São Paulo – O governo ucraniano lançou hoje (2) uma
operação "punitiva" para tentar retomar a cidade oriental de Slaviansk,
controlada pelos separatistas. De acordo com Dimitri Peskov, porta-voz do presidente russo, Vladmir Putin, a manobra "destruiu de fato a esperança" de um acordo pacífico para a crise.
Segundo Peskov, o acordo de Genebra, acertado em 17 de
abril na cidade suíça por EUA, Rússia, Ucrânia e União Europeia, não tem
mais viabilidade frente à operação lançada pelo governo de Kiev, que já
teve dois helicópteros derrubados. Moscou acusou a Ucrânia de usar
poder aéreo contra a população civil.
"Falando em geral, enquanto a Rússia faz esforços para
diminuir a tensão e regular o conflito, o regime de Kiev ordenou à sua
aviação de combate disparar contra cidades e povoados", afirmou Peskov.
"Durante uma recente visita a Minsk, Putin já disse que uma ação assim
seria criminosa", assinalou o porta-voz, em referência às advertências
de dias passados do Kremlin às autoridades ucranianas contra uma
operação no sudeste do país contra as milícias pró-russas.
O ministro das Relações Exteriores russo, Serguei
Lavrov, exigiu que o governo ucraniano cesse "imediatamente a operação
de castigo" e pediu ao Ocidente o fim de sua "política destrutiva em
relação à Ucrânia".
Em comunicado, o chanceler chegou a acusar Kiev de
utilizar na operação das Forças Armadas "terroristas" do grupo
ultranacionalista "Setor Direito". Lavrov qualificou de "inaceitável
qualquer tipo de ingerência externa nos fatos da Ucrânia" e lembrou que
"Washington nunca desmentiu com clareza anteriores evidências sobre a
presença na Ucrânia de membros de uma organização militar privada. Como
se sabe, estas organizações militares privadas não trabalham no exterior
sem o consentimento do Departamento de Estado norte-americano".
Operação militar
Na manhã de hoje (2), tropas ucranianas lançaram uma
operação para retomar o controle de Slaviansk. Os soldados chegaram a
conquistar nove postos de controle e a bloquear a cidade "totalmente, as
entradas e as saídas", segundo declarou o líder das chamadas "forças de
autodefesa", Igor Strelkov, ao canal russo Rossia 24.
"Todas as estradas estão interrompidas e de todas as
direções chegam blindados e soldados. Eles estão utilizando contra nós
até 20 helicópteros, de combate e de transporte de tropas", afirmou
Strelkov. Em resposta, os separatistas pró-russos derrubaram dois
helicópteros ucranianos, matando dois pilotos. Um separatista também foi
morto. Segundo os serviços de segurança ucranianos, a derrubada dos
helicópteros motra que há "especialistas estrangeiros" lutando ao lado
dos manifestantes pró-Rússia.
O autoproclamado prefeito de Slaviansk, Viacheslav Ponomariov, afirmou que seus homens não se renderiam e que "ajuda" não especificada estava a caminho, segundo o jornal The Guardian. Ponomariov também informou que os observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) que haviam sido detidos pelos pró-russos sob a acusação de serem espiões da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), estão a salvo e foram transferidos para um local seguro, "fora da zona de combate".
Segundo Ponomariov, em declarações divulgadas pelo canal Dozhed, a operação das forças militares ucranianas já causou cinco mortes em Slaviansk: três separatistas e dois civis foram mortos. O líder pró-russo pediu ao povo que não saia de suas casas e acusou nacionalistas do Setor Direito de atacar a população civil. "Os militares ucranianos estão lutando de forma leal. Mas o Setor Direito atira contra a população pacífica que está ajudando a construir barricadas", afirmou.
O autoproclamado prefeito de Slaviansk, Viacheslav Ponomariov, afirmou que seus homens não se renderiam e que "ajuda" não especificada estava a caminho, segundo o jornal The Guardian. Ponomariov também informou que os observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) que haviam sido detidos pelos pró-russos sob a acusação de serem espiões da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), estão a salvo e foram transferidos para um local seguro, "fora da zona de combate".
Segundo Ponomariov, em declarações divulgadas pelo canal Dozhed, a operação das forças militares ucranianas já causou cinco mortes em Slaviansk: três separatistas e dois civis foram mortos. O líder pró-russo pediu ao povo que não saia de suas casas e acusou nacionalistas do Setor Direito de atacar a população civil. "Os militares ucranianos estão lutando de forma leal. Mas o Setor Direito atira contra a população pacífica que está ajudando a construir barricadas", afirmou.
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