Pesquisa Ibope recém divulgada pelo Estadão afirma
que “Luiz Inácio Lula da Silva voltou a ser o presidenciável com maior
potencial de voto entre nove nomes testados pelo instituto”. Segundo o
jornal, “pela primeira vez, desde 2015, os eleitores que dizem que
votariam nele com certeza (30%) ou que poderiam votar (17%) se equivalem
aos que não votariam de jeito nenhum (51%), considerada a margem de
erro”.
Outro dado surpreendente revelado pela pesquisa é o de que, “desde o
impeachment de Dilma Rousseff, há um ano, a rejeição a Lula caiu 14
pontos”, ou seja, de 64% para 51%, enquanto que as rejeições de todos os
outros pré-candidatos dispararam, à exceção de João Doria, prefeito
tucano de São Paulo, que, por ser pouco conhecido não é afetado pela
crise de impopularidade que está afetando seu partido e os
pré-candidatos tucanos após terem sido flagrados em esquemas de
corrupção apesar de, até então, serem os maiores acusadores do PT.
A pesquisa foi feita antes de vir a público a lista do ministro Edson
Fachin, do Supremo Tribunal Federal, com as delações de executivos da
Odebrecht que acusaram o ex-presidente de corrupção, junto com dezenas
de outros políticos. Se a divulgação das denúncias prejudicou a imagem
de Lula (e de outros denunciados), não houve tempo de isso ser captado
pelo Ibope.
Contudo, o histórico da ascensão de Lula nas pesquisas do início de
2016 para cá mostra que a perseguição midiática, policialesca e
judiciária a ele tem surtido efeito inverso ao pretendido. Desde a
condução coercitiva do ex-presidente, em 4 de março do ano passado, Lula
inverteu a linha descendente de popularidade e ascendente de rejeição
que começou a afetá-lo no início de 2015, coincidindo com a queda
pronunciada da avaliação da então presidente Dilma Rousseff após a crise
econômica começar a se acentuar no início de seu segundo mandato.
Mas a queda da rejeição de Lula, em contrapartida ao aumento da
rejeição dos prováveis adversários, integra um processo político-social
muito mais amplo, que é a ascensão do ex-presidente na preferência
popular para reinaugurar um novo período democrático no país a partir de
1º de janeiro de 2019, quando, espera-se, o Brasil voltará a ter um
governo ungido pelo voto popular.
Os três principais nomes do PSDB, por sua vez, viram seu potencial de
voto diminuir ao longo do último ano e meio. Desde outubro de 2015, a
soma dos que votariam com certeza ou poderiam votar em Aécio Neves
despencou de 41% para 22%. O potencial de José Serra caiu de 32% para
25%, e o de Geraldo Alckmin foi de 29% para 22%. Os três tucanos têm
aparecem na pesquisa com taxas de rejeição superiores à de Lula: 62%,
58% e 54%, respectivamente.
O Ibope testou pela primeira vez o potencial do prefeito de São
Paulo, João Doria, em uma eleição para presidente. Embora seja muito
menos conhecido do que seus colegas de PSDB (44% de desconhecimento,
contra 24% de Alckmin e 16% de Serra e Aécio), Doria tem 16% de
eleitores potenciais (6% votariam com certeza). Sua rejeição é muito
menor que a dos concorrentes, 36%. Contudo, se virar candidato, conforme
se tornar mais conhecido a tendência será, além de ganhar mais
eleitores, ganhar, também, mais rejeição.
O caso de Aécio é o mais impressionante, em termos de derrocada. Ele
sofre desgaste até nos segmentos em que foi vitorioso. Desde outubro de
2015, seu potencial de voto no eleitorado de renda mais alta (acima de
cinco salários mínimos) caiu de 44% para 26%. Na região Sudeste, um de
seus redutos, a taxa caiu de 42% para 23%.
Já Marina Silva sofreu redução de potencial de voto e aumento da
rejeição. Agora, um terço dos eleitores a indicam como possível opção –
eram 39% em 2015 e há um ano.
Apesar de ter não contar mais com a projeção e a visibilidade
inerente ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim
Barbosa ainda é considerado um candidato viável à Presidência da
República por uma parcela considerável dos eleitores. Na pesquisa Ibope,
ele aparece com 24% de potencial de voto (soma das respostas “votaria
com certeza” e “poderia votar”).
Barbosa, que se celebrizou ao conduzir o julgamento do Mensalão e que
se aposentou do STF em 2014, também não sofre os mesmos níveis de
rejeição atribuídos aos políticos. Apenas 32% dizem que não votariam
nele de jeito nenhum – uma das taxas mais baixas entre as dos nove nomes
testados pelo Ibope. O ex-ministro do STF, porém, não manifestou
intenção de se candidatar e nem sequer é filiado a um partido.
Jair Bolsonaro, que tenta se beneficiar da onda de rejeição a
políticos – apesar de ser deputado desde o começo dos anos 90 –, aparece
com 17% de potencial de voto na pesquisa. Seu possível contingente de
eleitores cresceu seis pontos porcentuais desde o ano passado, mas a
parcela que o rejeita aumentou ainda mais, de 34% para 42%.
Esse é o fenômeno que deverá afetar Dória caso se torne candidato a presidente.
Entre os dias 7 e 11 de abril, o Ibope realizou 2002 entrevistas face
a face, em 143 municípios de todas as regiões do Brasil. A margem de
erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com
intervalo de confiança de 95%.
Essa disparada de Lula na pesquisa Ibope, após ter sido detectada pouco antes por pesquisa CUT-Vox Populi,
segundo o analista do Estadão José Roberto Toledo deve-se a vários
fatores. Segundo ele, Lula renasceu eleitoralmente por três motivos: o
governo Temer, a memória do bolso do eleitor e, paradoxalmente, a Lava
Jato – que respingou em quase todo político relevante.
O analista do Estadão destaca que o favoritismo de Lula pode mudar
porque “a pesquisa Ibope foi feita antes de o Jornal Nacional dedicar 33
minutos ao petista na cobertura da Lista de Fachin”, como se fosse
novidade o principal noticiário da Globo fazer isso.
Há pouco mais de um ano, em março de 2016, a redenção de Lula teve
início justamente após o Jornal Nacional, mancomunado com o juiz Sergio
Moro, ter desencadeado uma avalanche de matérias intermináveis contra o
ex-presidente. Isso logo após a operação de busca e apreensão na
residência e nos escritórios dele ter ocorrido simultaneamente às cenas
fabricadas pela Lava Jato para serem exibidas no maior telejornal do
país.
Foi justamente após o massacre midiático de Lula ao longo de março de
2016 que ele começou a crescer nas pesquisas e perder rejeição.
As arbitrariedades de Sergio Moro, como a de obrigar um réu a
comparecer a uma enormidade de audiências, em claro arrepio à letra da
lei, como vingança, o espaço desmesurado para massacre do ex-presidente
apesar de as acusações contra si não serem piores do que as que pesam
contra tucanos, tudo isso somado à depressão econômica e à supressão de
direitos trabalhistas e previdenciários que está sendo levada a cabo
pelos golpistas temerários são fatores que deverão eleger Lula para um
terceiro mandato presidencial no ano que vem.
Isso porque mesmo o plano B dos golpistas de tentarem impedir o
ex-presidente de disputar a eleição do ano que vem condenando-o
criminalmente não deve funcionar. Seria necessário conduzir um processo
de exceção que chocaria o mundo para atingir tal objetivo. Não há como
condenar Lula duas vezes em um ano e três meses – de maio de 2017 a
agosto de 2018 (início da campanha eleitoral).
A única chance de impedirem a candidatura de Lula seria prendendo o
ex-presidente, mas não existe um único motivo lícito para levarem a cabo
semelhante plano. Até agora não puderam prender o ex-presidente devido
ao fato de que o MUNDO está de olho nas arbitrariedades que estão sendo
levadas a cabo no Brasil. Uma condenação do regime pelas Nações Unidas
representaria uma tragédia diplomática e transformaria o Brasil em uma
ditadura oficializada.
O Jornal Nacional e seus penduricalhos em outras emissoras também não
vão obter êxito. Todos sabem que a tese de que todos são corruptos mas o
PT é mais só cola entre antipetistas fanáticos.
Mas caberá a Michel Temer e ao seu governo usurpador a maior
responsabilidade pela eleição de Lula no ano que vem. A destruição dos
direitos trabalhistas via terceirização e reforma trabalhista vão unir o
país em torno do petista. Mais uma vez este Blog faz um prognóstico: o
povo sairá à rua exigindo a volta de Lula ao poder. E isso ocorrerá
até a campanha eleitoral do ano que vem. O chavão é inevitável: “QUEM
VIVER, VERÁ!”
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