O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró
prestou, nesta quinta-feira (15), depoimento de cerca de três horas e
meia de duração à Polícia Federal (PF), em Curitiba. Na saída, seu
advogado Beno Brandão afirmou que o depoimento foi tranquilo e que seu
cliente respondeu às perguntas. Havia a expectativa de Cerveró falasse
sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, mas segundo o advogado
nada sobre o assunto foi perguntado nesta quinta-feira.
Cerveró
foi detido na madrugada de quarta-feira (14), no Aeroporto Internacional
Tom Jobim, no Rio de Janeiro, e levado para a superintendência da
Polícia Federal em Curitiba. O ex-diretor da Petrobras voltava de uma
viagem a Londres quando foi detido pela PF. Ele foi preso
preventivamente a pedido do Ministério Público Federal. Por meio de
nota, o MPF informou que foi cumprido um mandado de prisão preventiva,
já que "há indícios de que o ex-diretor continua a praticar crimes e se
ocultará da Justiça". Ele é réu em processo originado na Operação Lava
Jato, da PF, por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro entre 2006 e
2012.
Na avaliação do MPF, a custódia cautelar foi necessária
para “resguardar a ordem pública e econômica e para evitar a
continuidade dos crimes que vinham sendo praticados pelo ex-dirigente.
Nestor
Cerveró foi denunciado pelo MPF em dezembro, por lavagem de dinheiro e
corrupção ativa, quando passou a réu no processo da Operação Lava Jato,
juntamente com o doleiro Alberto Youssef, com Fernando Antonio Falcão
Soares, que seria o operador do PMDB no esquema, além de empresários de
várias empreiteiras que tinham contratos com a Petrobras.
Ex-diretor
da Área Internacional da Petrobras, Cerveró foi apontado pelo
ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, em acordo de
delação premiada, como um dos principais beneficiados no esquema de
propina que envolveu a compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados
Unidos – negócio que teria gerado prejuízos de US$ 792 milhões à
estatal.
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