federal.
A assessoria da PF não respondeu a telefonemas da agência inglesa de notícias Reuters para confirmar a identidade dos presos.
A Galvão Engenharia, empresa do Grupo Galvão, foi acusada pelo Ministério Público Federal de enriquecimento ilícito pelos fatos apurados na operação Lava Jato, que investiga corrupção e formação de cartel em contratos da Petrobras com empreiteiras, em benefício de executivos e políticos.
Na quarta-feira, a Galvão Engenharia entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro, após ter sua situação agravada por inadimplência da Petrobras e efeitos da retração do mercado de crédito para infraestrutura devido à Operação Lava Jato.
Sobre a operação Lava Jato, o grupo Galvão afirmou anteriormente que “jamais participou de qualquer tipo de suposto ‘cartel’ de empresas em prejuízo dos interesses de seus clientes” e que a Galvão Engenharia é reconhecida pelos concorrentes como “agressiva” e “competitiva”.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Renan diz que governo patrocinou criação do PL para diminuir PMDB

O presidente do Senado, Renan Calheiros, comentou nesta quinta-feira (26) a iminente criação do Partido Liberal (PL). O pedido de registro da legenda foi protocolado na última terça-feira no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na véspera da sanção da lei que freia a criação de partidos.
A sanção apenas no último dia possível vem sendo interpretado por parlamentares do PMDB como forma de diluir o poder da legenda junto ao governo. Para Renan, o governo patrocinou a criação do PL.
"Isso criação do PL distorce o quadro partidário. O quadro partidário saiu das urnas. Os partidos têm o tamanho que têm porque conquistaram nas urnas. Como pode o governo patrocinar uma coisa que objetiva diminuir o tamanho do aliado? Isso é um péssimo exemplo da reforma política. Temos que acabar com essa farra de criação de partidos. Do ponto de vista da articulação política do governo nos últimos meses, essa foi a pior criação", disse o presidente do Senado.
Novas regras
Aprovada pelo Congresso no dia 3 de março, a Lei 13.107 determina novas regras sobre fusão de partidos políticos. O objetivo é evitar a criação de legendas apenas para driblar o instituto da fidelidade partidária.
A lei é oriunda de projeto de lei aprovado pelo Congresso no dia 3 de março modifica duas leis de fidelidade partidária já existentes, a 9.504/1997 e a 9.096/1995. A presidente Dilma Rousseff vetou dois pontos do projeto: o que exigia o mínimo de cinco anos de existência para partidos políticos se fundirem e o que dava aos parlamentares um prazo de 30 dias para migrarem para partidos resultantes de fusão sem perder o mandato.

Preso líder de ataque ao museu do Bardo

Mohamed Amine Guebli e outras 23 pessoas foram detidas.

A polícia da Tunísia prendeu o mentor do atentado contra o museu do Bardo, em Túnis, e mais 23 pessoas ligadas a grupos terroristas, informou o Ministério do Interior do país nesta quinta-feira (26).
    Mohamed Amine Guebli orquestrou a ação com os extremistas do Ansar al-Sharia e o Okba Ibn Nafaa. Segundo os investigadores, o ataque contra a instituição foi realizado por quatro subgrupos, cada um encarregado por uma etapa: organização, execução, apoio logístico e a preparação da fuga após o crime. Com isso, eles queriam destruir a economia tunisiana.Porém, entre os 24 detidos de hoje, ainda não está o terceiro membro do atentado, Maher Bun al-Moulidi al-Qaidi. Eles ainda anunciaram que estão buscando mais dois marroquinos e um argelino que também teriam participado da execução do plano.
    De acordo com as informações dos policiais, a ação das autoridades no dia conseguiu prevenir um problema ainda maior, já que os dois terroristas - mortos pelos agentes de segurança - possuíam duas bombas Semtex e muitas granadas.
    "Evitamos uma catástrofe ainda maior porque os terroristas tinham armas de cunho militar, que trouxeram da Líbia", disse o ministro do Interior, Najem Garshalli. Ao revelar a identidade do mentor do crime, a Procuradoria de Roma anunciou que quer interrogá-lo e que montará uma equipe de procuradores para ir à Túnis. No dia do ataque, entre os 24 mortos, quatro eram italianos. (ANSA)

quarta-feira, 25 de março de 2015

ONU: sequestro de crianças é nova tática de grupos como EI e Boko Haram

O sequestro em massa de crianças se transformou em uma nova tática de guerra dos grupos armados extremistas, como a organização Estado Islâmico (EI) e Boko Haram, afirmou na quarta-feira Leila Zerrugui, representante oficial da ONU para a infância e os conflitos armados.
"Os sequestros em massa de mulheres e crianças estão no caminho de se transformar em uma tática de guerra utilizada de forma sistemática para aterrorizar, submeter e humilhar comunidades inteiras", explicou Zerrugui em um debate no Conselho de Segurança da ONU sobre as crianças nos conflitos.
As crianças sequestradas são utilizadas como soldados, escudos humanos, escravos sexuais ou para cometer ataques suicidas, completou. "Esses sequestros em massa aumentaram (...) e convido o Conselho a prestar plena atenção a esse fenômeno preocupante".
Zerrugui pediu aos países do Conselho que "ativem os meios de pressão" sobre os grupos armados. "Além disso, a pressão militar não pode passar por cima da pressão  judicial e das sanções", lembrou.
O grupo nigeriano Boko Haram sequestrou, em abril de 2014, 276 colegiais em Chibok (Borno, no nordeste da Nigéria). Entre elas, 57 meninas conseguiram escapar, mas 219 continuam desaparecidas.
O enviado da ONU em Chade criticou a inação do Conselho de Segurança contra o Boko Haram, argumentando que este grupo nigeriano extremista é mais perigoso que o grupo Estado Islâmico.
"O que fazemos contra o EI, devemos fazer contra o Boko Haram", disse o embaixador Mahamat Cherif à imprensa.

Dívida dos estados: se Dilma vetar, Congresso terá palavra final, diz Renan

Senador também disse que não vê crise entre os poderes.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, disse nesta quarta-feira (25) que a regulamentação da lei que reduz as dívidas de estados e municípios, aprovada terça-feira (24) na Câmara, deve ser votada rapidamente no Senado.
Indagado sobre a possibilidade de a proposta ser vetada pela presidente Dilma Rousseff, Renan afirmou que o Congresso terá a palavra final sobre a questão, já que eventuais vetos deverão ser submetidos depois ao exame dos parlamentares.
"Se a presidente vetar o projeto, o Congresso recuperou o poder de dar a última palavra nas matérias legislativas. O Congresso, ao final e ao cabo, vai apreciar o veto e aí nós vamos para a apreciação de veto, mas a palavra final será do Congresso Nacional", afirmou Renan.
O texto aprovado pela Câmara contraria o governo, já que a renegociação das dívidas reduz os juros que estados e municípios têm de pagar. O governo não enviou o projeto que regulamenta a lei. A presidente Dilma Rousseff afirmou que não há " espaço fiscal" para fazer a renegociação neste momento de ajuste fiscal.
O presidente do Senado também foi questionado sobre se a dificuldade de relação entre o governo federal e o Congresso é uma questão pontual ou se há "crise" entre os Poderes. O senador negou que haja crise entre o Planalto e o Legislativo.
"Eu não vejo crise. O que está mais claro para todos nós é a necessidade cada vez mais de o Congresso ser Congresso e fazer sua parte nessa matéria. Nós já tínhamos a resolvido e agora ela volta em função da não regulamentação do governo". Como o governo não regulamentou, o Congresso vai ter que regulamentar", disse.

Câmara aprova regras sobre indexação de dívidas estaduais

O texto aprovado estabelece que a União terá o prazo de até 30 dias da data da manifestação do devedor, protocolada no Ministério da Fazenda, para promover os aditivos contratuais, independente de regulamentação. Ainda de acordo com o texto aprovado, vencido o prazo de 30 dias, o devedor poderá recolher, a título de pagamento à União, o montante devido, com a aplicação da lei, ressalvado o direito da União de cobrar eventuais diferenças que forem devidas.
Na parte da tarde, os presidentes da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), reuniram-se e fecharam um acordo para encaminhar com urgência um projeto regulamentando a lei que alterou o indexador da dívida dos estados.  “Queremos que a lei seja implementada da forma como o texto foi sancionado pela presidente [Dilma Rousseff}”, disse Cunha ao sair da reunião.
Em novembro de 2014, a presidenta sancionou a lei que altera o indexador das dívidas de estados e municípios com a União. A medida tem como objetivo aliviar a situação fiscal dos governos estaduais e das prefeituras.

terça-feira, 24 de março de 2015

Cientistas dos EUA tentam extrair ouro de fezes em esgoto

Grupo identificou resíduos de ouro nas estações de tratamento de esgoto americanas em níveis que, se encontrados em rochas, justificariam comercialmente a atividade de mineração.

Pesquisadores americanos estão investigando formas de extrair ouro e metais preciosos de esgoto doméstico.
O grupo identificou resíduos de ouro nas estações de tratamento de esgoto americanas em níveis que, se encontrados em rochas, justificariam comercialmente a atividade de mineração.
Imagem do estudo mostram partículas de chumbo e de ouro em esgoto
BBC
Imagem do estudo mostram partículas de chumbo e de ouro em esgoto
"O ouro que encontramos foi no nível de um depósito mineral mínimo", disse uma das autoras do estudo, Kathleen Smith, da US Geological Survey (USGS).
"Há metais em todo lugar: nos produtos para cabelo, em detergentes, até nanopartículas colocadas em meias para reduzir o mau odor", completou. Esses produtos acabam indo para o esgoto e se misturando às fezes.
Os detalhes do estudo foram divulgados na reunião nacional da American Chemical Society (ACS), em Denver.
A extração de metais a partir de resíduos também poderia ajudar a conter a liberação de substâncias tóxicas no meio ambiente.
Segundo o estudo, qualquer que seja sua origem, os dejetos contendo esse metais são canalizados a estações de tratamento de esgoto; muitos desses metais acabam entre os resíduos sólidos filtrados nessas estações.
Esses dejetos contém, além de ouro e prata, metais raros, como paládio e vanádio.
Metais presentes em produtos de higiene se misturam às fezes no esgoto
Thinstock
Metais presentes em produtos de higiene se misturam às fezes no esgoto
"Queremos recolher metais valiosos que poderiam ser vendidos, incluindo alguns dos metais tecnologicamente mais importantes, como o vanádio e cobre, usados na fabricação de telefones celulares, computadores e ligas", disse Smith.
A equipe estima que sete milhões de toneladas de resíduos sólidos saiam das estações de tratamento de esgoto dos Estados Unidos a cada ano.
Cerca de metade é usada como fertilizante, enquanto a outra metade é incinerada ou enviada para aterros sanitários.
Os cientistas estão fazendo experiências usando as mesmas substâncias químicas, chamadas de lixiviados, que a mineração industrial usa para extrair metais de rochas.
Embora alguns desses lixiviados tenham uma reputação ruim por afetar os ecossistemas quando vazam ou são derramados no meio ambiente, Smith diz que, em um ambiente controlado, eles poderiam ser usados com segurança para extrair metais de resíduos sólidos tratados.
Em um estudo anterior, uma equipe de cientistas calculou que os resíduos de um milhão de americanos poderiam conter até US$ 13 milhões em metais.

CPI da Petrobras aprova convocação de tesoureiro do PT e presidente do BNDES

Ex-presidente da estatal Graça Foster presta depoimento na quinta-feira.

A CPI da Petrobras aprovou 54 requerimentos do deputado André Moura (PSC-SE), entre os quais a convocação do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. Segundo Moura, Coutinho tem de esclarecer os financiamentos concedidos à empresa Sete Brasil, uma das fornecedoras da Petrobras. A Comissão também aprovou a convocação do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e do executivo da Toyo Setal, Augusto Mendonça Neto, delator da Lava Jato.
Também foi aprovado um novo depoimento do ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco. Ele será ouvido na sub-relatoria da CPI responsável por investigar irregularidades nas operações da Sete Brasil na venda de ativos da Petrobras na África. O sub-relator André Moura, autor do requerimento, informou que ficou "com muitas dúvidas" pois não conseguiu fazer todas as perguntas a Barusco.
A CPI já deve ouvir na quinta-feira (26) o depoimento da ex-presidente da Petrobras, Graça Foster. Ela foi convocada para substituir o depoimento do ex-representante da empresa holandesa SBM Offshore, Julio Faerman, que não foi localizado pela CPI.
De acordo com a secretaria da comissão, a informação é que Faerman mora no exterior, mas seu endereço não foi localizado. "Convocamos a Graça [Foster] e vamos ver como vai ser", informou o presidente das comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PR), após reunião fechada com o relator, sub-relatores e líderes partidários.
A SBM é acusada de integrar o esquema da pagamento de propina a funcionários da Petrobras para obter contratos com a estatal. Em depoimento à CPI, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, primeiro a depor, disse que sua participação no esquema começou em 1997, recebendo propina da empresa holandesa.  
O depoimento da ex-presidente da Petrobras já havia sido aprovada pela CPI, mas faltava definir a data. Caso Graça Foster, por algum motivo não compareça quinta-feira, a comissão tentará convocar o doleiro Alberto Youssef, considerado o principal delator da Operação Lava Jato.

Projeto revoga participação obrigatória da Petrobras no pré-sal

Em defesa de sua tese, Serra alega ser “inconcebível que um recurso de tamanha relevância sofra um retardamento irreparável na sua exploração devido a crises da operadora”.
—  É imprescindível a mudança na lei, com vistas ao restabelecimento de um modelo que garanta a exploração ininterrupta e também maiores possibilidades de ganhos para o Tesouro.
Pela lei atual, aprovada em 2010, a Petrobras deve atuar como operadora única dos campos do pré-sal com uma participação de pelo menos 30%. Além de ser a empresa responsável pela condução e execução, direta ou indireta, de todas as atividades de exploração, avaliação, desenvolvimento e produção.
Crise
O senador avalia que as investigações da Operação Lava-Jato, com prisões preventivas de gestores, fornecedores e prestadores de serviços da Petrobras, já estariam afetando a empresa, gerando cancelamentos, atrasos e a consequente desorganização das suas atividades.
— A sucessão de escândalos associados às alegações de cartel, suborno e lavagem de dinheiro criaram uma situação quase insustentável para uma companhia que tem que implementar um dos maiores programas de investimento do mundo, da ordem de US$ 220,6 bilhões até 2018.
Serra também alega que a empresa ainda convive com pressões financeiras que podem por em risco seus programas. E que os escândalos geram o risco de que a estatal enfrente dificuldades para obter financiamentos externos.
O senador ainda lembra que os preços do petróleo têm sofrido baixas, e que as previsões são de que as exportações brasileiras de energéticos sofram uma queda de 30,7% neste ano.
Além da CCJ, o projeto também será analisado pelas comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Serviços de Infraestrutura (CI).

CPI da Petrobras convoca Graça Foster para depor na quinta-feira


De acordo com a secretaria da comissão, a informação é que Faerman mora no exterior, mas seu endereço não foi localizado. "Convocamos a Graça Foster e vamos ver como vai ser", informou o presidente das comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PR), após reunião fechada com o relator, sub-relatores e líderes patidários.
A SBM é acusada de integrar o esquema da pagamento de propina a funcionários da Petrobras para obter contratos com a estatal. Em depoimento à CPI, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, primeiro a depor, disse que sua participação no esquema começou em 1997, recebendo propina da empresa holandesa.
O depoimento da ex-presidente da Petrobras já havia sido aprovada pela CPI, mas faltava definir a data. Caso Graça Foster, por algum motivo não compareça quinta-feira, a comissão tentará convocar o doleiro Alberto Youssef, considerado o principal delator da Operação Lava Jato. Hoje (24) à tarde, o colegiado volta a se reunir para deliberar sobre 442 requerimentos.

Arqueólogos dizem ter encontrado vestígios de refúgio nazista na Argentina

A lenda de um esconderijo nazista na selva de Misiones, na Argentina, se arrasta há décadas mas, agora, pesquisadores parecem estar prestes a confirmar a tese, mas com uma importante ressalva.
O que se sabe é que a tal casa era composta por três grandes prédios construídos em meio ao que agora é o parque Teyú Cuaré, perto da fronteira com o Paraguai.
Acreditava-se que as grossas paredes de pedra, de até 3 m de espessura, fossem vestígio de uma antiga missão jesuíta que foi reformada e chegou a acomodar o secretário pessoal de Adolf Hitler, Martin Bormann, que desapareceu após o fim da Segunda Guerra.
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Agora, pesquisadores da Universidade de Buenos Aires (UBA) disseram acreditar que estas paredes foram construídas por ordem da Alemanha para servir como refúgio para a hierarquia nazista no caso de uma eventual derrota na Segunda Guerra Mundial.
Entretanto, segundo Daniel Schavelzon, diretor do Centro de Pesquisa de Arqueologia Urbana (CAU) da UBA, a "Casa de Bormann" nunca alojou o secretário pessoal de Hitler, como dizia a lenda, e sequer chegou a ser habitada.
"A construção é, provavelmente, da década de 1940, ou seja, não há nada que seja jesuíta. E nunca foi usada: não há evidências de vida cotidiana, de vida doméstica", disse Schavelzon.
"Mas acreditamos - para nós é uma hipótese, não uma afirmação definitiva - que este pode ter sido um retiro nazista que nunca foi usado", disse ele à BBC Mundo.
Pratos de porcelana feitos na Alemanha, frascos e garrafas da década de 1940 são algumas pistas.
"Encontramos um conjunto de moedas do Terceiro Reich - alemãs, nazistas - colocadas sob o cimento da construção. Ou seja, foram colocadas antes de que as paredes fossem feitas", disse Schavelzon.

Área inacessível

Além disso, segundo o arqueólogo, as mesmas características do complexo, localizado numa área quase inacessível àquela época, também parecem confirmar que a sua finalidade era proteger e esconder.
"Não eram duas casas, como se pensava, mas três prédios bastante complexos: um deles é uma casa para poucas pessoas, outro é um depósito muito grande e complexo, e o terceiro, que está numa espécie de colina, é uma estrutura defensiva que não é para viver, mas para controlar todo o território".
"Há também alguns papéis, sobre os quais estamos trabalhando, que indicam que, já em 1941, o serviço secreto alemão já estaria preparando abrigos em locais secretos e inacessíveis", disse.
Em meados dos anos 1940, a floresta certamente se encaixava nessas características.
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Depois da derrota da Alemanha nazista, vários membros importantes do gabinete de Hitler se esconderam na Argentina.
Eles, no entanto, não precisariam se esconder nesta área remota da selva, a poucos minutos da fronteira com o Paraguai, já que eram bem recebidos pelo governo de Juan Domingo Perón.
Adolf Eichmann, por exemplo, oficial que supervisionou o Holocausto, viveu discretamente num subúrbio de Buenos Aires durante anos até ser capturado por agentes de Israel.

Sem ajuda

"Eles foram bem recebidos. Por isso, não teria sido necessário utilizar o esconderijo. É a única explicação que tenho", disse Schavelzon.
Ele reconhece que, para provar sua hipótese, precisará trabalhar bastante - e que a certeza absoluta é uma possibilidade distante.
"Agora temos de estudar objetos, devemos analisar mais de 2 mil peças, uma a uma", disse ele.
"E, idealmente, precisaríamos de duas ou três temporadas de escavações e mais pesquisa documentais - e não tenho ideia de quando voltaremos (a Misiones), porque não temos nenhum centavo de subsídio ou qualquer coisa para fazer este trabalho".
"A verdade, porém, é que não me importo se levar uma ou duas gerações para se chegar a uma conclusão", disse ele.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Governo detecta recrutamento de jovens brasileiros pelo Estado Islâmico

Os recrutados atuariam como "lobos solitários", terroristas anônimos que promovem ataques em diferentes países.
Setores de inteligência do governo federal teriam detectado tentativas de atração de jovens brasileiros pelo Estado Islâmico (EI), segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo. Os recrutados atuariam como "lobos solitários", pessoas que não integram listas internacionais de terroristas e possuem mobilidade para realizar atentatos isolados em diferentes países.
O jornal apurou que o Palácio do Planalto recebeu relatórios de órgãos diferentes alertando para o problema. Os órgãos de inteligência vêm trocando informações e a Casa Civil assumiu a coordenação das discussões internas sobre a questão das Olimpíada de 2016. Um dos objetivos dos relatórios é alertar a presidente Dilma sobre os riscos.
Apesar de o Brasil não ter histórico de terrorismo, as investigações apontam que o interesse do EI é estender o espectro de novos militantes, hoje está concentrado na Europa, para a América do Sul. Teriam sido identificados, pelo menos, 10 brasileiros convertidos atuando nas redes sociais.

Abu Bakr Al-Baghdadi, que se autointitula como líder da milícia
Foto: AFP
Conforme o Estadão, a Casa Civil confirmou, em nota, que a prevenção ao terrorismo foi tratada em reunião do grupo de trabalho de segurança pública em grandes eventos na semana passada. No entanto, o governo negou que o recrutamento de brasileiros pelo EI fez parte do encontro.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acredita que o Legislativo pode votar rapidamente uma legislação específica de combate ao terrorismo. Segundo ele, a iniciativa de propor uma lei específica cabe ao Executivo, mas "é possível que o Parlamento tenha propostas para isso".
O Congresso analisa propostas sobre o tema há 22 anos, mas os projetos não ganham prioridade porque há uma noção que o terrorismo é uma ameaça distante ao País.

Justiça brasileira aceita acusação contra 27 suspeitos no caso Petrobras

A Justiça Federal do Estado brasileiro do Paraná aceitou esta segunda-feira as acusações feitas pelo Ministério Público contra 27 suspeitos de crimes de corrupção, branqueamento de capitais e associação criminosa no caso da petrolífera Petrobras.
Entre os acusados estão o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT, de Dilma Rousseff), João Vaccari Neto, os ex-directores da Petrobras Renato Duque e Paulo Roberto Costa, o ex-gerente da empresa Pedro Barusco, e o 'doleiro' (que faz operações irregulares com a moeda norte-americana) Alberto Youssef.
Costa, Barusco e Yousseff fizeram um acordo com a Justiça de troca de informações por uma possível redução de pena. Os depoimentos dos suspeitos têm sido uma das fontes de nomes de novos suspeitos.
À imprensa brasileira, Vaccari Neto negou, em comunicado, o envolvimento com o suposto esquema de corrupção, citado pelo 'site' de notícias G1. Duque disse, em Novembro de 2014, não ter tido qualquer participação no caso. 
Entre os 27 acusados estão também executivos de empreiteiras. A denúncia engloba supostos desvios de recursos de quatro obras da Petrobras. 

Acidente entre vários veículos deixa 34 mortos e 70 feridos no Peru

Pelo menos 34 pessoas morreram e 70 ficaram feridas no centro-norte do Peru devido a uma batida entre dois ônibus que provocou um acidente envolvendo diversos veículos, disseram autoridades da região nesta segunda-feira (23).
Outro ônibus e um caminhão bateram nos dois primeiros ônibus envolvidos no acidente, disse o coordenador de resgate Oscar Gonzalez.
O acidente aconteceu na estrada Panamericana Norte, perto da cidade de Huarmey na costa do Pacífico.
"Investigações preliminares indicam que o motorista (do ônibus) que atravessou para a pista oposta provavelmente adormeceu", disse González.
Um grupo de senegaleses e evangélicos do Movimento Missionário Mundial estavam entre os envolvidos no acidente, de acordo com a mídia local.


Vaccari, Duque e mais 25 viram réus por formação de quadrilha e lavagem

Justiça Federal aceitou a denúncia do MP.


A Justiça Federal aceitou nesta segunda-feira a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, contra o ex-diretor de Serviços e Engenharia da Petrobras Renato Duque, e de outras 25 pessoas, sob a acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A partir de agora, os 27 denunciados passam à condição de réus.
A denúncia do MPF foi apresentada na última segunda-feira (16), no mesmo dia em que foi deflagrada a 10ª fase da Operação Lava-Jato, quando Renato Duque foi preso pela segunda vez, após ter sido flagrado transferindo da Suíça para o Principado de Mônaco quantias superiores a 20 milhões de euros.
O doleiro Alberto Youssef, apontado como o líder do esquema de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras, o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa e o engenheiro Pedro José Barusco Filho, que era gerente-executivo de Serviços e Engenharia, também foram denunciados.
Para os procuradores, João Vaccari Neto participou de reuniões com Renato Duque, nas quais eram acertados os valores que seriam transferidos ao PT por meio de doações legais. Segundo o MPF, foram feitas 24 doações de R$ 4,26 milhões.
Ao abrir a ação penal, o juiz Sérgio Moro informou que "há prova documental do repasse de parte da propina em doações eleitorais registradas ao Partido dos Trabalhadores, o que teria sido feito por solicitação de Duque e de Vaccari".
Segundo Moro, a comprovação de doações legais não encobre a origem ilícita de recursos. "A realização de doações eleitorais, ainda que registradas, com recursos provenientes de crime, configura, em tese, crime de lavagem de dinheiro. Além disso, se, como afirma o MPF, as doações foram acertadas como parte da propina dirigida a Diretoria de Serviços, há igualmente participação de João Vaccari no crime de corrupção passiva", ressaltou o juiz.
A defesa de Vaccari afirma que o tesoureiro não participou de nenhum esquema para arrecadação de propina para o partido. Os advogados acrescentam que as doações solicitadas por Vaccari foram legais e feitas de forma transparente.
Entre os denunciados, 15 são empreiteiros, cinco são operadores, quatro são ligados aos operadores, dois ex-diretores da Petrobras e um ex-gerente. A denúncia envolve desvios de recursos da Petrobras em quatro obras: Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), Refinaria de Paulínia (Replan), Gasoduto Pilar/Ipojuca e Gasoduto Urucu Coari. As empresas responsáveis por estas obras são OAS, Mendes Júnior e Setal.
Confira os 27 réus:
1) Adir Assad;
2) Agenor Franklin Magalhães Medeiros;
3) Alberto Elísio Vilaça Gomes;
4) Alberto Youssef;
5) Ângelo Alves Mendes;
6) Augusto Ribeiro de Mendonça Neto;
7) Dario Teixeira Alves Júnior;
8) Francisco Claudio Santos Perdigão;
9) João Vaccari Neto;
10) José Aldemário Pinheiro Filho (vulgo Léo Pinheiro);
11) José Américo Diniz;
12) José Humberto Cruvinel Resende;
13) Julio Gerin e Almeida Camargo;
14) Lucélio Roberto Von Lehsten Goes (Lucélio Roberto Matosinhos);
15) Luiz Ricardo Sampaio de Almeida;
16) Mario Frederico Mendonça Goes;
17) Marcus Vinicius Holanda Teixeira;
18) Mateus Coutinho de Sá Oliveira;
19) Paulo Roberto Costa;
20) Pedro José Barusco Filho;
21) Renato de Souza Duque;
22) Renato Vinicios; de Siqueira;
23) Rogério Cunha de Oliveira;
24) Sergio Cunha Mendes;
25) Sonia Mariza Branco;
26) Vicente Ribeiro de Carvalho;
27) Waldomiro de Oliveira.

Nova ofensiva da Lava Jato mira uso de partidos para lavar propina

Nova fase da operação que investiga desvios na Petrobras deve analisar a participação dos partidos políticos no esquema

Suíça bloqueia R$ 1,3 bilhão de contas de investigados na Lava JatoO Ministério Público planeja investigar, em inquérito separado, numa nova fase da Operação Lava Jato, o suposto uso dos partidos políticos da base do governo no planejamento do esquema de arrecadação de propinas na Petrobras entre 2004 e 2012.
A pista foi dada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nos despachos em que pede a abertura de inquéritos contra parlamentares ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os partidos visados pelas investigações são o PP, PT e PMDB.
“(...) cumpre registrar que foi também requerida a instauração de inquérito próprio, para apurar (...) o denominado núcleo político do esquema criminoso perpetrado junto à PETROBRAS. (...) Assim, o processo sistêmico de distribuição de recursos ilícitos a agentes políticos, notadamente com utilização de agremiações partidárias, no âmbito do esquema criminoso perpetrado junto à PETROBRAS, será objeto de investigação apartada”, escreve o procurador.
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Os despachos informando Zavascki estão relacionados a parlamentares com notória liderança junto aos principais partidos que dominaram o esquema montado para desviar recursos da Petrobras – 21 do PP, 7 do PMDB, 6 do PT. PSDB e PTB têm um parlamentar cada, mas são citados lateralmente no esquema.
Segundo os investigadores da Lava Jato, o esquema de corrupção na estatal foi organizado a partir do chamado núcleo político, formado por parlamentares que usavam os partidos para indicar os dirigentes da estatal comprometidos com os demais segmentos da organização.
Na sequência eram então organizados os núcleos econômico, representado pelas empresas cartelizadas; o administrativo, integrado por funcionários de alto escalão da Petrobras; e, finalmente, o financeiro, operado por personagens como o doleiro Alberto Youssef, responsável pela distribuição e lavagem da propina.
Janot descreve “a comunhão de esforços e interesses” entre empreiteiras e políticos, afirma que o esquema funcionou ao longo dos oito anos “de maneira periódica e ordinária”, mas também de forma “episódica e extraordinária” em épocas eleitorais, onde indica as suspeitas que podem pegar os partidos: “doações ‘oficiais’, devidamente declaradas, pelas construtoras ou empresas coligadas, diretamente para os políticos ou para o diretório nacional ou estadual do partido respectivo, as quais, em verdade, consistiam em propinas pagas e disfarçadas do seu real propósito”.
Organização complexa
O organograma do grupo montado pela força tarefa da Lava Jato tem como base os depoimentos prestados nos acordos de delação premiada por Youssef e pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, o homem que operou o esquema do início ao fim e conhecia por dentro os segredos do esquema que o MPF define como “organização criminosa complexa”.
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Os investigadores não chegariam aos políticos sem as revelações de Costa, que apontou nomes e explicou em detalhes a estrutura de corrupção implantada na estatal pelos partidos e pelo cartel de empreiteiras – um aprendizado que pode ser útil para esclarecer esquemas que podem ter funcionado em outras estatais federais.
O precursor, segundo Costa, foi o ex-deputado José Janene (PP-PR), falecido em 2010, que se apoderou da diretoria de Abastecimento da estatal um ano anos de vir à tona o escândalo do mensalão, do qual ele era, também, um dos mentores. Depois de indicar e bancar Costa, o PP abriu o esquema para a participação do PT e do PMDB, que passariam a controlar, respectivamente, a diretorias de Serviços e Internacional. Outros dois partidos citados, PTB e PSDB, pegaram apenas uma rebarba do esquema.
Acusado de receber R$ 1 milhão – cujo motivo e destino Costa ignora – e pedir outros R$ 2 milhões para a campanha da ex-governadora Roseana Sarney ao governo do Maranhão, em 2010, o senador e ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, é apontado como figura chave nos desvios da Petrobras.
Segundo Janot, a propina supostamente recebida por Lobão tem relação direta com o cargo que ocupava como ministro, com a condição de senador licenciado e pelo papel que exercia como um dos líderes do PMDB. Ele era responsável inclusive pela “manutenção de Paulo Roberto Costa como diretor de Abastecimento”. Mas não é só ele. Outros expoentes do partido, como os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL) e da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), também são alvos da investigação pelo suposto uso do partido.
O senador Lobão é apontado também por um executivo da empreiteira Camargo Corrêa, Dalton Avancini, como beneficiário de uma propina de R$ 10 milhões relacionado a construção da usina de Belo Monte, no Pará, e de obras da usina atômica Angra 3, no Rio de Janeiro.
Mãos Limpas
O desembargador aposentado Walter Fanganiello Maierovitch, especialista no assunto, diz que, caso sejam confirmados os indícios de ligação entre doações eleitorais e origem ilícita dos recursos, o país estará diante de uma das formas mais criativas de lavagem de dinheiro. Segundo ele, o MPF quer investigar a extensão dos crimes junto aos partidos, o que, se comprovado, pode provocar abalo no sistema eleitoral nunca visto na história republicana. No caso do mensalão, lembra, o delator Roberto Jefferson assumiu a culpa para livrar o partido, embora nunca tenha apontado o destino de parte do dinheiro desviado dos Correios.
“Há semelhança entre o que está sendo investigado no Brasil e o que houve na Itália com a Operação Mãos Limpas. Lá, quando se provou que o sistema político estava corrompido, para evitar uma decisão judicial, os partidos se extinguiram”, lembra o juiz. No Brasil, diz ele, pelos acordos de delação e de leniência, é provável é que os nomes e siglas pelos quais são conhecidos hoje partidos e empreiteiras sejam trocadas. Maierovitch acha que partidos podem aproveitar a reforma política em curso para se refundar.
O outro lado
Logo depois que a lista de Janot foi divulgada, o senador Edison Lobão se defendeu da tribuna do Senado, negando as acusações e garantindo que as investigações provarão que é inocente. Disse que seu nome foi incluído na lista e que não conhece o doleiro Youssef.
Ouvidos pelo iG por meio de suas assessorias, PP, PT e PMDB negam que os partidos tenham se envolvido com o recebimento de propina. O PP, que tem o maior número de parlamentares sob investigação, entre eles, o presidente do partido, o senador Ciro Nogueira (PI), afirma que “não compactua com atos ilícitos e está a disposição da justiça para auxiliar nas investigações. O partido confia na apuração da Justiça para que a verdade prevaleça nas investigações da Operação Lava Jato”.
O presidente do PMDB, o vice-presidente da República, Michel Temer, informou que o partido jamais autorizou ou permitiu qualquer intermediário usar o nome da legenda e que doações ao partido foram devidamente declaradas. O PT reiterou o que tem afirmado: o partido só recebe doações legais e declaradas.

Israel boicota sessão da ONU sobre ofensiva em Gaza

Irael absteve-se de participar hoje, em Genebra, numa sessão especial do Conselho de Segurança dos Direitos Humanos da ONU dedicada a analisar os abusos cometidos durante a ofensiva israelita contra a Faixa de Gaza em 2014, uma ausência que, segundo fontes do organismo, constitui um boicote.

Não vamos fazer comentários sobre o assunto», disse à AFP um porta-voz da delegação israelita na ONU. O representante norte-americano também se ausentou da sessão, mas o porta-voz da delegação explicou que o embaixador no organismo, Keith Harper, se encontra em Washington.
Israel negou-se a colaborar com a comissão da ONU que estuda o tema, e que começou a suas actividade pouco depois da ofensiva lançada por Israel no ano passado.
O conflito que se estendeu por 50 dias deixou 2.200 palestinianos mortos e mais de 10.000 feridos. Do lado israelita, registaram-se 70 mortos, na maioria soldados.

domingo, 22 de março de 2015

Relator da ONU sobre água defende tarifa em que “os mais ricos paguem mais"

Defensor da água como um direito humano, o pesquisador Léo Heller – relator especial das Nações Unidas (ONU) sobre água e esgotamento sanitário – é a favor do subsídio cruzado na cobrança da tarifa de água. “Que os mais ricos paguem mais e os mais pobres paguem menos, uma transferência interna no sistema de cobrança”, declarou à Agência Brasil.
Ele avalia que são temerárias as políticas que aumentem o custo da água para estimular a economia do recurso hídrico, pois isso pode levar a injustiças. A prática de aumentar o preço da água foi utilizada em países como a Dinamarca.  “É preciso ter muito cuidado com modelos de cobrança para que isso não implique um ônus desproporcional para as populações mais pobres”, avaliou.
De acordo com Heller, a maioria dos prestadores do serviço de água no Brasil adota um modelo tarifário que parte do pressuposto de que a população mais pobre gasta menos água. O valor do metro cúbico (m3) consumido, portanto, aumenta na medida em que o consumo mensal é maior. “Isso não é necessariamente verdade. Muitas vezes as populações mais pobres têm famílias mais numerosas, têm menos equipamentos domiciliares economizadores de água. Como resultante [desse modelo de cobrança], isso pode levar a consumos muito baixos, desconexões, sacrificando a saúde dessas pessoas”, apontou.
Parte do modelo tarifário da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp), por exemplo, tem gerado questionamentos em meio à crise hídrica, especialmente as tarifas aplicadas a pessoas jurídicas. Os Contratos de Demanda Firme buscam fidelizar grandes consumidores, como shoppings, hotéis e indústrias, por meio de descontos, ou seja, quem consome mais paga menos. Por esse modelo, de acordo com a tabela tarifária, quem consome de 500 a 1.000 m3 por mês paga R$ 11,67 por metro cúbico. Acima de 40 mil m3, o valor é R$ 7,72. Para clientes comuns, a tarifa industrial e comercial para a maior faixa de consumo (acima de 50 mil m3) é R$ 13,97, sendo maior que nos dois casos anteriores.
Com a escassez de água, clientes comuns tiveram que economizar para ter descontos. Enquanto isso, os 537 consumidores que firmaram esses contratos continuaram a pagar menos pelo metro cúbico.
Uma lista divulgada pelo jornal El País, conseguida por meio da Lei de Acesso à Informação, mostra o volume consumido e o valor pago por alguns deles. A Viscofan, que produz tripas de celulose para embutidos, é a campeã no consumo, com um gasto mensal de 60 mil m3. De acordo com o jornal, a empresa paga, com o desconto fornecido pela Sabesp, R$ 3,41 por m3. Esse montante equivale à média mensal de mais de 2,7 mil famílias, considerando um gasto médio de 22 m3, segundo dados da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon).
A reportagem da Agência Brasil tentou entrar em contato com a Viscofan para comentar os dados, mas não obteve retorno.
A Sabesp informou, por meio de nota, que visitou os clientes beneficiados pelos Contratos de Demanda Firme e pediu que eles economizassem. Para tanto, a companhia adotou duas medidas: a eliminação da exigência de consumo mínimo e a liberação do uso de fontes alternativas. Na prática, ao estipular um consumo mínimo, a empresa dispensava os clientes de adotaram medidas de economia, pois cobrava um valor cheio para um determinado volume de água a ser consumido. A empresa destacou ainda que, agora, esses consumidores têm direito ao bônus se reduzirem o consumo, mas estão sujeitos a multa se aumentarem o gasto de água.
De acordo com a companhia, os condomínios comerciais (edifícios de escritórios e shopping centers) reduziram o consumo em 15%. O comércio varejista, como supermercados, teve queda de 18% no gasto de água. No setor automotivo, o consumo dos clientes demanda firme caiu 64%.
Na última sexta-feira (20), a organização não governamental Greenpeace lançou uma campanha contra os descontos da Sabesp a grandes empresas.
O relator da ONU avalia que a crise hídrica no Sudeste decorre do descumprimento de dois princípios que fundam o direito humano à água. “Um deles é planejamento e o outro é [que o Estado deve] usar o máximo dos recursos disponíveis para garantir o acesso à água. Se esses dois princípios tivessem sido observados de forma contínua, sem interrupções, de forma planejada, a crise não estaria ocorrendo”, declarou.
Para ele, as obras anunciadas pelo governo paulista para o enfrentamento do desabastecimento de água, por exemplo, deveriam ter sido feitas com antecedência. “Não é plausível começar a pensar em soluções com a crise já instalada”, apontou.
O direito humano à água é baseado no princípio de que todos os seres humanos devem ter água suficiente, segura, aceitável, fisicamente acessível e a preços razoáveis para usos pessoais e domésticos.
O pesquisador explica que planejamentos adequados devem considerar as variações do volume de água nos recursos hídricos. “Um equilíbrio que leve em conta que não se deve consumir toda a água, que deve haver um excedente, que leve em conta a proteção da biodiversidade. Isso é elementar”, apontou.
Ele avalia que, embora este momento de seca não seja típico, ele poderia ter sido previsto. “Estávamos avisados que poderíamos sofrer escassez. Há correntes mais modernas de planejamento de água que falam de planos mais inteligentes, estratégicos, mais adaptativos. Essa situação que o Sudeste passa deve entrar com uma variável fundamental no planejamento futuro”, projetou.

Comissão da Verdade faz audiência para apurar crimes cometidos pelo Estado

Audiência discutiu crimes cometidos em maio de 2006, quando 493 civis e 59 agentes públicos foram mortos violentamente durante confrontos entre polícia e PCC

A Comissão da Verdade da Democracia de São Paulo realizou na tarde de hoje (21) a primeira audiência pública para discutir os crimes de maio de 2006 no estado, quando 493 civis e 59 agentes públicos foram mortos violentamente durante confrontos entre a polícia e membros da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Esta é a primeira comissão do país a investigar crimes cometidos pelo Estado na democracia.
“A audiência é um passo importante, mas não é um passo garantido. Ela só terá eficiência se nos debruçarmos severamente perante o Estado opressor e exterminador do povo pobre, preto e periférico”, disse Débora Maria da Silva, coordenadora do movimento Mães de Maio, um dos grupos que pediu a criação da comissão e que dá nome a ela.
A intenção, segundo ela, é apurar a verdade sobre os crimes de maio. “No Brasil, é corriqueiro não se contar a verdadeira história, tendo em vista que a ditadura nunca foi passada a limpo. A democracia continua exterminando pobres e negros periféricos e fazendo o desaparecimento forçado. Pretendemos esclarecer os crimes de maio que não foram esclarecidos e os crimes de maio continuados. As vidas de nossos filhos foram tiradas e não temos resposta para isso. O país tem o dever de nos dar uma resposta”, ressaltou Débora, que perdeu um filho durante os crimes de maio.
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Para José Filho, pesquisador da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, a consequência dos crimes de maio de 2006 foram outras chacinas, entre elas a de junho de 2012, que provocou a morte de 106 policias e outros 306 civis no estado. “A impunidade e a falta de reconhecimento do Poder Público é o que tem gerado a trajetória dos crimes de maio até hoje”, informou.
A audiência foi acompanhada pela presidenta da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Eugenia Gonzaga. O número de pessoas desaparecidas nessa época não é conhecido.
“É relevante a criação da comissão, porque demonstra que há continuidade nas graves lesões praticadas pelas forças de segurança. Os equipamentos de segurança pública continuam adotando o mesmo método de fazer desaparecer pessoas que não lhe interessam”, disse Eugenia.
Segundo ela, a prática continua ocorrendo no país por causa da impunidade. “O Brasil já deveria ter votado uma lei sobre desaparecimento forçado. Até hoje trabalhamos nos casos de crimes da ditadura, com convenções internacionais cuja aceitação é muito difícil por parte do Judiciário brasileiro. Há uma resistência muito grande por parte do Congresso e demais setores em se tratar da questão de desaparecimento.”
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Para Eugênia, a criação da comissão deve impulsionar a criação de outras comissões estaduais e setoriais no país, a exemplo do que ocorreu com a Comissão Nacional da Verdade. “Essas práticas disseminadas de desaparecimento não acontecem apenas em um lugar e não é possível que uma comissão só dê conta de atingir as peculiaridades de cada local”, acrescentou.
A comissão foi instalada no dia 20 de fevereiro, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), com o objetivo de apurar violações cometidas pelo Estado brasileiro após a ditadura militar. A comissão foi criada no interior da Comissão de Direitos Humanos da Alesp e terá apoios técnicos da Comissão de Anistia, que contratou dois consultores para realizar as pesquisas, e da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
A intenção é ouvir parentes de mortos e de vítimas de desaparecimentos forçados ocorridos em maio de 2006, além de policiais acusados pelos crimes. Um dos primeiros a prestar depoimento hoje foi João Inocencio Correia de Freitas, que teve o filho, Mateus Andrade de Freitas, assassinado no dia 17 de maio em Santos (SP).
Mateus, que não tinha passagem pela polícia e nenhum envolvimento com crime, foi à escola nesse dia com um amigo, mas nenhum deles sabia que a escola estava sob toque de recolher. Ambos foram mortos por pessoas encapuzadas quando voltavam da escola. O laudo revela que Mateus morreu por dívida envolvendo drogas.
“Como alguém cobraria uma dívida de droga se meu filho deveria estar na escola naquela hora? Se eles credores matam a pessoa que deve, cobram a dívida depois dos pais. Mas não ocorreu nada disso. A polícia não investigou", afirmou Freitas durante o depoimento.
“Meu filho tinha prova e resolveu ir para a escola. Ele morreu entre 20h30 e 21h, hora em que deveria estar na aula. Ele e o amigo foram mortos na rua de sua casa. Passou um grupo de extermínio, que matou os dois. Escutamos os tiros. Corri e vi o amigo do meu filho morto."
Conforme a comissão, as investigações sobre execuções e desaparecimentos neste período foram quase todas arquivadas sem os devidos esclarecimentos e responsabilizações. Até hoje, segundo Débora, apenas um policial foi condenado. Em julho do ano passado, o policial militar Alexandre André Pereira da Silva foi condenado pela morte de três jovens em 2006.
Silva foi condenado, por homicídio qualificado, a 36 anos de prisão, em regime fechado e perda de cargo público pelas mortes de Murilo de Moraes Ferreira, Felipe Vasti Santos de Oliveira e Marcelo Heyd Meres. Os três jovens estavam conversando em uma esquina do Jardim Brasil, na zona norte da capital paulista, quando homens em motocicletas passaram atirando. O réu poderá recorrer da decisão em liberdade.
De acordo com o defensor público Pedro Gilberti, que examinou 39 laudos do Instituto Médico Legal (IML) com a inscrição “resistência seguida de morte”, “ficou evidente que, pela característica dos tiros, houve execução”.
“Em todos esses casos, as situações eram iguais: disparos de cima para baixo, concentrados em regiões letais do corpo tal como cabeça e abdômen. Os locais dos homicídios foram todos desfeitos. Percebemos que não haviam testemunhas. Embora eu provasse a materialidade do homicídio, não conseguia comprovar a autoria”, acrescemntou.
Para o ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Julio Cesar Fernandes Neto, mortes em confrontos com a polícia continuam existindo até hoje em São Paulo. Somente no início deste ano, entre janeiro e ontem, ocorreram 154 mortes em confrontos. “É uma situação de estarrecer qualquer cidadão de bom senso.”