quarta-feira, 24 de maio de 2017
Protesto contra Doria e Alckmin na cracolândia barra anúncio de projeto
Um protesto de ativistas contrários às operações policiais na
cracolândia, na região central de São Paulo, interrompeu uma entrevista
coletiva do prefeito João Doria e seu padrinho político Geraldo Alckmin,
ambos do PSDB, na manhã desta quarta-feira (24).
Doria e Alckmin anunciariam a construção de novos empreendimentos
imobiliários para revitalizar a região da Luz, no centro da capital.
A confusão ocorreu no estacionamento do comando da Guarda Civil
Metropolitana, na rua general Couto de Magalhães, na mesma região.
O prefeito e o governador foram chamados de "fascistas" pelos
manifestantes.
Os gritos de protesto interromperam a fala dos políticos. O clima ficou
tenso e guardas-civis empurraram os manifestantes e agrediram um deles.
Doria e Alckmin foram retirados do local às pressas. Quando se dirigiam
aos carros, a confusão continuou. Manifestantes tentaram se aproximar,
mas foram impedidos por seguranças. Ninguém se feriu.
OPERAÇÃO POLICIAL
Em operação policial realizada neste domingo (21) e coordenada pelas
administrações municipal e estadual, 900 agentes da polícia foram
mobilizados para prender traficantes na área. O Denarc (Departamento de
Narcóticos) mirava 69 deles, além de desmanchar uma feira de drogas
local. Ao todo, 50 pessoas foram presas e três adolescentes,
apreendidos.
Dependentes químicos que costumavam se concentrar na alameda Dino Bueno
foram dispersados, comércios foram emparedados e imóveis deverão ser
demolidos. Na tarde desta terça (23), a parede de uma pensão chegou a
ser derrubada no início da ação da prefeitura, mas pessoas ainda estavam
no local. Três delas ficaram feridas.
Três secretários municipais deram uma entrevista para justificar o
acidente. Segundo Marcos Penido, da pasta de Infraestrutura e Obras, a
prefeitura não sabia que havia pessoas dentro do prédio. "Essas pessoas
entraram por uma passagem clandestina. Foi uma situação inusitada. Daqui
para frente, tomaremos medidas adicionais para evitar que isso ocorra
novamente", afirmou.
Segundo Penido, a prefeitura havia avisado que a área estava isolada e
que as demolições iriam começar. Moradores do prédio contestam. "Ninguém
avisou. Eu estava no quarto e ouvi um barulho de obra. De repente,
começaram a gritar, falando que tinha gente machucada", conta Alessandra
Feliciano, 23, que mora com o filho de 10 meses na pensão.
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