quarta-feira, 24 de junho de 2015

Credores querem mais cortes nas pensões e maior aumento do IVA na Grécia

Os credores internacionais da Grécia apresentaram a Atenas, esta quarta-feira, uma contraproposta, já rejeitada pelo Governo, insistindo em cortes mais acentuados nas pensões e num maior aumento do IVA, mas menores subidas nos impostos sobre os lucros das empresas.
A Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) apresentaram, esta quarta-feira, uma contraproposta a Atenas, que foi inicialmente divulgado pelo jornal norte-americano Wall Street Journal (WSJ) e entretanto partilhado pelos meios de comunicação gregos.
Segundo o documento, os credores consideram que as medidas propostas pelo Governo liderado por Alexis Tsipras no que diz respeito ao imposto sobre o consumo (IVA), às pensões e aos cortes na defesa não são suficientes.
Sobre o IVA, Atenas sugeria um aumento de receita que significasse 0,74% do PIB, mantendo a taxa do imposto inferior a 23% em alguns produtos e serviços. Os credores sugerem um aumento de receita que represente 1% do PIB, mantendo as taxas reduzidas apenas para medicamentos, livros e teatro (6%), para alimentos não processados, energia, água e hotéis (13%).
Nas pensões, Atenas sugeria que as poupanças valessem 1,05% do PIB a partir do próximo ano, mas as instituições sugerem poupanças entre 0,25% e 0,5% já este ano, e de 1% a partir do próximo ano.
FMI, Bruxelas e BCE exigem também que a idade de reforma seja aumentada gradualmente para atingir os 67 anos em 2022 (três anos mais cedo que pretendia Atenas), uma redução das reformas antecipadas a partir de julho (e não no início de 2016) e para todos os trabalhadores, excecionando apenas profissões de risco e mães com filhos com deficiências (abolindo "outras exceções" que o Governo grego pretendia manter), e congelar as pensões até 2021.
As instituições defendem ainda um aumento de 4% para 6% nas contribuições dos reformados para o sistema de saúde, ao contrário dos 5% propostos pelo Governo grego, e a eliminação gradual do subsídio para os pensionistas mais pobres (o 'Ekas'), enquanto os credores defendem que a contribuição seja de 6% e que esse subsídio seja eliminado imediatamente.
Por outro lado, os credores deixam cair o aumento da contribuição dos trabalhadores para a Segurança Social de 3% para 3,5% proposta pelo Governo, mas pretendem que sejam eliminadas todas as exceções financiadas pelo Estado a partir de julho.
Na defesa, os credores sugerem um corte na despesa duas vezes superior a Atenas, de 400 milhões de euros em 2016.
Por outro lado, Bruxelas, BCE e FMI defendem um aumento inferior do imposto sobre os rendimentos das empresas do que o proposto por Atenas, sugerindo que aumente de 26% para 28% e não para 29%.
Os credores sugerem também que não seja implementada a taxa de 12% sobre os lucros das empresas acima de 500 mil euros proposta pela Grécia, tal como os impostos sobre as receitas brutas provenientes do jogo.

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