O líder norte-coreano, Kim Jong Un, ordenou a execução de 15 altos
funcionários este ano como punição por desafiarem sua autoridade,
afirmou a agência de espionagem da Coreia do Sul em uma reunião a portas
fechadas no Parlamento nesta quarta-feira.
Um vice-ministro para
as florestas foi uma das autoridades executadas, por reclamar sobre uma
política de Estado, disse o parlamentar sul-coreano Shin Kyung-min,
membro do comitê de inteligência do Parlamento, citando como fonte um
funcionário do Serviço Nacional de Inteligência não identificado.
"Desculpas
ou raciocínio não funcionam para Kim Jong Un, e seu estilo de governo é
o de passar por cima de tudo. Se há qualquer objeção, ele toma isso
como um desafio à autoridade e recorre à execução como uma vitrine",
disse Shin.
"Há a informação de que nos quatro meses deste ano 15
altos funcionários foram executados", afirmou Shin, referindo-se a
declarações do oficial de inteligência.
Em 2013, Kim expurgou e
mandou executar seu tio, Jang Song Thaek, antes considerado o segundo
homem mais poderoso no círculo de poder da Coreia do Norte, acusando-o
de corrupção e de cometer crimes prejudiciais à economia, como também um
grupo de funcionários próximos a ele.
Desde que assumiu o poder Kim também tem trocado repetidamente os assessores próximos e altos funcionários.
De
acordo com a agência de espionagem da Coreia do Sul, Kim tem agendada
uma viagem a Moscou este mês para participar de um evento que marca o
fim da Segunda Guerra Mundial na Europa, apesar de não haver confirmação
independente do plano, acrescentou Shin, após o briefing da agência de
espionagem.
Segundo Shin, a Coreia do Norte não reservou um hotel
em Moscou para a estadia de Kim, mas a embaixada do país está equipada
para acomodar seu líder. A visita seria a primeira viagem ao exterior de
Kim desde que assumiu o poder em 2011, após a morte do pai.
A
Rússia informou que Kim irá assistir à cerimônia que marca o 70º
aniversário do fim da guerra na Europa em 9 de maio, embora as
autoridades em Seul venham alertando que não houve confirmação oficial
da Coreia do Norte.
Alguns analistas questionaram se Kim, que se
acredita esteja com 30 e poucos anos, escolheria para sua primeira
visita no exterior um evento onde iria dividir o palco com vários
líderes e teria menos controle sobre os desdobramentos da cerimônia do
que em uma reunião de cúpula bilateral.
A presidente sul-coreana, Park Geun-hye, decidiu não comparecer ao evento.
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