Em discurso a empresários no Palácio do Planalto, presidente sai em
defesa de suas reformas e afirma que "não há plano B" para o Brasil.
Investigado por corrupção, ele deve ser denunciado pela PGR nos próximos
dias.Iniciando uma semana que promete ser decisiva para sua permanência
no cargo, o presidente Michel Temer afirmou, em discurso no Palácio do
Planalto nesta segunda-feira (26/06), que nada destruirá seu governo.
Ele destacou ainda que não há "plano B" para o Brasil, que precisa
seguir adiante.
O peemedebista falava para uma plateia de empresários e representantes
do comércio, depois de sancionar uma lei que permite que comerciantes
cobrem preços diferentes para um mesmo produto ou serviço de acordo com a
forma de pagamento do cliente, se em dinheiro ou cartão, por exemplo.
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Sobre as reformas defendidas por seu governo, Temer disse que sua
"agenda de modernização é a mais ambiciosa de muito tempo" e que "tem
sido implementada com disciplina e sentido de missão".
Por liderar um governo "de transição", o presidente afirmou que essa é a
hora de executar medidas que outras administrações não implementariam
por preocupação com questões eleitorais. "Estamos fazendo uma transição
para que quem vier depois possa encontrar o Brasil nos trilhos."
Segundo o peemedebista, não há outro caminho para a retomada do
crescimento do país senão por meio de reformas. "Não há plano B. Há que
seguir adiante. Portanto, nada nos destruirá. Nem a mim, nem a nossos
ministros", garantiu.
O mandatário defendeu ainda medidas como a reforma da Previdência, cuja
discussão sofreu uma "pequena parada, mas deve ser retomada" em breve, e
a polêmica lei que estabelece um teto para os gastos públicos federais
pelos próximos 20 anos, aprovada pelo Congresso no ano passado.
Segundo o presidente, a responsabilidade fiscal é um "pilar
fundamental" da economia brasileira, e a criação de um teto para os
gastos públicos foi apenas o primeiro passo. "Foi uma medida séria, e
não populista", afirmou.
Temer é alvo de um inquérito por suspeita de corrupção no Supremo
Tribunal Federal (STF). A investigação foi autorizada após a delação da
JBS, que implicou diretamente o presidente. Ele nega as acusações e
chegou a entrar com um processo na Justiça contra o empresário Joesley
Batista.
A expectativa, segundo afirmam veículos da imprensa brasileira, é que o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresente uma denúncia
criminal contra Temer até esta terça-feira.
Lei da diferenciação de preços
A lei sancionada pelo presidente nesta segunda-feira, que tem como
origem a Medida Provisória 764/2016, regulamenta a diferenciação de
preços e possibilita descontos para compras feitas em dinheiro. O
comerciante será obrigado a informar, em lugar visível, os descontos
oferecidos.
De acordo com o governo, o objetivo da lei é estimular uma queda do
valor médio cobrado pelos produtos e serviços, bem como evitar que
consumidores que não usam cartão de crédito ou débito como meio de
pagamento paguem taxas que estariam embutidas nos preços dos bens
adquiridos.
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