quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Palestinos aderem a acordo do Tribunal Penal Internacional

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, assinou 20 acordos internacionais nesta quarta-feira, incluindo o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, um dia depois de ter uma proposta de resolução rejeitada no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.
A medida, que deverá irritar Israel e os Estados Unidos, abre caminho para o tribunal ter jurisdição sobre os crimes cometidos nos territórios palestinos e investigar a conduta dos líderes israelenses e palestinos ao longo de mais de uma década de conflito sangrento.
"Eles nos atacam e atingem nossa terra todos os dias e para quem podemos reclamar? O Conselho de Segurança nos decepcionou - onde devemos ir?", disse Abbas a um grupo de líderes palestinos em comentários transmitidos pela televisão oficial.
"Queremos apelar a instituições internacionais, e esta é uma delas, e vamos reclamar para eles", acrescentou, antes de assinar os documentos.
Nos meses que antecederam a tentativa de aprovação de uma resolução na ONU, que fracassou na noite de terça-feira, a Suécia reconheceu o Estado palestino e os parlamentos de França, Grã-Bretanha e Irlanda aprovaram moções de cumprimento não obrigatório instando seus governos a fazer o mesmo.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reagiu ao ato palestino desta quarta-feira.
"Vamos tomar medidas em resposta a isso e defenderemos os soldados de Israel", disse Netanyahu em um comunicado.
Na terça-feira, o Conselho de Segurança da ONU rejeitou um projeto de resolução dos palestinos que pedia um acordo de paz em 12 meses e a retirada de Israel dos territórios palestinos ocupados até o fim de 2017.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Encontrados destroços de avião desaparecido; mais de 40 corpos são retirados do mar

As autoridades indonésias confirmaram que os destroços detectados hoje durante as operações de buscas no Mar de Java pertencem ao avião da AirAsia.
Um navio de guerra indonésio retirou nesta terça-feira (30) mais de 40 corpos no Mar de Java, em meio às buscas pelo avião da AirAsia, que desapareceu no domingo (28), com 162 pessoas a bordo, disse Manahan Simorangkir, porta-voz da Marinha local.
AirAsia
Foto: AirBus/Divulgação
“Com base na rádio militar, foi reportado que o navio de guerra Bung Tomo recuperou 40 corpos e que o número está aumentando”, disse Manahan Simorangkir.
As autoridades indonésias confirmaram que os destroços detectados hoje durante as operações de buscas no Mar de Java pertencem ao avião da AirAsia, que decolou no domingo da cidade indonésia de Surabaia, com destino a Singapura, onde deveria ter pousado cerca de duas horas depois.
“De momento, podemos confirmar que se trata do avião da AirAsia”, afirmou o diretor-geral da Aviação Civil da Indonésia, Djoko Murjatmodjo. No início da manhã um corpo foi encontrado flutuando no Mar de Java durante as buscas pelo avião da AirAsia, informou o chefe da Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia, Bambang Soelistyo. “Avistamos um objeto flutuando que acreditamos ser o corpo de um dos passageiros do avião", disse Bambang Soelistyo.
“Com base na observação feita pelo pessoal de busca e resgate, foram encontrados itens significativos como uma porta de passageiros e uma de carga. Estão no mar, a 160 quilômetros a Sudoeste de Pangkalan Bun”, no centro de Kalimantan, na Ilha de Bornéu, explicou Murjatmodjo.
Pouco antes, um porta-voz da Força Aérea da Indonésia revelou que tinham sido localizados vários objetos, alguns dos quais de grande dimensão, de cor branca, no Mar de Java, durante as buscas aéreas, e que alguns dos itens avistados assemelhavam-se a uma porta de avião e a uma rampa de emergência. Os destroços foram localizados a cerca de 10 quilômetros da última posição do avião, capturada pelo radar.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Salvador registra mais seis casos suspeitos de Chikungunya

Salvador registrou mais seis casos suspeitos de febre Chikungunya nas últimas duas semanas. Segundo informações divulgadas pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) nesta segunda-feira, 29, os pacientes são moradores os bairros da Barra, Cabula, Itapuã, Subúrbio Ferroviário e Pau da Lima.
Eles aguardam o resultado dos exames laboratoriais para a confirmação da doença mas passam bem e não sofreram consequências graves.
Para evitar a proliferação da doença, agentes de endemias do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) já realizaram ações de bloqueio para detectar, combater e eliminar possíveis focos dos mosquitos Aedes aegypti e o Aedes albopictus, transmissores da chikungunya, nas regiões onde foram notificados os casos suspeitos na capital baiana.
De acordo com a SMS, o CCZ também realiza visitas domiciliares, buscas por possíveis focos em terrenos baldios e ações educativas, com o objetivo de orientar os moradores no armazenamento de garrafas e outros materiais para evitar novos focos.
Até o momento, a Secretaria notificou 78 casos de chikungunya no município, com três confirmações. Estes casos foram considerados "importados", pois os pacientes foram infectados em Feira de Santana, após visitarem familiares que moram na localidade. Outros 47 casos estão sob análise.
Os pacientes com suspeita de chikungunya podem ser atendidos nos postos da atenção básica da rede municipal. Os sintomas são os mesmos da dengue: dores nas articulações, febre, dor de cabeça e vermelhidão na pele.

domingo, 28 de dezembro de 2014

Dois mortos e quatro desaparecidos após choque de navios

Pelo menos duas pessoas morreram e quatro estão desaparecidas após o naufrágio de um navio mercante turco a norte do Mar Adriático, ao largo do porto italiano de Ravenna.
O navio mercante naufragou ao embater contra outra embarcação, que navegava sob o pavilhão do Belize.
O acidente ocorreu a cerca de duas milhas náuticas da costa de Ravenna, em águas agitadas, segundo informou a guarda costeira.
No conjunto, as duas embarcações tinham 11 pessoas a bordo. Duas morreram, cinco foram resgatadas e quatro estão desaparecidas.
As autoridades portuárias de Ravenna destacaram meios para a zona do acidente, contando com um dispositivo para prestar assistência aos resgatados e para tentar localizar as pessoas que continuam desaparecidas.

sábado, 27 de dezembro de 2014

Detenta morre após ter cachimbo de crack retirado da vagina

Uma detenta americana morreu depois que um cachimbo de crack foi retirado de sua vagina, na Flórida, nos Estados Unidos. As informações são do jornal The New York Post.
Segundo a publicação, April Rollison, 31 anos, havia sido presa por tráfico de drogas no início de dezembro, no último dia 16.
Quando os policiais revistaram April, encontraram o cachimbo de crack e um pouco da droga em sua vagina. Encaminhada ao hospital Bartow Regional, April passou por procedimentos médicos que retiraram os itens de seu corpo.
No entanto, uma semana depois, a detenta morreu devido a complicações relacionadas ao caso. Os médicos acreditam que April ingeriu parte da droga que escondia, antes do atendimento médico.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Itália resgata 1.300 imigrantes à deriva durante no Natal

A Marinha da Itália resgatou cerca de 1.300 imigrantes neste Natal, entre eles uma nigeriana que deu à luz a bordo de uma das embarcações de resgate. Além disso, um homem foi encontrado morto em outro navio. A maioria dos imigrantes estava à deriva na costa da Sicília.   
O Ministério do Interior da Itália informou que houve um aumento considerável nos últimos tempos no número de pessoas que tentam cruzar o Mar Mediterrâneo vindas do norte da África.
Além de melhores condições de vida, essas pessoas arriscam suas vidas na difícil travessia para escapar de conflitos, como o deflagrado na Líbia. Somente neste ano, as autoridades locais calculam que 170 mil imigrantes tenham chegado ao país.   
A ilha de Lampedusa é considerada a porta de entrada para a Europa. Todos os dias, o local recebe embarcações de imigrantes, geralmente africanos, que tentam se mudar para o continente. O número de mortos em naufrágios e outros acidentes é altíssimo, o que preocupa as autoridades italianas.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Atentado incendiário contra mesquita na Suécia deixa 5 feridos

Cinco pessoas ficaram feridas nesta quinta-feira em um ataque incendiário contra uma mesquita na cidade sueca de Eskilstuna, cerca de 90 quilômetros ao oeste de Estocolmo.
Segundo explicaram várias testemunhas, um homem lançou um objeto por uma das do edifício pouco antes do início do incêndio, informou o -voz da polícia, Lars Franzell.
Os feridos têm lesões que “não apresentam gravidade”, mas foram transferidos ao hospital, segundo o porta-voz, que acrescentou que 20 pessoas estavam no local no momento do incêndio.
A mesquita se encontra embaixo de um edifício residencial e alguns apartamentos tiveram que ser evacuados por causa do incêndio, segundo um comunicado da polícia local.
As forças de segurança abriram uma investigação para esclarecer as circunstâncias do ataque.
A mesquita é ponto de encontro da comunidade somali nessa cidade, de cerca de 65.000 habitantes.
O ataque aconteceu em um momento de intenso debate em torno da política de imigração na Suécia.
Os partidos da direita, que cada vez ganham mais força, como o ultradireitista Democratas da Suécia (SD), exigem reduzir em 90% o número de solicitantes de asilo no país, proposta à qual se opõem os partidos liberais. EFE

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Tratado Global é primeiro esforço para regular comércio de armas

Na avaliação do cientista político Maurício Santoro, assessor de direitos humanos da organização não governamental Anistia Internacional, a entrada em vigor hoje (24) do Tratado Global de Comércio de Armas (ATT na sigla em inglês) é importante para o Brasil e para a política internacional como um todo porque “é o primeiro grande esforço em regular o comércio convencional de armas”.
Santoro observou que já existem tratados que regulam o comércio e a circulação de armas químicas, biológicas e nucleares, mas embora sejam importantes, não lidam com o que é cotidiano. “A maior parte das violações aos direitos humanos não acontece com armas nucleares ou químicas, mas com revólveres, pistolas, que passam a ser regulados pelo tratado que entrou em vigor hoje”.
Em abril do ano passado, 155 países votaram na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) a adoção do Tratado Global de Comércio de Armas, mas somente cerca de 60 países o ratificaram até agora. “Ainda faltam muitos, inclusive o Brasil”, disse Santoro. Segundo ele, o tratado ficou preso “na burocracia do governo federal brasileiro e só chegou ao Congresso Nacional há algumas semanas”.
Na avaliação do cientista político, o tratado abre espaço para regular o comércio de armas convencionais no mundo, para impedir que ele seja feito com países onde acontecem atualmente graves violações aos direitos humanos. “Ele cria instrumentos que podem ser importantes para países como a Síria, por exemplo, que não por acaso foi um dos poucos países a se posicionarem contrários ao tratado”, disse.
O tratado cria ainda a possibilidade de, a partir de uma regulação específica, diminuir o número de armas contrabandeadas que circulam por canais ilegais e que podem acabar em grandes cidades de países em desenvolvimento, como o Brasil.
De acordo com a Anistia Internacional, os maiores exportadores de armas são França, Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido, Estados Unidos, China e Rússia. Estados Unidos lideram o ranking mundial, com 29% do total de armas exportadas.
O assessor de direitos humanos da Anistia Internacional destacou que, em relação a esses países, o quadro é ambíguo, uma vez que todos assinaram o tratado, mas ainda não o ratificaram – com exceção dos países europeus. “A Europa tem sido muito mais apoiadora desse  tratado do que os Estados Unidos, a China e a Rússia, onde existem muitas objeções a esse tipo de acordo”, disse Santoro.
Ele salientou, no entanto, que com o apoio dos países europeus e dos latino-americanos, aos poucos será criado um ambiente internacional mais positivo que acabará influenciando os demais países, “em particular aqueles que desejam ter o seu papel de liderança internacional reconhecido”.
Para Santoro, assim como o Brasil, outros países estão sendo afetados por problemas decorrentes da lentidão da máquina burocrática. “Vai ser um desafio para os próximos anos, dentro desses países, o processo de ratificação [do tratado] e também ter, por parte da sociedade civil desses países, um trabalho de acompanhamento e de pressão pela implementação do tratado”.
A estimativa é que o comércio de armas mundial movimente perto de US$ 100 bilhões anuais. No Brasil, dados recentes divulgados no Mapa da Violência 2013 revelam que 36.792 foram assassinadas com armas de fogo, o que significa 70% do total de mortes violentas ocorridas no país.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Cardozo: MP não poderá ajudar Dilma com informações para escolha de ministros

O Ministério Público Federal (MPF) não poderá ser consultado para balizar a escolha dos nomes que vão integrar a nova equipe ministerial. A informação foi dada nesta terça-feira (23) pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em entrevista coletiva. A intenção de consultar o MPF foi manifestada nessa segunda-feira (22) pela presidenta Dilma Rousseff, durante café da manhã com jornalistas credenciados no Palácio do Planalto.
Cardozo disse que teve, ontem à noite, uma conversa com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que adiantou que não poderia dar qualquer informação sobre nomes citados em delações premiadas de pessoas investigadas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, já que o processo corre em segredo de Justiça.
Segundo o ministro, para a composição da equipe de governo a presidenta usará como base informações disponíveis em “registros oficiais”, como a Lei da Ficha Limpa. “Situações colocadas pela imprensa, que são ou não confirmadas; isso passa por um plano de avaliação do próprio governo quanto àquilo que está posto”, disse.
Sobre os comentários a respeito da declaração da presidenta, feitos ontem pelo ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, Cardozo disse que acha curiosa a crítica. "Ter informações é algo básico. É natural que um governante para formar a sua equipe queira obter informações. Por óbvio, não se pediu consultoria, não se pediu assessoria, se pediu informação que se legalmente pudesse ser dada, seria boa para a formação da convicção no momento de nomear. Como não foi possível, por motivo de legalidade, não foi feita”, concluiu, acrescentando que talvez Barbosa não tenha entendido bem o propósito da presidenta.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Coreia do Norte reage a acusações de ciberterrorismo e faz ameaças aos EUA

A Coreia do Norte ameaçou ataques contra os Estados Unidos, no que pode ser interpretado como uma escalada na guerra de palavras iniciada após um ataque cibernético à Sony Pictures.
Em comunicado duro, a Coreia do Norte ameaçou ataques contra Casa Branca, o Pentágono e "todo o território dos Estados Unidos", mas sem especificar qual seria a natureza de tais ataques.
O regime de Pyongyang nega a acusação formal dos Estados Unidos de que seja responsável por um grande ataque virtual à Sony em retaliação ao lançamento do filme A Entrevista, sobre um assassinato fictício de seu líder, Kim Jong-un.
Leia mais: Entenda o ataque virtual à Sony
"O Exército e o povo da Coreia do Norte estão totalmente prontos para entrar em confronto com os Estados Unidos em todos os espaços de guerra, incluindo guerra cibernética", disse um longo comunicado divulgado pela agência de notícias oficial coreana, que chamou o país americano de "fossa do terrorismo".
O documento acusou o presidente americano, Barack Obama, de "criar de maneira imprudente o boato" de que a Coreia do Norte estava por trás do ataque à Sony.
O comunicado também disse que a Coreia "estima a ação justa" tomada pelos hackers da Sony, embora "não tenha conhecimento de onde eles são".

Ataque à Sony

O ataque à Sony resultou no vazamento de filmes inéditos e o roteiro do próximo filme de James Bond. E-mails privados entre produtores e personalidades de Hollywood também foram divulgados.
Após o ataque, a Sony cancelou o lançamento do filme A Entrevista, previsto para o Natal. A decisão foi tomada após ameaças feitas pelos hackers aos cinemas que colocariam a comédia em cartaz.
A Coreia do Norte negou estar por trás dos ataques e se ofereceu para realizar uma investigação conjunta com os Estados Unidos. Mas os americanos recusaram a oferta, e Obama disse considerar colocar a Coreia do Norte de volta em sua lista de patrocinadores do terrorismo, o que enfureceu ainda mais Pyongyang.
A Coreia do Norte integrou a lista americana por duas décadas até que a Casa Branca retirou o país, em 2008, como parte das negociações - agora paradas - sobre o programa nuclear de Pyongyang.
Em entrevista à CNN, no domingo, Obama prometeu responder "proporcionalmente" ao ataque virtual.
Leia mais: Coreia do Norte oferece ajuda aos EUA para investigar ataque virtual à Sony
"Vou esperar para ver quais são as conclusões", disse ele, acrescentando não achar que o ataque tenha sido "um ato de guerra".
Os Estados Unidos também teriam pedido à China para conter ataques virtuais da Coreia do Norte.
A China é a aliada mais próxima da Coreia do Norte e é vista como o país com maior influência sobre Pyongyang.
O ministro de Relações Exteriores chinês, Wang Yi, teve uma conversa por telefone com o secretário de Estado americano, John Kery, no domingo, e discutiram a questão da Sony.
Wang disse que a China é "contra todas as formas de ataques e terrorismo virtuais", mas não se referiu diretamente à Coreia do Norte.
Correspondentes dizem que a questão da pirataria é uma questão sensível nas relações sino-americanas, com os dois lados frequentemente se acusando de espionagem virtual.

Supostos ataques terroristas assustam franceses

O ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, pediu nesta segunda-feira (22), em entrevista à imprensa, que as pessoas não tirem conclusões precipitadas sobre o incidente que deixou 11 feridos no fim da tarde do domingo (21) em Dijon. Um homem avançou com o carro sobre pedestres gritando “Allahu Akbar”, que significa “Deus é o maior”.
De manhã, o ministro foi ao hospital visitar as vítimas do atropelamento. Duas delas ficaram gravemente feridas, mas não correm risco de morte.
No sábado, em Joué-lès-Tours, na região central da França, um homem esfaqueou três policiais em uma delegacia enquanto gritava as mesmas palavras em árabe. Ele foi morto pela polícia.
Desde que o Estado Islâmico incentivou seus militantes a atingir países que participam da coalizão liderada pelos Estados Unidos na Síria e no Iraque, a França está em alerta máximo contra ataques terroristas. “Estamos unidos contra aqueles que pregam o ódio. Todos sabem que a ameaça é real, que precisa ser antecipada para ser contida e que a polícia e os serviços de inteligência estão fazendo isso todos os dias”, enfatizou o ministro.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Obama diz não considerar ataque cibernético um ato de guerra


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse em uma entrevista que deve ser transmitida neste domingo pela CNN que não considera o ataque cibernético contra a Sony Corp, que tem sido atribuída à Coreia do Norte, um ato de guerra, mas sim de vandalismo cibernético.
Obama e seus assessores estão avaliando como responder ao ataque, que levou a Sony a suspender um filme de comédia, "A Entrevista", que seria exibido nas salas de cinema na época do Natal.
"Não, eu não acho que isso foi um ato de guerra. Eu acho que foi um ato de vandalismo cibernético, que saiu muito, muito caro. Nós levamos isso muito a sério. Vamos responder proporcionalmente," disse Obama no programa "State of The Union with Candy Crowley".
Obama também disse que seu governo estava pensando em colocar a Coreia do Norte de volta em uma lista norte-americana de países que patrocinam o terrorismo.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Coreia do Norte diz que ampliará "poder nuclear" contra hostilidades de Washington



A Coreia do Norte prometeu neste sábado aumentar o seu "poder nuclear" para combater as políticas hostis de Washington, assegurando que havia indícios de que os EUA planejavam invadir o país citando questões de defesa dos direitos humanos.
Países integrantes das Nações Unidas pediram na terça-feira ao Conselho de Segurança que a Coreia do Norte seja levada para o Tribunal Penal Internacional de Haia por crimes contra a humanidade, com base em relatório da ONU publicado este ano.
"Agora que a política hostil dos Estados Unidos aponta para uma invasão de nossa república, sob a égide dos direitos humanos, a idéia de um desarmamento nuclear na península coreana não é mais válida", disse um porta-voz do Ministério do Exterior da Coreia do Norte.
"Nossos esforços para aumentar a nossa capacidade militar defensiva, incluindo a energia nuclear, vão dobrar em todos os sentidos", disse o porta-voz em um comunicado.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

FBI confirma que Coreia do Norte está por trás do ataque à Sony

A acusação pública eleva a temperatura das relações entre os dois países.
O Federal Bureau of Investigation (FBI) dos EUA afirmou nesta sexta-feira que o ataque aos sistemas de computadores da Sony Pictures partiu da Coreia do Norte. “O FBI tem informações suficientes para concluir que o governo norte-coreano é responsável por essas ações”, afirmou a agência em um comunicado. A acusação pública eleva a temperatura das relações entre os dois países.
O governo Obama calcula quais ações deve tomar em resposta ao ataque. As opções, entretanto, são escassas, dado o já alto grau de isolamento do regime norte-coreano.
Investigadores encontraram diversas similaridades entre os métodos utilizados para o ataque com outros casos ligados à Coreia do Norte, assim como semelhanças com um ataque cibernético contra bancos e empresas de mídia na Coreia do Sul.
Ataques levaram ao cancelamento do lançamento (Foto: Divulgação)
O ataque que levou ao cancelamento da estreia do filme "The Interview", depois que foram divulgadas ameaças de violência a cinemas que exibissem o filme. Nele, um âncora de TV e seu produtor marcam uma entrevista com Kim Jong Un, atual líder da Coreia do Norte, e são recrutados pela CIA para assassiná-lo.
O ataque também expôs correspondência constrangedora entre os executivos da empresa. O caso é visto como um assunto de segurança nacional, uma vez que envolve um ataque a sistemas de computadores feito por um país estrangeiro a uma empresa norte-americana.
No entanto, ele não se encaixa dentro da definição de um ataque crítico à infraestrutura dos EUA, como seria um ataque a uma concessionária de serviços públicos, a bolsa de valores ou parte da rede de transporte.
“Estamos seriamente preocupados com a natureza destrutiva deste ataque a uma empresa privada e a cidadãos que trabalham para ela”, afirmou o FBI em seu comunicado. “Tais atos são de intimidação estão fora dos limites aceitáveis de conduta.” 

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Lava Jato: Janot deve pedir inquérito contra parlamentares em fevereiro

Para ter validade, a delação premiada aguarda homologação pelo ministro Teori Zavascki.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar, em fevereiro do ano que vem, denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra parlamentares investigados na Operação Lava Jato. Em fevereiro, termina o recesso do Judiciário, que começa amanhã (19).
Em depoimentos de delação premiada prestados no Ministério Público Federal e na Polícia Federal, o doleiro Alberto Youssef indicou os nomes de autoridades com foro privilegiado, como deputados federais e senadores, que receberam dinheiro oriundo do esquema de corrupção na Petrobras.
Para ter validade, a delação premiada aguarda homologação pelo ministro Teori Zavascki, responsável pelos processos da operação no Supremo. Os nomes dos citados estão em segredo de Justiça e ainda não  foram revelados oficialmente.
As informações prestadas pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, por meio de delação premiada, também serão analisadas na formulação de denúncia contra os parlamentares.
A parte da investigação da Operação Lava Jato que não envolve pessoas com foro privilegiado tramita na Justiça Federal em Curitiba, onde correm 18 ações penais.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Relator da CPI da Petrobras muda parecer e considera compra de Pasadena mau negócio


O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, deputado Marco Maia (PT-RS), reviu seu relatório nesta quarta-feira e passou a considerar que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras, pode ter gerado um prejuízo de mais de 560 milhões de dólares para a estatal.
No relatório apresentado na semana passada, o petista considerava que o negócio não tinha sido alvo de desvios e nem trazido prejuízos à empresa, e que os valores eram "bem razoáveis". Segundo ele, um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) entregue à CPI mista nesta semana levou à mudança no seu parecer.
"Pelo exposto e também em sintonia com os encaminhamentos indicados pelo novo documento remetido pela CGU, esta relatoria aponta retificações no capítulo 6 do relatório para indicar potencial prejuízo de 561,5 milhões de dólares aos cofres da Petrobras, no que se refere à avaliação feita pela estatal, por ter adotado um valor elevado para o empreendimento adquirido", diz um trecho da retificação feita por Maia.
A CGU apontou perdas de 659,4 milhões de dólares da Petrobras na compra da refinaria de Pasadena e determinou a instauração de processos administrativos contra ex-executivos da estatal, entre eles o ex-presidente José Sérgio Gabrielli.
A compra da refinaria de Pasadena foi o estopim para criação da CPI mista da Petrobras.
A revelação da presidente Dilma Rousseff, por meio de uma nota à imprensa em março, de que o negócio havia sido tomado com base num parecer "técnica e juridicamente falhos" trouxe à tona novamente os problemas da negociação com a companhia belga, Astra Oil.
A nota deu força ao movimento dos partidos de oposição no Congresso, criando as condições políticas para instalação da comissão.
Segundo nota, o resumo executivo preparado pela diretoria da Área Internacional na época "omitia" informações como a cláusula "put option", que levou a Petrobras a pagar valores muito maiores pela refinaria do que os 360 milhões de dólares desembolsados inicialmente por 50 por cento da unidade.
Ao final, a estatal pagou 1,25 bilhão de dólares por Pasadena e ainda teve de fazer investimentos de 685 milhões de dólares em melhorias operacionais e manutenção.
"O trabalho da controladoria registra que a aquisição da refinaria foi realizada por um valor superior àquele considerado justo, se levado em conta o estado em que Pasadena se encontrava à época", informou o CGU em nota à imprensa nesta quarta-feira.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Justiça aceita denúncia contra mais 3 empreiteiras em processo da Lava Jato


A Justiça Federal aceitou nesta terça-feira a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra funcionários e dirigentes das empreiteiras Mendes Júnior, UTC e Camargo Corrêa, no caso que investiga suposto esquema de corrupção na Petrobras.
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso neste ano pela Polícia Federal, e o doleiro Alberto Youssef, igualmente detido pela PF na Lava Jato, também são réus nas ações penais contra integrantes das três empreiteiras, além de já serem réus nos processos que envolvem Engevix, Galvão Engenharia e OAS.
Com a decisão de aceitar a denúncia contra membros de UTC, Camargo Corrêa e Mendes Júnior, o juiz federal Sergio Moro acatou todas as denúncias apresentadas pelo MPF na última quinta-feira.
Os denunciados enfrentam uma ampla gama de acusações decorrentes da operação Lava Jato, por crimes de corrupção, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro, em um caso histórico que atingiu uma das maiores empresas da América Latina.
Além de Costa e Youssef, outras 14 pessoas são réus na ação penal que envolve a Mendes Júnior.
Na ação penal que envolve integrantes da Camargo Corrêa e da UTC, outras oito pessoas tornaram-se rés no processo, entre elas Ricardo Pessoa, presidente da UTC, e Dalton dos Santos Avancini, diretor presidente da Camargo Corrêa.
Pessoa é acusado de comandar um "clube" de empresas que teria formado um cartel para dividir os contratos de obras da Petrobras.
Costa disse em processo de delação premiada que obras da estatal eram contratadas com sobrepreço e que diretores da Petrobras recebiam propina do esquema, assim como partidos políticos.
Após a apresentação da denúncia pelo Ministério Público Federal, na semana passada, a Mendes Júnior afirmou que não se pronuncia sobre inquéritos e processos em andamento.
Também na ocasião da apresentação da denúncia, na última quinta-feira, a Camargo Corrêa repudiou o que chamou de "ações coercitivas", acrescentando que a empresa e seus executivos desde o início se colocaram à disposição das autoridades e vêm colaborando com os esclarecimentos dos fatos.
Nesta terça, após a denúncia ser aceita, a construtora informou via assessoria de imprensa que "pela primeira vez seus executivos terão a oportunidade de conhecer todos os elementos do referido processo e apresentar sua defesa com a expectativa de um julgamento justo e equilibrado".
Já a UTC disse, após a apresentação da denúncia pelo MPF, que seus advogados ainda não haviam tido acesso à denúncia e que só se manifestariam após analisá-la. Nesta terça, os advogados de defesa da UTC afirmaram em nota que vão se manifestar nos autos do processo.
Nesta parte do processo, resta agora à Justiça apenas a decisão sobre a denúncia apresentada na noite de domingo, que inclui o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró e outros três acusados de participação no suposto esquema, entre eles Fernando Antônio Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano, acusado de ser operador do esquema.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Polícia confirma morte de dois reféns e sequestrador em Sydney

A polícia da Austrália afirmou que o sequestrador e dois reféns morreram durante a operação que pôs fim a um sequestro em um café de Sydney. Cinco pessoas também ficaram feridas, incluindo um policial.
Os dois reféns, que não tiveram os nomes revelados, foram identificados como um homem de 34 anos e uma mulher de 38 anos. Não se sabe se eles foram mortos por disparos efetuados pela polícia ou pelo sequestrador.
O sequestrador, de 50 anos, também não teve o nome revelado pela polícia, mas foi identificado pela imprensa como Man Haron Monis, um clérigo iraniano que pediu asilo político na Austrália. Já no país, ele chegou a ser preso e libertado após pagar fiança.
Segundo jornais australianos, ele foi acusado de ser cúmplice do assassinato de sua ex-mulher e é alvo de mais de 40 denúncias de violência sexual.
Monis foi descrito por seu ex-advogado como um homem de poucos contatos sociais, que teria agindo sozinho. Além de enfrentar mais de 40 acusações de crimes sexuais, Monis foi acusado de enviar cartas ofensivas a famílias de soldados australianos mortos.
Segundo a polícia, falando em entrevista a jornalistas na manhã de terça-feira (tarde desta segunda no Brasil), 17 pessoas foram mantidas reféns durante o sequestro. Seis delas conseguiram escapar antes da invasão da polícia ao café.
Por volta das 2h locais (13h de Brasília), a polícia invadiu o local onde o sequestrador mantinha as 12 restantes como reféns, pondo fim ao cerco que já durava quase 20 horas.
"Se a polícia não entrasse, teríamos muito mais mortos", afirmou a jornalistas o comissário de polícia de Sydney, Andrew Scipione.
Segundo Scipione, a invasão foi autorizada após policiais terem ouvido "tiros vindos de dentro do café".
"Este foi um episódio isolado. Foi um ato de um indíviduo. Isso não deve destruir ou mudar a maneira como vivemos", acrescentou o comissário.

Refém brasileiro

O Itamaraty não confirmou a informação de que até dois brasileiros pudessem estar entre os reféns. A chancelaria disse ter informado à polícia australiana sobre os boatos, mas não disse não ter informações suficientes para confirmar ou não.
Familiares de uma goiana, identificada como Marcia Mikhael, disseram à imprensa brasileira que ela estaria entre as pessoas mantidas pelo sequestrador. Marcia mora há cerca de 30 anos na Austrália. Em seu perfil no Facebook, a mulher postou mensagens que, segundo ela, teriam sido feitas a pedido do sequestrador.
Após o fim do sequestro, imagens retrataram uma mulher que seria Marcia sendo carregada para fora do café com ferimentos leves. Uma sobrinha da brasileira relatou em seu perfil no Facebook que a tia está bem e foi levada para um hospital.
Pouco antes da invasão ao café, uma bandeira preta com frases islâmicas chegou a ser exibida na janela do café, que fica no centro comercial Martin Place, uma movimentada área do distrito financeiro de Sydney.
Leia mais: 'Inclua minha tia em suas orações, não em seus posts', pede parente de brasileira na Austrália
O homem teria usado três dos reféns para fazer exigências, forçando-as a permanecer ao lado de uma bandeira preta e falar a uma câmera.
Durante o sequestro, o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, declarou considerar "profundamente chocante" que pessoas estivessem "sendo mantidas reféns por um homem armado sob motivações políticas"
"A Austrália é uma sociedade pacífica, aberta e generosa - nada deve mudar isso e é por isso que eu gostaria de pedir que todos os australianos sigam com suas vidas normalmente", disse ele na capital, Canberra.
Veículos de comunicação informaram terem sido contatados pelo homem, que fazia exigências. A polícia pediu à imprensa que não divulgasse o conteúdo das mensagens.
Mais cedo, o canal Channel 7, que tem um escritório em frente a cafeteria, afirmou que as luzes dentro do local foram desligadas à noite.
"Nosso único objetivo, e não importa quanto isso durar, é tirar com segurança essas pessoas que estão atualmente dentro do prédio", disse o comissariado da polícia de New South Wales Andrew Scipione.
Leia mais: #SalaSocial: Selfies em sequestro de Sydney revoltam internautas
O incidente começou na hora em que os funcionários chegavam para trabalhar nesta segunda-feira no centro comercial Martin Place. O centro comercial fica no distrito financeiro de Sydney, sede de dois dos maiores bancos australianos.
Testemunhas disseram que um homem armado e de mochila entrou no café Lindt, onde estariam naquele momento dez funcionários e 30 clientes.
Escritórios ao redor foram esvaziados e policiais pediram que as pessoas ficassem dentro dos prédios e afastadas de janelas abertas. O famoso prédio da Ópera de Sydney também foi evacuado e todos os eventos programados para esta segunda-feira foram cancelados.
Seis horas depois do início do incidente, três pessoas saíram por uma porta lateral do café. Uma hora depois, duas outras pessoas saíram.
O correspondente da BBC em Sydney Jon Donnison disse haver uma grande operação policial, rara na cidade.
A bandeira preta exibida pelo homem armado é similar, mas não totalmente igual à usada pelo grupo Estado Islâmico, que atua em regiões do Iraque e da Síria, disse o correspondente de segurança da BBC Frank Gardner.
A Austrália participa da coalizão liderada pelos Estados Unidos contra militantes do grupo Estado Islâmico no Iraque. O país elevou seu nível de ameaça terrorista em setembro.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Polícia turca invade jornal e TV e prende pessoas contra 'rede terrorista'

Redator-chefe de um dos principais jornais do país e outras pessoas foram detidas.

A polícia turca deteve neste domingo (14) Ekrem Dumanli, redator-chefe de um dos principais jornais do país, o Zaman, e 24 outras pessoas em treze cidades do país, segundo a agência Anatolie. A onda de prisões marca uma escalada da luta liderada pelo presidente Recep Tayyip Erdogan contra seu grande rival, o clérigo muçulmano Fethullah Gülen, de quem o Zaman é próximo.
No total, foram emitidos mandados de prisão contra 32 pessoas, acusadas, entre outras coisas, de “formar uma gangue para tentar derrubar a soberania do Estado”, comunicou a agência Anatolie.
A polícia fez duas tentativas para deter Dumanli. Uma primeira incursão, pela manhã, havia sido obstruída por manifestantes posicionados na frente da sede do jornal, em Istambul. “A imprensa livre não pode ser reduzida ao silêncio”, declarou ele diante da massa, desafiando os policiais a prendê-lo, o que acabou acontecendo algumas horas mais tarde.
O presidente do canal de televisão Samanyolu, próximo ao Zaman, também foi preso neste domingo. E o canal TRT Haber citou a prisão de dois antigos chefes da polícia.
O chefe do CHP, principal partido de oposição laica, Kemal Kilicdaroglu, denunciou: "Está acontecendo um golpe de estado contra a democracia”. Para o ministro da Saúde, Mehmet Muezzinoglu, “aqueles que se comportaram mal devem pagar”.
A operação, a última de uma série de interpelações levadas adiante desde julho, era esperada há vários dias. Uma conta do Twitter, que havia avisado sobre a iminência de outros operações, indicou recentemente que a polícia se preparava para interpelar 400 pessoas, dos quais 150 jornalistas considerados apoiadores de Fethullah Gülen. Há uma semana, o próprio Erdogan havia prometido caçar “até em seus esconderijos” os simpatizantes de Gülen, a quem ele chama de “terroristas” e “traidores”.
De acordo com informações da agência Lusa, o ex-chefe das operações antiterroristas de Istambul Tufan Erfuder, e produtores de séries de televisão também foram detidos, e estão sob custódia da Direção Geral de Segurança na capital. Mais de 500 pessoas fazem manifestação na tarde deste domingo em frente ao edifício da Direção Geral de Segurança e exigem a liberação dos detidos.
O vice-primeiro-ministro da Turquia, Numan Kurtulmus, confirmou a operação, mas disse que “não é apropriado fazer comentários neste momento”, ainda segundo a agência. “As democracias têm um preço. Se este é o preço, então estamos dispostos a pagar pelo nosso povo”, afirmou o presidente do grupo de comunicação Samanyolu, Hayrettin Karaca.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Deslizamento de terra na Indonésia provoca pelo menos 17 mortes

Pelo menos 17 pessoas morreram após o deslizamento de terras provocado pelas chuvas torrenciais que atingem a Ilha de Java, anunciaram hoje (13) as autoridades locais. Segundo o balanço, quase 100 pessoas estão desaparecidas.
Dezenas de casas terem ficado soterradas na noite de sexta-feira na localidade de Jemblung, no centro da ilha de Java. Centenas de socorristas tentam encontrar sobreviventes na lama que cobriu a maioria das casas em Jemblung.
"A equipe de socorristas já encontrou 17 corpos", disse o porta-voz da equipe de emergência, Sutopo Purwo Nugroho. Segundo ele, 11 pessoas estão gravemente feridas e 91 continuam desaparecidas. A operação de salvamento mobiliza 200 socorristas e 500 voluntários.
A chuva dificulta os trabalhos de resgate, que ocorrem com lentidão, porque o terreno continua instável. O sinal telefónico na área está com problemas, dificultando os trabalhos. Equipamento pesado de escavação foi levado para a área para ajudar no trabalho de resgate.
Testemunhas disseram ter ouvido um enorme estrondo no momento do deslizamento de terra. "Corri com a minha filha para um terreno mais elevado e chorei porque ouvia pessoas, lá em baixo, gritando por socorro", relatou Bini, cujo marido e um filho de 14 anos continuam desaparecidos.
As autoridades temem novos deslizamentos de terras com a intensificação da chuva prevista para hoje. "Rezamos para que sejam encontrados mais sobreviventes", disse o chefe da equipe de resgate, Agus Haryono.
Os deslizamentos de térreas e as cheias são comuns na Indonésia durante a época das chuvas. Estima-se que metade dos 250 milhões de habitantes do país vive em áreas que podem ser afetadas por deslizamentos de terras. O vasto arquipélago da indonésia é também uma zona frequentemente atingida por terremotos e erupções vulcânicas.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Petrobras diz que denúncias já haviam sido investigadas e gerente, demitido

Estatal divulgou nota sobre reportagem que diz que direção já havia sido informada sobre suspeitas.

A Petrobras divulgou nota nesta sexta-feira (12) em resposta às denúncias feitas pelo jornal Valor Econômico  dando conta de que antes de a Polícia Federal (PF) deflagrar em março a Operação Lava Jato, a diretoria da estatal já havia sido alertada sobre a ocorrência de irregularidades em contratos da estatal. De acordo com a nota oficial, a Petrobras "apurou todas as informações enviadas pela empregada citada na matéria."
De acordo com a reportagem, a atual presidente da estatal, Maria da Graça Foster, teria sido informada das irregularidades por meio de e-mails e documentos enviados desde 2009, antes mesmo de ela assumir o comando da companhia, em 2012. Por meio de nota oficial, a Petrobras afirmou que instaurou comissões internas em 2008 e 2009 para averiguar indícios de irregularidades em contratos e pagamentos efetuados pela gerência de Comunicação do Abastecimento. Além disso, a estatal ressalta que o ex-gerente da área, Geovanne de Morais, foi demitido "por justa causa", em 3 de abril de 2009, "por desrespeito aos procedimentos de contratação da companhia".
De acordo com a Petrobras, a demissão não foi efetivada naquela ocasião porque seu contrato de trabalho estava suspenso, em razão de "afastamento por licença médica". A Petrobras destacou no comunicado que a demissão do executivo foi concluída em 2013.
De acordo a denúncia do Valor Econômico, os alertas à direção da empresa foram feitos pela ex-gerente executiva da Diretoria de Refino e Abastecimento da empresa Venina Velosa da Fonseca. Venina foi subordinada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ela foi transferida para a Ásia e, posteriormente, foi afastada.
Graça Foster, de acordo com o Valor, foi advertida a respeito de contratações irregulares na área de comunicação da Diretoria de Abastecimento, administrada por Paulo Roberto Costa entre 2004 e 2012. O sucessor de Costa na diretoria da Petrobras, José Carlos Cosenza, também teria sido informado sobre os atos de corrupção.
Venina teria informado à Graça Foster sobre a multiplicação de aditivos na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. De acordo com a reportagem, em 2014 foram remetidas à presidente da Petrobras denúncias envolvendo os escritórios da estatal no exterior.
Ainda segundo a reportagem, Venina irá depor ao Ministério Público, em Curitiba, onde tramita a parte do processo da Lava Jato. Ela teria começado a apresentar as denúncias na época em que ainda era subordinada a Paulo Roberto Costa, entre novembro de 2005 e outubro de 2009.
Leia a íntegra da nota divulgada pela Petrobras:
"A Petrobras esclarece que, em relação à matéria publicada no Valor Pro de 11/12/2014, sob o título " Diretoria da Petrobras foi informada de desvios de bilhões em contratos", instaurou comissões internas em 2008 e 2009 para averiguar indícios de irregularidades em contratos e pagamentos efetuados pela gerência de Comunicação do Abastecimento. O ex-gerente da área foi demitido por justa causa em 03 de abril de 2009, por desrespeito aos procedimentos de contratação da companhia. Porém, a demissão não foi efetivada naquela ocasião porque seu contrato de trabalho estava suspenso, em virtude de afastamento por licença médica, vindo a ocorrer em 2013. O resultado das análises foi encaminhado às autoridades competentes.
Em relação aos procedimentos na área de Bunker, após resultado do Grupo de Trabalho constituído em 2012, a Petrobras aprimorou os procedimentos de compra e venda com a implementação de controles e registros adicionais. Com base no relatório final, a Companhia adotou as providências administrativas e negociais cabíveis. A Petrobras possui uma área corporativa responsável pelo controle de movimentações e auditoria de perdas de óleo combustível, que não constatou nenhuma não conformidade no período de 2012 a 2014.
Como mencionado em comunicados anteriores, a Comissão Interna de Apuração constituída para avaliar os processos de contratações para as obras da RNEST concluiu as apurações e encaminhou o Relatório Final para os órgãos de controle e autoridades competentes.
Assim, fica demonstrado que a Companhia apurou todas as informações enviadas pela empregada citada na matéria."

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Deputados não chegam a consenso e adiam votação de projeto de porte de arma

Como foi realizada uma obstrução da votação do parecer do relator, a comissão adiou a análise da proposta que prevê mais facilidade na aquisição de arma de fogo para o dia 17 de dezembro.Obstruções marcaram a reunião da comissão especial da Câmara dos Deputados convocada na última quarta-feira, dia 10 de dezembro, para votar o parecer do relator, Claudio Cajado (DEM-BA), ao Projeto de Lei 3722/12, que revoga o Estatuto do Desarmamento. Após cerca de três horas de leitura do relatório, a reunião foi encerrada e uma nova foi convocada para a próxima quarta-feira (17), às 14 horas.

Após o encerramento da reunião, o deputado Alessandro Molon (PT-RJ) lamentou o fato de que o relatório seguirá para votação sem uma discussão mais profunda sobre o tema. Molon tentou aprovar requerimento de audiência pública, de autoria do deputado Ivan Valente (Psol-SP). "É um absurdo tentar revogar uma lei que está em vigor há 11 anos, com uma única discussão. O único debate [referindo-se à audiência pública do dia 26/11] foi desequilibrado, com cinco pessoas de um lado e três do outro. Isso não é razoável, não é responsável", lamentou o parlamentar.
Entre as mudanças trazidas no substitutivo apresentado pelo relator estão:

  • o endurecimento das penas já existentes e previsão de novos crimes, como o porte ostensivo ilegal de arma de fogo e a ofensa com simulacro ou arma de brinquedo
  • a regulação das armas de incapacitação neuromuscular, conhecidas, popularmente, como "arma de choque"
  • a alteração para renovação do registro, que acontecerá a cada oito anos, em vez de três anos
  • a diminuição de taxas cobradas pelo governo, como por exemplo, a da renovação do porte, que passará de R$ 1.000 para R$ 100
Desde o início dos trabalhos na quarta-feira, deputados do Psol e do PT protocolaram requerimentos na tentativa de marcar uma nova audiência ou, até mesmo, cancelar a reunião.
Se na próxima quarta-feira (17) o parecer for aprovado, seguirá para análise do plenário da Câmara.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Ex-funcionários da CIA dizem que relatório sobre tortura é parcial e equivocado


Um grupo de ex-funcionário de alta patente da CIA contestou o relatório de um comitê do Senado dos Estados Unidos, segundo o qual as técnicas de interrogatório da agência não obtiveram informações valiosas de inteligência, e afirmou que esse trabalho salvou milhares de vidas.
O ex-diretores da CIA George Tenet, Porter Goss e Michael Hayden, assim como outros três ex-vice-diretores, escreveram em um artigo, publicado nesta quarta-feira no Wall Street Journal, que o relatório do Comitê de Inteligência do Senado estava errado em afirmar que a agência foi enganosa sobre seus trabalhos em seguida aos ataques de 11 de setembro de 2001, nos EUA.
"O comitê nos deu... um estudo unilateral marcado por erros sobre fatos e interpretações --essencialmente um ataque parcial e pobremente elaborado contra uma agência que fez o máximo para proteger a América depois dos ataques de 11 de Setembro", disseram.
O relatório concluiu que a CIA falhou em desmantelar qualquer conspiração subsequentes aos ataques, apesar de ter torturado prisioneiros durante o governo de George W. Bush.
Mas os diretores da CIA disseram que os EUA nunca teriam localizado e matado o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, em 2011 não fossem as informações obtidas no programa de interrogatórios.
Seus métodos também levaram à captura de membros de alto escalão da Al Qaeda, à obtenção de informações valiosas sobre a organização e ao salvamento de centenas de vidas ao desmantelar planos da Al Queda, incluindo um ataque similar aos de 11 de Setembro.
Os ex-diretores da CIA defenderam o programa de interrogatórios, dizendo que os agentes se encontravam em um "cenário bomba-relógio" sem precedentes, que exigia ações rápidas.
Eles disseram que o relatório do comitê do senado estava "simplesmente errado" em afirmar que a CIA ludibriou a Casa Branca, o Departamento de Justiça, o Congresso e o público sobre seis métodos de trabalho. A CIA buscou e recebeu confirmação da Casa Branca e do Departamento de Justiça a respeito de seus programas e também manteve o Congresso informado, disseram.
"De nenhuma maneira alegamos ter feito tudo perfeitamente, especialmente nas circunstâncias emergenciais e muitas vezes caóticas confrontadas na sequência imediata do 11 de setembro", escreveram os ex-diretores.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Governo consegue no Congresso aprovação de manobra fiscal

Apesar de aprovado na semana passada, ainda faltava votação de uma emenda para confirmação; agora, PLN vai para Dilma

O texto principal do Projeto de Lei que estabelece mudanças na meta fiscal foi enfim aprovado no início da noite desta terça-feira (9), após a votação da última emenda pendente para a resolução. Agora, o PLN 36/14 segue para sanção presidencial.
O projeto já havia sido aprovado na semana passada, após quase 19 horas consecutivas de sessão, marcada por discordâncias em relação ao posicionamento da situação e da oposição. Em discurso, o senador Aécio Neves (PSDB) chegou a afirmar que a alteração da regra do cálculo do superavit privado deste ano deixava o Congresso de "cócoras". 
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Antes da confirmação, deputados e senadores rejeitaram a emenda 69 ao PLN, apresentada pelo congressista Domingos Sávio (PSDB-MG), na semana passada. O objetivo era limitar as despesas correntes discricionárias (as que o governo pode decidir se realiza ou não) ao que foi executado na mesma categoria no ano anterior.
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O PLN 36 altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014 (Lei 12.919/2013) para, na prática, desobrigar o governo de cumprir qualquer meta de superávit neste ano. O superávit corresponde à economia para pagamento de juros da dívida pública. Com a aprovação do texto, o Palácio do Planalto pode abater todo o investimento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e desonerações tributárias.

Governo repassa terras para reforma agrária na Amazônia Legal

Serão destinados 2,5 milhões de hectares para estados do Acre, Amazonas, entre outros; áreas tambem são para conservação.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), por meio do programa Terra Legal Amazônia, destina nesta terça-feira (9) terras federais para a reforma agrária e a conservação do meio ambiente.

Dia 1: Para líder do MST, Dilma foi a pior presidente para a reforma agrária
A cerimônia será realizada às 16h, no auditório do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, com a presença do ministro Miguel Rossetto.
Serão destinados 2,5 milhões de hectares para os estados do Acre, Amazonas, Pará, de Rondônia e do Tocantins. Do total, 1 milhão será para regularizar unidades de conservação ambiental de Rondônia.
Mais 6 mil hectares serão repassados ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária para ações nos municípios de Anapu e de Pacajá, no Pará. O MDA também vai destinar 1,48 milhão de hectares ao Ministério do Meio Ambiente para a conservação ambiental no Pará, Amazonas, Acre, em Rondônia e no Tocantins.
Dia 1: Para líder do MST, Dilma foi a pior presidente para a reforma agrária
A cerimônia será realizada às 16h, no auditório do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, com a presença do ministro Miguel Rossetto.
Serão destinados 2,5 milhões de hectares para os estados do Acre, Amazonas, Pará, de Rondônia e do Tocantins. Do total, 1 milhão será para regularizar unidades de conservação ambiental de Rondônia.
Mais 6 mil hectares serão repassados ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária para ações nos municípios de Anapu e de Pacajá, no Pará. O MDA também vai destinar 1,48 milhão de hectares ao Ministério do Meio Ambiente para a conservação ambiental no Pará, Amazonas, Acre, em Rondônia e no Tocantins.
Texto

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Ministro da CGU entrega carta de demissão a Dilma Rousseff

Jorge Hage não quer ter nomeação renovada.

O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, informou hoje (8) que pediu demissão à presidenta Dilma Rousseff em carta entregue ainda no mês passado. Após nove anos no cargo, o ministro disse que “chegou a hora de descansar”. Em abertura de seminário, pela manhã, ele defendeu novos mecanismos de controle da corrupção para as empresas estatais.
“Apresentei à presidenta Dilma Rousseff minha carta pedindo que ela me dispense do próximo mandato. A minha pretensão é não ter minha nomeação renovada. Estou pedindo demissão. Já estou há 12 anos nesta tarefa, já cumpri com o meu dever, dei a minha contribuição. São 12 anos na CGU, nove como ministro, está na hora de descansar”, argumentou Hage.
Durante abertura de um evento alusivo ao Dia Internacional Contra a Corrupção, promovido pela CGU, Hage fez discurso de quem pretende deixar o posto. Ele fez um balanço do período em que esteve à frente do órgão, exaltando conquistas no combate à corrupção, e ainda fez críticas ao baixo orçamento da CGU.
“De nossa parte, temos clareza de estamos cumprindo com as atribuições que as leis nos davam, além de propormos inovações legais necessárias para ampliarmos nosso instrumental de ação”, discursou Hage. Após elogios ao corpo funcional da CGU, o ministro ressaltou que eles têm “se desdobrado ao limite das forças”.
“A CGU representa apenas 0,5% das despesas da União, considerando seu orçamento total. E, se consideramos somente os gastos correntes e de capital, nosso peso relativo é ainda menos, pois não passa de 0,007% dos gastos correntes e de capital do governo federal. Confronte-se isso com o que os cofres públicos deixam de perder, em desperdício ou em desvios, em consequência das ações da CGU, e ter-se-á uma ideia da relevância desse trabalho”, acrescentou o ministro.
Segundo Hage, desde 2004, a atuação do órgão de controle reduziu a cultura da impunidade no Brasil e levou à exclusão de mais de 5 mil funcionários públicos dos quadros da administração federal, além de tornar mais de 4,3 mil empresas inidôneas. “Para nós, que acreditamos ser a transparência o melhor antídoto contra a corrupção, esses números são muito animadores”, frisou.
O ministro considerou ainda que o Brasil precisa ampliar, complementar e elevar os recursos no sistema de controle e prevenção da corrupção e encontrar uma forma de incluir nos mecanismos de controle externo as empresas estatais de economia mista, como a Petrobras. Hage ressaltou a necessidade de uma reforma política, “para reduzir o espectro partidário a um número razoável de partidos”, além de uma reforma do processo judicial.
“Estas estatais de economia mista situam-se praticamente fora do alcance do sistema, a não ser pela via das auditorias anuais de contas, procedimento basicamente formal-burocrático, de baixa efetividade para fins de controle. Fora daí, têm-se apenas, da parte do órgão central, a possibilidade de auditorias por amostragem ou decorrentes de denúncias, o que é absolutamente insuficiente, na medida em que se alcança apenas alguns contratos. O que acaba de ser descoberto na Petrobras constitui clara evidência disso”, afirmou.
Sobre a Operação Lava Jato e o esquema de corrupção na Petrobras, Hage considerou que os órgãos de investigação vêm cumprindo seu papel. “É evidente que, quanto mais se investiga, mais se descobre. E a população mais se vê tomada pela perplexidade e pela justa indignação. Mas, se o problema existe e tem tais dimensões, essa é uma etapa inevitável que tem que ser vivida”, analisou.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Oito estados estouram limite da Lei de Responsabilidade Fiscal

Oito governadores eleitos começarão o mandato, em 2015, com o desafio de segurar os gastos com o funcionalismo. Os estados estão estourando os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal para as despesas com pessoal, segundo levantamento feito pela Agência Brasil com base em relatórios enviados pelos governos estaduais ao Tesouro Nacional.
A situação está mais crítica em Alagoas, na Paraíba, no Piauí, em Sergipe e no Tocantins, que ultrapassaram o limite máximo de 49% da receita corrente líquida (RCL) nos gastos com o funcionalismo público. Três estados - o Paraná, o Rio Grande do Norte e Santa Catarina - ultrapassaram o limite prudencial, 46,55% da RCL e já sofrem algumas sanções.
Se for levado em conta o limite de alerta (44,10%), o número de unidades da Federação com altas despesas no funcionalismo público aumenta para 17, com a inclusão do Amapá, Ceará, Distrito Federal,  Espírito Santo, de Goiás, Mato Grosso, do Pará, de Pernambuco, do Rio Grande do Sul e de Rondônia. O limite de alerta, no entanto, não implica sanções, apenas autoriza os tribunais de Contas estaduais e do DF a fazer uma advertência aos governadores.
Os estados que ultrapassam o limite prudencial sofrem restrições à concessão de reajustes (apenas os aumentos determinados por contratos e pela Justiça são autorizados), à contratação de pessoal (exceto reposição de funcionários na saúde, na educação e na segurança), ao pagamento de horas-extras e ficam proibidos de alterar estruturas de carreiras. Quem estoura o limite máximo, além das sanções anteriores, fica proibido de contrair financiamentos, de conseguir garantias de outras unidades da Federação para linhas de crédito e de obter transferências voluntárias.
Os números mostram a deterioração das contas estaduais nos últimos quatro anos. Em dezembro de 2010, apenas a Paraíba ultrapassava o limite máximo. Goiás, Minas Gerais, o Rio Grande do Norte e Tocantins tinham estourado o limite prudencial. O Acre, Alagoas, o Pará, Paraná e Sergipe estavam acima do limite de alerta. A pior situação ocorreu no Piauí, cujos gastos com o funcionalismo saltaram de 43,28% no fim de 2010 para 50,04% em agosto deste ano.
Tabela do Tesouro Nacional
Tabela do Tesouro Nacional
Alagoas, Sergipe e Tocantins passaram a estourar o limite máximo nos últimos anos. No entanto, alguns estados apresentaram melhoras significativas. Historicamente acima do limite máximo, a Paraíba conseguiu reduzir os gastos com o funcionalismo de 57,35% para 49,58% entre 2010 e 2014. o Acre, a Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, o Maranhão e Minas Gerais conseguiram reduzir as despesas de pessoal em relação à RCL. O Pará, acima do limite de alerta, e o Rio Grande do Norte, acima do limite prudencial, ficaram estáveis no período.
A estagnação da economia nos últimos anos explica, em parte, o aumento da proporção dos gastos com o funcionalismo. Diretamente relacionada à atividade econômica, a arrecadação dos estados, que forma a RCL, passou a crescer menos que as despesas de pessoal, que dependem de acordos salariais e dificilmente podem ser reduzidas.
Na prática, os gastos com o funcionalismo só podem ser cortados por meio da demissão de funcionários comissionados ou pela não reposição de servidores que morrem ou se aposentam. Por lei, salários não podem ser reduzidos, e servidores concursados só podem ser demitidos em casos excepcionais.