sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Na ONU, papa ataca “sede sem limites” por riqueza e poder


O papa Francisco condenou enfaticamente a busca por ganhos materiais e poder, dizendo aos líderes mundiais reunidos na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) que a ganância está destruindo os recursos do planeta e agravando a pobreza.
“Uma sede egoísta e sem limites por poder e prosperidade material leva ao mau uso dos recursos naturais disponíveis e à exclusão dos fracos e desfavorecidos”, disse o papa em discurso na Assembleia-Geral da ONU em Nova York.
O líder espiritual dos 1,2 bilhão de católicos no mundo condenou a “ofensa grave” da exclusão econômica e social.
“A realidade dramática de toda essa situação de exclusão e desigualdade, com os seus efeitos evidentes, tem me levado, em união com todo o povo cristão e muitos outros, a avaliar a minha séria responsabilidade relacionada a isso e a falar”, afirmou.
Em sua primeira viagem a Nova York, o pontífice argentino também orou no memorial do 11 de Setembro, no momento mais tocante de sua visita, provavelmente.
Ele comandou um serviço ecumênico no local onde em 11 de setembro de 2001 aviões que foram dominados por militantes islâmicos derrubaram o World Trade Center, matando quase 3.000 pessoas.
"Aqui a dor é palpável", disse Francisco, depois de ver os espelhos d'água que marcam as Torres Gêmeas. "Em oposição a cada tentativa de criar uma uniformidade rígida, podemos e devemos construir a unidade com base em nossa diversidade de línguas, culturas e religiões", afirmou o papa, ladeado por representantes de outras religiões.
O primeiro papa da América Latina, Francisco tem criticado o capitalismo sem controle nos dois anos do seu papado.
Na sexta-feira, ele teve um público de pessoas poderosas na ONU, que celebra os seus 70 anos. Acredita-se que a Assembleia-Geral neste ano atraiu o maior número de líderes na história da organização.
Francisco, de 78 anos, pediu aos líderes mundiais a luta contra o tráfico de pessoas, o incentivo à educação para meninas e o fim da destruição da biodiversidade que, segundo ele alertou, ameaça a “existência da espécie humana”.
Ele chegou a Nova York na noite de quinta-feira, depois de fazer um apelo ao Congresso dos Estados Unidos ajude a cicatrizar muitas das divisões do país, como a polêmica sobre a imigração.
O papa tem chamado a atenção na sua visita de seis dias aos EUA pelo fato de usar um pequeno carro Fiat para se locomover em Washington e Nova York, num gesto de modéstia.

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