Parentes e amigos de Islam Hamed, o brasileiro-palestino que faz
greve de fome em uma prisão na Palestina, começaram uma campanha nas
redes sociais para pedir que ele seja solto e possa voltar em segurança
ao Brasil. Eles criaram uma página no Facebook com o nome Libertem o
Islam. A página é ilustrada com uma foto do passaporte de Hamed, que
traz a nacionalidade do prisioneiro: brasileiro.
Entre outras
imagens no site, um cartaz em árabe com as cores da Palestina pede
liberdade e ressalta que Islam Hamed é preso político.
Há treze
dias, Hamed começou uma greve de fome reivindicando a liberdade e o
regresso ao Brasil, pois há um ano e meio terminou de cumprir a pena a
qual foi condenado. Hoje com 30 anos, ele foi preso pela primeira vez
quando tinha 17 anos, acusado de atirar pedras em soldados israelenses.
Desde então, só conseguiu viver em liberdade por 18 meses nos intervalos
entre sair e voltar para a cadeia. Quando estava em liberdade tirou
Carteira de Motorista, Carteira de Trabalho e se casou.
Nessa
quinta-feira (23), a mãe dele, a brasileira Nádia Hamed, conseguiu
visitá-lo na prisão em Nablus, Palestina. Segundo o relato passado por
ela a familiares no Brasil, o estado de saúde do filho é crítico.
No
12º dia sem se alimentar e no terceiro sem beber água, Hamed já perdeu
11 quilos, não consegue mais ficar em pé e começou a receber soro na
veia. Apesar da situação crítica, ele mantém a greve de fome e continua
sem beber água. De acordo com relato da família, ele mantém forte a
esperança de que vai conseguir retornar ao Brasil.
Islam vem
recebendo visitas médicas duas vezes por dia. No entanto, continua em
uma cela com luz acessa 24 horas, o que é considerado prática de
tortura. A explicação dada pelo embaixador da Palestina no Brasil,
Ibrahim Alzbien, para justificar as denúncias de maus-tratos irritou os
parentes. ”Ficamos chocados com a declaração do embaixador palestino
quando diz que se há tortura é porque houve mau comportamento,
sinalizando que apoia a tortura em prisioneiro brasileiro. O governo do
Brasil deve tomar providências emergenciais pois a vida do Islam está
por um fio”, disse Mariam Baker, tia de Islam que vive em São Paulo.
A
Autoridade Palestina diz que mantém Hamed preso para sua própria
segurança, pois uma vez solto ele poderia ser preso por Israel. O
governo brasileiro diz que vem tentando negociar, tanto com o governo da
Palestina quanto com o de Israel, a liberdade e a repatriação de Islam,
mas ainda não há perspectiva de acordo. Para Mohamad El Bacha,
presidente da Associação Islâmica de São Paulo, é fundamental que o
governo brasileiro garanta, com o governo de Israel, que Islam possa
sair da Palestina e voltar ao Brasil em segurança.
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