Ex-governador do Rio, que está preso em Bangu, já é réu por outros
crimes relacionados à Operação Lava Jato; vale lembrar que ele está nas
mãos do juiz mais duro do Brasil, Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal
Criminal, que condenou Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da
Eletronuclear, a 43 anos; se ele aceitar a nova denúncia do MPF-RJ,
Sergio Cabral se tornará réu pela terceira vez, ficando marcado como o
maior corrupto da história do Brasil; também foram denunciadas nesta
ação do MPF outras dez pessoas no âmbito das operações Calicute e
Eficiência, desdobramentos da Lava Jato no Rio.O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ) denunciou à
7ª Vara Federal o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) por 184 crimes de
lavagem de dinheiro. Os fatos apresentados na denúncia são resultantes
da Operação Eficiência, realizada no escopo das investigações da
Força-Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro. Além de Cabral, foram
denunciadas outras dez pessoas, incluindo dois colaboradores, doleiros
que faziam parte da organização como operadores financeiros.
Segundo informações divulgadas pelo MPF, "os doleiros recebiam dos
demais denunciados dinheiro em espécie oriundo dos crimes de corrupção
praticados, custodiavam tais recursos em seu escritório e os distribuíam
posteriormente para pagamentos de despesas em favor dos membros do
grupo criminoso".
"Os colaboradores forneceram uma planilha de controle de caixa que
aponta que os recursos por eles custodiados foram utilizados para
pagamentos de despesas, no período de 1º de agosto de 2014 a 10 de
junho de 2015, no valor de R$ 39,7 milhões, uma média de
aproximadamente R$ 4 milhões por mês", diz.
Segundo o ministério, as provas reunidas nas Operações Calicute e
Eficiência comprovaram que Sérgio Cabral, no comando da organização
criminosa, e mais dez pessoas promoveram a lavagem de ativos, no Brasil,
para beneficiar o outros participantes do esquema e para despesas
pessoas tanto do ex-governador como dos seus familiares.
"Os conjuntos de atos de lavagem de dinheiro narrados tinham por
objetivo converter os recursos de propina em ativos de aparência
lícita e/ou distanciar ainda mais de sua origem ilícita o dinheiro
derivado de crimes de corrupção praticados pela organização
criminosa", continua.
A denúncia versa sobre crimes de pertinência a organização
criminosa e de lavagem de dinheiro cometidos no Brasil. Contudo, diante
da grandiosidade do esquema criminoso, não esgotam todos os crimes de
lavagem de dinheiro cometidos no Brasil, nem tampouco todos os fatos
praticados pelo grupo, que poderão ser objeto de novas denúncias.
Segundo os procuradores da República Leonardo Cardoso de Freitas,
José Augusto Vagos, Eduardo El Hage, Renato Silva de Oliveira, Rodrigo
Timóteo, Rafael Barretto, Sérgio Pinel, Jessé Ambrósio Junior e Lauro
Coelho Júnior, que assinam a denúncia, "o vultoso volume de recursos
obtidos em razão dos crimes praticados pelo grupo criminoso exigia uma
forte estrutura destinada à movimentação e lavagem do dinheiro da
propina."
Além de Sérgio Cabral, também foram denunciados por crimes de
lavagem de dinheiro Carlos Miranda (147 crimes), Carlos Bezerra (97
crimes), Sérgio Castro de Oliveira (6 crimes), Ary Ferreira da Costa
Filho (2 crimes), Adriana Ancelmo (7 crimes), Thiago de Aragão
Gonçalves (7 crimes), Francisco de Assis Neto (29 crimes), Álvaro
José Galliez Novis (32 crimes). Sérgio de Oliveira, Thiago de Aragão,
Francisco de Assis e Álvaro Novis também foram denunciados por
integrarem a organização criminosa liderada pelo ex-governador.
Na denúncia foram narrados ainda fatos criminosos de dois
colaboradores, doleiros que faziam parte da organização como operadores
financeiros.
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