domingo, 31 de maio de 2015

Morre filho do vice-presidente dos Estados Unidos

Beau Biden tinha 46 anos e lutava contra um tumor no cérebro.

Morreu no último sábado (30) Beau Biden, filho mais velho do vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Ex-procurador de Delaware, ele tinha 46 anos e lutava contra um tumor no cérebro.
"Não existem palavras para dizer o quanto toda a família está entristecida. Ele dedicou sua vida a servir os outros", disse o vice-mandatário em uma nota oficial. No comunicado, Biden também lembrou o trabalho militar do seu filho nos conflitos em Kosovo e Iraque.  
Beau era casado, tinha dois filhos e planejava disputar o governo de Delaware no ano que vem. "Michelle e eu estamos de luto nesta noite. Beau era nosso amigo. Como seu pai, foi um homem totalmente devotado à família", escreveu o presidente Barack Obama.

sábado, 30 de maio de 2015

Marcha das Vadias em São Paulo pede legalização do aborto

Centenas de mulheres participaram hoje (30) da 5ª Marcha das Vadias em São Paulo, reivindicando principalmente a legalização do aborto e o fim do encarceramento feminino. Segundo as manifestantes, é preciso ampliar o debate sobre ser ou não favorável ao aborto, entendendo que a criminalização não impede que as pessoas continuem abortando o que implica no comprometimento da saúde da mulher.
"A Marcha das Vadias luta basicamente contra a criminalização e culpabilização das mulheres pela violência que elas sofrem, em especial, a sexual. Este ano, especificamente, resolvemos pautar a questão da legalização do aborto porque temos um congresso extremamente conservador e que já expressou que isso não vai entrar na pauta. Estamos aqui para dizer que vai", disse a psicóloga Isabel Bernardes, integrante do movimento, em entrevista à Agência Brasil.
Segundo ela, cada mulher tem o direito de decidir sobre fazer ou não um aborto. "E mais do que isso. É necessário uma real política de efetividade dos direitos sexuais e reprodutivos para que o aborto fosse, de fato, a última opção e não um remédio duro de tomar"
Isabel Bernardes entende que legalizar o aborto não é obrigar as mulheres a fazer aborto. “Ninguém vai ser obrigado a fazer o aborto porque está legalizado. Deve-se deixar as pessoas que não querem, não podem ou não acreditam nesse projeto de vida, dar à luz decidir não seguir adiante com uma gravidez. Legalizar o aborto é dar oportunidade para quem não pode pagar  fazer, porque quem pode pagar faz, mas sem risco de morrer", destacou a psicóloga.
Uma das manifestantes, de 31 anos de idade, que chamamaos de Joana para preservar a sua identidade, disse à reportagem ter feito dois abortos. O primeiro, quando tinha 23 anos. Para isso, segundo ela, mesmo sabendo dos riscos, comprou por iniciativa própria um medicamento abortivo que custa em torno de R$ 100  ou R$ 200 cada comprimido.
"Utilizei a medicação na minha casa e segui as instruções de cartilhas que encontrei na internet. Usei, aguardei um tempo para fazer efeito, e tive hemorragia. Nas duas vezes eu estava entre sete ou oito semanas de gravidez. E eu sabia que teria que procurar um hospital depois. Mas eu sabia disso porque eu tive acesso à informação. Nas duas vezes passei por curetagem no hospital".
Joana disse ainda que, no hospital, não falou ao médico sobre ter provocado o aborto por temer consequências. "Não falei nada. Nem que estava grávida. Contei que tinha sofrido uma hemorragia e que estava com dor".
"É urgente no Brasil legalizar o aborto. As mulheres morrem porque elas não têm acesso à informação, praticam o aborto de forma absolutamente sem informação. Muitas mulheres morrem porque tomam o remédio e depois não procuram o hospital para fazer a curetagem. Outras fazem de forma pior, perfurando o útero com agulha de tricô. Ou tomam drogas das quais não sabem a origem, risco que eu também corri”, destacou. Para a manifestante, o ideal é que toda mulher pudesse fazer o aborto pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
"As mulheres pobres correm muitos riscos. Quem tem R$ 4 mil ou R$ 5 mil vai para Moema bairro de classe média alta de São Paulo e faz da forma mais segura e limpa possível. E sai de lá tranquila. Quem não tem ou vai parar em uma clínica sem nenhuma estrutura ou vai parar na mão de uma curiosa ou vai tentar fazer como eu fiz, em casa e sozinha, correndo muitos riscos porque eu tenho a absoluta convicção de que a maioria das mulheres não tem acesso a essa informação que eu tive na internet", disse Joana.
Depois da concentração no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) onde confeccionaram cartazes e entoaram cânticos sobre o aborto,  entre eles, um que fazia referência ao Uruguai, com o seguinte refrão: “O Uruguai já legalizou, Brasil, a sua hora chegou”, as manifestantes seguiram em caminhada pela Avenida Paulista e Rua Augusta, com destino à Praça Roosevelt, no centro da cidade. Lá, ao encerrar o ato, elas sentaram em círculo e cada uma deu um depoimento sobre o aborto.
As manifestantes estimaram que o ato reuniu cerca 2 mil pessoas. A Polícia Militar calculou em torno de 100 pessoas.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Corrupção na Fifa e morte no Catar

O Jornal do Brasil vai publicar, nesta sexta-feira, graves denúncias sobre as mortes que ocorrem nos canteiros de obras do Catar, que se prepara para a Copa do Mundo 2022. A reportagem do JB ouviu Sharan Burrow, diretor da International Trade Union Confederation, uma respeitável Organização Não Governamental de Direitos Humanos.
Nesta sexta-feira, mesmo com, todas as denúncias de corrupção que pesam contra a Fifa, Joseph Blatter ignorou completamente esses fatos graves e foi reeleito presidente da entidade. O seu único adversário, o príncipe jordaniano Ali Hussein, desistiu da candidatura antes da realização do segundo turno da eleição. No primeiro turno, Blatter teve 133 votos contra 73 de Hussein. O total de votos válidos foi de 206. Quando a votação se encaminhava para o segundo turno, Ali Hussein desistiu.
No seu discurso da vitória, Joseph Blatter ignorou completamente as denúncias de corrupção na entidade e as recentes prisões de dirigentes. Ele cumprimentou e agradeceu "a sua alteza real, o príncipe Ali Hussein", que obteve um bom resultado no primeiro turno e poderia seguir em frente.
"Agradeço por me aceitarem pelos próximos quatro anos... Não vou desafiar vocês, mas temos de resolver problemas de organização dentro da Fifa. Precisamos de maior representatividade das federações, precisamos de mulheres, precisamos que as vozes repercutam na entidade", afirmou Blatter.
"Eu assumo a responsabilidade por trazer a Fifa de volta. Estou convencido de que faremos isso. Sou um homem persistente", acrescentou. "Prometo a vocês: no fim do meu mandato darei a Fifa ao meu sucessor em uma posição muito forte".
"Disse a vocês: gosto de vocês, gosto do meu trabalho, gosto de estar aqui. Não sou perfeito, ninguém é perfeito. Então, agradeço a todos. Vamos Fifa, vamos Fifa", concluiu.
Nesta quinta-feira, Blatte afirmou que os casos de corrupção no futebol são realizados por uma "minoria". O mandatário ainda se eximiu da culpa e disse querer recuperar a confiança no futebol. Ao declarar que a corrupção é feita por "minoria", Blatter se sente a minoria.
Não custa lembrar que Joseph Blatter, há 30 anos, era um funcionário praticamente insignificante na Fifa, e hoje ostenta uma fortuna sobre a qual pairam muitas suspeitas.
Sua trajetória jamais o levaria à presidência se escândalos não tivessem afastado João Havelange e Ricardo Teixeira. Havelange queria que Teixeira o sucedesse, mas o desfecho acabou sendo outro. O curioso é que todas as denúncias de corrupção feitas remetem a uma época em que Blatter já ocupava cargo de destaque na Fifa. Contudo, ele diz que nada sabia e que nada fez, como lembrou o artigo do Jornal do Brasil publicado em janeiro do ano passado.
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"Eu não posso monitorar o trabalho de todos, mas não vou permitir que alguns destruam o trabalho de outros. Agora temos que recuperar a confiança através de ações que tomaremos. Vamos fazer disso um ponto de virada", declarou ontem o presidente da Fifa.
Classificando a situação de "vergonhosa e humilhante", o suíço destacou que "os próximos meses não serão fáceis para a Fifa" porque outras "más notícias irão chegar".
Blatter ainda pediu que as pessoas "façam uma análise" porque a maioria daqueles que trabalham com o esporte fazem isso. Segundo ele, "as pessoas fazem isso não por ganância ou para explorar, mas por amor ao esporte, para conseguir mudanças positivas, pela paz".
>> 'El País': Denúncias de 100 milhões de dólares em subornos pela Copa América
>> Maioria de europeus votará em opositor de Blatter
>> 'Le Monde': FIFA tem cultura da corrupção, diz ex-assessor de Blatter
Em dezembro do ano passado, quando A Fifa ignorou o relatório produzido pelo comitê de ética da entidade sobre compra de votos para as sedes das Copas de 2018 e 2022, Blatter foi questionado se ainda possuía condições para seguir no cargo, mesmo após tantos escândalos consecutivos. Impassível, Blatter disse que pede forças a Deus para manter a credibilidade da Fifa.
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quinta-feira, 28 de maio de 2015

Centenas de cadáveres são achados em valas de Tikrit, no Iraque

Governo acredita que são corpos de militares iraquianos.

Um grupo de especialistas forenses retirou quase 500 corpos de valas comuns encontradas em Tikrit, no Iraque, informaram fontes oficiais nesta quinta-feira (28). O governo local acredita que os cadáveres sejam de militares iraquianos mortos no "massacre de Speicher", em junho do ano passado, quando os terroristas do grupo Estado Islâmico (EI, ex-Isis) ainda dominavam a cidade-natal de Saddam Hussein.
    Os números de corpos retirados do local variam. Enquanto a mídia árabe informa que seriam 470 pessoas, a "CNN" diz que foram 499.
    Agora, os restos mortais serão encaminhados para os procedimentos de autópsia na capital do país, Bagdá. A Cruz Vermelha está auxiliando no processo de exumação e autópsia e uma lista com os nomes dos militares deve ser divulgada na próxima semana, quando eles começarão a ser devolvidos para suas famílias.
    Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU) e de ONGs que atuam na região, estimam-se que 1,7 mil soldados iraquianos foram executados pelos extremistas islâmicos. (ANSA)

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Entenda o escândalo de corrupção na Fifa

Sete dirigentes da Fifa foram presos na Suíça na manhã desta quarta-feira após serem acusados por suspeitas de corrupção envolvendo um montante de até US$ 150 milhões.
Horas depois, autoridades suíças anunciaram que fariam sua própria investigação sobre o processo de escolha dos países-sede das Copas de 2018 (Catar) e 2022 (Rússia). A polícia suíça entrou na sede da Fifa, em Zurique, e apreendeu provas eletrônicas.
Leia mais: José Maria Marin está entre dirigentes da Fifa presos na Suíça

Por que isso é importante?

A Fifa é o órgão responsável pelo futebol mundial. Nos últimos anos, sofreu acusações de corrupção, particularmente no processo de escolha da sede do Mundial de 2022 - o vencedor foi o Catar.
Em dezembro de 2014, a Fifa decidiu não divulgar sua própria investigação de corrupção - que, segundo a entidade, disse que o processo de escolha foi isento. O autor do relatório, o americano Michael Garcia, renunciou ao cargo.
A Copa do Mundo gera bilhões de dólares em receita. As prisões e a investigação lançam dúvida sobre a transparência e honestidade do processo de escolha nos últimos torneios.

Como o Brasil aparece na investigação?

Três brasileiros estão implicados no esquema de corrupção, de acordo com o departamento de Justiça dos EUA.
Um dele é o ex-presidente da CBF José Maria Marin - a nota do Departamento de Justiça não detalha as suspeitas contra ele.
A Justiça americana diz que José Hawilla, dono da Traffic Group, maior agência de marketing esportivo da América Latina, confessou os crimes. A Traffic é dona de direitos de transmissão, patrocínio e promoção de eventos esportivos e jogadores, além de empresas de comunicação no Brasil.
Leia mais: 'Dono do futebol brasileiro', réu confesso J. Hawilla terá de devolver US$ 151 mi
O terceiro brasileiro investigado pelo FBI é José Lazaro Margulies, proprietário das empresas Valente Corp. e Somerton Ltd., ambas ligadas a transmissões esportivas.
A nota divulgada pela justiça norte-americana afirma ainda que investiga suposto pagamento e recebimento de suborno em um patrocínio "da CBF para uma grande empresa de roupas esportivas dos EUA".
A Justiça americana também cita a Copa do Brasil, organizada pela CBF, como uma das competições em que poderia ter havido corrupção na negociação de direitos de transmissão e marketing.
A Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil, não é citada especificamente no documento.

Como funcionaria o esquema?

A denúncia afirma que, de 1991 até o momento, autoridades da Fifa se envolveram em vários crimes, incluindo fraude, subornos e lavagem de dinheiro. A Justiça afirma que duas gerações de dirigentes usaram suas posições para fazer parcerias com executivos de marketing esportivo que impediam outros de ter acesso a contratos e mantinham os negócios para eles por meio do pagamento de propinas.
A maior parte dos esquemas, de acordo com o departamento de Justiça, envolve recebimento de propina de executivos de marketing para comercialização de direitos de mídia e marketing de diversas competições esportivas - entre eles Copa América, Libertadores e Copa do Brasil.

Quem são os acusados?

Foram presas figuras-chave do futebol na América Latina, América do Norte e Caribe.
Além dos brasileiros implicados, foi preso o presidente da Concacaf, Jeffrey Webb, visto com um provável sucessor do presidente da entidade, Joseph Blatter.
Uma outra figura-chave é Charles "Chuck" Blazer, ex-representante da Fifa nos EUA, que aparentemente se tornou informante do FBI. Ele confessou ser culpado e já devolveu US$ 1,9 milhão.

Blatter foi preso?

Não. O presidente da Fifa - e homem mais poderoso do futebol mundial - não está entre os citados nos indiciamentos dos Estados Unidos. Mas a justiça americana afirma que os envolvidos estavam a serviço da Fifa - da qual ele é presidente. Até agora, ele não se pronunciou. Blatter tem grandes chances de ser reeleito à Presidência da entidade na sexta-feira.
Recentemente, ele foi forçado a negar rumores de que estaria evitando viajar para os EUA porque temia ser preso.

Por que eles foram presos?

O FBI está investigando a Fifa há três anos. As investigações tiveram início por causa do processo de escolha dos países sedes das copas de 2018 e 2022 (Rússia e Catar), mas foi expandida para analisar os acordos da Fifa nos últimos 20 anos.
A acusação do Departamento de Justiça dos EUA diz que a corrupção era planejada nos EUA, mesmo quando era efetuada em outros locais. O uso de bancos americanos para transferir dinheiro é uma peça-chave da investigação.

Por que a Suíça?

É a sede da Fifa - o registro da entidade como instituição de caridade faz com que pague impostos reduzidos.
A Suíça é conhecida como um país onde empresas pouco transparentes são bem-vindas, principalmente em relação a impostos. Mas seu acordo de extradição com os EUA é claro: pessoas envolvidas em crimes podem ser enviadas aos EUA.
Aparentemente, autoridades americanas aproveitaram o que o congresso anual da Fifa fez com que todos se reunissem em um país que não colocaria obstáculos à extradição.
Os suíços também parecem estar indo atrás da Fifa, com três investigações em curso - incluindo uma anunciada horas após as prisões, sobre a escolha das cidades-sede das próximas Copas.

Quanto dinheiro está envolvido?

Muito, supostamente.
A denúncia dos EUA alega a corrupção envolveu US$ 150 milhões, e isso não inclui outras transações pelo mundo. Um relatório anterior sobre corrupção no Caribe, que vazou, afirma que propinas de US$ 40 mil foram pagas a autoridades em envelopes cheios de dinheiro.
Quase toda a renda da Fifa vem da Copa do Mundo, o evento esportivo mais lucrativo do mundo - superando as Olimpíadas. A Copa do ano passado custou ao Brasil cerca de US$ 4 bilhões, e a Fifa lucrou mais de US$ 2 bilhões.
O custo das duas próximas Copas deve ser superior: a Copa do Catar deve custar mais que US$ 6 bilhões.
Só concorrer a sediar a Copa já tem um custo enorme: a federação inglesa gastou 21 milhões de libras para concorrer à Copa de 2018.

As Copas da Rússia e do Catar serão feitas em outros países?

Isso é improvável, mas não impossível.
A denúncia dos EUA aborda casos de corrupção no passado - a Copa de 2010 na África do Sul, por exemplo, é mencionada - mas não futuros. As investigações da Suíça devem ser mais frutíferas em relação a isso, mas seria preciso ter provas contundentes para fazer a eleição outra vez.
Mudar a Copa da Rússia seria difícil. Poucos países têm estádios, infraestrutura e dinheiro para sediar o evento em um prazo tão curto. A melhor opção seria a Alemanha, que sediou a Copa de 2006.
O Catar é bem mais vulnerável e foi inundado com denúncias e alegações de corrupção desde que foi escolhido como sede. Mas, mesmo depois de ter visto vários escândalos de corrupção, uma mudança inédita de um torneio de verão para inverno e um escândalo sobre mortes de trabalhadores migrantes, há chances de que eles ainda sediem a competição de futebol mais importante do mundo.
Mas, segundo o procurador americano Kelly T. Currie, a investigação não vai parar por aí.
"Após décadas, segundo a denúncia, de corrupção descarada, o futebol internacional organizado precisa de um novo começo - uma nova chance para suas instituições fazerem uma vigilância honesta e apoiarem um esporte amado pelo mundo. Deixe-me ser claro: essa denúncia não é o último capítulo da nossa investigação", afirmou.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Câmara debate reforma política nesta terça, com novo relator

Comissão é cancelada e líderes partidários decidiram votar proposta diretamente no plenário.

Os líderes partidários decidiram nesta segunda-feira (25) que a reforma política será discutida por temas em Plenário e terá um novo relator, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). O texto do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), relator da comissão especial destinada a analisar o tema, não foi votado pela comissão, que teve a reunião desta segunda-feira cancelada.
O Plenário se reúne nesta terça-feira (26), em sessão extraordinária, a partir das 12 horas.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, disse que a decisão de não votar a reforma política na comissão especial não foi tomada por ele, mas pelos líderes partidários. “A comissão especial tem uma representatividade que não expressa a proporcionalidade do Plenário, e o objetivo é que tudo seja votado”, disse.
A proposta teve o aval da maioria dos líderes partidários, de acordo com o líder da Minoria, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE). “Há a compreensão majoritária de que, regimentalmente, a não votação na comissão permite mais acordos ao longo do Plenário. Permite alguma chance de pontos negociados artigo a artigo. A votação na comissão levaria a outro tipo de procedimento que deixaria poucas alternativas de negociação no Plenário”, explicou.
A decisão foi criticada pelo líder do Psol, deputado Chico Alencar (RJ), para quem a comissão foi “assassinada”. “Jamais vimos uma comissão especial não concluir os seus trabalhos querendo discutir, querendo votar o relatório do Marcelo Castro. Essa votação final era uma obrigação regimental.”
O deputado Henrique Fontana (PT-RS) acusou o presidente da Câmara de “golpe”. “Foi uma ação autoritária do presidente da Câmara que, de forma imperial, decidiu cancelar os trabalhos da comissão e usar a mão de ferro para impor a vontade dele”, disse Fontana.
Eduardo Cunha respondeu às críticas acusando Fontana de inviabilizar a reforma em legislaturas anteriores. “Ditatorial é colocar um único modelo, como Henrique Fontana foi relator no passado da reforma política e ditatorialmente colocou apenas aquilo que ele entendia que era a reforma. Jamais permitiu que outros modelos fossem votados. A razão pela qual a reforma política não saiu na legislatura passada foi única e exclusivamente culpa de Henrique Fontana", rebateu Eduardo Cunha. Fontana nega ser o responsável pelo fracasso de tentativas anteriores.
Temas em votação
De acordo com a reunião de líderes, o projeto da reforma política será votado por grupo de artigos, em que a primeira opção que tiver o voto favorável de 308 deputados prevalecerá, de acordo com os seguintes temas:
1. Sistema eleitoral para eleição de deputados: proporcional com lista; distrital misto; distritão; e distritão misto.
2. Financiamento de campanhas: público e privado extensivo a pessoa jurídica; público e privado restrito a pessoa física; e público.
3. Fim ou não da reeleição;
4. Tempo de mandato de cargos eletivos;
5. Coincidência de mandatos: 2 anos para o próximo ano; 6 anos para o próximo ano; 2 anos para 2020;
6. Cota para as mulheres;
7. Fim das coligações;
8. Cláusula de barreira;
9. Outros temas independentes: voto obrigatório e data da posse presidencial.
Ainda não está claro se outros temas que sejam objeto de outras propostas de emenda à Constituição que foram analisadas pela comissão especial e tramitam em conjunto poderão ser discutidos por meio de destaques. Há deputados que admitem essa possibilidade, enquanto outros dizem que apenas os temas da lista serão analisados pelo Plenário.
Obstrução
Também não há acordo sobre se prevalecerá a proposta dos líderes de não obstrução. O líder da Minoria, Bruno Araújo, disse que dificilmente será uma votação tranquila. “Houve o acordo de não haver obstrução velada, mas é óbvio que, pelo tensionamento do debate, haverá votações em que os partidos irão usar instrumentos como destaques para tentar detalhar ao máximo a matéria. Parece pouco provável que, na prática, não haja um processo de votação lenta”, disse.
Henrique Fontana disse que vai usar o Regimento Interno para impedir a aprovação de temas como o financiamento de empresas e o distritão – sistema que acaba com o voto proporcional e torna eleitos os candidatos a deputado e vereador mais votados. “Dependendo do relatório, vamos apresentar destaques supressivos para retirar empresas do financiamento, vamos usar todo o tempo de debate”, explicou.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Levy nega divergência com Nelson Barbosa sobre cortes no Orçamento

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta segunda-feira (25) que faltou ao anúncio do contingenciamento do Orçamento de 2015, na última sexta-feira (22), porque estava gripado e negou que sua ausência esteja relacionada a eventuais divergências com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, sobre o valor dos cortes.
“Não houve nenhuma divergência, realmente estava gripado. Houve um certo alvoroço em torno dessa história, expliquei o que estava acontecendo. É dado o direito de todo mundo se alvoroçar”, disse Levy, tossindo ao microfone em entrevista após a reunião de coordenação política, no Palácio do Planalto.
Levy também negou qualquer intenção de deixar o governo. “Não pensei em nada de sair do governo”, respondeu.
Barbosa não participou da reunião de coordenação política nesta segunda-feira porque tinha um compromisso com investidores no Ministério do Planejamento. “Ele não pegou essa gripe do Levy”, brincou o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que também participou da entrevista.
O ministro da Fazenda disse que “foi adequado” o contingenciamento (retenção de gastos) de R$ 69,9 bilhões aprovado pelo governo. Levy ressaltou que o contingenciamento “é apenas uma parte das políticas que estão sendo postas em prática”. Segundo ele, outras políticas também são relevantes e podem atingir – de forma eficaz – a economia. Citou, como exemplo, a aprovação de novas concessões.
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“O contingenciamento é uma parte das políticas postas em prática. É uma parte importante e outras são mais estruturais e tem que ver com o realinhamento de preços, com atividades de concessões e vamos ver como a gente reorganiza o financiamento de longo prazo, agora que acabou o dinheiro, pois antes havia aquele modelo mais baseado em recursos públicos”, disse.
Para ele, outros tópicos observados do programa de governo são a competitividade e a produtividade. De acordo com Levy, o Brasil tem de fazer um ajuste estrutural já que mudaram as condições da economia brasileira, especialmente os preços das commodities produtos básicos de exportação, “e ver o que é importante para Brasil no futuro”.
“A gente viu como as indústrias no Brasil, nos últimos anos, apesar de o governo ter dado muitos incentivos fiscais, não registraram desempenho muito forte. Essas são as coisas importantes, que a gente tem que estar olhando. São questões estruturais, são questões como a gente pode fazer para a economia ter mais vitalidade. E não necessariamente só colocado mais dinheiro público”, enfatizou.

domingo, 24 de maio de 2015

Malásia acha valas comuns em campos clandestinos

As autoridades da Malásia anunciaram a descoberta de valas comuns em pelo menos 17 acampamentos clandestinos abandonados na fronteira com a Tailândia. Os locais seriam usados por traficantes de pessoas na Tailândia para manter muçulmanos de etnia rohingya que fogem de Myanmar.
O ministro do Interior da Malásia, Zahid Hamidi, disse que a polícia está tentando identificar e investigar as valas. "Acreditamos que seja parte da atividade dos traficantes de seres humanos", comentou, ressaltando que não há número oficial de corpos encontrados.
Mais de 3,6 mil muçulmanos rohingyas chegaram à Indonésia, Malásia e Tailândia desde 10 de maio. Milhares estariam em barcos em alto mar, impedidos de chegarem à terra firme.
Os rohingyas são originários de Myanmar, mas considerados imigrantes ilegais em seu próprio país.

sábado, 23 de maio de 2015

Brasil precisa definir políticas de acolhimento para haitianos, diz especialista

O Brasil ainda não atentou para a necessidade de estabelecer políticas de acolhimento e políticas multiculturais fim de atender à demanda de haitianos que chegam ao país, disse hoje (22) o historiador Miguel Borba de Sá, integrante da Rede Jubileu Sul, ao falar sobre a imigração haitiana, no  Seminário Nacional sobre o Haiti, em São Paulo.
Segundo ele, há uma relação da chegada dos haitianos ao país com a Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah), ocorrida desde 2004. “Não há uma percepção de que esse grande influxo de imigrantes haitianos tem a ver com a própria ocupação militar do Brasil [no Haiti]”, disse.
“O Brasil vai ao Haiti, dá demonstrações de riqueza e poder, com armas e com sua seleção brasileira, e depois não espera isso de volta. Não espera que quem está lá com uma vida totalmente impossibilitada de ter uma vida digna, olhe para o Brasil como um espaço de esperança?”, completou.
Mas, segundo o historiador, ao chegar ao Brasil os imigrantes percebem que existem dificuldades a ser enfrentadas e descobram que a sociedade brasileira também é muito desigual. De acordo com Miguel Borba, os imigrantes haitianos chegam com ensino superior, falando dois ou três idiomas, e acabam subempregados na construção civil, na indústria têxtil ou no mercado informal, submetidos à falta de direitos e muitas vezes em condições análogas à escravidão.
Leonildo Rosas, porta-voz do governo do Acre, ao abordar o problema que a imigração ilegal vem causando ao estado, destacou que, só de terça-feira (19) para quarta-feira (20) desta semana, chegaram ao Acre mais 220 imigrantes, a maioria formada por haitianos. Segundo ele, a suspensão do deslocamento dos estrangeiros para São Paulo – decidido com o governo paulista e o Ministério da Justiça – vai fazer com que o problema continue concentrado no estado acriano.
Tailaine Costa, que trabalha no Centro Referência em Direitos Humanos da Cáritas, no Paraná, informou que a entidade “recebeu ontem (21) a notícia de que estão indo do Acre para Curitiba quatro ônibus com imigrantes, a maioria de haitianos”.
A Cáritas do Paraná atua em parceria com o Ministério Público do Trabalho no combate ao trabalho escravo, que atinge principalmente imigrantes haitianos e refugiados sírios, segundo Tailaine. “Formamos um grupo que sai à procura de trabalhos análogos à escravidão. Isso é muito comum”, disse. De acordo com ela, A dificuldade não é só em coibir os empregadores, é difícil também que o imigrante identifique que está sendo vítima de trabalho escravo.
“Os casos que chegam são extremos. É importante identificar durante o processo que os trabalhadores têm direitos e que esses estão sendo violados. Estamos trabalhando para que eles próprios identifiquem qual é a sua situação, porque, quando eles identificam, já é uma violação muito grande”.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Divulgadas mensagens controversas do correio eletrónico de Hillary Clinton

Foram divulgadas, esta sexta-feira, algumas mensagens de correio eletrónico da antiga secretária de Estado dos EUA e candidata à presidência, Hillary Clinton.
Segundo a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Marie Harf, «estes documentos são relativos a um período de dois anos, de 1 de janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2012, e dizem respeito à segurança e aos ataques contra a missão em Benghazi, bem como sobre a presença diplomática dos EUA na Líbia».
Estas mensagens de correio eletrónico têm estado há várias semanas no centro de alguma polémica, uma vez que foram escritas a partir de uma conta pessoal de Hillary e enviadas de um servidor privado e não através de uma conta governamental, fato que infringe as normas.
Num total cerca de 30 mil mensagens da antiga secretária de Estado serão divulgadas.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Executivo da Engevix fica em silêncio e é dispensado da CPI da Petrobras

O vice-presidente da Engevix Engenharia, Gerson de Mello Almada, decidiu usar o direito constitucional de permanecer em silêncio na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Almada seria ouvido hoje (21) na condição de investigado. Ao informar que ficaria em silêncio, ele foi dispensado da reunião.
Denunciado pelo Ministério Público por lavagem de dinheiro e corrupção, Almada está em prisão domiciliar e afirmou ter demonstrado o interesse em colaborar com as investigações por meio dos diversos depoimentos prestados ao juiz que investiga a Operação Lava Jato e a Polícia Federal.
“Embora compreenda e respeite as relevantes atribuições constitucionais da CPI, seguindo orientação dos meus advogados não me manifestarei. Reconheço os poderes investigatórios da CPI, que presta grande serviços ao esclarecimento dos fatos. Reitero minha real intenção de colaborar com as investigações”, disse Gerson Almada para, em seguida, entregar os depoimentos já prestados.
Após Almada informar a decisão de não falar, o relator da comissão, Luiz Sérgio (PT-RJ), pediu a dispensa do executivo e foi atendido pelo presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB). A saída de Almada provocou polêmica entre os deputados.
Vários parlamentares manifestaram desagrado com a dispensa e avaliaram que Almada deveria ter permanecido ouvindo as peguntas, mesmo que se recusasse a responder. Houve também manifestações de apoio ao presidente da CPI.
Hugo Motta respondeu às críticas e disse que é preciso dar celeridade à comissão e não dedicar horas a quem não pretende responder questionamentos dos parlamentares. “Teoricamente teríamos mais um mês de funcionamento e já pedi prorrogação do prazo. Queremos dar agilidade e produtividade aos trabalhos. Convivo bem com as críticas, mas tenho de fazer a CPI funcionar, partir para a acareação, para investigação que contribua com nosso trabalho. Se ficarmos mantendo a CPI como palco político, não chegaremos a lugar algum”, explicou.
“Não estou aqui protegendo ninguém, mas investigando com transparência, respeitando a democracia. Não posso ser vítima de acusações quando, na verdade, quero fazer a CPI produzir”.
A previsão era que o vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino Leite, também fosse ouvido hoje na CPI da Petrobras, mas, a pedido do advogado de defesa, o depoimento foi adiado para 26 de maio. Na justificativa, o advogado informou que tinha compromisso agendado anteriormente e não poderia acompanhar o cliente.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

PF prende funcionários da Anvisa e policiais federais do Porto do Rio

Operação Arcanus desarticulou esquema de facilitação na fiscalização. Policiais cumprem 8 mandados de prisão temporária.
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (20) a Operação Arcanus, que teve como objetivo desarticular um esquema que facilitava, de forma irregular, a imigração de passageiros – alguns entravam com visto de turista, menos burocrático, quando teriam que entrar com visto de trabalho – e os procedimentos de tráfego marítimo de embarcações no Porto do Rio de Janeiro, que não era inspecionadas. O esquema, de acordo com a PF, contava com a participação de agentes públicos.
Trezentos policiais federais, com apoio da Marinha do Brasil, cumprem oito mandados de prisão temporária, 33 de condução coercitiva e 37 de busca e apreensão no Rio, Niterói, São Gonçalo e São João de Meriti, no estado do Rio de Janeiro, e em Paranaíba, no Piauí. A assessoria da PF, até publicação desta reportagem, não informou o número de pessoas presas, porque a operação ainda estava em curso. Um balanço da operação deverá ser divulgado na tarde desta quarta-feira.
As oito ordens de prisão são contra cinco servidores da Anvisa e três da Polícia Federal. Uma das conduções coercitivas é contra um Praça da Marinha. De acordo com informações da PF, os funcionários da Anvisa emitiam o Certificado de Controle Sanitário de Bordo das embarcações sem inspecioná-las.
Durante coletiva com a imprensa, o delegado Renato Madsen, que conduziu as investigações, informou que descobriu que os servidores públicos mantinham uma relação ilícita com empresas que trabalham na região portuária. Ele afirmou que 38 ações irregulares foram identificadas e outras pessoas podem estar envolvidas no esquema.
"As apreensões identificaram 38 eventos criminosos e estamos procurando provas para corroborar com a investigação. A ação era praticada em conjunto com empresas de grandíssimo porte e empresários do porto do Rio. Dentro da polícia de imigração, foram vendidas facilidades para entrar [no país]. Na parte da Anvisa também teve facilidade, eles dispensavam certificados importantes", afirmou.
Em nota, a Polícia Federal informou ainda que os policiais federais deixavam de adotar o procedimento imigratório regular. O nome da operação, Arcanus (termo em latim que significa oculto, escondido), refere-se ao modo oculto e reservado através do qual os crimes foram praticados em áreas de controle e acesso restrito do porto.
O superintendente regional da Polícia Federal, Mario Semprini, afirmou que técnicas sofisticadas foram adotadas na investigação: "Foram adotadas técnicas sofisticadas de inteligência policial por causa de uma área de acesso restrito do porto". As investigações aconteciam há um ano e meio e foram apreendidos mais de R$ 50 mil em espécie. Os policiais presos já foram afastados de suas funções.
"Mais de R$ 50 mil foram apreendidos em espécie, U$5 mil, celulares, computadores e muitos documentos. O valor apreendido confirma nossas investigações. Os suspeitos se aproximaram de empresas do serviço portuário e muitas vezes não cumpriam com o que a lei pede. Dispensavam certificados e em alguns casos, alguns imigrantes que deveriam ter visto de trabalho, conseguiam visto de turista que é menos burocrático. Os policiais já foram presos, serão ouvidos e encaminhados para o sistema prisional . Eles já vão ser afastados de imediato de suas funções", disse Madsen.
Os presos foram indiciados, na medida de suas participações, por corrupção ativa, corrupção passiva, concussão (quando servidor público exige dinheiro ou vantagem em razão da função que ocupa), inserção de dados falsos em sistemas, organização criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, dentre outros.

terça-feira, 19 de maio de 2015

WSJ: EUA investigam responsável venezuelano por suspeitas de envolvimento no tráfico de cocaína

As autoridades judiciais dos EUA estão a investigar altos funcionários do Estado venezuelano – incluindo o presidente do Congresso – por suspeitas que o país esteja a ser transformado num “hub” do tráfico de cocaína e de lavagem de dinheiro, de acordo com fontes do Wall Street Journal.
Procuradores norte-americanos estão a investigar vários elementos de topo do Estado venezuelano. Em causa estão suspeitas que estes membros do topo da hierarquia de Caracas – incluindo o presidente do Congresso - estejam a transformar o país num "hub", ou seja num centro, para o tráfico de cocaína e de lavagem de dinheiro, de acordo com um artigo publicado pelo norte-americano Wall Street Journal (WSJ) que cita mais de uma dezena de fontes, e que está a ter eco na imprensa internacional.
Segundo o jornal, uma unidade de elite do organismo de combate às drogas (DEA na sigla em inglês) e o Ministério Público federal de Nova Iorque e de Miami estão a construir o caso utilizando provas facilitadas por antigos traficantes de droga que no passado foram próximos dos altos funcionários venezuelanos e outros informadores. Um dos alvos principais desta investigação será Diosdado Cabello, Presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, e visto como o segundo homem mais poderoso país a seguir ao Presidente Nicolás Maduro (na foto). 
Uma das fontes do WSJ contou à publicação que há "provas extensas" que indicam que o presidente da Assembleia Nacional é um dos "líderes senão o líder do cartel". Este meio de comunicação sustenta ainda que as investigações estão avançadas. Contudo, qualquer acusação será selada e mantida em segredo até ao momento em que possa ser feita uma detenção. Algo que só deverá acontecer se os suspeitos viajarem para o estrangeiro.
Na base destas investigações, explica o jornal citando fontes, está uma resposta à "explosão do tráfico de droga" nos países ricos em petróleo. Depois das autoridades colombianas terem lançado medidas mais agressivas de combate ao tráfico de drogas, muitos traficantes colombianos transferiram o seu negócio para a Venezuela. Este último país não produz cocaína. Ainda assim, os Estados Unidos estimam que cerca de 131 toneladas de cocaína – cerca de metade do total produzido na Colômbia – foi transferido para a Venezuela em 2013. 
Para construir este caso os Estados Unidos estão a trabalhar com exilados venezuelanos bem como como outras pessoas que estão descontentes com a situação do país. Segundo conta uma fonte deste jornal, as autoridades norte-americanas conseguem fazer sair da Venezuela pessoas que tenham provas das ligações dos altos funcionários ao tráfico de droga, sendo o objectivo reunirem-se em outros países. Se os desertores conseguirem dar informações úteis, são levados para os Estados Unidos e é lhes dada uma vida nova. Os antigos militares do regime de Caracas que vivem no exterior dão também um contributo importante.
Situação económica dramática
Segundo o jornal, as investigações ganharam um grande impulso nos últimos dois anos, época em que a situação económica no país se agravou. É que o acentuar das condições económicas foi mais fácil recrutar informadores. 
A Venezuela é um dos grandes produtores de petróleo. Com a queda dos preços da matéria-prima nos mercados internacionais a partir de meados do ano passado, a situação económica de Caracas agravou-se. Longas filas de venezuelanos em filas para comprar mantimentos são frequentemente relatadas pela imprensa internacional. Além disso, o clima de insegurança no país faz habitualmente parte dos noticiários quer em Portugal, quer em outras geografias.
A inflação no país ultrapassava os 60% no ano passado, de acordo com uma notícia do El País publicada em Fevereiro deste ano, sendo que a economia venezuelana entrou em recessão desde meados do ano passado. O Fundo Monetário Internacional aponta para uma contracção económica na ordem dos 7% para este ano depois de em 2014 o PIB ter caído 4%. 
Perante um cenário de recessão, no final do ano passado, o Presidente Maduro anunciou medidas como alteração do sistema cambial e reformas fiscais, de acordo com o El País.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Corte no Orçamento depende de ajuste fiscal na Câmara, diz líder do governo

José Pimentel afirmou que os cortes devem ficar entre R$ 60 bilhões e R$ 80 bilhões.

Após reunião de coordenação política com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, o líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), disse nesta segunda-feira (18) que a dimensão dos cortes no Orçamento, que serão anunciados na próxima quinta-feira (21), depende do resultado das votações das medidas do ajuste fiscal.
O Senado precisa votar duas medidas provisórias, a (MP) 663, que aumenta o limite de repasse da União ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e a 665, que altera as regras de concessão do seguro-desemprego e abono salarial. Na Câmara, ainda precisam ser votados a MP 668, que aumenta as alíquotas de PIS e Cofins sobre importação, e o Projeto de Lei 863/2015, que trata da desoneração da folha de pagamento das empresas. Todas as medidas integram o ajuste fiscal do governo.
“A Câmara vota nesta semana a MP 668, que trata do PIS/Confins sobre importação, que tem um impacto, e votará também o projeto de lei que trata das desonerações, que terá um outro impacto. O fechamento do corte será feito. Agora, ele poderá ser maior ou menor, dependendo do resultado dessas duas votações na Câmara”, disse Pimentel.
Segundo ele, apesar dos cortes, que deverão ficar entre R$ 60 bilhões e R$ 80 bilhões, o país não corre o risco de ficar parado, preocupação manifestada por outros integrantes do governo. “Está sendo feito um conjunto de medidas em torno do PAC 3 Programa de Aceleração do Crescimento, que vai alavancar também a nossa economia”, disse. “Há uma série de outras alternativas”.
Após o anúncio do contingenciamento, na quinta, e a publicação do decreto com os cortes no Diário Oficial, na sexta-feira (22), o líder do governo disse que o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, irá à Comissão Mista de Orçamento na próxima terça-feira (26) para explicar os cortes.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

'Pílula assassina' faz Interpol emitir alerta em 190 países

O alerta aponta a droga como uma "séria" ameaça para a segurança pública e surge dias após a morte de uma mulher na Grã-Bretanha.
Eloise Aimee Parry, 21 anos, comprou em um site as pílulas para emagrecer e a suspeita é de que o medicamento tinha a 2,4-dinitrofenol na composição. Um homem na França também ficou gravemente doente após tomar o mesmo remédio.
Além de ser um princípio-ativo ilegal, há outros riscos para a saúde, segundo a Interpol. O remédio é feito em laboratórios clandestinos, sem seguir normas de higiene e sem especialistas em suas produções - o que ainda expõe os usuários ao risco de superdosagem.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Escócia pode ditar futuro Governo no Reino Unido

As eleições desta quinta-feira no Reino Unido poderão representar um autêntico terramoto político na Escócia: os nacionalistas do Scottish National Party (SNP) preparam-se para apagar o Partido Trabalhista do mapa político regional e poderão tornar-se na chave da próxima legislatura britânica.
 
EPA
Reino Unido vais escolher inquilino do número 10 de Downing Street
"Muitos escoceses votam no SNP mais por serem socialistas do que que independentistas". A convicção é de Rufus Graham, ator escocês residente em Londres e simpatizante dos trabalhistas. É, no entanto, um dos muitos escoceses que se sentem abandonados pelo partido liderado por Ed Miliband: "o Labour já não é social-democrata, agora é um partido orientado para o mercado. Perdeu o contacto com a classe trabalhadora e deixou de defender o Estado social".
Desencanto com Miliband
O desencanto dos escoceses com os trabalhistas é tal que o partido poderá ser praticamente esmagado pelo SNP nas eleições: se em 2010 o partido nacionalista escocês elegeu apenas seis dos 59 representantes em Westminster, este ano a formação poderá conquistar a totalidade dos lugares.
"A Escócia é uma nação que defende mais a igualdade", argumenta Graham. "Os ingleses não nos entendem. Tratam-nos como se fôssemos uma antiga colónia". Por outro lado, "os escoceses também não perdoaram a Ed Miliband a fotografia que tirou junto a David Cameron e a Nick Clegg para defender o "Não" no referendo à independência da Escócia", explica o ator. "Muitos escoceses sentiram-se traídos e disseram: nunca mais votarei nos trabalhistas". Apesar de, a nível estatal, a formação escocesa ter pouco mais de 4%, o sistema eleitoral britânico (que elege apenas um deputado por cada círculo eleitoral) permite que o partido liderado por Nicola Sturgeon se converta no terceiro partido com maior representação parlamentar.
Embora o líder trabalhista, Ed Miliband, já tenha rejeitado fazer qualquer coligação com o partido que se prepara para lhe roubar todos os deputados escoceses, o SNP poderá vir a ter um papel-chave na próxima legislatura britânica. Tendo em conta que trabalhistas e conservadores se encontram em empate técnico nas sondagens e dificilmente terão maioria para governar, as eleições poderão resultar num governo trabalhista minoritário apoiado pelo SNP.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Como a segregação racial ajuda a explicar as revoltas nos Estados Unidos

Última grande manifestação ocorreu em Baltimore após a morte do jovem negro Freddie Gray. Ato terminou com 144 veículos destruídos, 15 focos de incêndio e 202 prisões.

Da varanda de sua casa, voltada para um estacionamento em Anacostia, bairro no sudeste de Washington, a aposentada Elaine Bush diz ter perdido a conta dos crimes que presenciou.
Moradora de Anacostia diz ter visto vários crimes acontecerem perto de sua casa
BBC
Moradora de Anacostia diz ter visto vários crimes acontecerem perto de sua casa
O último foi há poucos dias, ela conta à BBC Brasil. "Três mulheres desceram do carro e esfaquearam um homem parado na esquina. Ele sobreviveu, mas parece que ainda está no hospital", afirma Elaine, de 72 anos.
Habitada quase exclusivamente por negros, esta região da capital americana tem os índices de violência mais altos, as maiores taxas de pobreza e algumas das piores escolas da cidade.
Na manhã da última sexta-feira, mulheres com bebês de colo esperavam para ser atendidas por assistentes sociais num centro comunitário, enquanto moradores de rua abocanhavam pedaços de peixe frito servidos por uma igreja.
Do outro lado da ponte que liga Anacostia ao resto de Washington, porém, o cenário muda radicalmente conforme se avança para o noroeste da capital, um dos metros quadrados mais caros dos Estados Unidos e reduto de funcionários públicos, diplomatas estrangeiros e universitários. Muda também a cor dos moradores: os negros quase desaparecem da paisagem, enquanto os brancos se tornam maioria.
As diferenças ilustram a segregação racial que vigora em várias cidades dos EUA, 50 anos após a Suprema Corte declarar inconstitucionais as leis que separavam negros e brancos. Segundo analistas, a segregação e a desigualdade alimentada por ela estão na raiz dos episódios de violência policial que têm provocado protestos pelo país.
A última grande manifestação ocorreu na segunda passada em Baltimore, a 60 km de Washington. O ato terminou com 144 veículos destruídos, 15 focos de incêndio e 202 prisões, segundo a polícia local. O protesto foi convocado após a morte, sob custódia da polícia, do jovem negro Freddie Gray.
Nos últimos meses, outras mortes de negros por policiais - entre as quais a de Michael Brown em Ferguson, Missouri, e a de Eric Garner em Staten Island, Nova York - levaram milhares de pessoas às ruas em várias cidades americanas e reavivaram o debate sobre violência policial e racismo nos Estados Unidos.
Bairros brancos e negros
Um estudo publicado no fim de março pelo Brookings Institution, um centro de pesquisas e debates em Washington, analisou a composição racial nos bairros da cidade de 1990 a 2010. A pesquisa revelou que quase todos os bairros no leste da cidade têm ampla maioria negra, enquanto os bairros a oeste são habitados majoritariamente por brancos.
No período coberto pela análise, quase não houve mudanças nesse padrão. Segundo a prefeitura de Washington, dentre os seus 660 mil habitantes, os negros são o grupo mais populoso (49,5%), seguidos por brancos (35,6%), hispânicos (10,1%) e asiáticos (3,9%).
O estudo afirma que os bairros da capital americana com ampla maioria branca têm menos de 10% de suas famílias abaixo da linha da pobreza, enquanto nos bairros negros o índice é de 22%. A pesquisa revela ainda que, enquanto 97% dos adultos em bairros brancos concluíram o ensino médio, nas áreas negras 82% fizeram o mesmo.
Richard Rothstein, pesquisador associado do Economic Policy Institute e professor da Faculdade de Direito da Universidade da Califórnia (Berkeley), diz que as divisões raciais de Washington se repetem em Baltimore, Ferguson e em outras cidades onde mortes recentes de homens negros geraram repercussão nacional.
"É um padrão que se vê no país todo porque as políticas que criaram essa segregação foram nacionais", ele diz à BBC Brasil.
Entre 1930 e 1950, afirma Rothstein, o governo americano concedeu empréstimos para que construtoras erguessem casas nos arredores das cidades com a condição de que não fossem vendidas a negros.
Graças aos subsídios federais, famílias brancas de baixa renda se mudaram para os subúrbios, enquanto famílias negras de renda equivalente foram deixadas nas áreas centrais das cidades.
Aos poucos, diz Rothstein, os empregos também se deslocaram para os subúrbios. Como as cidades americanas careciam de bons sistemas de transporte, a população urbana (majoritariamente negra) empobreceu.
A valorização dos subúrbios, por outro lado, enriqueceu as famílias brancas que haviam comprado casas subsidiadas. "Com o dinheiro que conseguiram com essa valorização, elas mandaram seus filhos para a faculdade e lhes garantiram bons empregos."
Enquanto isso, os bairros centrais se deterioraram e ficaram superpovoados. Os governos passaram então a demolir construções antigas e a subsidiar aluguéis para seus moradores.
Essas práticas, diz o pesquisador, geraram um dos maiores abismos existentes entre brancos e negros americanos. "Hoje uma família negra média ganha 60% da renda de uma família branca média, mas os bens imobiliários de uma família negra equivalem a apenas 5% dos de uma família branca."
Juventude rebelde
A desvalorização das áreas centrais e o empobrecimento dos negros, diz ele, foram acompanhadas pela piora da qualidade de suas escolas.
"Numa área com altas taxas de desemprego, pobreza e de abandono escolar entre os adultos, os pais não têm condições de ajudar os filhos em suas atividades e as escolas entram em colapso. Não importa o quanto se invista nessas escolas, os professores nunca poderão dar a atenção adequada a tantos alunos que necessitam de acompanhamento especial."
A deterioração das escolas, diz Rothstein, é central para entender a violência policial contra negros."A falência das escolas cria uma juventude rebelde, sem esperança nem empregos. Eles se tornam uma ameaça à polícia, e a polícia se torna uma ameaça para eles."
Nem o fim das políticas abertamente segregacionistas foi capaz de pôr fim às divisões, diz Rothstein. "Desde 1968, alguns afro-americanos conseguiram comprar casas em subúrbios brancos. Mas a maioria das casas nessas áreas é hoje cara demais para trabalhadores negros, cujos avós poderiam tê-las comprado durante o boom dos subúrbios se não houvesse restrições na época."
Outro obstáculo atual para que negros se mudem a subúrbios brancos, diz ele, são leis de zoneamento que proíbem a construção de residências para classes baixas nessas áreas. Além disso, ainda hoje donos de imóveis podem se recusar a alugar suas casas a beneficiários de programas habitacionais, restringindo-lhes ainda mais a oferta de áreas disponíveis.
Quando subúrbios aceitam moradias populares e donos de imóveis concordam em alugá-los a beneficiários de programas habitacionais, muitas vezes acabam por se tornar majoritariamente negros também. É o caso de Ferguson, cidade que integra a região metropolitana de Saint Louis, e de subúrbios no Estado de Maryland nos arredores de Washington.
Segundo Rothstein, nos últimos 50 anos, as diferenças entre negros e brancos se agravaram. "Embora uma pequena classe média negra tenha se integrado ao eixo da sociedade americana, os que ficaram para trás estão mais segregados hoje que nos anos 1960".
Cidade em transformação
Na varanda de sua casa, Elaine Bush diz se preocupar com os dez filhos, 22 netos e 18 bisnetos - quase todos moradores de bairros de maioria negra em Washington e arredores.
Elaine afirma que a cidade mudou muito desde sua infância, vivida em outro bairro negro no nordeste da capital. Após várias décadas de decadência, ela afirma que Washington voltou a receber investimentos e cita como exemplo os vários edifícios em construção entre Anacostia e o centro administrativo da cidade.
"Todos percebemos que Washington está mudando", ela diz. "Infelizmente, não está mudando para as minorias."

domingo, 3 de maio de 2015

Relatório aponta 55 violações à liberdade de expressão em 2014 no país

Em todo o ano passado, 55 casos de violações à liberdade de expressão foram registrados no Brasil, segundo um relatório divulgado hoje (3), no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, pela organização Artigo 19, que trabalha pelo direito da liberdade de imprensa.
Segundo o relatório Violações à Liberdade de Expressão – Relatório Anual 2014, o número de casos de violações registrados em 2014 representou um aumento de 15% em relação ao ano anterior, quando ocorreram 45 casos. Em todos eles as pessoas foram vítimas de violação em função de atividades ligadas à liberdade de expressão, seja pela publicação de uma matéria, seja pela mobilização de uma comunidade ou a organização de uma manifestação.
O relatório foi feito com base na repercussão dos casos de violações na imprensa, associações de comunicadores e organizações de direitos humanos, que foram apurados por meio de entrevistas com as vítimas e outros contatos relacionados aos casos.
Dos 55 casos registrados em 2014, 15 foram homicídios contra comunicadores (jornalistas, blogueiros, etc) ou defensores de direitos humanos (lideranças rurais, indígenas e quilombolas etc). Houve também 11 tentativas de assassinato, 28 ameaças de morte e um crime de tortura.
Entre os comunicadores ocorreram 21 casos de violação à liberdade de expressão, queda em relação ao ano anterior quando foram registrados 29 situações de violência, seis deles contra mulheres. Desse total, três foram homicídios, quatro tentativas de assassinato e 14 ameaças de morte.
“Os três profissionais de comunicação assassinados em 2014 eram muito envolvidos com a política local de suas cidades, questionavam as autoridades públicas e eram reconhecidos por isso. Pedro Palma era proprietário de um jornal chamado Panorama Regional, Geolino Xavier era um antigo radialista e chegou a ser vereador de seu município e Marcos Guerra mantinha um blog sobre a gestão pública de sua cidade. Os três foram assassinados a tiros na presença de outras pessoas que não foram alvo dos disparos, o que demonstra a intencionalidade de executar somente os comunicadores”, diz o relatório da organização.
A maior parte dos comunicadores que sofreram violações são de veículos comerciais 17 deles. Segundo a organização, houve uma mudança significativa no perfil das vítimas pois, nos anos anteriores, a violação era praticada principalmente contra comunicadores, enquanto neste ano as principais vítimas são defensores dos direitos humanos.
Quanto aos motivos que estariam por trás das violações, nove delas seriam em razão de alguma denúncia feita; sete por conta de uma investigação como apuração de informações para reportagem e cinco em função de manifestação de críticas e opiniões. Os agentes do Estado aparecem como os principais autores das violações contra comunicadores no país, sendo responsáveis por 16 dos 21 casos. Entre os agentes, políticos estavam envolvidos em nove casos.
Em relação aos defensores dos direitos humanos, ocorreram 34 violações,  das quais 12 foram homicídios. A maior parte dos casos relaciona-se com conflitos de terra 23 casos, sendo que 15 vitimaram lideranças rurais, quatro foram contra lideranças indígenas e quatro contra lideranças quilombolas. Houve casos de violações contra três militantes políticos e três lideranças LGBTI (Lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais), seguidos por violações a lideranças comunitárias e advogados, com dois casos cada. Houve também um caso contra uma política em exercício.
Entre os perfis de possíveis autores das violações contra defensores dos direitos humanos, destaca-se a figura do fazendeiro ou grileiro, com 17 casos, metade do total; em seguida vem os empresários (11% dos casos), políticos (9%) e policiais (6%). Além disso, não fazem parte de nenhum desses perfis típicos os possíveis autores de três casos e não foi possível apurar o perfil do autor em cinco outros casos.

sábado, 2 de maio de 2015

Salvador registra 39 ocorrências por deslizamento

Salvador registrou 39 ocorrências por deslizamentos de terra hoje (2), até as 15h24, segundo a Defesa Civil da capital baiana, em decorrência das chuvas. De acordo com o órgão, não houve feridos. Pelo menos 464 famílias foram atingidas pelas chuvas e integram o cadastro da prefeitura para receber algum tipo de benefício.
Foram registradas ainda mais 76 ocorrências por alagamento, ameaças de desabamento de imóvel, de muro e de deslizamento terra, imóvel alagado e infiltração.
Na última quinta-feira (30), o Ministério da Integração Nacional reconheceu situação de emergência nos bairros Subúrbio, Cajazeiras, Liberdade, Cabula e Pau de Lima, em Salvador. As localidades têm áreas com risco de deslizamento de terra. Segundo levantamento feito pela prefeitura de Salvador, foram detectadas pelo menos dez áreas críticas e 15 pessoas morreram vítimas das chuvas na última semana.
Na manhã deste sábado, o governador ACM Neto visitou locais atingidos, como o bairro de São Marcos, onde conversou com moradores na Rua do Rosalvo Carvalho. Segundo nota divulgada pela Defesa Civil, a prefeitura continua mobilizada para atender às vítimas das chuvas e no trabalho emergencial "para que a cidade volte ao normal no mais curto período de tempo possível".
Segundo o último balanço da Defesa Civil do município, 277 pessoas receberam auxílio-aluguel. Desde o começo das chuvas, a prefeitura informa que colocou 41.950 metros quadrados de lonas em encostas, beneficiando 358 famílias.
Além disso, começam a ser distribuídos amanhã (3) 565 kits enviados pelo Ministério da Integração Nacional para desabrigados. Os kits contêm colchonetes, alimentos e material de higiene e limpeza, sendo suficiente para uma família com quatro pessoas pelo período de um mês.
A previsão do tempo para hoje é nublado a parcialmente nublado com pancadas de chuva. Até o dia 6, a previsão é tempo nublado com pancadas de chuva. A temperatura varia de 22 graus Celsius (ºC) a 28ºC. As informações são do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Vizinho mata a tiros jovem que errou andar de apartamento em SP

A vítima chegou ao local por volta das 3h e, segundo a polícia, confundiu o apartamento por estar embriagada.Um jovem de 18 anos foi morto a tiros pelo vizinho na madrugada desta sexta-feira (1º) após errar o andar e forçar entrada em um apartamento do condomínio em que morava. O caso aconteceu em São Paulo, dentro de um condomínio de 27 edifícios, no bairro de Pirituba.
Matheus Moreno das Chagas, 18 anos, chegou ao local por volta das 3h e, segundo a polícia, confundiu o apartamento por estar embriagado. O jovem morava no 16º andar no bloco 18, mas acabou entrando num apartamento no 18º andar.
O morador, um policial federal aposentado, pensou que fosse um assalto e reagiu a tiros. Matheus morreu na hora. A polícia encontrou cocaína no bolso dele e já tem as imagens do circuito interno do prédio. Não há, no entanto, câmeras nos andares.
O policial aposentado fugiu antes de a polícia chegar, mas horas depois se apresentou na delegacia. Em depoimento, ele afirmou que agiu em legítima defesa. A polícia irá investigar a alegação.