Os candidatos à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB) e Dilma
Rousseff (PT), fizeram campanha neste sábado (11), visando o segundo
turno das eleições. Dilma esteve em Contagem, região metropolitana de
Belo Horizonte, onde criticou o vazamento "seletivo" dos depoimentos do
ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto
Yousseff. "Vazamentos seletivos durante campanha eleitoral têm uma
característica eleitoreira", afirmou. Já Aécio apresentou, no Recife,
uma carta com compromissos para a área social. Entre as promessas está a
adoção de uma política ambiental sustentável, a priorização do ensino
integral no país e o reajuste da tabela do SUS, além do compromisso de
que irá trabalhar para que o Congresso Nacional aprove o fim da
reeleição para cargos executivos. Ele também ganhou o apoio formal da
família do ex-governador Eduardo Campos, candidato à Presidência morto
durante a campanha, e que tinha Marina Silva como sua vice.
Em
Belo Horizonte, Dilma criticou o vazamento de informações sobre a
investigação de denúncias envolvendo a Petrobras. "Quero saber todos os
envolvidos e não quero vazamentos seletivos. Vazamentos seletivos
durante campanha eleitoral têm uma característica eleitoreira",
acrescentando que não é a Polícia Federal que faz vazamentos do caso.
"Acho que é claro que não foi a Polícia Federal que está fazendo
vazamentos. Inclusive queria dizer até o seguinte: tem que ter muito
cuidado com alguns vazamentos, porque, dependendo de como você o faça,
você compromete as provas, e, portanto, a punição."
"Se é verdade
que o Ministério Público, no uso de suas atribuições legais, recorreu à
delação premiada, se é verdade que a delação premiada foi assinada, ela
só vai ser assinada e reconhecida se as pessoas que denunciam mostrarem
provas. Então a deleção premiada tem provas, que é crucial para qualquer
investigação", declarou.
Dilma destacou que pediu informações
sobre as investigações à Justiça e ao Ministério Público, mas teve o
pedido negado devido ao sigilo. “Não posso condenar ninguém sem provas.
Não farei. Não tomarei esse tipo de medida demagógica pré-eleitoral.
Demito quem tem culpa, não posso demitir quem não tem. Acho que qualquer
denúncia tem de ser apurada, doa a quem doer. Apure-se tudo e sempre.
Ninguém está livre de ser investigado, ao contrário do que acontecia
ontem quando se engavetava ou não se investigava", afirmou a presidente.
Aécio Neves
O
candidato do PSDB ganhou neste sábado o apoio formal da família de
Eduardo Campos, morto no dia 13 de agosto, num desastre aéreo. Ele
conquistou ainda adesões do governador eleito Paulo Câmara, do prefeito
Geraldo Júlio e do senador eleito Fernando Bezerra Coelho, todos do PSB.
“Eu
me sinto, a partir deste instante, responsável dentre tantas
expectativas que a mudança gera na sociedade brasileira, para levar a
cada canto deste país, no limite das minhas forças, o legado e os sonhos
de Eduardo Campos, governador dos pernambucanos e símbolo da boa
política”, disse Aécio.
Renata Campos, a viúva de Eduardo, não participou do encontro, mas seu filho mais velho, João, leu uma carta escrita por ela.
O
tucano apresentou ainda uma carta com compromissos para a área
social. Em meio à divulgação, Aécio não afirmou que os compromissos que
ele estava apresentando seriam uma resposta às reivindicações da
candidata do PSB, que saiu derrotada da corrida presidencial. Contudo, o
candidato afirmou que parte das propostas foram inspiradas nas
sugestões divulgadas pela Rede Sustentabilidade, de Marina. A
ex-senadora impôs condições para dar seu apoio no segundo turno ao
tucano.
"Que as contribuições que eu recebo e projetos, em
especial os do PSB, possam passar a caminhar conosco a partir de agora
como se nossos compromissos fossem. Passo nesse instante a ler o
documento que busca inspiração inclusive em propostas discutidas e
divulgadas pela Rede, da candidata Marina", disse Aécio.
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