sexta-feira, 27 de julho de 2012

A presidente Dilma Rousseff cobrou nesta sexta-feira a geração de emprego e renda como contrapartida das empresas que recebem incentivos fiscais no Brasil.
Segundo ela, o único motivo para dar incentivos às companhias é garantir "o emprego, a renda" do povo brasileiro.
"Nós damos incentivos fiscais e queremos um retorno", afirmou a presidente em entrevista coletiva em Londres.
Apesar de generalista, a declaração de Dilma soa como uma mensagem direta, principalmente, às montadoras de veículos instaladas no Brasil que, embora tenham se beneficiado da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), em vigor desde maio, começam a planejar o fechamento de fábricas e demissões.
Nesta semana, a General Motors concedeu licença remunerada por tempo indeterminado aos empregados de oito fábricas em São José dos Campos, no Vale do Paraíba.

Novas medidas

Admitindo que o Brasil não está imune à crise econômica mundial, Dilma disse ainda que o governo anunciará medidas para estimular a economia nas próximas semanas.
"Iremos, no mês de agosto, e um pedaço de setembro, tomar algumas medidas, continuando o nosso programa contracíclico", disse Dilma.
A presidente ressaltou estar preocupada com o "Custo Brasil" (o cálculo feito por agências de classificação de risco sobre os custos para investimentos estrangeiros no país) e disse que apresentará medidas para reduzi-lo.
Dilma afirmou também que os planos vão se basear em três áreas-chave: o setor elétrico, que deve registrar mais quedas de preço; uma política de investimento em infraestrutura, em portos, aeroportos e grandes obras em parcerias público-privadas; e na desoneração de outras áreas.
Ao ser questionada sobre quais setores seriam beneficiados, a presidente foi evasiva: "em geral".
Dilma afirmou que as políticas cambial e de juros do governo vão criar um "círculo virtuoso" no futuro.
Para ela, essas políticas vão garantir novos investimentos.
"Temos certeza de que estamos num caminho de estabilidade. Vamos fazer tudo isso mantendo a solidez fiscal, a inflação sob controle e continuando nossas políticas fiscais".
Na capital britânica para participar de diversos eventos e assistir à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, Dilma afirmou estar otimista de que o Brasil vai voltar a crescer aceleradamente no segundo semestre, embora aceite que a crise possa abalar os planos.
"Não há um país que passe uma crise dessas sem sentir alguma consequência. O Brasil não é uma ilha".

Agenda

Mais cedo Dilma comentara a posição do Brasil sobre a crise na Síria, criticando possíveis intervenções militares no país.
Ela também se reuniu a portas fechadas com o líder da oposição na Grã-Bretanha, Ed Milliband.
No final da tarde, ela participa de uma recepção com a rainha Elizabeth 2ª e conclui a sua agenda oficial na capital britânica no estádio olímpico, onde assiste a cerimônia de abertura da Olimpíada.
Dilma só embarca para o Brasil no sábado à noite, mas não tem compromissos oficiais durante o dia.

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