Atentado reivindicado pelo "Estado Islâmico" deixa mais de 30 mortos e
85 feridos em mesquita xiita na capital do Afeganistão. Presidente
Ashraf Ghani condena o "brutal ataque", que classifica de "crime
imperdoável".Um atentado suicida reivindicado pelo grupo terrorista
"Estado Islâmico" (EI) deixou mais de 30 mortos e 85 feridos nesta
segunda-feira (21/11) num templo em Cabul, no Afeganistão. O ataque
ocorreu durante uma cerimônia religiosa da comunidade hazara, uma
minoria xiita de língua persa.
O balanço de vítimas, que inclui mulheres e crianças, foi divulgado
pelo porta-voz do Ministério afegão da Saúde, Ismail Kawusi. Ele
afirmou, no entanto, que o número de mortos e feridos pode aumentar nas
próximas horas.
O ataque ocorreu por volta do meio-dia (horário local), quando um
homem-bomba se explodiu em meio a dezenas de pessoas na mesquita xiita
de Baqir-ul-Olom, situada numa área da minoria hazara no oeste da
capital afegã, afirmou o Ministério do Interior do país.
O porta-voz da polícia de Cabul, Basir Mujahid, disse que, neste
domingo, várias mesquitas e centros religiosos de todo o país comemoram o
Arbain, uma importante celebração na qual os xiitas lembram a morte do
imã Hussein, neto do profeta Maomé, em meio a fortes medidas de
segurança.
"Algumas pessoas realizaram nesta segunda-feira outra cerimônia após o
Arbain e, infelizmente, um suicida entrou na mesquita de Baqir-ul-Olom,
detonando seus explosivos", afirmou Mujahid.
O Talibã já havia negado sua participação no ataque quando o EI
reivindicou a autoria. "A imolação de um combatente do Estado Islâmico
atingiu um santuário xiita na cidade de Cabul", diz um comunicado em
árabe publicado na agência Amaq, vinculada ao grupo extremista sunita.
Em nota, o presidente afegão, Ashraf Ghani, condenou o "brutal ataque" e
manifestou sua "mais profunda tristeza" pela tragédia que, segundo ele,
é um "crime imperdoável". O Ministério do Exterior, em outro
comunicado, enviou suas condolências às famílias das vítimas e a todo
povo afegão.
Atentados de caráter sectário têm se tornado frequentes no Afeganistão,
com alvo na minoria xiita, especialmente na comunidade hazara. Em julho
deste ano, um ataque suicida durante uma manifestação hazara em Cabul
deixou mais de 80 mortos e 300 feridos.
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