O ministro italiano das Relações Exteriores, Paolo Gentiloni, afirmou
nesta sexta-feira (16) que o governo do país não pagou nenhum resgate
para libertar as jovens Vanessa Marzullo e Greta Ramelli, que haviam
sido sequestradas na Síria.
"Somos contra o pagamento de resgates.
Sobre os sequestros, a Itália atua com comportamentos indicados a nível
internacional e segue a linha dos governos precedentes. Essa é a linha
da Itália", disse o ministro ao Parlamento. Ele ainda ressaltou que são
só "interferências" os rumores de que as autoridades tenham pago US$ 12
milhões para a libertação das jovens.
Gentiloni aproveitou o
momento para agradecer aos "serviços de inteligência, à unidade de crise
da Farnesina e todas as autoridades que, com um jogo de equipe,
conseguiram obter um resultado importantíssimo". Ele ainda criticou quem
acusa as duas meninas de "terem causado" seu sequestro por terem ido
ajudar pessoas em uma área de guerra.
Sobre quem teria sequestrado
as duas italianas, o ministro falou que não é possível ter certeza de
qual grupo foi, mesmo com os terroristas do Frente al-Nusra tendo
assumido o crime. Segundo ele, a área onde elas foram sequestradas "é
controlada pelo al-Nusra".
Porém, "houve uma guerra midiática
entre os grupos extremistas que não pararam de trabalhar com a
desinformação, atribuindo reivindicações e fazendo sair indiscrições sem
fundamentos". Gentiloni informou ainda que por causa disso, durante o
sequestro, "gravitou uma ampla série de personagens que tentaram se
passar por mediadores cujas atividades tiveram como foco despistar".
Ao
final de seu discurso, ele enviou um "pensamento especial" às famílias
do Padre Dall'Oglio, sequestrado na Síria no final de julho de 2014, e
Giovanni Lo Porto, desaparecido desde o dia 19 de janeiro de 2012 entre o
Paquistão e o Afeganistão.
Apesar de ter ido ao Parlamento, os
membros do partido de oposição não ficaram satisfeitos com as
explicações e cobraram do governo italiano a informação sobre um
possível pagamento de resgate.
A notícia da libertação de Greta e
Vanessa foi divulgada ontem (15) pelas autoridades e chegaram na
madrugada de hoje a Roma, onde estão sendo ouvidas pela Procuradoria da
capital italiana.
As duas estavam prestando trabalho voluntário na
região de Aleppo, no norte sírio, e foram raptadas entre o final de
julho e o início de agosto do ano passado.
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