terça-feira, 17 de julho de 2012

O "abuso de poder" por parte do governo venezuelano cresceu nos últimos quatro anos sob o governo do presidente Hugo Chávez. A conclusão é da ONG Human Rights Watch (HRW), que nesta terça-feira divulgou um relatório específico sobre a Venezuela.
A entidade cita leis que limitam a liberdade de expressão e a remoção de salvaguardas institucionais, permitindo ao governo censurar e intimidar críticos.
Em 2008 a Venezuela expulsou representantes da ONG, acusando-os de interferência em assuntos internos do país.
À época, a entidade disse acreditar que o governo de Chávez "desperdiçou uma oportunidade histórica de apoiar as instituições democráticas do país e fortalecer a proteção dos direitos humanos na Venezuela".
No relatório publicado nesta terça-feira, que examinou as atuações do judiciário, da imprensa e a defesa de direitos humanos, a HRW diz que a situação só piorou no país.
"A acumulação de poder pelo Executivo, a remoção de salvaguardas institucionais e a erosão de garantias de direitos deram ao governo de Chávez carta branca para intimidar, censurar e perseguir venezuelanos que criticam o presidente ou sua agenda política", diz o documento.

O pior caso

Afiuni
O caso de Afiuni foi considerado o mais preocupante pela ong
A HRW cita o caso da juíza Maria Lourdes Afiuni como o mais preocupante. Em 2009 ela ordenou a libertação de um empresário – e crítico do governo – preso havia três anos sem julgamento, acusado de crimes pecuniários.
Afiuni foi presa logo depois de Chávez criticar sua decisão. O presidente determinou que ela fosse detida por 30 anos. A juíza está em prisão domiciliar desde 2011.
O relatório reconhece que críticas duras ao governo são comuns em jornais e outros veículos de oposição, como o canal de TV Globovision.
Mas o medo de represálias governamentais fez da autocensura um problema sério.
O governo frequentemente acusa a imprensa privada de tentar sabotar autoridades democráticas.
Em outubro, os venezuelanos votam em eleições presidenciais. Chávez tenta seu terceiro mandato e seu principal rival é Henrique Capriles.
A correspondente da BBC em Caracas Sarah Grainger diz que embora algumas entidades monitorem a situação dos direitos humanos no país há décadas, a divulgação do relatório a cerca de três meses do pleito deve gerar acusações de que a HRW está se aliando com a oposição.
Contactado pela BBC, o governo venezuelano não respondeu às críticas da Human Rights Watch.

Um comentário:

  1. ser foi verdade isso ele tem que sair do poder o mais repido possivel ou imetiatamente

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