Em março do ano passado, quando Lula foi nomeado para ser ministro-chefe
da Casa Civil, o atual prefeito de São Paulo atacou Dilma e o
ex-presidente com ofensas e xingamentos, pois a nomeação seria uma
maneira de "se esconder" da Lava Jato. Nesta quinta-feira (2), Temer
tornou Moreira Franco, citado mais de 30 vezes em delação da Odebrecht,
ministro, com foro privilegiado; Doria se calou.Parte da população, imprensa e classe política ficou indignada, em
março do ano passado, com a tentativa da ex-presidenta Dilma Rousseff de
nomear Lula ministro-chefe da Casa Civil, em uma tentativa de
rearticular o governo, que já estava sendo sabotado pelos opositores às
vésperas do impeachment. Na ocasião, acusaram Dilma de tentar blindar
Lula das investigações da Lava Jato, o concedendo foro privilegiado
enquanto ministro.
Na semana em que o presidente Michel Temer inventa um ministério para
Moreira Franco, um dia depois da homologação de dezenas de delações da
executivos da Odebrecht, em uma clara tentativa de protegê-lo com o foro
privilegiado (Franco foi citado mais de 30 vezes na delação do
ex-superintendente da empreiteira Claudio Melo Filho de receber propina
de R$ 4 milhões em 2014, quando era ministro da Aviação Civil), vale a
pena lembrar de um fato para constatar a indignação seletiva de parte
dos políticos.
João Doria (PSDB), naquele mês de março em que Lula foi indicado a um
ministério, gravou um vídeo em que, com xingamentos e ofensas, ataca
Lula e Dilma e diz que o ex-presidente é um "sem vergonha" e "covarde"
por "se esconder atrás de um ministério" contra a Lava Jato. Relembre no
vídeo e procure, agora, alguma manifestação de Doria sobre a mais nova
nomeação de Temer.
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