terça-feira, 17 de maio de 2016

Pressionado, presidente da França diz que não vai recuar de reforma trabalhista

Sindicalistas têm realizado protestos contra legislação que torna regras trabalhistas mais flexíveis no país europeu

Criticado, Hollande diz que prefere medidas impopulares a ser presidente
Elysee/Divulgação - 27.11.2015
Criticado, Hollande diz que prefere medidas impopulares a ser presidente "que não fez nada"

O presidente da França, François Hollande, afirmou, nesta terça-feira (17), que não irá voltar atrás sobre a reforma trabalhista aprovada na última semana pela Assembleia Nacional. O texto agora segue para o Senado. "Não cederei. Muitos governos cederam e essa é a causa das condições que nós encontramos o país em 2012", afirmou o mandatário em entrevista à emissora "Europe 1".
Proposta pela ministra do Trabalho, Myriam el-Khomri, a lei foi aprovada no plenário da Assembleia graças a um "voto de confiança" dos parlamentares. Entre as principais mudanças com a aprovação estão a flexibilização da legislação trabalhista nas demissões sem justa causa e no pagamento de horas extras – pela nova lei, elas poderiam passar a ser negociadas, como ocorre no Brasil, em vez de a empresa ter a obrigação de pagá-las mensalmente.
Um dos pontos mais questionados pelos sindicatos franceses, no entanto, é a prioridade conferida na regra para os acordos individuais feitos entre empregador e empregado em detrimento de acertos coletivos das diferentes categorias. Para o presidente, no entanto, a flexibilização "é muito importante para o nosso país e a lei El Khomri contribuirá para isto, para que as empresas e os sindicatos possam definir o nível que cada um terá no próprio futuro, mas no respeito à lei".
Hollande aproveitou para pediu o fim dos atos sindicalistas contra a mudança, os quais classificou como criminosos. "Manifestar é um direito, destruir é um crime", acusou o presidente. Segundo o líder político, desde o início dos protestos, foram mais de mil presos, 60 condenações, além de um registro de 350 policiais feridos. "Isso é inaceitável." Para esta semana, no entanto, estão programadas dezenas de manifestações em diversas regiões da França.
Hollande enfatizou que prefere ser lembrado como um presidente "que fez as reformas", incluindo aquelas consideradas impopulares, a ser para sempre chamado como o mandatário "que não fez nada". "É preciso tempo antes que elas deem frutos. Tento fazer aquilo que o país espera de um chefe de Estado", declarou.
Franceses realizam protesto contra a reforma trabalhista imposta pelo presidente Hollande
Lionel Bonaventure/Agence France Press/Estadão Conteúdo - 17.05.16
Franceses realizam protesto contra a reforma trabalhista imposta pelo presidente Hollande

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