O candidato a prefeito do Rio Pedro Paulo (PMDB) escolheu, neste
domingo (25), um dos polos culturais mais tradicionais da cidade, a
Feira de São Cristóvão, para chamar a atenção para o risco de
empobrecimento do diálogo e a estagnação de conquistas caso seus
adversários sejam eleitos. Ao lado do prefeito Eduardo Paes e do
presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), Pedro conversou
com comerciantes e foi recebido com repente, samba e bençãos – na forma
de uma imagem do Padre Cícero, presenteada pelo cordelista Mestre
Egídio, e de uma camisa da procissão centenária do Círio de Nazaré, do
Pará.
“O
Rio de Janeiro não pode ser entregue àqueles que já faliram a cidade.
Temos que seguir o caminho da cultura diversa e democrática dos últimos
oito anos. Olhar para todos e priorizar quem mais precisa de espaço,
quem até recentemente não tinha voz”, afirmou o candidato, que
aproveitou a ocasião para defender a multiplicidade cultural e religiosa
do Rio.
“Esta cidade é diversa, múltipla e precisa permanecer
assim. Precisa compreender todas as culturas, todas as crenças, todas as
linguagens e todas as pessoas que vêm em busca de oportunidades e que
trazem com elas práticas e hábitos que fazem do Rio a cidade rica que é.
Mas é fundamental que se faça um alerta aqui: uma coisa é a religião
estar, como sempre esteve, na construção da nossa identidade cultural e
social. É parte do que faz do Rio uma cidade tão única. Mas misturar
religião com política é uma ameaça muito grande a todas as nossas
conquistas sociais recentes. Inclusive culturais”, acentuou,
referindo-se ao risco da eleição do candidato Crivella, sobrinho do
bispo Edir Macedo e aliado de Garotinho.
A sete dias do primeiro
turno, Pedro Paulo falou que seguirá a mesma rotina que sempre adotou:
“acordar cedo, dormir tarde, multiplicar os apoios em cada canto dessa
cidade, conversando principalmente com os que mais precisam do poder
público”, além de provocar uma reflexão nos cariocas:
“É urgente
que os eleitores entendam o que está em jogo: minha candidatura é o
única opção que oferece à cidade os avanços que observamos nos últimos
anos. Além dela, há a da Jandira e do Freixo, que representam o
radicalismo, a intolerância em relação ao diálogo com a política e um
modelo de cidade com uma visão atrasada, que levou o país à falência. É
isso que está em jogo. E não é surpresa para ninguém que o bispo
Crivella, o bispo Macedo e a família Garotinho estejam morrendo de medo
de que eu seja o adversário, porque eles sabem que eu sou o único que
pode afastar do horizonte do Rio o atraso que representaria ter estas
pessoas no poder”, ressaltou Pedro Paulo.
Comentando o cenário da
disputa eleitoral, em que Pedro figura em segundo lugar, empatado com
Marcelo Freixo e Jandira Feghali, o prefeito Eduardo Paes mostrou
confiança no segundo turno e elevou o tom contra os adversários.
“Tenho
certeza de que o Pedro vai para o segundo turno porque confio na
compreensão do carioca da gravidade da situação de se ter uma disputa
entre candidatos como Crivella e Freixo, ou Crivella e Jandira. Não é
nada pessoal, mas eles não têm a menor condição de governar a cidade.
Está na hora daqueles que pensam a cidade, que desejam um futuro de
desenvolvimento e geração de oportunidades, como mostramos ser possível
nos últimos sete anos e meio, embarcarem na campanha do Pedro. Assim
derrotaremos o bispo no segundo turno”, disse.
Rodrigo Maia fez coro, destacando a capacidade administrativa do governo Paes, que teve no Pedro Paulo seu principal gestor.
“A
cidade do Rio está dando o exemplo que nem a crise federal, provocada
pela aliança comandada no Rio da Jandira e do Freixo, nem a enfrentada
pelo Estado, tiveram nenhum tipo de interferência nas finanças
municipais. A cidade do Rio fez as Olimpíadas, continua investindo em
equipamentos públicos fundamentais de saúde e educação e continua
pagando seu servidor em dia. São provas de que a cidade do Rio tem uma
gestão de qualidade, e em todas as decisões que trouxeram o Rio até este
momento, há a assinatura do Pedro Paulo”.
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