O relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, ministro Teori
Zavascki, negou no início da noite desta sexta-feira (27) o pedido de
revogação da prisão de Edson Ribeiro, o ex-advogado do ex-diretor da
Petrobras Nestor Cerveró. O ministro também determinou a transferência
de Ribeiro para o presídio Ary Franco, no Rio de Janeiro. O advogado
foi preso pela manhã, ao desembarcar no aeroporto do Galeão, vindo dos
Estados Unidos.
O defensor de Ribeiro, o advogado Carlo Huberth
Luchioni disse nesta sexta-feira que o depoimento do seu cliente à
Polícia Federal durou cerca de três horas, mas não deu maiores detalhes
sobre o assunto. Ribeiro é um acusado de tentar obstruir as
investigações da Operação Lava-Jato.
O advogado Carlo Luchioni
disse que foi pedida a prisão domiciliar e a revogação da prisão
preventiva. "Ele alega inocência veementemente e diz que nunca traiu a
confiança do cliente dele. Ele diz que houve uma estratégia de defesa
mal interpretada", ressaltou Luchioni sobre o ex-advogado de Nestor
Cerveró.
Edson
Ribeiro chegou às 9h55 à sede da Polícia Federal (PF), na zona
portuária do Rio. Ele chegou escoltado em dois veículos da PF e estava
no banco traseiro do carro da frente.
O advogado desembarcou às
8h10, no Rio, em um voo da TAM. Edson Ribeiro defendia o ex-diretor da
Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, preso na Operação Lava
Jato, e teve a prisão determinada quarta-feira (25) pelo Supremo
Tribunal Federal (STF).
O ministro do STF Teori Zavascki havia autorizado a inclusão do nome do advogado na lista da Interpol, a polícia internacional.
Edson
Ribeiro é investigado na operação que prendeu também o senador Delcídio
do Amaral (PT-MS), o banqueiro André Esteves, dono do Banco BTG
Factual, e o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira. De acordo com
pedido de prisão da Procuradoria-Geral da República, encaminhado ao
STF, Edson Ribeiro participou das negociações em que o senador Delcídio
do Amaral tentou impedir que Cerveró firmasse um acordo de colaboração
com o Ministério Público Federal, no âmbito da Operação Lava Jato.
Edson
Ribeiro teve a prisão determinada na quarta-feira (26/11) pelo Supremo
Tribunal Federal na operação que prendeu também o senador Delcídio do
Amaral (PT-MS), o banqueiro André Esteves, dono do Banco BTG Factual, e o
chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira.
<<Banqueiro André Esteves é transferido para Bangu 8
<<Depoimento de Delcídio à PF dura quase quatro horas
De
acordo com pedido de prisão da Procuradoria-Geral da República (PGR),
encaminhado ao STF, Edson Ribeiro participou das negociações em que o
senador Delcídio do Amaral tentou impedir que Cerveró firmasse um acordo
de colaboração com o Ministério Público Federal. Em um dos encontros -
que foi gravado pelo filho de Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró, em um
hotel em Brasília - o senador prometeu pagar R$ 50 mil mensais à família
do ex-diretor para não ocorrer a delação premiada.
"O Senador
Delcídio Amaral contou com o auxílio do advogado Edson Ribeiro, que,
embora constituído por Nestor Cerveró, acabou por ser cooptado pelo
congressista. O advogado Edson Ribeiro passou, efetivamente, a proteger
os interesses do Senador Delcídio Amaral em sua interação profissional
com Nestor Cerveró e Bernardo Cerveró, mesmo depois de tomada por Nestor
Cerveró a decisão de oferecer colaboração premiada ao Ministério
Público Federal. O advogado Edson Ribeiro recebeu do Senador Delcídio
Amaral, a certa altura das tratativas, a promessa de pagamento dos
honorários que convencionara com Nestor Cerveró, cujo valor era de R$
4.000.000,00 (quatro milhões de reais)", diz o documento da PGR.
Segundo
a PGR, o banqueiro André Esteves, dono do Banco BTG Factual, arcaria
com os custos para não ter seu nome mencionado no acordo de colaboração
ou para o ex-diretor desistir. "Ao menos parte desses recursos seria
dissimulada na forma de honorários advocatícios a serem convencionados
em contrato de prestação de serviços de advocacia entre André Esteves
e/ou pessoa jurídica por ele controlada com o advogado Edson Ribeiro."
Esteves está preso na Superintendência da Polícia Federal no Rio de
Janeiro.
Nestor Cerveró firmou acordo de colaboração premiada com o Ministério público Federal no dia 18 de novembro deste ano.
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