terça-feira, 19 de junho de 2012

Por quase três décadas David A. Hemler esteve - e ainda está - na lista de fugitivos da Força Aérea dos Estados Unidos. Em fevereiro de 1984, aos 21 anos, ele desertou do Exército dos EUA deixando a base aérea americana de Augsburg, na Alemanha, sem deixar pistas sobre seu paradeiro.
As autoridades americanas pensaram que ele poderia ter desertado para vender segredos de segurança nacional aos russos, mas nada está mais longe da realidade.
O verdadeiro paradeiro do desertor veio à tona após uma entrevista para o jornal sueco Dagens Nyheter reproduzida pela mídia americana. Nela, Hemler conta que tem vivido no país escandinavo todo esse tempo, e que sua deserção foi motivada por uma desilusão amorosa.
Isso, juntamente com uma crescente simpatia pelo movimento pacifista alemão da época e a decepção com a política externa do então presidente Ronald Reagan, teria levado ele a abandonar o Exército.
Após deixar a base na Alemanha, ele foi primeiro para a Dinamarca, para depois se instalar na Suécia, onde tem vivido há 28 anos.
Para conseguir o próprio sustento, fez todos os tipos de trabalho até conseguir um visto de residência após casar-se com uma sueca, com quem teve um filho.
Hemler acabou se divorciando, se casando novamente e tendo mais dois filhos. Hoje, trabalha para o governo sueco.

Revolta adolescente

David Hemler hoje (Foto Reuters)
Como David Hemler seria hoje (projeção da Força Aérea americana)
"Nunca imaginei que isso duraria tanto tempo", disse Hemler ao jornal americano The New York Times da cidade sueca de Uppsala, onde vive com sua segunda esposa e dois de seus três filhos.
"Os dias e semanas foram passando e eu comecei a me dar conta de que a polícia militar poderia não aparecer. Me sentia muito bem. Tive uma fase de revolta adolescente tardia."
Há alguns dias, Hemler, hoje com 49 anos, ligou para seus pais e seu irmão mais novo para dizer que estava vivo.
Ele também enviou um e-mail para o Escritório de Investigações Especiais da Força Aérea dos EUA, que está investigando a veracidade de suas declarações.
Segundo o The New York Times, mesmo se sua identidade for confirmada, será difícil para as autoridades dos EUA punirem Hemler, já que a Suécia não permite extradição por delitos políticos ou militares.
Ainda assim, Hemler diz que gostaria de voltar para casa para ver seus pais, que já passam dos 70 anos.

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