sábado, 21 de julho de 2012

Ativistas informaram neste sábado que os combates se intensificaram entre as forças de segurança do governo da Síria e os rebeldes na segunda maior cidade do país, Aleppo.
Segundo Observatório Sírio para os Direitos Humanos os confrontos entre soldados e membros do grupo rebelde Exército Livre da Síria (ELS) começaram no bairro de Salah al-Din ainda na sexta-feira pela manhã e, na parte da tarde, se espalharam para outros bairros.
O ativista Mohammed Saeed, que está em Aleppo, afirmou que os choques continuaram durante a noite e se estenderam até a manhã deste sábado.
"Na noite passada foi muito ruim", disse o ativista à agência de notícias Associated Press. "Ocorreram grandes explosões e o tiroteio não parou durante horas. A rebelião finalmente chegou a Aleppo."
Aleppo vinha sendo poupada dos choques e bombardeios entre as forças do governo e os insurgentes desde o início da rebelião no país, em março de 2011.
Segundo Saeed, os combatentes do ELS chegaram a Aleppo pela zona rural. A cidade não é longe da fronteira com a Turquia, onde fica a base com os comandantes do ELS.
De acordo com a rede de ativistas Comitê de Coordenação Local, está ocorrendo um "êxodo" dos moradores do bairro de Salah al-Din, "devido ao medo de uma ofensiva e bombardeio do governo".
O correspondente da BBC Jim Muir, que está em Beirute, afirmou que os combates em Aleppo significam uma péssima notícia para o presidente sírio, Bashar al-Assad, pois a cidade tinha conseguido até o momento ficar fora da rebelião.

Damasco

O mesmo acontecia com a capital, Damasco. Mas, segundo Muir, isto agora acabou e as duas cidades foram tomadas pelos combates.
As forças do governo reagiram na sexta-feira, usando todo seu poder de fogo para retomar o bairro de Midan, no sul da capital, causando muitos danos. Os tiroteios e explosões foram ouvidos pelos moradores da cidade durante toda a noite.
Carros queimados no bairro de Midan, em Damasco (Reuters)
Moradores de Damasco ouviram tiroteios e explosões durante madrugada

O governo de Damasco afirmou que toda a resistência será retirada da cidade dentro de cinco dias. No entanto, não muito longe de Midan, em Yarmouk, vídeos divulgados na internet por ativistas mostram o que parece ser uma delegacia de polícia tomada pelos rebeldes.
Do outro lado de Damasco, no bairro de al-Tal, ao norte, outro vídeo mostra o que seria o chefe do Diretório de Segurança Política local e os funcionários do departamento se rendendo aos rebeldes.

Observadores

Os combates violentos na Síria ocorrem depois de o Conselho de Segurança da ONU ter aprovado a ampliação da permanência da missão dos cerca de 300 observadores da organização por mais 30 dias.
A resolução declara que depois deste período, os monitores deverão sair da Síria se não conseguirem mais realizar o trabalho de verificar a aplicação do plano de paz de Kofi Annan, o enviado especial da ONU e da Liga Árabe ao país.
Se o uso de armas de fogo pesadas continuar, o mandato dos observadores poderá ser renovado mais uma vez.
A maior parte do trabalho dos monitores da ONU tinha sido suspensa desde junho devido ao aumento da violência no país.
Mais de 300 pessoas teriam morrido na quinta-feira e outras 200 na sexta-feira devido aos intensos combates espalhados pela Síria.

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