O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta
quinta-feira que cabe ao Congresso Nacional mudar a medida provisória
editada pelo governo para evitar que a progressividade no cálculo das
aposentadorias não “acabe comendo” a fórmula 85/95. “O fundamental é que
a medida provisória seja aprimorada no Congresso Nacional. Ela parte do
85/95 e isso já é um avanço. O que precisamos é mudar a regra da
progressividade para que ela não acabe comendo o 85/95. Esse é o papel
do Congresso”, disse Calheiros.
Já o líder do governo no
Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), considerou que a presidente Dilma
Rousseff encontrou uma solução "bastante razoável” para a regra das
aposentadorias. "Foi importante, o governo compreendeu a decisão
do Congresso mantendo o 85/95". Acrescentou que a regra de progressão
acompanha o aumento da expectativa de vida da população. "É uma coisa
absolutamente razoável", disse Delcídio.
O petista Paulo
Paim (RS), contudo, fez duras críticas à fórmula de progressividade
proposta pelo governo. “Analisei com calma e essa fórmula de progressão é
indecente. Não há nenhuma análise técnica que diga e prove, a mim e ao
mundo, que a expectativa de vida aumenta um ano a cada ano. Isso é
inaceitável”.
De acordo com o senador gaúcho, o congresso
tem três alternativas: derrubar o veto, mantê-lo e suprimir a regra da
progressividade proposta pelo governou ou manter a regra 85/95 para quem
já está no mercado de trabalhando e definir a fórmula 90/100 para aqueles que ainda vão começar a trabalhar.
Com
a edição da MP a nova regra para o cálculo das aposentadorias começa a
valer imediatamente, com a chamada fórmula 85/95. A partir de agora,
para se aposentar com direito ao benefício
integral, o trabalhador deve somar o tempo de contribuição e a idade
até chegar a 85 anos, paras mulheres, e 95 anos, no caso dos homens. A
partir de 2017, segundo a MP, o cálculo será acrescido de um ponto a
cada dois anos, até 2019. Daí em diante, um ponto a cada ano até chegar a
90 (mulheres)/100 (homens), em 2022.
Pelo cálculos
do governo, a regra da progressividade atrelada à fórmula 85/95 reduzirá
o impacto nas contas da Previdência em R$ 50 bilhões, até 2026. Com o
novo cálculo da aposentadoria, o governo estima diminuir em 0,5 ponto
percentual do Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todas as riquezas
do país – o gasto com o pagamento do benefício a partir de 2030. A
equipe econômica não prevê impacto no superávit primário e acredita em
estabilização do sistema previdenciário.
O presidente da
Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, afirmou, nesta quinta-feira (18),
que o aposentado saiu vitorioso com a edição da Medida Provisória 676,
que manteve a fórmula 85/95 para aposentadorias, mas acrescentando a
progressividade nos anos seguintes, com base na evolução da expectativa
de vida.
A fórmula, que soma o tempo de contribuição com a idade
para requerer o benefício, foi aprovada pelo Congresso por meio de
projeto de conversão à Medida Provisória 664/14, com a inclusão de
emenda que acabou com o fator previdenciário, a qual foi vetada pela
presidente da República, Dilma Rousseff, na quarta-feira (17).
Já a
MP 676/15 prevê um aumento gradual da soma 85/95, a partir de 2017 e
até 2022. Em 2017, a soma deverá ser de 96 para os homens e de 86 para
as mulheres. Dois anos depois, em 2019, passa a ser de 97 e 87. A partir
daí, terá ajustes anuais: 98 e 88 em 2020; 99 e 89 em 2021; e 100 e 90
em 2022.
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